Entramos no carro de Zach e não demorou muitos minutos para que nós parássemos na frente de um restaurante. Um homem engravatado abriu a porta do carro permitindo minha saída e me ajudou a descer do carro.

Zach entregou a chave ao mesmo homem e me ajudou a entrar no restaurante.

Não era nada chique demais. Era simples, mas dava um ar de alta gastronomia, e que era caro. Um lustre grande de cristal estava pendurado no teto do restaurante, as paredes eram avermelhadas e o piso era de madeira fazendo com que a cada passo que dava um eco fosse emitido. 

Não haviam muitas pessoas no locl, mas as que estavam lá eram casais. Ninguém estava sozinho ou acompanhado de mais de uma pessoa.

Zach arrastou uma cadeira como um cavalheiro deixando-me sentar. O mesmo se sentou na minha frente e sorriu daquele modo que fazia minhas pernas tremerem mesmo estando sentada.

Como ele consegue?

Um garçom apareceu ao nosso lado entregando o cardápio e nós pedimos a mesma coisa. O louro perguntou se iriamos beber vinho e ao ouvir aquilo lancei um olhar censurado à Zach. Nós ainda não eramos maiores de dezoito anos para beber.

- Não, muito obrigado. - disse Zach olhando para os lados na tentativa de desviar de meu olhar.

- Com toda a licença. - disse o loiro saindo de perto de nós.

Rapidamente o moreno a minha frente começou a falar sobre assuntos aleatórios, era incrível como o dialogo entre nós fluía com facilidade. 

Não demorou muito para que o nosso pedido chegasse. A aparência era ótima e o gosto... Esplendido. 

- Nunca comi algo tão saboroso. - comentei colocando mais uma garfada na boca.

Zach sorriu para mim satisfeito. Adorava ver aquele sorriso nos lábios melados de Zach.

O jantar fora uma das noites mais agradáveis que tive desde quando estou nessa geleira... Mas não posso negar que grande parte dos momentos felizes que passei aqui fora ao lado de... Lewis.

Mas por que raios estou pensando nele? 

Zach pagou a conta e saímos do restaurante. O moreno estava decidido que iriamos passear pelo quarteirão para colocar a prova se meu pé realmente estava ainda ruim. 

- Está doendo Zach. - disse fazendo careta ao sentir uma fisgada de dor ao colocar o peso de meu corpo em meu pé machucado.

- Estou aqui. - disse ele passando meu braço ao redor de seu pescoço, sobre seus ombros.

Tentei dar mais um passo, mas meu pé começou a doer mais e então meus joelhos falharam fazendo-me quase cair de joelhos no chão. Por sorte aquilo não ocorreu, pois Zach me segurou antes que eu atingisse o chão gelado.

Senti novamente o calor do corpo de Zach no meu e aquilo fez com que minha respiração ficasse falha. Meu coração já estava acelerado por estar na presença do moreno, mas naquela proximidade perigosa parecia que meu coração iria escapar pela boca.

Rapidamente enlacei ambos braços ao redor do pescoço de Zach retirando o espaço que tinha entre nossos rosto e unindo nossos lábios em mais um beijo.

Sua língua pediu passagem e eu concedi sem pensar uma vez se quer. Nossas línguas batalhavam em uma guerra que não haveria ganhadores, uma guerra em que só fazia meu coração explodir de felicidade.

Minhas unhas alisavam a nuca nua de Zach que se arrepiava com os movimentos de meus dedos na sua pele. Nossos lábios pareciam terem sidos feitos um para o outros, pois o encaixe era perfeito. Mas faltava algo... Faltava alguma coisa.

O ar me faltou depois de algum tempo fazendo nos separar. Meus olhos permaneceram fechados depois que Zach retirou seus lábios dos meus. Eu queria aproveitar a noite e esquecer o que havia acontecido de tarde.

Mas assim que abri meus olhos me assustei. No lugar de Zach enxerguei Lewis, sorrindo para mim, com aquele par de olhos claros que fazia o ar em meus pulmões desaparecerem.

Pisquei varias vezes e esfreguei minha mão em meus olhos e assim que voltei a olhar para Zach vi o moreno com uma cara confusa me observando.

- Algo entrou no meu olho. - menti sorrindo de lado. Zach se aproximou de mim novamente fazendo minhas pernas tremerem. Assoprou em meu olho na tentativa de tirar o "algo" de dentro de meu olho, que na realidade nunca esteve lá.

- Obrigada. - agradeci. 

Ele fez algo que nunca imaginaria. Me pegou no colo fazendo meu vestido quase subir até meu umbigo, o que me fez começar a brigar com ele que apenas gargalhava, e começou a voltar para o restaurante que estava duas quadras para trás para voltarmos para o apartamento.

Realmente a noite fora uma bagunça.

Estávamos já dentro do carro quando me deu uma grande vontade de comer cupcake. Sim, me condene. Tenho vontades subtas de comer coisas diferente, no período da noite - não só de noite, mas todo o dia.

- Quero um cupcake. - resmunguei cruzando os braços e vendo Zach arquear as sobrancelhas pela visão peliférica.

- Cupcake?

- Sim. Para numa Starbucks qualquer e compra... Por favorzinho, Zaz. - choraminguei mais fazendo bico o que fez Zach parar o carro e me encarar ainda com as sobrancelhas arqueadas.

- Você deveria ser presa, por tanta fofura. - disse beijando meu nariz e voltando a dirigir, mas agora em direção a uma Starbucks.

Assim que ele estacionou saiu do carro me deixando só. Vi o moreno entrar na cafeteria rapidamente.

Olhei ao redor, mesmo estando no carro conseguia ver o que acontecia fora dele, e vi algo que não esperava ver naquela noite e nunca em toda minha vida.

Lewis estava parado, do outro lado da entrada da Starbucks, encostado na parede enquanto Eleonora abraçava ele pela cintura e tentava aproximar seu rosto do dele. Lewis era mais alto que a morena. Lewis parecia querer retirar aquele espaço que sobrava entre seus corpos, mas naquele momento o copo de café correu até sua boca.

Suspirei alto. Caso olhar matasse essa tal de "Els" estava morta, debaixo da terra, sendo comida por insetos. 

Quando voltei a encara-los vi realmente o que não queria ver. Lewis estava com os lábios dele encostados no de Eleonora que segurava sua nuca e estava nas pontas dos pés.

Ouvi um barulho alto que me fez despregar os olhos do "casal" e virar o rosto em direção ao barulho. Zach acabara de entrar no carro com um pacote com três cupcakes grandes e de cores diferentes.

- Três? - disse tentando disfarçar minha tristeza.

- Sim. Um para mim, outro para você e outro para Nic. Ele ama cupcakes. - disse o moreno dando de ombros e dando a partida no carro que começou a andar deixando a Starbucks e o novo casal para trás junto com um pedaço do meu coração.