Pingos De Bella. escrita por Agridoce
Notas iniciais do capítulo
Escutem: Blue Jeans-Lana Del Rey. Beijos!
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Eu não falava.
Não respirava.
E não sentia meu coração bombeando sangue.
Uma leve formigada em meus dedos nos pés fez a realidade vir a tona.
- Eu... Eu o que ?
Em uma longa pausa, Carlisle repetiu :
- Você é a reencarnação da primeira esposa de Edward, Isabella Meredith, uma importante rainha.
- Você estudou história, certo, Bella ? Ou foi para a escola, apenas, para comer ?
Emmett e suas pérolas idiotas.
Meu olhar ainda caia sobre Edward.
Ele não erguia e não procurou fazer qualquer movimento.
Ele era uma misera estátua.
- Isabella, esse é um assunto bastante delicado, por isso, eu peço que não coloque qualquer pressão em Edward.
Com minhas mãos na cintura, observei Carlisle.
Ele ainda continha um rosto amigável.
- Você está brincando comigo, seu loiro oxigenado ? -Consegui atrair o olhar de Edward, porém, minha atenção era toda para o homem que o criava. - Eu acabei de descobrir que tenho o espírito da ex de Edward e você... Loucos! Todos loucos!
Eu caminhava em direção a porta mas uma sombra se materializou a minha frente.
- Bella. - O olhar de Edward queimava sobre mim. E era verídico admitir o desespero em sua voz. - Deixe-me te explicar.
- Explique.
- Ah... De verdade ?
De repente, o salão já era um espaço vazio de nada.
Restavam apenas, eu, Edward e uma árvore com flores balbuciando energia.
- Bella, eu... Eu demorei anos, na realidade, séculos para superar a sua morte. Quer dizer, a morte dela... Ou...
- Não somos as mesmas pessoas!
Sua mão transmitiu toda a energia que era concentrada em seu corpo e misturou-se com o suor das minhas trêmulas.
- Eu sei, querida, eu sei.
Não queria deixar resplandecer, mas, ser comparada com uma mulher que Edward já teve uma história não foi muito bem aceita por meu coração.
Ah, por favor, gente!
É claro que ele está comigo por ela.
- Eu ainda lembro da primeira vez que a vi caminhar sobre o jardim de meu quinto castelo na antiga Inglaterra. - Seu olhar já não estava sobre mim e sim sobre a árvore.
Ela parecia brilhar.
Mais que vaga-lumes.
Um brilho diferente, e que talvez, trouxesse lembranças para Edward.
Boas para ele, péssimas para mim.
Sua voz era trêmula e seus olhos, completamente emocionados, quando continuou :
- Minha mãe, Renée, estava dando um de seus maravilhosos bailes, porém, eu me senti mal e fui para o jardim tomar um pouco de ar fresco... E foi ai que tudo aconteceu.
Eu escutava atentamente cada palavra que escapava dos lábios de Edward, porque, em qualquer mínima falha delas... Eu iria ir embora.
Para o mais longe!
- O vestido branco a dava um toque mais angelical que todo o seu ser.
Ele, aos meus ouvidos, era um poeta descrevendo o belo fazer de seu mais precioso poema.
E eu desejei, e invejei, cada palavra.
"Seu cabelo estava solto, e não preso, como da maioria. E morena. Oh sim... Os cabelos achocolatados igualmente como o olhar. A beleza mais pura e angelical de toda a minha existência. Não demorou muito para pedir sua mão, ela aceitou de imediato, e em menos de cinco meses... Os meses mais felizes de toda a minha vida, ela engravidou, para aumentar a alegria do reino.
Ela era amada por todos.
Ela possuía um encanto que fazia todos, até o mais bravo guerreiro, cair aos seus pés.
Mas sua saúde era frágil demais, e por tanto, na noite de seu parto... Ela... Ela..."
Saindo da pureza que a árvore trazia até nós dois, Edward deixou algumas ralas lágrimas flutuarem por seu rosto e desaparecer entre a abertura de sua camisa de botões.
Em um sussurro, ele descreveu o final trágico de sua história :
- Ela morreu.
Em algum lugar dentro de meu corpo, um lugar escondido e quase morto por minhas memórias, uma chama reluziu e senti meu corpo flutuar.
Eu era a Bella mas ao mesmo tempo não era.
Eu me sentia partida ao meio como uma deliciosa fatia de torta.
" Quando encontrei você, Bella, na cama de hospital... Eu tive certeza que minha vida iria mudar. "
As palavras de Edward me trouxeram para ele novamente e senti a conexão com a pequena fogueira dentro de mim ser desligada.
- Eu soube que você estava de volta. - Seus lábios procuraram os meus e os encontraram. - Eu soube que essa seria a nova chance para nosso amor, Fada.
- Do... Do que você me chamou ?
- Fada. - Seu polegar passeou por cada átomo de meu pescoço enquanto seu olhar ardia sobre o meu. - O modo que a chamava em outra vida.
- Você... Você... Não!
A realidade foi mais cruel do que qualquer bala perfurando meu peito.
Mais cruel ainda foi perceber que eu não significava nada para Edward, apenas, o suposto espírito reencarnado de sua esposa.
Eu era apenas uma hospedeira.
Um ser tão insignificante quanto uma formiga operária sem a rainha.
Meu corpo já estava longe de Edward antes de retomar a consciência.
- Eu não sou a sua Isabella Meredith!
Eu sentia meu corpo em chamas e que a qualquer segundo poderia explodir em um vulcão.
- Bella, fada, calma.
- Não me chame assim, Edward cullen!
Seus braços me prenderam e mesmo com toda a força usada por mim, não consegui fugir, apenas encará-lo com um olhar ardente.
- Por que ?
- Por que o que, Bella ?
Minha voz era chorosa e meus olhos já libertavam as lágrimas rebeldes.
- Por que está fazendo isso comigo, Edward ?
- Isso o que, Fada ?
Eu parecia uma criança birrenta, ou talvez, uma Rosalie.
- Não me chame assim! - Minha voz era suplicante e de longe, qualquer um, sentiria pena de uma garota rejeitada assim. - Você me ama ?
- Claro que te amo, Fada.
Isso foi arrasador para meu orgulho.
Meu ego estava abaixo de zero.
Reunindo forças da superfície, e rezando ao máximo para não precisar deixá-lo esta noite, fechei os olhos e expulsei cada palavra a ponta-pé :
- Você ME ama, Edward ? Eu... Isabella Marie Swan ?
Silêncio.
Eu apertava pálpebra contra pálpebra com força.
Era apenas o meu medo interior pondo suas asas de fora.
Sussurrando mais uma vez :
- Você me ama ?
- Bella... Eu...
Era humilhação demais para meu coração.
Eu desejei ser veloz como ele, um vampiro, e ir embora sem aguentar a humilhação do tempo.
"Vamos lá!"
"Só mais um pouco de força."
Era isso que sussurrava em minha mente quando murmurei palavras sem sentido para meu coração sangrento:
- Não me procure jamais!
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