Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 10
Espera


Notas iniciais do capítulo

Eu não pretendia colocar esse capítulo nesse fim de semana, mas fiz um esforço e consegui arrumar um tempo. Ele é dedicado a todas que comentaram (houve bastante comentários no capítulo anterior). Sem vocês eu não o teria colocado hoje.



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Por Edgar


Olho no relógio mais uma vez, a ansiedade me domina. Ainda não são 2 horas, mas essa espera parece interminável.

No meu encontro com Laura no dia anterior, eu tive um vislumbre da felicidade de quando éramos casados. Eu dominei a minha raiva, e a conversa fluiu como antigamente, éramos como velhos amigos, quem sabe namorados.

Laura estava belíssima, pude olhar bem seus olhos, apreciar a sua bela boca, que sempre me suscitou grande desejo, uma vontade de beijar, de morder. Os movimentos suaves em seu rosto, sua voz, suas palavras desafiadoras, sua ironia e provocação. Seu senso de humor. Era quase como se não estivéssemos nos separado. Tudo fazendo minha vontade de tê-la aumentar.

Mais calmo, pude reparar que como eu, ela ainda usava aliança. Me pergunto porque, será que ela também desejava se sentir casada? Na audiência de divórcio ela estava sem. Mas agora a usava. Será que eu podia ter esperanças? Será que ela queria se sentir ligada a mim, assim como eu me sentia a ela?

Eu estava disposto a conversar, propor a paz e a renovação da nossa amizade de forma que acabássemos com esse rancor que nos cercava. Mas no fundo eu queria outra coisa, ou melhor, queria mais, a esperança devia ser realmente a última que morre, pois o que desejava mesmo era Laura de volta. E aquela nossa breve conversa amigável e a aliança, deixaram essa pequena esperança mais forte.

Pedi a Matilde que preparasse um almoço para Laura. E vi que ela se animou. Ela sempre pareceu torcer pela gente e aposto que fará a mais deliciosa comida. Também arrumou uma mesa com flores.

Minha primeira reação foi pedir que ela as retirasse, pois não devia parecer um encontro romântico, mas depois pensei por que não? As flores deixariam tudo mais cheiroso. Só esperava que Laura não ofendesse com esse detalhe, achando que eu partiria para cima dela, pois apesar de querer isso, essa não era a minha intenção com esse encontro, seria apenas um ponto de partida para voltar a ter a presença dela em minha vida. Um ponto de partida para acabar com meu amargor.

Mas talvez, eu esteja sendo muito otimista agora, em relação a Laura e a mim. Após esses anos, ela pode ter deixado de me amar, pode ter seguido a sua vida e ter me deixado para trás. Apenas a ideia de algo assim me perturba. Ou quem sabe eu esteja subestimando os meus próprios sentimentos, o meu próprio rancor, e essa sensação de ter sido abandonado por ela nessa casa cheia de lembranças mantenha-a afastada de mim. Pois ainda sinto raiva por ela ter ido embora, e não ter me dado a chance de acertar as coisas. Por ela ter voltado sem me avisar.

Ando de um lado para outro, e falo a Matilde sobre a demora de Laura. Na verdade é essa ansiedade que faz parecer que ela se atrasou. Pois ainda não chegou o horário combinado. Falta pouco, mas ainda não são duas.

O relógio marca duas horas, e minha ansiedade beira ao desespero. Laura não virá. Ela me enganou. Reclamo a Matilde, ela me fez de bobo! Falo que não a esperarei mais. Mas espero.

Próximo as 2 e 5, escuto a campainha e não me seguro. Matilde se move para atender a porta, mas sou mais rápido, corro até a entrada. È Laura, linda com uma blusa vermelha, e um sorriso apaixonante.

Todo o meu desespero desaparece com essa visão, e um sorriso se abre em meus lábios, assim como um olhar encantado. Ela veio! Como é bom vê-la entrando em nossa casa. Como é bom tê-la realmente aqui e não apenas como um fantasma nas minhas memórias. Um encantamento me domina.

Já ela, com seus olhos parece percorrer a casa, e vamos andando até a sala:

– È tão estranho voltar aqui!- ela continua olhando admirada apesar de tentar se conter

– É ótimo tê-la de volta. - eu não consigo resistir, meu coração dispara, estou muito animado

– Desculpe pelo atraso, Edgar. Tive alguns problemas na biblioteca.

– Não foi nada, ele foi tão pequeno que nem reparei.- era uma mentira branca, eu sei, mas o fato dela ter aparecido fez minha preocupação sumir, e não queria causar atrito por nada, eu estava feliz demais e não queria estragar o momento.

– Dona Laura, é tão bom ver a senhora aqui – disse Matilde animada

– É bom estar aqui, Matilde.

– Posso servir o almoço?

– Por favor, Matilde!- respondeu Laura, sem perceber que estava dando ordens numa casa que não era mais sua, mas adorei esse fato

– Vamos? - ela me olhou insinuante e sorridente, foi andando para sala de jantar.

Eu a segui e no percurso retirei o telefone do gancho. Não queria que nada interrompesse o nosso almoço.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Ansiosas pelo almoço? Alguma sugestão? Comentem, isso me anima a escrever, tanto que esse capitulo fiquei até a madrugada escrevendo por vocês.