Pingos De Bella. escrita por Agridoce


Capítulo 5
Capítulo 05 - Desconfortada.


Notas iniciais do capítulo

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Eu não entendia muito bem o porque mas de algum jeito eu reconhecia aquele olhar.

O olhar apaixonado que recebi de Edward.

Eu estava em um labirinto.

Um lado estava louco para fugir, correr e ir até o médico mais próximo pedir por ajuda.

E a outra parte, a menos racional, implorava para sentir os braços do homem a minha frente, jamais tocados por mim, em uma ansiedade fora do comum.

– Oh meu Deus... Bella!

Senti um fio, na verdade, algo mais poderoso me puxar em direção a Edward.

Mas o barulho de passos atrás de Edward me impediu de fazer tal loucura.

– Tudo bem ? - Percebi o olhar frustado de Edward antes de direcionar a palavra a Carlisle.

– Cla... Claro.

Mordi meu lábio.

Eu ainda me sentia desconfortada com o modo que Edward olhava para mim.

Um olhar que jamais recebi antes, nem mesmo, de minha mãe Renée.

Qualquer um a metros de distancia iria perceber que algo estava diferente.

Não sei se foi o jeito de Edward me admirar com seu olhar, ou apenas, o meu senso crítico em desequilíbrio.

Mas Carlisle, para o meu bem e o bem de meu senso moral, percebeu.

– Bella, ah... Você poderia me dar um minuto com Edward ?

Meu olhar, já longe de Edward, choramingou internamente por isso.

Não conseguia ter coragem o suficiente para sustentar aquela troca de palavras mudas entre nós dois.

– Ah... Claro. Sim.

Com um sorriso desconfortável, Carlisle guiou um Edward ainda pouco centrado na realidade, em direção ao corredor.

Soltei o ar que prendia, apenas, quando a porta de meu quarto hospitalar foi fechada e o único som era de minha respiração descompassada.

/

POV Edward.

Eu a vi.

E ela me viu também.

Não sei se ela foi capaz de me reconhecer, mas eu senti, que no fundo ela me conhecia.

Antes de qualquer frase concreta, eu conseguir formar, meu pai já começava :

– O que foi aquilo, Edward ?

– Aquilo ? - Como não obtive resposta, apenas uma virada de olhar impaciente de Carlisle, respirei fundo antes de continuar. - Mais específico, por favor.

– Você e Bella. Eu... Quero dizer... O que foi aquilo ?

Eu tentava de alguma maneira encontrar respostas mas nada conseguia nascer em minha mente incomum de vampiro.

Eu jamais pensei encontrar minha amada novamente.

E olha só onde eu estou agora.

– É ela, Carlisle, eu tenho certeza.

– Edward, meu filho, por favor...

– Não ! - Um gruído quase mortal escapou de minha garganta. - Eu não tinha certeza antes, por isso a tratei com indiferença... Eu não queria sofrer com a decepção.

Sua mão, agora em meu ombro, tentava passar alguma tranquilidade para o coração ardente que jorrava sangue por meu corpo.

– Mas hoje, Carlisle, hoje... Olhando no fundo dos olhos chocolates de minha Isabella. - O reflexo de meu sorriso em seu olhar era majestoso.

Um sorriso a tanto tempo esquecido.

– Ela até tem o mesmo nome, certo ? - O tom de brincadeira na voz de Carlisle arrancou risadas de ambos.

– Oh meu Deus!

A adrenalina e emoção eram nítidas em cada letra que jorrava de minha boca.

Isso até uma pequena figura magra e com cabelos escuros aparecer.

– Gente!

– Ér... Alice... Oi.

Com um aceno de cabeça, ela entrou no quarto de Isabella, e reparei na sacola de roupas que ela trazia consigo.

E então, um baque atingiu meu corpo antes alegre... Agora em decomposição.

Isabella não era mais a minha Isabella.

Ela estava adequada para outro século, outros amigos, família e talvez, até, um... Outro homem domando seu coração.

Uma forte vibração, rápida mas ainda assim capaz de fazer rugir minha garganta seca, transformou meu olhar em carvão.

– Edward, o que foi ?

– Isabella não é... A minha Isabella.

– Do que você está dizendo ?

Precisei piscar poucas vezes e me acostumar com a visão vermelha, o modo que eu olhava tudo por dentro, e respirar fundo contando até dez.

– Ela não é... Carlisle, e se existir outro ?

– Outro ?

– É. E se Bella estiver com outro homem ?

– Ora, Edward, não creio em algo assim. - Um amplo sorriso brotava nos lábios de Carlisle. - Vamos perguntar a Alice.

A esperança que Carlisle tem em tudo, as vezes, me irrita.

E dá uma vontade louca de arrancar minhas orelhas e olhos fora.

Antes de voltar meu olhar para a figura que saia da porta do quarto onde se encontrava Isabella, e já com os olhos normais, escutei Carlisle a chamar :

– Alice!

Virando em direção a voz chamada, não encontrei a pequena amiga de Isabella, e sim a própria.

Quando seu olhar encontrou o meu, uma outra vibração e mais doses de adrenalina saltaram em direção a todos os átomos de meu corpo, e foi então que eu percebi o que sempre esteve em minha cara.

Independente de ser a minha Isabella ou não... Eu sempre pertencerei a alma que é abrigada no corpo da mulher a minha frente.


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