Admito que quando meu olhar encontrou com de Edward, todos os músculos de meu corpo, principalmente meu coração, se retorceram.

Respirei fundo antes de caminhar até Carlisle e Edward.

- Hum... Alice está no quarto.

- Oh sim. - O olhar de Carlisle passou por todo o meu corpo em busca de respostas do porque eu estava fora de meu leito.

- Ér... Eu precisava andar. - Mordi meu lábio. - Ficar naquele lugar já está me deixando doida. 

Eu desviava o olhar sempre para não ter que entregar minha mentira.

Eu não poderia, e não queria, contar que eu deixei Alice no quarto, apenas, porque eu desejava a presença de Edward.

De uma maneira estranha, longe de Edward, eu sentia meu corpo desidratado.

Precisando não de água, e sim de algo mais importa, muito mais importante.

Eu apenas não entendia o que.

Edward, talvez perturbado demais com minha presença, pediu para se retirar.

- Isabella, você sabe que já pode ir para casa, certo ? 

Carlisle trouxe todos os pensamentos que eu tentava ignorar desde o terceiro dia, o dia em que recebi alta.

- Ah... Claro. - Minhas palavras me traíram e saíram fracas.

Fracas por saber que irei para longe de Edward.

Que loucura!

Eu não o conheço direito, e além do mais, Edward me detesta.

Eu não sei o motivo mas seu espírito jamais está em paz perto de mim.

- Bem, Carlisle, talvez eu vá... Estou indo buscar Alice.

Com um inclinar de cabeça, me despedi do homem que a poucos dias tinha salvo minha vida, antes que eu deixasse as lágrimas transbordarem.

Não de tristeza.

Muito menos alegria.

E sim medo.

Medo por não saber o que fazer de minha vida.

Medo por não saber o que me aguarda na casa de Charlie.

Eu nem sei se ele ainda está vivo ou não.

Antes de entrar silenciosamente no quarto branco, respirei fundo, e tentei, sem sucesso, secar poucas lágrimas.

- Bella. Amiga. - Uma voz de sino e quase sedutora exclamava por mim. - É você ?

- Sim, sou eu.

Com um sorriso forçado, talvez, demais, entrei no quarto.

- E então ? - Os pulos de Alice arrancaram apenas um solitário sorriso meu.

- Vamos embora. 

- Mas... E Edward ?

- O que tem ?

- Vocês dois, né, Bella. 

Precisei passar minha mão em meu rosto em uma fraca tentativa de acalmar meus neurônios e responder Alice civilizadamente.

- Não vai existir jamais "vocês"... Agora. Vamos. Embora.

/

- Me liga, certo ?

Balancei a cabeça em positivo e observei Alice dar a ré e logo após dar rumo a seu carro.

Um Audi da cor branca que foi o seu presente de formatura.

O meu foi apenas um cartão de minha avó com poucas palavras me desejando felicidades e parabéns.

Minha casa continuava da mesma maneira que da ultima vez que eu estive aqui.

A mesma grama seca e de uma cor verde oliva.

A mesma árvore com um aspecto queimado e sem qualquer brilho de um pequeno animal.

Respirei fundo antes de girar a maçaneta.

- Deve ser a Bella. - Uma mulher loura, magra por conta das drogas mas ainda assim com cativantes e luxuosos olhos, passava por mim, quase deixando minha mochila ao chão. - Oi e tchau. - Seu batom vermelho fazia contraste com sua maquiagem escura. - Alguém precisa trabalhar nessa casa.

Antes de entrar totalmente, a observei dar partida no velho fusca azul anos oitenta, e o som de pneus velhos cantando foi escutado por toda a vizinhança.

Uma voz aguda e talvez a mais ameaçadora de toda a minha vida, pior até do que os olhares de Edward, gritaram de um local.

Me habituando, descobri o local como cozinha.

E descolorindo minha audição, consegui descobrir o nome da voz maliciosa, e ao mesmo tempo odiosa... Charlie.

- Vem, Isabella - Com sua risada tipica de quem quer mais do que um trabalho de pai, ele continuou, logo após surgindo e caminhando em direção a porta : - Papai quer apenas brincar, Bells!