Pingos De Bella. escrita por Agridoce


Capítulo 17
Capítulo 17 - Descoberta. Parte II.


Notas iniciais do capítulo

Escutem: Blue Jeans-Lana Del Rey. Beijos!
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Eu não falava.

Não respirava.

E não sentia meu coração bombeando sangue.

Uma leve formigada em meus dedos nos pés fez a realidade vir a tona.

- Eu... Eu o que ?

Em uma longa pausa, Carlisle repetiu :

- Você é a reencarnação da primeira esposa de Edward, Isabella Meredith, uma importante rainha.

- Você estudou história, certo, Bella ? Ou foi para a escola, apenas, para comer ? 

Emmett e suas pérolas idiotas.

Meu olhar ainda caia sobre Edward.

Ele não erguia e não procurou fazer qualquer movimento.

Ele era uma misera estátua.

- Isabella, esse é um assunto bastante delicado, por isso, eu peço que não coloque qualquer pressão em Edward.

Com minhas mãos na cintura, observei Carlisle.

Ele ainda continha um rosto amigável.

- Você está brincando comigo, seu loiro oxigenado ? -Consegui atrair o olhar de Edward, porém, minha atenção era toda para o homem que o criava. - Eu acabei de descobrir que tenho o espírito da ex de Edward e você... Loucos! Todos loucos!

Eu caminhava em direção a porta mas uma sombra se materializou a minha frente.

- Bella. - O olhar de Edward queimava sobre mim. E era verídico admitir o desespero em sua voz. - Deixe-me te explicar.

- Explique.

- Ah... De verdade ?

De repente, o salão já era um espaço vazio de nada.

Restavam apenas, eu, Edward e uma árvore com flores balbuciando energia.

- Bella, eu... Eu demorei anos, na realidade, séculos para superar a sua morte. Quer dizer, a morte dela... Ou...

- Não somos as mesmas pessoas!

Sua mão transmitiu toda a energia que era concentrada em seu corpo e misturou-se com o suor das minhas trêmulas.

- Eu sei, querida, eu sei. 

Não queria deixar resplandecer, mas, ser comparada com uma mulher que Edward já teve uma história não foi muito bem aceita por meu coração.

Ah, por favor, gente!

É claro que ele está comigo por ela.

- Eu ainda lembro da primeira vez que a vi caminhar sobre o jardim de meu quinto castelo na antiga Inglaterra. - Seu olhar já não estava sobre mim e sim sobre a árvore.

Ela parecia brilhar.

Mais que vaga-lumes.

Um brilho diferente, e que talvez, trouxesse lembranças para Edward.

Boas para ele, péssimas para mim.

Sua voz era trêmula e seus olhos, completamente emocionados, quando continuou :

- Minha mãe, Renée, estava dando um de seus maravilhosos bailes, porém, eu me senti mal e fui para o jardim tomar um pouco de ar fresco... E foi ai que tudo aconteceu.

Eu escutava atentamente cada palavra que escapava dos lábios de Edward, porque, em qualquer mínima falha delas... Eu iria ir embora.

Para o mais longe!

- O vestido branco a dava um toque mais angelical que todo o seu ser.

Ele, aos meus ouvidos, era um poeta descrevendo o belo fazer de seu mais precioso poema.

E eu desejei, e invejei, cada palavra.

    "Seu cabelo estava solto, e não preso, como da maioria. E morena. Oh sim... Os cabelos achocolatados igualmente como o olhar. A beleza mais pura e angelical de toda a minha existência. Não demorou muito para pedir sua mão, ela aceitou de imediato, e em menos de cinco meses... Os meses mais felizes de toda a minha vida, ela engravidou, para aumentar a alegria do reino. 

Ela era amada por todos. 

Ela possuía um encanto que fazia todos, até o mais bravo guerreiro, cair aos seus pés.

Mas sua saúde era frágil demais, e por tanto, na noite de seu parto... Ela... Ela..."

Saindo da pureza que a árvore trazia até nós dois, Edward deixou algumas ralas lágrimas flutuarem por seu rosto e desaparecer entre a abertura de sua camisa de botões.

Em um sussurro, ele descreveu o final trágico de sua história :

- Ela morreu.

Em algum lugar dentro de meu corpo, um lugar escondido e quase morto por minhas memórias, uma chama reluziu e senti meu corpo flutuar.

Eu era a Bella mas ao mesmo tempo não era.

Eu me sentia partida ao meio como uma deliciosa fatia de torta.

" Quando encontrei você, Bella, na cama de hospital... Eu tive certeza que minha vida iria mudar. "

As palavras de Edward me trouxeram para ele novamente e senti a conexão com a pequena fogueira dentro de mim ser desligada.

- Eu soube que você estava de volta. - Seus lábios procuraram os meus e os encontraram. - Eu soube que essa seria a nova chance para nosso amor, Fada.

- Do... Do que você me chamou ?

- Fada. - Seu polegar passeou por cada átomo de meu pescoço enquanto seu olhar ardia sobre o meu. - O modo que a chamava em outra vida.

- Você... Você... Não! 

A realidade foi mais cruel do que qualquer bala perfurando meu peito.

Mais cruel ainda foi perceber que eu não significava nada para Edward, apenas, o suposto espírito reencarnado de sua esposa.

Eu era apenas uma hospedeira.

Um ser tão insignificante quanto uma formiga operária sem a rainha.

Meu corpo já estava longe de Edward antes de retomar a consciência.

- Eu não sou a sua Isabella Meredith! 

Eu sentia meu corpo em chamas e que a qualquer segundo poderia explodir em um vulcão.

- Bella, fada, calma.

- Não me chame assim, Edward cullen!

Seus braços me prenderam e mesmo com toda a força usada por mim, não consegui fugir, apenas encará-lo com um olhar ardente.

- Por que ?

- Por que o que, Bella ?

Minha voz era chorosa e meus olhos já libertavam as lágrimas rebeldes.

- Por que está fazendo isso comigo, Edward ? 

- Isso o que, Fada ?

Eu parecia uma criança birrenta, ou talvez, uma Rosalie.

- Não me chame assim! - Minha voz era suplicante e de longe, qualquer um, sentiria pena de uma garota rejeitada assim. - Você me ama ?

- Claro que te amo, Fada.

Isso foi arrasador para meu orgulho.

Meu ego estava abaixo de zero.

Reunindo forças da superfície, e rezando ao máximo para não precisar deixá-lo esta noite, fechei os olhos e expulsei cada palavra a ponta-pé :

- Você ME ama, Edward ? Eu... Isabella Marie Swan ?

Silêncio.

Eu apertava pálpebra contra pálpebra com força.

Era apenas o meu medo interior pondo suas asas de fora.

Sussurrando mais uma vez :

- Você me ama ?

- Bella... Eu...

Era humilhação demais para meu coração.

Eu desejei ser veloz como ele, um vampiro, e ir embora sem aguentar a humilhação do tempo.

"Vamos lá!" 

"Só mais um pouco de força."

Era isso que sussurrava em minha mente quando murmurei palavras sem sentido para meu coração sangrento:

- Não me procure jamais!


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