Beautiful Bones escrita por loliveira


Capítulo 14
Descontando a Raiva


Notas iniciais do capítulo

DAPHNE vc quer me matar do coração com a recomendação!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! sua linda ♥ ♥ ♥



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"Willow!" E as coisas voltam ao normal, novamente. 

"Não falo com você há um tempo, filha. Como você está? E diga para sua mãe que eu sinto muitíssimo pelo cancelamento do casamento. Eu e Sophie estamos arrasados com o que aconteceu, e esperamos que ela fique bem logo. E quanto a você? Soube do seu discurso do comitê! Como foi? As pessoas choraram? Se emocionaram? Deve ter se emocionado, já que você conseguiu ganhar aquela sua competição de Artes! Estou muito orgulhoso de você. 

Me ligue caso algo novo aconteça e me mande fotos dos progressos para o baile. Sophie quer mandar vestidos pra você! Prefiro não comentar, já que não quero entrar no assunto de garotas. Ela quer que você ligue para ela, aliás. Para falar sobre coisas que aparentemente pais não podem falar com os filhos. Ela é quem manda aqui em casa, e eu só sirvo para trocar as fraldas de Benoît. Mas tudo bem, ela quer o seu bem também. 

Ligue para nós, rápido!!!!

Com amor, papai. 

Geoffrey Durieux, Producteur Exécutif CW."

Eu termino de ler e paro um pouco para avaliar o progresso que eu tenho tido, nos meus últimos e-mails. Como eu posso perceber, acho que melhorei com relação a estar-miserável-por-causa-da-Cathy já que meu pai não me manda mais dois pontos de exclamação no começo do e-mail. Ou talvez os dedos dele estejam com preguiça. De qualquer forma, é reconfortante ter alguma coisa voltando ao normal. Ele nem comentou sobre Cathy! O que é duplamente bom. E sobre aquela coisa toda de não ser beijada também. Sem piadinhas. Um grande progresso. Eu acho que estou indo muito bem. 

Eu amo meu pai, de verdade. Não porque eu sou obrigada a gostar dele, já que ele é meu pai. Mas porque ele é um bom amigo. Se não fosse por Owen, acho que meu pai seria o único amigo que eu já tive na minha vida. Isso é esquisito de admitir, por causa da minha idade. Com dezesseis anos, a   maioria acha que os pais são os piores inimigos. Acontece que eu gosto dos meus pais. E eu não tenho muitos amigos. Mas prefiro desse jeito do que ser como a Lily. É só você ver as atualizações dos perfis das redes sociais dela, que você vê que ela tem milhares de "amigos". Mas aposto que nenhum estaria com ela caso a situação apertasse. Nem mesmo a Cathy. 

Meu pai é um bom amigo porque eu sei que ele SEMPRE vai estar lá para mim, não importa o que aconteça. Não importa quantas vezes eu pise na bola, porque ele sempre vai me amar, do mesmo jeito. Minha mãe também. Embora agora ela pareça um zumbi vinte e quatro horas por causa do Will, eu sei que eu sempre posso contar com ela, pro que eu preciso. Mesmo ela sendo irresponsável, um pouco mal educada e meio preguiçosa também. Eu só estou agradecida porque mesmo que todos os outros aspectos da minha vida estão desmoronando, eu sempre vou saber que meus pais vão estar la para mim. E isso é gratificante. 

"Pai." Eu começo, como eu sempre fiz. Mas um barulho me faz perder a atenção e me virar pra porta. É minha mãe, com o cabelo desgrenhado, nariz vermelho e olhos de múmia. 

-Sua amiga está batendo na porta. -Ela diz, a voz sem emoção. 

-Porque você não atendeu ela? -Eu questiono, confusa e analisando minha mãe... Eu preciso desesperadamente falar com Will. 

-Olha o meu estado, Willow. -Ela diz, explicando e eu não posso deixar de concordar. -Vou pro meu quarto. Qualquer coisa... não me chame. -Me pergunto se ela alguma vez passou da fase da adolescência. Acho que não. Mesmo assim, eu deixo ela entrar no seu quarto e vou até a porta, para abrir para Ramona. Quando sua imagem entra no meu campo de visão, eu paraliso. Ela está... chorando. Eu nunca vi Ramona chorar, nem ao menos mostrar um sinal de fraqueza. Assim que eu abro a porta, ela se joga no meu pescoço soluçando. 

-O que aconteceu com você? -Eu puxo ela para dentro, enquanto ela senta no sofá, parecendo minha mãe, alguns dias atrás. Dessa vez, ela está sozinha. E tenho que admitir que é meio esquisito vê-la sem Owen do lado. Ela deita no sofá, sem convite. 

-Ele é um babaca. -Apenas a encaro, com o olhar vazio e confuso. De quem ela está falando? Estou em pé na frente dela, e ela ergue a cabeça para responder ao meu olhar confuso. -Meu namorado. -E então ela começa a chorar mais ainda. -Meu ex namorado. 

Pausa. Eu não sabia que ela tinha um namorado, então estou realmente surpresa. Mas não devia ter ignorado os fatos... ela estava feliz demais para não ter nada relacionado a garotos no meio disso. Eu sento no canto do sofá. Depois de me recuperar do choque, eu falo.

-Eu... não sabia que você tinha um. Mas... uh... o que aconteceu? -Ela soluça enquanto tenta recuperar o ar para falar. O delineador preto escorre pelos olhos dela, conforme as lágrimas vão saindo, deixando Ramona com um expressão meio assustadora. Tipo... bem assustadora. 

-Naquele dia do hospital, Seth me ligou para dizer que queria me encontrar...

-...Por isso você estava toda feliz. -Eu concluo, mais para mim do que para ela. 

-Você NÃO está ajudando! -Ela retoma o choro. -De qualquer forma, não importa agora, porque ele terminou comigo. Aquele BABACA. 

-Ah, não se preocupe, você vai achar alguém que te mereça. Alguém que... não termine com você? -Ela me olha, com cara de poucos amigos e por um segundo penso que ela vai me dar um tapa, mas ela para de chorar e encosta a cabeça no apoio do sofá. 

-Eu gostava dele. Realmente gostava dele. Eu achei que ele gostasse de mim também. -Ela chora, mas não tão escandalosamente como antes. 

-Talvez não deu certo porque vocês não se amavam. Não era pra ser. 

-Você tem ideia do quanto é chato ouvir isso? Foi por isso que eu vim para cá, Owen disse a mesma coisa. 

-Mas é a mais pura verdade. Vai doer agora, mas daqui a pouco você supera. 

-Meu coração está doendo. -Ela grunhi irritada, escondendo o rosto nas mãos. -Eu não consigo respirar. -Ela suspira, alarmada. Então eu tiro as mãos dela do rosto. 

-Talvez seja porque suas mãos estão trancando a passagem do ar? Francamente, está querendo se matar?  -Ela arregala os olhos. 

-Boa ideia. -Então uma onda de pânico corre sobre mim, enquanto eu empalideço.

-NÃO! Ramona! -Ela seca algumas lágrimas e fala com a voz rouca e contida. 

-Eu só quero que essa dor vá embora. Urgh. Eu só quero ela fora daqui. -Ela pega uma almofada e tenta se asfixiar, mas eu puxo ela para cima, respirando fundo eu finjo meu melhor olhar corajoso e começo a falar.

-Escuta aqui, mocinha. Você é melhor que isso. Você supera, porque você é forte. Agora, você vai se recompor porque damas não agem dessa maneira. 

-Não estou afim do papo de mulher agora, Willow. 

-Ah mas você vai ouvir. -Eu levanto, tentando controlar a inquietação que me atinge e eu falo, usando a voz que eu uso para trazer razão à minha mãe,  às vezes. -Você vai levantar, limpar esses seus olhos, vai voltar com a postura de garota má e vai mostrar pra todo mundo que está muito melhor sem ele. Mesmo que seja mentira, uma hora se torna verdade. Você não pode ficar sentada aqui se lamentando por causa disso. Ele tem que ficar pra história. -Eu acrescento, e ela levanta, subitamente. 

-Você tem razão, eu não posso ficar sentada aqui me lamentando. -Ramona diz, enigmática. O que ela está tramando? 

-No que você está pensando? -Eu pergunto, hesitante. 

-Você tem ovos? 

-Hm... Obviamente? -Eu digo, e ela vai para a cozinha, abre a geladeira e pega a caixa de ovos. -Você está com fome? -Digo, incrédula. Nunca se sabe com Ramona. 

-É claro que não. Vem comigo. -Ela me arrasta pra fora de casa antes mesmo que eu consiga avisar minha mãe. Entro no carro, meio assustada enquanto ela acelera pelas ruas. 

-Ramona. Cuidado. A gente pode bater. 

-A gente não vai bater, confie em mim. -Mas ela acelera e acelera, e vira como uma louca. Acho que isso faz parte de algum plano suicida dela, porque coisa melhor não pode ser. Finalmente, algumas ruas depois ela para. Numa rua quieta, com casas bonitas. Ela não sai do carro, só abre o teto traseiro do carro e bota o corpo para fora. Eu só encaro, confusa. 

-O que você vai fazer? -Ela me entrega um ovo. 

-Vem aqui, isso vai ser divertido. 

-Do que você está falando? 

-Disso. -E para minha eterna surpresa, ela joga um dos ovos em um carro estacionado, na frente de uma das casas bonitas. Eu suspiro de surpresa.

-RAMONA! 

-ISSO FOI SER UM BABACA.

-DESCE JÁ DAÍ! -Eu grito, desesperada. Uma cortina se abre na casa, mas não dá pra ver muito bem. -Você está louca. -Ela joga mais um. 

-ISSO FOI POR BEIJAR PIOR QUE O MEU EX-EX-NAMORADO! -Ela grita mais alto. Então ela desce, para o meu alívio, mas apenas para me entregar um ovo. 

-Não. 

-Sim. Vamos lá. -Então, eu não sei o porquê, mas eu levanto e jogo o ovo com toda minha força, e ele atinge o carro. 

-ISSO FOI POR BORRAR O DELINEADOR DELA!

-E ISSO FOI POR ME OLHAR COMO SE EU FOSSE GORDA NO MCDONALD'S. -Ela joga mais um. Eu começo a rir e ela também. Mas não por muito tempo. Só até a polícia aparecer.


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Notas finais do capítulo

genteeeeeeeeeeeeeeeeeee, acho que vou ficar três dias sem postar por causa da praia, então só tô avisando pra vocês não acharem que eu desisti sei lá né ksjfhskfjh
avisinho: PRÓXIMO CAP TEM JAZZ E MORGAN E CHICK E NIGHT TROOPERS WOHOOOOOOOOOOOOOOOO bye