My Dream escrita por amanda c


Capítulo 3
Tivemos um pequeno incidente


Notas iniciais do capítulo

"As mulheres mais bonitas são sempre as mais solitárias." - Two And A Half Man
Esse capitulo foi feito pela Giovana, mas eu o arrumei...



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– Senhorita Parker, não é? - disse o professor, numa voz extremamente grossa. Eu poderia até considerá-lo um professor lindo se eu não estivesse na Inglaterra. – Sou o Sr. Jones, professor de História. Espero que possamos nos dar bem.

– Pois é, eu também. - disse dando um sorriso amarelo. Recostei-me na parede e apenas fiquei assistindo aula, quer dizer, fiquei olhando pra cara do professor, mas pensando em mil coisas nada a ver.

– Entenderam? - perguntou ele e todos assentiram. - Ótimo quero um resumo dessa aula pra próxima aula.

Perfeito! Extremamente perfeito. Eu vou-me foder na primeira semana de aula! Não tem como minha vida ficar melhor. O resto das aulas passou normal e eu me esforcei para prestar atenção, mas toda vez que eu lembrava que eu não poderia ir pra casa de Jesy depois da aula, pois ela estava do outro lado domundo.O sinal do último tempo tocou, avisando que estávamos livres por ora.

– O que está achando da escola, novata? - perguntou Harry, o coordenador chefe do corredor. Sinceramente, acho coordenador chefe de corredor uma coisa tão brega. Pra que ter isso? Fala sério...

– Eu preferia minha outra escola. - resmunguei e ele riu. Ele parecia se divertir com a desgraça alheia. Idiota.

– É a Califórnia parece ser bem melhor que a Inglaterra. - disse ele e eu encarei-o. Como ele sabia que eu era da Califórnia? Eu não tinha dito nada à ele. Eu estava me sentindo espionada. O que mais ele sabia?

– É lá não tinha um coordenador chefe do corredor irritante. - eu disse e sai de lá o mais rápido possível. Quando cheguei a conclusão que estava a uma distância aceitável dele, pude diminuir o passo a um caminhar calmo.

Minha casa ficava a uns quinze ou vinte minutos da escola. Isso não é muita coisa, mas quando se está tentando evitar alguém, parece uma eternidade. E como eu estava preocupada demais olhando para trás, acabei esquecendo que também tem chão na minha frente. Resumindo: eu cai de cara no chão.

– Sempre tropeça no ar? - perguntou uma voz fina que parecia se divertir. Levantei a cabeça, prestes a xingar a pessoa e amaldiçoá-la quando vi que era Lewis Tompson, meu vizinho.

– Ah, é você. - eu disse, levantando e limpando a sujeira da minha mão e da minha roupa. Vi que minha mão tinha uns cortes superficiais por causa das pedrinhas da rua.

– Acho que você é meio desastrada. - constatou.

– Nossa, que gênio, descobriu isso sozinho? - perguntei e, para minha surpresa, ele riu. Ele parecia não ligar o fato de eu estar sendo grossa. Parecia que meu sarcasmo o divertia.

– Eu demorei um pouco para perceber. - admitiu e fez uma careta como se isso o deixasse confuso. Não aguentei e acabei rindo. - Você ri!

Eu tentava não rir, mas era impossível. Lewis fora a primeira pessoa que conseguira me fazer ficar feliz nessa cidade dos infernos.

– Obrigada. - eu disse e juntei minhas mãos. Era quase como se eu estivesse na Califórnia de novo, mesmo que por um segundo. Esse pensamento acabou me entristecendo e me lembrei de que tinha que ir para casa. Ajeitei a mochila no meu ombro e dei um sorriso sem graça.

– Eu já vou indo. - eu disse e acenei de leve.

– Espere, eu vou buscar Lottie na escola e podemos voltar nós três juntos para casa. - disse ele e eu assenti mesmo o pensamento me deixando meio sem graça. Lewis era a primeira pessoa que parecia se importar com o que eu sentia nesse fim de mundo. Mas então eu percebi que ele era a única pessoa mais ou menos da minha idade que eu conhecia sem ser o Harry-coordenador-chato. Estávamos voltando para a minha escola e vi uma garota loira e de olhos claros procurando por alguém. Quando avistou eu e Lewis correu até nós.

– Lewis! Achei que iria me deixar aqui na escola, sozinha! - berrou ela, irritada.

– Desculpa, Lottie, tive um incidente no meio do caminho. - ele disse e riu para mim. A tal da Lottie olhou-me e deu um sorriso animado.

– Olá, eu sou Lottie. - disse ela, soando feliz demais para uma segunda-feira.

– Oi, eu sou Catherine. - eu disse. - Mas prefiro Cath.

– Cath. - repetiu Lewis. Fomos caminhando de volta para casa enquanto Lottie me falava o quanto era bom ter uma vizinha nova com a idade dela, pois os antigos vizinhos eram um casal de velhos insuportáveis que sempre vinham brigar com ela, insistindo que a música estava alta, que eles eram delinquentes juvenis... Isso soava engraçado, mas se eu tivesse no lugar dela não acharia isso. Ao chegar na frente das nossas casas, nos despedimos e cada um entrou em sua casa.

– Mãe? Pai? - chamei. Nenhuma resposta. Revirei os olhos para mim mesma. O que eu esperava? Que eles estivessem na sala, vendo tv juntos e quando eu chegasse falassem: "Cath minha filha, estávamos te esperando para almoçar. Fiz panquecas de chocolate para a sobremesa.".

Eu estava delirando. Subi e vesti uma roupa mais confortável, já que dentro de casa estava um pouco mais quente.

– Por que eu não comi primeiro? - perguntei sozinha e desci esfomeada. E para minha linda surpresa tinha um bilhete em cima da mesa.

"Saímos para uma reunião. Tem comida no armário e na geladeira, você consegue se virar. Cuide-se, Catita."

Catita. Tinha que ser o meu pai pra escrever um bilhete tão doce. Minha mãe é sempre mais dura comigo. Minha mãe nunca me disse um "Eu te amo". O último "eu te amo" vindo dos meus pais que eu ouvi foi aos 6 anos, quando meu pai leu "Romeu e Julieta" para eu dormir e me deu um beijo na testa no fim, murmurando um "Eu te amo" e saindo do quarto. Minha mãe nunca disse e depois ainda me pergunta por que eu sou tão amarga. Argh, por que ainda estou segurando esse bilhete?

Amassei-o e joguei fora e fui no armário, peguei um Doritos e subi pro meu quarto, ou o meu refugio. Sentei, abri o pacote de Doritos e peguei meu violão. Nada melhor do que almoçar Doritos cantando minhas musicas favoritas. Porém quando eu fui começar os primeiros acordes eu me lembrei de tudo o que eu perdi, tudo o que tive que deixar.

E então eu tive um acesso de choro. As lagrimas não vinham, mas eu chorava a seco. De raiva, tristeza, saudade. Eu queria que tudo fosse fácil. Chorar não vai me trazer minha vida de volta. Nada vai trazer minha vida de volta. Nada, muito menos num lugar como esse.

Londres é a culpada por tudo. O livro estúpido dos meus pais é o culpado de tudo. Meus pais são os malditos culpados pela minha vida desgraçada. É tudo culpa deles. Eles vão ver o quanto eu vou ficar mal em Londres, o quanto eu ainda vou sofrer, pois não há como eu nãosofrer aqui.

E assim eu espero que eu possa provar pra eles que a culpa de eu ser tão rebelde é totalmente deles.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Agora a Manda que vai decidir o que ela fará depois desse ataque de rebeldia.
Comentem o que estão achando! A opinião de vocês é muito importante para a fic