Beautiful Bones escrita por loliveira


Capítulo 15
Lentamente


Notas iniciais do capítulo

oieeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
espero que vcs gostemmm e nesse TEM NIGHT TROOPERS YAY
mas se vc não leu night troopers não faz diferença, porque não muda o contexto de nada etc. então não se preocupe fksdjhfskdhfs byeeeeeeeeeeeeeee



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O que aconteceu foi que nós fomos presas. O ex-namorado de Ramona - Seth - ligou para a polícia e eles vieram para nos prender. Por vandalismo, depredação e outros nomes que eu não consegui decorar. Fico pensando o que minha mãe vai pensar, e chego a conclusão de que essa depressão em que ela se encontra até é útil, porque aí ela não vai ficar completamente uma fera comigo por causa disso. Quer dizer... a gente só jogou ovos no carro dele, quão agressivo é isso? Então, estou esperando que ela não dê a mínima. Nós estamos na delegacia, atrás das grades, esperando por Owen. É claro que eu não ia pedir para minha mãe tirar a gente daqui. Isso sim seria suicídio. E duvido muito que Ramona queira falar sobre isso com a mãe dela. Então, como Owen tem dezoito anos, pode nos tirar daqui, já que já é considerado adulto. 

Ramona está chorando no meu ombro, irritante. Até o policial fica olhando de três em três segundos, aposto que se perguntando quando é que ela vai calar a boca. Ela está miserável. Ela diz que está se sentindo humilhada porque o policial prendeu ela bem na frente da casa de Seth. Para falar a verdade, ela DEVERIA se sentir humilhada, porque aquilo foi loucura. Mas não estou tão bem, também. Eu estava lá, assim como ela. Eu nunca tive um coração partido (só com relação a Cathy, mas eu estou falando sobre garotos), então não sei muito bem o que dizer pra ela. Na maior parte do tempo, quando eu tento consolá-la, ela só chora mais forte enquanto eu me sinto mais culpada. Eu também não posso entender pelo que ela está passando. Isso é novo para mim. 

De repente, Owen abre a porta da delegacia... seguido por Chick,  garoto da universidade de Artes. Eu e Ramona ficamos em pé, ela seca as lágrimas e nós esperamos enquanto os dois conversam com o policial. Depois de um tempo, o policial vem e nos libera, fazendo uma careta. Acho que ele não gosta da gente. Mas também, Ramona não deveria ter perguntado se ele cabia no banco de trás da viatura, com toda aquela gordura, então pelo menos ele tem um motivo plausível para não gostar. Quando eu olho pela janela, vejo a escuridão e cogito que devem ser umas nove horas da noite. É de se surpreender que a minha mãe ainda não tenha ligado. 

-Não estão drogadas?

-Não. -Eu e ela respondemos em uníssono. 

-Bêbadas? 

-Não, senhor. 

-Mentalmente instáveis? -Ouvindo isso, Ramona bufa, mas eu respondo, já que não quero ser presa de novo. 

-Não, senhor. 

-Não farei queixa, porque o garoto da casa, disse que não queria. Mas estou de olho, moças. 

-Sim, senhor. -Ele só grunhi e nós andamos até os garotos, parados na porta.

-Então... -Owen diz. -Ovos, eh? -E então ele explode em uma gargalhada, e Chick olha confuso. Eu devolvo o olhar, ignorando a risada alta de Owen. 

-Hm... O que você está fazendo aqui? 

-Quando você ligou, ele estava na universidade. Pegando materiais. Eu me ofereci para dar uma carona, já que ele tinha ido a pé. 

-Você andou tudo aquilo? -Ramona pergunta, chocada e com a voz rouca por causa do choro. Owen aos poucos para de rir, e se recompõe. 

-Está meio frio, eu queria me esquentar, e não tinha nada pra fazer, então eu fui pra lá. Temos que terminar nossas pinturas. -Ele olha para mim e eu faço que sim com a cabeça. Nós saímos da delegacia, e eles mostram o caminho até o carro de Chick. O que me lembra uma coisa. 

-Espera, Ramona, e o seu carro?

-Apreenderam. Segunda feira temos que ir pegar. -Owen explica, olhando reprovador para a irmã, enquanto a gente entra no carro. Ela percebe o olhar e dá de ombros. 

-Ele mereceu. 

-Não vou falar nada. -Ele diz, evitando briga, mas eu sei que ele está prendendo o riso. O celular de Chick toca, e antes de ligar o carro, ele atende. 

-E aí? -Ele escuta por um momento. -O.K. -Ele olha para nós. -Vou levar um pessoal. Beleza. Deixa de ser babaca, mano. -Ele ri depois disso e desliga, olhando para nós, animado. -Minha banda vai tocar no galpão do Joe de novo. Querem ir? 

-Você tem uma banda? -Ramona pergunta, curiosa. 

-Legal! -Owen diz, quase tão animado quanto Chick. Eu encolho os ombros, desconfortável. Eu já fui no galpão do Joe, uma vez, com Cathy. É um lugar cheio de bêbados, drogados e músicos, e muita, muita gente. É meio assustador. 

-Acho que vou pra casa. -Eu digo, hesitante. Porque Owen e Ramona demonstram a reação que eu temia. Os dois suspiram surpresos, e gritam "Não!" juntos. Eu não sei o que eu vou fazer pra fazer com que eles entendam que meu lugar não é no meio de pessoas, com barulho e caos. Eu prefiro ficar em casa. Onde não tem bêbados, cheio de maconha nem música alta. Só calma e aquela familiar solidão. Mas eu não vou estar sozinha, já que minha mãe está em casa. -Eu não estou com vontade de ir...

-Mas você vai. Você precisa sair um pouco. 

-Não preciso não. -Eu digo, meio ofendida. 

-Qual é... Como é seu nome mesmo? -Chick pergunta. 

-Willow. 

-Qual é, Willow! Vai ser divertido, você vai amar! Posso arranjar um espaço pra vocês, sem nenhum engraçadinho. -Ele diz, tentando me convencer. Eu estou apavorada. Eu não quero ir. Eu vou querer ir embora no primeiro segundo, mas sem nem pensar eu digo:

-O.K. 

-Isso aí! -Chick diz, agora ligando o carro. -Animação! -E então eu faço uma careta. Isso vai ser horrível. Eu quero ir pra casa. 

-Não se preocupe. -Owen comenta. -Vai ser legal, você só tem que dar uma chance. -Eu só dou um sorrisinho falso mínimo, porque o nó no meu estômago me impede de falar. Ele ri da minha cara, e depois vira para frente, olhando a estrada enquanto Chick dirige. Lembro que tenho que avisar minha mãe. Ela nem deve ligar muito para onde eu estou, mas o instinto de filha educada me manda avisar. 

-Alguém me empresta o celular? O meu acabou a bateria. -Eu concluo, tentando ligar meu celular, inutilmente. Ramona joga o celular dela no meu colo, e eu disco o número de casa. Depois de alguns segundos, a voz da minha mãe ecoa. 

-Quem é?

-Eu, mãe. 

-Ah, oi, Willow. -Ela PARECE um zumbi. 

-Hm, vou sair com Owen e Ramona, tudo bem? 

-Ah, claro, claro. 

-Você está bem?

-Claro. -Mentirosa. Mas resolvo ignorar. 

-Tudo bem então, tenho que desligar. 

-Até mais. -E então ela desliga na minha cara. É esquisito. Minha mãe NUNCA sofreu por um homem do jeito que ela está sofrendo por Will. O que me faz acreditar que poderia ser diferente se eles ainda estivessem juntos. Acho que eles iam mesmo casar, e isso me entristece. Porque eu gosto de Will. Pela primeira vez, eu gosto de um possível-marido da minha mãe. 

Eu devolvo o celular para Ramona, e nós ficamos em silêncio por uns cinco minutos, até chegar no galpão do Joe. Nessa hora, meu nervosismo atinge seu ápice e parece que eu vou vomitar. Ou sair correndo. Eu só não quero estar aqui, no meio dessa multidão que tem na frente do galpão. Chick sai do carro e nos guia pela emaranhado de gente até lá dentro. Está quente, e com cheio de cerveja e acho que faço uma careta tão evidente que Owen aparece do meu lado para dizer:

-Sair de vez em quando, não é tão ruim quanto parece. -Ele não diz para provocar. Ele está sério e eu vejo que ele realmente quis dizer isso. 

-Eu sei. Mas esse lugar me dá medo. 

-Por que? -Encolho os ombros, sem saber o que responder.

-Não é medo. É mais... uma sensação de não pertencer aqui. Quero sair correndo. 

-Esse é o problema com você. Você não dá uma chance para as coisas acontecerem e sai correndo quando as coisas assustadoras aparecem. 

-Eu SEI que eu sou medrosa, não preciso que ninguém me diga isso. -Eu falo, meio magoada. Ouvir isso de Owen é mais doloroso que ouvir de mim mesma. 

-Não estou dizendo que você É medrosa. Você só tem um problema, que é ter medo. São coisas diferentes. -Ele diz, perto do meu ouvido, já que o barulho das pessoas dificulta ouvir alguma coisa. Paramos de andar quando chegamos em uma sala, do lado do galpão aberto. As coisas são um pouco mais silenciosas, e eu me permito respirar normalmente outra vez. Ramona e Owen param do meu lado e Chick apresenta a gente para as outras pessoas na sala. 

-Pessoal, esses são Ramona, Owen e Willow. -Nós acenamos. Ramona encosta em uma parede e Owen bota as mãos nos bolsos da calça. -Ramona, Owen e Willow, esse é o pessoal. Peach. -Então uma garota parecida com Ramona acena, e depois volta a trabalhar nas cordas de uma guitarra. -Thomas e Lacey. -Um casal acena. -E esse é meu irmão, Morgan, e essa é a Jazz. -Eu suponho que eles também sejam um casal, porque a garota está sentada no colo dele, com a cabeça apoiada em seu ombro e de mãos dadas. 

-E aí. -Eles dizem. 

-Vocês são todos da banda? -Owen pergunta. 

-Não. Só eu, Chick, Peach e Thomas. -O irmão de Chick responde. 

-É. E nós somos as groupies deles. -Lacey diz, e  eles riem. 

-Hora do show, galera. -Chick anuncia. O garoto que eu esqueci o nome dá um beijo em Lacey, e então segue para fora, sentado em um banquinho, na frente da bateria. Peach vai depois. -Se vocês quiserem, podem ficar por aqui. É mais seguro. Mas não se preocupem, tem policiais por aqui, cuidando de tudo. 

-Pode deixar. -Ramona diz, saindo da sala e indo para a multidão. O irmão de Chick, Morgan, beija a garota, e eles se levantam do sofá, indo para fora conosco. 

-Você vai cantar minha música hoje? -Ele ri. 

-Quem sabe. -Eu fico encarando os dois por alguns segundos. Eles parecem tão felizes. Me pergunto o que Ramona pensa quando olha eles juntos. Se amando. Espero que ela não fique pior do que ela já está, mas estou feliz por eles. Ele dá mais um beijo nela, antes de ir para o lugar da banda e a garota, Jazz, vir para o nosso lado. Ela nos olha e sorri. 

-Vocês formam um belo casal. -E então eu fico vermelha. Ou roxa. Ou amarela de vergonha. 

-Nós não somos um casal. -Eu respondo, SUPER envergonhada. Ela só olha para Owen, depois para mim e faz que sim com a cabeça. 

-Foi mal. Mas vocês realmente ficam bem juntos. -Owen ri. 

-Obrigada. -Mas o som sai abafado, porque a banda começa a tocar. E eu sinto aquela inquietação outra vez. Eu olho para o lado, todos pulando e gritando (Até Jazz), e me pergunto: o que é que tem de errado comigo? Porque é que eu não posso aproveitar como mundo? Eu só fico parada no meu lugar. Cada vez ficando mais triste. A banda é boa, não posso negar. Mas... algo me impede de gostar de ficar aqui, com todas essas pessoas. É desconfortável. Vejo Owen falando alguma coisa para Jazz, e ela indo até a banda. Ela fala alguma coisa para Morgan, que assente e depois fala com Chick, assim que uma das músicas acabam. 

-Bem, vamos tocar uma música lenta agora, para descontrair um pouco. -Para minha surpresa, todo mundo assobia, e bate palmas, enquanto Morgan pega uma cadeira, senta na frente de um dos microfones e pega um violão. Ele olha para Jazz. 

-Essa música se chama "Mine". -Eu me acalmo, já que o pessoal começa a diminuir o ritmo e se acalmar também. Sem gritaria, barulho ou gente pulando. É um alívio. Até alguém me puxar. Quando eu olho para cima, eu vejo que foi Owen quem me puxou.  Ele bota um braço ao redor da minha cintura e pega minha mão. Eu tento me afastar, mas ele me puxa. 

-O que é que você está fazendo? 

-Dançando com você. -Ele dá um passo pequeno para o lado e me obriga a acompanhar. 

-Eu não sei dançar. -Olho para o lado, e vejo algumas pessoas na mesma posição que nós. 

-Então, você vai aprender. Negativo vezes negativo igual a positivo. Lembra? -Eu olho para nossos pés, enquanto ele faz passos quase coordenados. E é na hora que eu levanto o olhar, que eu piso no pé dele. Eu empalideço de susto. Eu sou uma pata. 

-Me. Desculpe!

-Não se preocupe. -Ele diz, a voz contida mostrando que ele está tentando não sentir dor. Eu o olho com remorso. 

-Foi mal! -Ele me puxa para os braços dele outra vez, quando eu tento me soltar. 

-Não se preocupe. Você vale a dor. -Eu fico alguns segundos em choque. Ninguém... nunca disse isso para mim. Eu coro. 

-Sério? 

-Porque você duvida? -Ele pergunta, meio impaciente. 

E então, eu abraço ele. Por livre e espontânea vontade.


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Notas finais do capítulo

O QUE ACHARAM