Mimi Tachikawa e seus amigos do colegial entraram para a colonia de férias. Seria um acampamento por dois dias no campo. Eles ficaram acampados num tipo de chalé. Joe Kido também foi, mas ficou em um outro grupo numa outra casa de campo. Cada casa de campo era grande e espaçosa o suficiente para caber cerca de quinze alunos. Enfim eles ficaram no chalé até chegar a pessoa responsável pelo lugar.

— Olá crianças como vão? Bom é o seguinte deixe que eu me apresente. Eu sou Mia Mitsura, mas podem me chamar de Mia. Sou a guia e encarregada de todos vocês e irei guiá-los por todo este parque. Também visitaremos o zoológico que existe. Perguntas?

— Senhora eu quero saber se o outro grupo também fará as mesmas coisas que nós? — perguntou Mimi.

— Sim é claro. O outro grupo vai se juntar a nós. Hoje visitaremos o zoológico e mais tarde vamos passar perto da lagoa e veremos os patos, ganços e outros bichos.

— Eu adoro patos. Acho lindos — comentou Sora também no grupo.

Dos antigos escolhidos os únicos que estavam nessa colonia de férias eram Sora, Mimi, Joe e Izzy. Do grupo que Mimi estava apenas Joe não ficou. Enfim eles saíram seguindo a guia numa fila indiana. Foram a pé mesmo, pois o zoo era perto do local. Mimi tirava sempre fotos com a sua câmera digital. Ela obtinha boas fotografias da paisagem. Sora andava junto com ela e Izzy um pouco distante com alguns amigos.

— Pessoal esperem aqui que o próximo grupo vai chegar — Disse Mitsura.

O segundo grupo veio acompanhado por um homem que era o guia. Eles também vinham numa fila que ficou paralela e emparelhada com a que Tachikawa estava. Por sorte do acaso Kido ficou ao lado dela sempre usando sua bolsa que ele carregava.

— E então estamos novamente eu e você perto um do outro. Tirou muitas fotos hoje? — falou o rapaz.

— Só algumas. Eu adoro esses passeios escolares quando vamos para o campo. Adoro a natureza, os bichinhos, as plantas. Adoro flores também — respondeu a garota.

— Hum eu gosto disso também, mas prefiro a cidade.

Eles entraram no zoológico e logo de cara viram os tucanos e outros pássaros silvestres. Os jovens ficaram maravilhados com tudo isso e começaram a tirar fotos. A garota de longos cabelos castanhos ficou tirando ainda mais fotografias.

— Izzy amor pode tirar uma foto minha e da Sora? 

— É claro que sim Mimi. Podem ficar juntas as duas — respondeu o ruivo.

As duas ficaram juntas na foto numa pose bem descontraída. Além dessa elas pediram para que o rapaz tirasse mais umas cinco e ainda eram exigentes. Dizendo para ele tirar direito, se a triangulação estava boa, se a luz do sol não estava atrapalhando etc. Joe já estava bem na frente olhando os macacos e gorilas. Ele fazia perguntas para uma veterinária que também estava no local. O rapaz queria ser médico, mas também se interessava na saúde dos animais.

Enfim eles passaram cerca de uma hora e meia no zoológico vendo os mais diversos animais.Depois foram para um local perto da lagoa. Havia um tipo de restaurante e lanchonete ali. Eles sentaram nas mesas redondas com quatro lugares cada. Ficaram numa mesa Mimi, Sora, Izzy e Joe.

— Sabe esse passeio vai deixar saudade. Já estamos no horário do almoço. Daqui a pouco o dia acaba e a colônia acaba. Pelo menos registramos bons momentos... — enquanto Sora falava Mimi e Joe se olhavam atentamente. Eles não conseguiam explicar direito, mas desde o fundamental eles começaram a sentir algo um pelo outro. Talvez carinho, quem sabe um sentimento muito maior e recíproco. Agora que estão perto não podiam fugir dessa situação. Será que eles vão conseguir assumir finalmente que se amam? — ... Mimi está me escutando?

— Hã? Sim, sim. É que eu tava pensando em algo importante. Não liga não amiga são bobagens minha. Olha só será que eles vão ou não dar esse lanche? Eu to morrendo de fome. E também quero visitar os patos e os outros animais na lagoa.

— Acho que devemos esperar um pouquinho, pois a nossa guia ainda não chegou. Cara eu to exausto, preciso conectar meu notebook em alguma tomada. Com licença.

— Bom eu vou ao banheiro. Acho que deve ter algum por aqui — disse Sora saindo e deixando os dois sós.

Mimi e Joe ficaram sós. Ambos ficaram calados por um momento até que a garota quebrou o gelo e iniciou um diálogo.

— Escuta Joe eu queria te perguntar uma coisa — disse ela um pouco envergonhada.

— U-uma coisa? Ti-tipo o que? — perguntou ele ajeitando os óculos e vermelho.

— É que... olha só eu quero que você seja muito claro e direto com o que vou perguntar. Nem tente desviar de assunto, porque comigo não tem essa não. Responda e pronto. É verdade que você, quando era do primário, era apaixonado por mim? Joe? Joe responde.

O rapaz ruborizou no mesmo instante. Ele realmente era apaixonado pela garota desde esse tempo, mas escondia já que tinha medo. Agora estava no paredão, numa verdadeira berlinda com essa pergunta inusitada dela. Nunca imaginaria que Tachikawa seria muito direta.

— E-eu vou ir no banheiro...

— Espera você nem respondeu. Ei pra onde tu vai? Gente o que eu fiz? Só perguntei.

— Ei Mimi por que o Joe saiu do restaurante? Ele vai fazer alguma coisa?

— Não sei. Apenas perguntei algo a ele. Só isso. Aí ele saiu.

— Não minha amiga. As suas perguntas são tão inusitadas que até me assustam. Sabe de uma coisa se eu fosse você ia lá atrás dele.  Realmente seja lá qual for a sua pergunta foi muito constrangedora para o garoto sair disparado assim — respondeu Sora.

A garota saiu rapidamente a procura do rapaz que havia se escondido. Ela queria pedir desculpa por ser tão direta e objetiva. Mas ela não podia fazer nada, era o jeito dela ser. 

Joe saiu o mais depressa possível das perguntas impertinentes de Tachikawa. Ele não conseguiria responder a pergunta que ela fez. Simplesmente não tinha coragem. Ele saiu para longe do grupo e ficou sentado escorado numa árvore. Não queria voltar e ter que dar de cara com a garota.

Mimi estava atrás de Joe. Ela sabia que o colega tinha essas crises de se esconder. Uma vez no primário ele havia se escondido no banheiro e se trancado por meia hora. Todos até pensavam que o rapaz havia sido sequestrado. Agora... a mesma coisa.

Joe ficou sentado esperando o tempo passar quando sente duas mãos tamparem a sua visão.

— Adivinha quem é...

— Co-como me encontrou?

— Você é tão previsível que dá até raiva. Olha só eu queria te pedir desculpas por ser tão invasiva e direta. É que, sabe, eu sou assim mesmo, doidinha. 

— Não tem problema. Talvez eu fui fraco demais em ter fugido da situação em que eu devia ter enfrentado de peito aberto. Não sei se isso me faria mais homem, porém poderia me deixar mais confiante e falhei.

— Não precisa lamentar. É o seu jeito de ser assim. Tímido, quieto, estudioso. Diferente de mim que sou extrovertida e que gosta de chamar a atenção. Sabe o que eu acho que pessoas com características opostas se dão melhor do que as que são praticamente iguais a nós. 

— Se você diz. É sério eu sou meio estranho. Não consigo assumir o que realmente sinto.

— E o que você realmente sente? E por quem?

— Por quem eu não preciso dizer. Você já sabe quem é. E o que eu sinto eu já havia sentido isso no primário. Aliás nunca deixei de sentir. 

Mimi segurou bem firme a mão do rapaz e se sentou ao lado dele. No começo ele ficou feito tomate, no entanto foi se normalizando e aceitando a situação. Ela encostou a cabeça no ombro dele e disse:

— E quem disse que você era o único a sentir isso? Eu também sinto por ti. Acho que nós dois daríamos um belo casal de novela mexicana — Mimi sorriu com o próprio comentário e ele também.

Eles ficaram assim um pertinho do outro até que fossem chamados. Logo voltaram ao grupo, mas sabiam que de agora em diante eles pertenciam um ao outro. 

Os Grandes Amores (The Great Loves)

Fim...