Beautiful Bones escrita por loliveira


Capítulo 7
Escolha Final




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Eu perdi a batalha. O que significa: vamos fazer sobre Paris. Especialmente depois de ter contado para os dois que:

a)Meu pai é francês; b)Ele mora na França; c)Eu já fui para lá. d)Cinco vezes. 

Nós estávamos andando a caminho do prédio do suicídio, porque eles tinham ficado com pena de mim, aposto, e me convidaram para comer com eles lá em cima. Ao que parece, eles não tem muitos amigos também. Se bem que, tem mais que eu. Então, Ramona me puxou para o lado para perguntar:

"Você já pensou sobre Paris?" Eu engoli seco, nervosa sem querer realmente responder a pergunta. 

"Hmmm." Eu comecei. "Não."

"Ah, qual é, você sabe que Paris é linda."

"Sim."

"Você não adoraria ir? Pra lá?" Ela perguntou com um tom sonhador, e então Owen me olhou desconfiado. 

"Por que você está tão nervosa? Não confia em mim? Você já sabe pra onde a gente vai, não precisa ficar toda assustada." Ele disse, se referindo a primeira vez que me levou lá em cima, um pouco antes de Ramona jogar sorvete em Cathy. 

"Não... não é isso." Ele estreitou os olhos, curioso. 

"Então o que é?" E era a hora da verdade. Eu ia me sentir culpada por mentir sobre isso para eles, de qualquer forma, então eu resolvi contar.

"Meu pai é francês." Os dois, Ramona e Owen, suspiram de surpresa, como aquelas cenas de filme. 

"E VOCÊ NÃO CONTOU ANTES!" Ramona gritou.

"NÃO ACREDITO!" Owen acompanhou. Então eles pararam no meio do caminho. Minha sorte é que não tinha ninguém ao nosso redor. 

"Definitivamente, a gente vai fazer sobre Paris. Ele mora lá?"

"Sim." Eu me sentia mais desconfortável a cada palavra que eles diziam. Eu não quero fazer sobre Paris, mas a decição foi por votação, e é claro que Ramona e Owen votaram contra mim. Então eu tenho que aprender a gostar da ideia agora. De qualquer forma, eles continuaram:

"SUA ESPERTINHA! Como você não disse isso pra gente? Eu tenho que falar com seu pai." Ramona disse. 

"Você já foi pra lá?" E então eu decidi que ali seria minha sentença de morte.

"Já." Dessa vez, então, Ramona soltou um grito e deu um pulinho. Owen e eu levamos um susto. Ela começou a chacoalhar meus ombros. 

"Isso. Vai. Ser. Perfeito." Ela parou e nós continuamos a andar. Dava até para ver a animação dela, como uma aura amarela muito, muito forte. "Você vai se tornar nossa escrava. Ou talvez você vai ser a "chefe" do projeto, sabe? Tem que parecer Paris. Temos que ganhar essa porcaria. Apostei com a Lily-Megera vinte dólares que a gente ganharia." Owen riu. 

"Então é por ISSO que você está tão animada."

"Bem, isso ajuda. Mas eu quero fazer. Lembra o baile do ano passado? Foi péssimo. Não sei porque a gente foi." O baile que eles estavam falando, para mim tinha sido legal. Mas talvez seja porque foi o meu primeiro, em todo o ensino médio, então é meio óbvio que eu achei a coisa mais legal do mundo. Owen e Ramona estão no último ano, então eles já estavam acostumados com os bailes da escola. "Eu não gostei. Achei uma droga. Então vou tentar melhorar esse ano. Até porque vai ser um dos nossos últimos." Ela continuou. 

Agora, pensando nessa conversa, eu sei que eu julguei Ramona muito mal nas primeiras vezes que eu a vi. Era tão fácil julgar ela pelas roupas pesadas, o cabelo esquisito e as ações reflexo dela que eu não tinha nem ao menos percebido  que ela se preocupava com essas coisas. O que eu quero dizer é que uma pessoa que usa roupas pretas, joga latas de lixos em cima da mesa de líderes de torcida e insulta garotas que ela mal conversa, geralmente não parece a mesma pessoa que vai se preocupar até demais em fazer um baile perfeito. Simplesmente não combina com o tipo de gente que ela PARECE ser. Mas aí é que está. Nós nunca somos o que parecemos ser. Nós podemos ser melhores do que as pessoas acham que somos, ou piores. As pessoas só tem que acostumar a pensar assim. Mas é mais fácil fazer suposições vendo apenas o que elas são por fora do que por dentro. 

Eu sei disso AGORA, porque agora RAMONA está nos levando até a universidade local, pra pegarmos material pra montar nosso projeto. Acabamos de sair da aula de artes. E eu estou exausta. E pensando em tudo que eu tenho que fazer quando eu chegar em casa. Tipo ligar pra fotógrafos, florista, uma banda, etc. 

Essas coisas estão confundindo um pouco minha cabeça, por isso eu tenho A Lista. 

A Lista é uma maneira que eu tenho que organizar todo o caos que envolve um casamento. Por exemplo: tenho que falar com o fotógrafo, ligar para as damas de honra, ver meu vestido (já que eu sou a única madrinha que ela vai ter), confirmar os convidados, ligar pra banda, ouvir as bandas, cuidar do orçamento, escolher um buquê, ver as cores, luzes, discursos, maquiagem, cabelo, jóias...

-Willow. Acorda. -Ramona me dá um tapa de leve no ombro, me fazendo piscar uma, depois duas vezes de surpresa. Eu olho pro lado e Owen já abriu a porta para mim, e eles só estão me esperando pra sair. Eu saio, fechando a porta do carro atrás de mim e encaro a universidade. Parece intimidante e assustadora, como se fosse um monstro prestes a nos engolir. É grande, e eu sei que lá dentro do complexo, deve ser maior ainda. Nunca vim aqui antes. Mas a julgar pela rapidez e facilidade que Owen e Ramona se direcionam até o balcão de informações, eles já estão familiarizados com o lugar. Eu sento em uma das cadeiras estofadas dali e Owen senta do meu lado. 

-Estou tentando uma vaga aqui, pro ano que vem. -Ele diz, depois que percebe que eu não vou falar nada. 

-Vai fazer o quê? 

-História da Arte. Acho. Talvez algo relacionado a Artes mesmo, ainda não sei. -Ele parece meio desconfortável. 

-Você não parece a vontade com essa ideia. -Ele sorri um pouco, mas ainda vejo algo errado nos olhos dele. 

-O negócio é o seguinte: meus pais me apoiam. Eles sabem que eu tenho talento. Eu vou vir por eles. Só que eu não acho que pra FAZER artes, você tenha que ESTUDAR artes. É algo que vem do coração, não da cabeça. -Ele me olha, meio que perguntando com os olhos se ele falou besteira. 

-Não se preocupe, fez sentido. -Não é mentira, eu entendo o que ele quer dizer. Ramona aparece na nossa frente. Com três crachás e um garoto do lado. A gente encara ele. Ele dá um sorriso enorme e dá um High-Five em cada um de nós. 

-Oi. Eu sou o Chick. 

-Owen. 

-Willow. -Nós respondemos, levantando. 

-Muito prazer, Owen e Willow. -E por algum motivo, eu coro. Olho pra baixo, ouvindo ele continuar a falar. -Vou ser o guia de vocês. A garota aqui disse que vocês precisam dos materiais do setor de artes. Ou seja, meu setor, então, vamos lá, jovens. -Ele diz, num tom brincalhão. Nós seguimos ele pelos corredores, silenciosos por ser tarde já, mas com pessoas andando com livros e apostilas enormes. Nenhuma parece prestar atenção na gente, e nós continuamos seguindo, fazendo algumas curvas e subindo algumas escadas também. Esse lugar é grande mesmo. Me pergunto como Owen algum dia vai decorar as suas salas, já que aparentemente ele vai ter aulas no setor de artes. Parece há uma vida de distância. 

Quando nós finalmente chegamos, ele abre uma sala para nós, cheia de materiais e enorme. 

-Bem, aqui vocês devem achar alguma coisa. -Ele entra na sala, com a gente, enquanto nós saímos pra procurar materiais como quadros, cartolinas e tecidos legais. Tudo isso é preciso. -Meu irmão vem me pegar daqui a uma hora, mais ou menos. Até lá, vocês podem aproveitar essa sala. 

A primeira coisa que eu pego é uma folha gigante, porque eu estou com uma vontade desesperadora de desenhar o Point Zéro. Eu vejo que Owen pegou cavaletes e tinta, e Ramona pegou luzes de LED e tecidos. Nosso guia, Chick, está no outro lado da sala, com uma guitarra. O que é meio esquisito, já que estamos na sala de artes. Ou pelo menos era, até eu ver outros instrumentos, e perceber que também trabalham com música aqui dentro. Ele parece um cara legal. 

Eu volto ao meu trabalho, então lentamente, nós começamos a construir a nossa própria Paris. 


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Notas finais do capítulo

um recado pra quem leu NT: CHICK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um spoiler pra quem leu NT: JAZZ E MORGAN E THOMAS E LACEY E PEACH E TODO MUNDO mentira skdjhfsk só jazz e morgan
bye bye skjdhfksjhfksjhfksjhfksjfhskjdhf