Pingos De Bella. escrita por Agridoce
Notas iniciais do capítulo
Muito muito muito obrigada por essa linda recomendação!!! É isso que me motiva a continuar. Muito obrigada. Beijos!
Comentem!!!
A cada passo meu o barulho do salto agulha reluzia pelo corredor lotado de pessoas vazias que me encaravam surpresas.
Nunca me senti tão formada.
Tão viva.
Tão eu.
O couro de minha roupa marcava cada centímetro, agora, desejada por meninos que jamais me notaram.
Todos se perguntavam: Deu a louca na Bella?
O mais frustante era que nem mesmo eu poderia responder.
A jaqueta apertou o lugar marcado por cicatrizes recentes feitas na noite passada enquanto eu erguia meu braço e alcançava meu armário.
- Ai meu Deus!
A voz conhecida de minha amiga me fez virar para trás e fechar a porta do armário cinza em uma só batida.
- O que aconteceu com você, Bells ?
- Gostou ? - Assovios de um grupo de jogadores americanos do time da escola foi ouvido quando girei cento e oitenta graus para Alice. - Você mesma disse que eu precisava redefinir meu estilo.
- Mas... Bells... Isso é... - Como uma criança que acabará de ganhar um novo brinquedo, ela deu alguns pulos despertando atenção : - Isso é tão... Incrível!
- Eu sei.
Logo, Jasper nos encontrou e enquanto eu os seguia em direção a classe de espanhol, por um momento... Um breve momento pensei em Edward.
E o porque de meu coração estar sangrando agora.
- Você vem, certo Bells ?
A voz do louro me despertou.
- Ah... Desculpe, eu estava com a cabeça longe.
- Como sempre nos últimos dias. - Ele sussurrou com um sorriso malicioso em seu rosto. - Você vai para a excursão de história ?
- Ér... Sim.
Logo os dois esqueceram de minha presença e consegui algum tempo para reunir meus pensamentos.
A maquiagem pesada demais para um dia claro, a roupa de couro e o salto agulha estavam me matando a cada segundo.
Ou talvez, apenas, a saudade que sentia de Edward.
Saber que ele preferia uma mulher morta a mim foi terrível para meu orgulho.
Ou para toda a minha vida.
Eu nem mesmo reclamei quando fui obrigada a praticar sexo oral em Charlie quando cheguei da casa dos Cullen's.
Eu simplesmente estava lá e não estava.
Meu corpo sim porém meu espírito não.
Eu me encontrava oca e sentia que a única chance de sair bem dessa terrível história seria dando um ponto final a minha rala existência.
- Eu... Eu já volto!
Antes dos múrmuros do casal, em pernadas longas, atravessei todo o campo escolar e rapidamente fui até o estacionamento.
Eu estava com o carro de Esme.
Dei partida e em menos de um minuto estava na rodovia em direção a minha casa.
Uma música melancólica sobre um amor não correspondido era o único som, além de minha respiração, no veículo azul.
O sol estava a todo vapor e alguns carros passavam por mim na paisagem amarela deserta.
Eu olhava para o nada e sentia tudo.
Tudo que eu insistia em omitir por essa roupa guerreava contra meu partido coração.
Eu sentia que a única saída era a morte.
E eu sabia a maneira mais fácil de consegui-la.
- Chega de cortes. - Eu sussurrava para o motor barulhento da lata velha. - Chega de sangue. Fácil. Rápido. E sem dor.
Eu tentava concentrar minha mente naquela falsa esperança que do outro lado algo melhor estava a minha espera, quando na verdade, o melhor para mim estava ao meu lado.
O meu Edward.
Que fora arrancado com tanta rapidez e não pude, ou talvez fui fraca demais, para conseguir lutar por ele.
O salpicar da salina fez meu rosto arder a medida que me aproximava do lugar mais importante para mim.
O lugar em que descobri o meu sentimento por Edward.
Desligando o motor, abri a porta barulhenta e respirei fundo.
Eu gostaria de aproveitar o máximo a sensação de ter ar em meus pulmões novamente.
Seria a última vez.
Meus instintos me guiaram até a cachoeira que ouvi no dia em que estive aqui.
Com alguns desafios pelo caminho, tombos em pedras e alguns árvores, consegui chegar ao destino desejado por mim.
A nascente da cachoeira.
O ar aqui era quase falível e meu corpo tentava esquentar-se naturalmente.
Meu instinto de sobrevivência falando mais alto.
Inclinei a cabeça até conseguir alcançar a vista, ou quase, do meu destino final.
Eu estava louca para sentir a sensação de liberdade e desespero.
Ambas provocavam uma adrenalina maravilhosa em meu corpo.
- É... A queda vai ser feia.
Uma voz aguda misturou-se entre o barulho que a natureza produzia.
Meu corpo virou-se todo em direção a voz.
Encontrei um menino, talvez com seus quinze anos, semi-nu, encostado em uma pedra.
- O que ?
- Você não parece ser tão velha para ouvir tão mal.
Seu tom zombador fez minha mente voltar até o momento em que conheci Emmett.
De uma maneira, meu corpo produziu um sentimento estranho.
Afeto.
Uma sensação de pureza tomou conta de mim e percebi que mesmo sem conhecer Emm tão bem... Eu iria sentir falta de suas futuras piadas.
- O que você está fazendo aqui ? - Meus braços cruzaram-se na altura de meus seios e permaneci séria.
- Eu pergunto a mesma coisa a você. - Caminhando como um felino até onde eu estava, meu corpo procurou por segurança, por Edward. - Eu a vi com um monstro outro dia aqui. - Seu rosto aproximou-se de meu pescoço, me preparando para o pior, apenas senti sua respiração pesada.
Ele estava me cheirando!
- Você não é como ele... Ainda bem.
- Por que ?
- Porque seria uma pena te matar. - Com um sorriso em seus lábios, apresentou-se como um perfeito cavalheiro: - Meu nome é Jacob, senhorita, mas me chame de Jake.
Eu nada respondi.
Não desejava falar com esse menino a qualquer mais segundo no final de minha vida.
Essa não era a lembrança que desejava compartilhar em meus pensamentos finais.
Desejava apenas a sensação de liberdade.
E desespero.
- O que você faz aqui ? Ainda mais... Sozinha ?
- Eu... Bem... Eu... Er...
Sua risada foi constante quando percebeu minha falha tentativa de mentir.
- Pode dizer a verdade.
- Eu desejava pular deste ponto.
- Quer se matar ?
Ele tinha um semblante sério agora.
- Eu...
- Ande, venha! - Esticando a enorme mão para mim, sussurrou : - Segure minha mão e levarei você de volta em segurança.
Andando para trás, arrisquei olhar para trás, e notei que estava a um palmo da queda.
Prendi a respiração.
- Não faça isso!
Fim.
Era isso que eu pensava enquanto abria meus braços, me tornando um gigante pássaro, e deixava meu corpo flutuar em direção a seu fim.
Minha alma estava livre quando senti o impacto da água.
Um pedaço lutava para ir até a superfície e obter a quantidade precisa de oxigênio, porém, a parte vencedora ordenava para deixar meu corpo cair na escuridão, pois lá, eu seria feliz.
E todos os meus sonhos tornariam-se reais.
Eu seria feliz com o meu amor.
Eu seria livre.
Isso até sentir duas fortes mãos apertando meus braços com força.
Antes de poder recuperar a consciência e agredir o causador do fim de minha perfeita fantasia, eu mergulhei em uma escuridão, e nessa escuridão, existia apenas duas coisas, as mais importantes para mim: Edward e o nosso amor.
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