Apesar De Tudo, Será Que Estarei Ao Seu Lado? escrita por LayneAS


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, primeiramente desculpas pela demora, juro que tentei postar no começo da semana, mas peguei um gripe horrível e não tinha nem coragem de pegar o note pra terminar de escrever o cap. Enfim, aqui estou.Quero agradecer novamente a todos que comentaram, favoritaram e recomendaram a fic;Também aquelas pessoas que só acompanham, valeu!! : ) Bem, vamos lá né.



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Os dias foram passando em um piscar de olhos e eu via como a Stella estava se empenhando em ser a melhor mãe possível para a nossa filha e eu me orgulhava dela. Mesmo sem a Elise acordar no meio da noite, eu ia procurar pela minha esposa na cama e não a encontrava e quando ia até o quartinho da nossa filha, ela estava lá velando seu sono.

- Você devia tentar dormir um pouco, meu amor.Sabe muito bem que o sono da Elise não vai demorar a terminar.

- Eu sei - ela falou suavemente, acariciando o rostinho da nossa pequena. - Mas fico com medo de não ouvir ela chorar caso acorde no meio da noite.

- Algo que eu acho impossível - sorri para ela. - Quer tomar alguma coisa?Um chá?

- Aceitaria um chá, o meu preferido, ok?

- Claro que sim - me afastando fui até a cozinha preparar o chá para ela.Ouvi meu celular tocar em cima da mesa e olhei para o visor, o número era desconhecido e pensei em não atender, mas ele insistiu. - Alô? - ninguém respondeu, ouvi uma respiração contida do outro lado da linha. - Alô? - Insisti, mas nada. - Se não me falar quem é, vou desligar.

- Mac... - meu nome saiu em um sussurro e senti meu corpo inteiro arrepiar. Não pode ser, será que estava delirando? Imaginando coisas?

O telefone ficou mudo e eu em estado de choque, se foi uma brincadeira, foi de muito mal gosto.Me sentei na cadeira e tentava entender o que tinha acabado de acontecer.Stella apareceu um pouco depois, risonha.

- Será que esse chá sai ainda hoje? -ao ver que eu não a olhei e que tinha um rosto sério, ela sentou-se do meu lado e me perguntou parecendo preocupada.- Aconteceu alguma coisa Mac? O que foi?

- Stella... - eu não conseguia dizer nada, e ela continuava me olhando buscando uma resposta. - Acabei de receber uma ligação e podia jurar que...

- Que?... - me levantei da mesa rapidamente, me afastando.

- Esqueça, só posso estar ficando maluco.Esqueça isso meu amor, eu... eu estou com sono.Te esperano na nossa cama, tudo bem?

 Antes que me virasse ouvi ela perguntar.

- Eu te amo, Mac, por favor não esconda nada de mim.

- Eu não estou escondendo, eu juro. - forcei um sorriso e voltei para nosso quarto e me deitei na cama.Odiava deixar a Stella daquele jeito, mas se nem eu tinha certeza de quem tinha me ligado, como ia contar para ela? E se a Stella achasse que eu estava maluco? Talvez realmente eu estivesse imaginando coisas.Só podia ser isso.

Ouvi quando ela voltou para cama e se deitou, eu senti uma vontade enorme de abraça-la e beija-la, mas sem nem saber porque,senti a necessidade de me conter.Mas porque? Eu era louco por ela, a amava tanto.Qual era o problema? Era como se eu tivesse traindo a... Não!! Realmente aquele telefonema tinha me abalado e eu não sabia o que fazer agora.

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Como agir quando uma colega de trabalho discretamente, posso dizer assim, está te dizendo com olhares que está interessada em você? Jamie sabia que eu era casado, e muito bem casado e talvez por isso mesmo ela não dizia mais abertamente sobre seu interesse.Desde aquele dia que ela praticamente disse que queria ter um filho comigo, foi mais contida nas palavras, e na verdade eu agradecia por isso. Ela era uma ótima profissional e eu até gostava da companhia dela, mas nada seria mais perfeito se assim que Jess voltasse a ativa ficasse trabalhando comigo.

- Detetive Flack? Algum problema?

Levantei meu olhar do computador sem nem saber o que tinha na tela e fitei Jamie, ela me entregou um xícara de café e eu agradeci. - Problema algum, só estou... analisando umas coisas aqui.

- Sei... - ela sorriu.- Como esta a... senhora Flack? Se saindo bem com os gêmeos?

- Muito bem, apesar que tem momentos que eu acho que ela vai sair correndo.Mas a maternidade fez muito bem a Jess e a cada dia que se passa ela está ainda mais linda.

- Eu gostaria de conhecê-la um dia, ver como é essa mulher perfeita que você tanto fala.A mulher que conquistou o coração do meu companheiro de trabalho.

- Um dia quem sabe? - ela voltou para sua mesa e eu fiquei pensando naquilo.Essa ideia me incomodava muito, Jess e Jamie juntas? De maneira alguma, ia ser estranho demais.Mas porque não Don? Qual o problema?

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Dois meses tinham se passado em um piscar de olhos e nesse exato momento eu estava tentando trocar a fralda do Connor e incrivelmente não estava conseguindo fazer o " serviço", Lindsay teve que me ajudar.

- O que foi Danny? Perdeu a prática?

- Não sei, acho que sim. Vou ter que treinar um pouco.

- Não vão faltar oportunidades, você vai ver.

- Amor, você tem certeza que vai querer voltar para o laboratório amanhã? Não é muito cedo pra isso?

- Estou muito bem , meu amor.Além do mais o Connor vai ficar bem pertinho de mim, não vai ter grandes problemas e você sabe disso.A Jess já voltou tem duas semanas.

- E ela está gostando do novo local de trabalho?

- Está se acostumando, mas o que ela queria mesmo era trabalhar do lado do marido.

-As vezes isso é bom para o casal, ficar um pouco afastado, criar um clima de saudade.

- Então se eu mudar de departamento, de cidade, você não vai reclamar? É isso? - ela me olhou e sorriu, eu fui até ela e a beijei.

- Ficaria louco de saudades, então nem pense nessa possibilidade, ok?

- Pode deixar - No exato momento que eu ia beija-la novamente, ouvimos a campainha tocar. -Está esperando alguém?

- Não, estranho. - Me afastando dela fui até a porta, e quando a abri fiquei surpreso quando vi parada ali na minha frente a minha mãe.

- Mãe? O que você está fazendo aqui?

- É bom ver você também, Danny.Então, não vai me dar um abraço?

- Claro que sim - a apertei forte.Não via a minha mãe tinha alguns anos,pra dizer a verdade nem me lembrava a ultima vez que tínhamos nos encontrado.Não sabia onde ela morava, onde estava. - Como você me achou?

- Posso entrar ou vamos ter que conversar do lado de fora?

- Desculpe, entre por favor. -  Cath Messer entrou na minha sala e olhou em volta, vi que ela notou os brinquedos dos meus filho no chão.

- Crianças? Desde quando? - ela  perguntou de uma forma como se eu sendo pai fosse a coisa mais anormal do mundo.

- Tenho três, Lucy, Noah e o pequeno Connor.

- Você se casou? - segurando na minha mãe esquerda - Quando?

- Olha mãe, tem algum tempo e você vai adorar a ...

- Danny? - Lindsay  apareceu e os olhares da duas se cruzaram.

- Quem é ela? Sua esposa? - eu não gostei muito da forma que minha mãe me olhou e vi que Linds tinha ficado um pouco constrangida também.

- Mãe, essa é a minha esposa, Lindsay Messer.

- Prazer senhora Messer, é muito bom conhecê-la - Linds se aproximou e estendeu sua mão, minha mãe demorou um pouco a aceitar e quando minha esposa estava quase baixando a guarda ela estendeu sua mão a apertou firmemente a mão da minha esposa.

- Espero que você esteja fazendo meu filho muito feliz, Lira.

- É Lindsay, mãe.

- Oh desculpe querida, Lira er a o nome da ex-namorada do Danny, eles faziam um casal muito bonito por sinal. - ela olhava ao redor como se procurasse alguma coisa. - Então, quando vou poder conhecer meus netos?

- O Connor acabou de dormir e a Lucy  e o Noah estão na escolinha.

- Eles não são muito novos para ir para a escola?

- Não, e é importante para a formação dos nossos filhos que eles tenham essa convivência com outras crianças. - falei na defensiva.

- Posso pelo menos dar uma olhada no Connor, então?

- Claro senhora Messer, fique a vontade. - Lindsay sorriu tentando ser o mais simpática possível.Minha mãe não era uma mulher fácil de conviver, eu sabia disso e na verdade tinha medo daquela visita dela.Eu a amava, mas  tinha medo que a convivência dela com a minha esposa fosse tensa demais e eu sabia que isso poderia acontecer.

- Acompanhe sua mãe até o quarto, Danny, eu preciso buscar a Lucy e o Noah, está bem? - ela me beijou suavemente e saiu.Eu fiquei alguns segundos olhando para aquela porta fechada, até minha mãe me chamar um pouco impaciente,

- Filho, eu quero ver o meu neto.

- Claro mãe, vamos, eu te levo até o quarto do Connor.Só por favor não faça barulho, ele acabou de dormir e a Lindsay odiarei que ele acordasse agora.

- Ah sim, claro.

Quando entramos, notei que ela ficou emocionada ao ver o neto dormir profundamente, acariciou seu lindo rostinho.

- Ele se parece tanto com você quando era pequeno.É lindo.

- Mãe, eu estou feliz por vê-la,mas, como me encontrou?

- Achei que por ser da policia, Danny, soubesse que existem detetives que podem encontrar pessoas por ai.Demorei muito, seu sei, mas cheguei a um ponto que não aguentada mais de saudades de você e ficar sem saber noticias começou a me incomodar e aqui estou.Me mudei para Nova York e pretendo passar alguns dias com você e a... Lira?

- Lindsay, e mãe, é claro que você pode ficar aqui conosco, mas por favor se controle, okays? Não fiquei falando das minhas ex-namoradas perto da Lindsay, sei que isso a incomoda.

- Ela precisa ser mais confiante, não se casou com você? Porque então teria medo das suas exs?

- Mãe... - falei frustrado.

- Tudo bem Danny, mas nada vai me impedir de ficar de olho na sua esposa, quero ver se realmente ela é a mulher ideal para o meu filho.

- Isso eu tenho certeza que sim.

Vou ser sincero, a visita repentina da minha mãe me preocupava.Eu a conhecia muito bem para saber que minha vida com ela não ia ser fácil e me preocupava com o meu casamento.

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Desde aquele telefonema eu percebia que Mac estava um pouco estranho comigo.Eu sentia que ele me escondia alguma coisa.Quando estava cuidando da Elise, consegui ouvir o celular dele tocar, mas ele insistia que não era nada.

Estava na minha sala quando Lindsay apareceu com alguns relatórios para que eu assinasse.

- Como estão as coisas com a senhora Messer? - perguntei enquanto assinava.

- Complicadas - ouvi ela dizer, um pouco frustrada.Olhei para Lindsay que se sentou na cadeira a minha frente. - Eu sei que ela é mãe do Danny e ele a ama, mas... a mulher não me suporta, Stella.Eu não sei mais o que fazer para agrada-la, estou tentando ser uma boa nora, mas a mulher não dá o braço a torcer.

- Você já conversou com o Danny sobre isso?

- E o que eu vou dizer? Que a mãe dele está me deixando louca? Que a quero fora da minha casa e que se ela não for embora, eu vou? Sabe como o Danny vai reagir,não é? É claro que ele vai defende-la.

- Lindsay, você pode estar pensando errado em relação a isso.Mas ele nunca percebeu nada? Nunca te perguntou como estava sua relação com a mãe dele?

- Sim, várias vezes, mas... - ela levantou da cadeira e me fitou, com os olhos cheios de lagrimas - Eu não tive coragem de contar a verdade.E se ele não acreditar? E se achar que estou inventando essas coisas? E se ele quiser me abandonar?

Fui até ela e a abracei.

- Ele deve conhecer a mãe que tem, Lindsay, ainda acho que você devia se abrir com ele e contar o que está acontecendo.

 - Você tem razão - ela parecia um pouco mais aliviada naquele momento.Depois da sua saída voltei a pensar no meu marido e como ele me preocupava nesse últimos dias.

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Estar de volta a ativa me fazia muito feliz, mesmo me sentindo uma péssima mãe por deixar meus filhos em casa,sendo cuidados pela Alissa, ligava sempre para saber como eles estavam.

- Jessica, fica tranquila que o Max e o Aeron estão ótimos, ligarei se precisar, okay?

- Qualquer problema me ligue. - pedi quase chorando ao telefone.

- Pode deixar, senhora Flack.

Desliguei o celular e voltei para o meu carro, não via Don desde o nosso café da manhã e resolvi dar uma passada no meu antigo local de trabalho e fazer uma visita para o meu marido.Quando cheguei não o vi, encontrei alguns antigos colegas que me abraçaram e perguntavam dos bebês.Estava conversando com uma amiga quando Don apareceu sorridente, junto com uma bela mulher do seu lado.Eles riam de alguma coisa, meu marido demorou um pouco para me ver e podia até ser precipitado da minha parte, mas me senti jogada de lado por ele.

- Jess? O que você faz por aqui? - ele me perguntou, surpreso.

- Fazer uma visita para uns colegas de trabalho e para meu marido também.Fiz mal? - perguntei no meu melhor sorriso, Don veio até mim e me beijou.

- Claro que não, meu amor, você pode aparecer quando quiser que sempre vou ficar feliz em ver você. - virou-se e falou olhando para  a morena que o acompanhava. - Amor, quero que você conheça a detetive Lovato, detetive essa é minha esposa Jessica Flack.

- Prazer senhora Flack, seu marido fala muito de você.

- É bom saber que ele não me tira da cabeça - falei sorridente. - Você sempre morou aqui detetive Lovato?

- Mudei para Nova York tem alguns meses e fiquei muito feliz quando comecei a trabalhar aqui, seu marido é um companheiro e tanto.

Eu senti Don ficar tenso.O que estava acontecendo?

- Eu sei que sim, detetive, afinal trabalhei muito tempo com ele.

- Espero ficar muito tempo trabalhando ao lado dele. -  sorrindo ela pediu licença e saiu.

Era impressão minha ou aquela mulher terá cantado meu marido na minha cara?

- O que ela quis dizer com isso, Don? Qual é dessa mulher?

- Jess...

-  Se essa mulher, escuta bem o que estou te dizendo Don, se essa mulher tentar ou pensar em dar em cima de você, eu acabo com ela. - sai dali o mais rápido possível, eu sabia que podia estar exagerando.

- Jess!! Espera! - ouvi Don me chamar antes de dar a partida e sair com o carro.Eu não estava afim de conversar com ele agora, precisava voltar para o meu trabalho e ligar para casa e saber dos meus filhos.

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Voltei para dentro da delegacia e peguei a chave do meu carro.Eu não podia deixar que a Jess saísse daquele jeito e vai saber Deus o que ela poderia estar imaginando agora.

- Don, onde você vai? - Jamei me perguntou. - Temos um caso, agora, você não pode sair agora.

- Você pode cuidar disso sozinha, porque eu vou atrás da minha esposa.

Sabia que não era certo sair daquele jeito, mas como eu ia continuar trabalhando sem saber o que  a minha esposa estava pensando de mim?

Encontrei a Jess no local do nosso primeiro encontro.Como eu sabia que ela estaria lá? Porque sempre que nos desentendíamos ela ia para esse mesmo lugar.Era um café simples e com certeza ela estava tomando seu famoso cappuccino.Me sentei bem a sua frente, mas Jess pareceu não notar a minha presença.

- Você não precisava fazer aquilo, Jessica, sair correndo daquela maneira.Se comportou como uma adolescente e sequer deve ter pensando em como poderia ser perigoso.

- Eu fiz o que senti vontade Don. Como aquela mulher... como ela ousa falar aquilo na minha frente? Qual é o seu problema? Porque não me contou que ela estava... dando em cima de você?

- De onde você tirou essa idéia?

- Não minta para mim, Donald! - ela bateu com força na mesa e algumas pessoas nos olharam curiosas. - Você tinha obrigação de me contar, porque se manteve em silêncio? Esta gostando das insinuações dela? É isso?

- Amor escuta... - ela se levantou rapidamente,deixando uns trocados em cima da mesa.

- Vou voltar para o meu trabalho e acho que você devia fazer a mesma coisa.

Eu só estava tentando entender em qual parte meu casamento tinha começado a ter problemas.Que eu amava a Jess isso não tinha a menor dúvida, eu era louco por ela.Quando voltei para a delegacia encontrei Jamie me esperando.

- Está tudo bem?

- Não detetive Lovato, não está tudo bem e a culpa é toda sua.

- Minha culpa? O que você está dizendo?

- Eu a respeito como profissional Jamie, mas não nasci ontem e não sou idiota.Nunca vai acontecer nada entre a  gente, nunca, entendido? Eu amo a minha esposa e nunca a trocaria por outra mulher.

- Eu acho que você está confundido as coisas Don e...

- Detetive Flack pra você. - eu estava furioso e a minha vontade era abandonar tudo aquilo ali e ir embora.- Por favor Jamie, só converse comigo o que for necessário para o nosso trabalho. Sai dali ireto para o meu carro, esperei impaciente até que ela veio até ele e entrou sem dizer uma palavra

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Quando entrei na delegacia naquele dia me surpreendi quando vi aquela mulher tão bela nos olhando e de cara sabia que era a esposa do Don.Confesso que senti ciúmes do amor que ele tinha por ela.Mas Jessica parecia um pouco insegura, talvez não fosse confiante o suficiente em manter seu lindo marido do seu lado, não depois de ter dois filhos de uma vez e o corpo não ser mais o mesmo.

 Eu tinha que admitir que desde o primeiro momento que vi aqueles belos olhos azuis, me apaixonei de imediato.Nunca pensei em me envolver com um homem casado, mas Don me fazia sentir vontade de quebrar regras, se fazer o errado.Eu não tinha desistido dele.

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Será que era normal me sentir assim? Agir feito uma louca enciumada e fugir? Será que tinha feito o certo?Sabia que o Don odiava quando eu fazia isso, mas como evitar? Estava me sentido feia e para piorar uma mulher estava dando em cima do meu marido no local de trabalho.Jéssica Angell Flack! Você vai deixar seu marido lindo e de olhos azuis para essa mulher? Eu me perguntei, deprimida e deitada no sofá de casa.Não! Preciso fazer alguma coisa, e logo.

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Tinha recebido mais três telefonemas iguais aquele nos últimos dias e poderia ser algo maluco, mas eu tinha absoluta certeza de quem se tratava agora.Eu não sabia o que fazer ou como agir, não sabia como contar para a Stella.E se eu não contasse? Não, isso estava fora de questão, não seria justo com ela.

 Eu olhava para a tela do meu computador sem fazer ideia do que mostrava lá.Ouvi uma batida na porta e levantei minha cabeça e vi minha bela esposa entrar na sala.

- Está tão concentrado – sorrindo ela cruzou os baços e olhou para mim.

- O que devo a honra desse visita?

- Preciso ter motivos para ver meu marido? – arqueando as sobrancelhas, me olhando curiosa.

- Claro que não, alias, eu adoro quando você vem aqui.

Me levantei e fechei as persianas da minha sala.

- O que pensa que está fazendo, senhor Taylor?

- Estou afim de matar as saudades da minha esposa, não posso? – Me aproximei dela e a beijei sem deixar que Stella falasse mais alguma coisa.Como eu amava aquela mulher.

- Nossa, que beijo foi esse? – se afastando, me olhando sorrindo.

- Beijo de um homem apaixonado, que não seria nada sem a mulher que ama.

- Você sabe que quando um homem age dessa forma, como você está agindo, é porque ele esconde alguma coisa. O que você está escondendo de mim?

Quando eu finalmente ia contar para ela o que estava acontecendo, Lindsay apareceu na minha porta.

- Desculpem, eu não queria atrapalhar mas preciso muito falar com você,Mac.

- Tudo bem Lindsay – ela se despediu com um suave beijos no lábios e saiu.

- Então, o que foi que aconteceu? – perguntei sentando na cadeira em frente a minha mesa.

- Não tenho boas noticias – vi um certo medo nos olhos de uma das melhores membros do time.

- Diga logo de uma vez – pedi ansioso agora.Lindsay sentou-se em uma cadeira na minha frente e me olhou preocupada.

- Ela voltou, Mac.

- Quem voltou? – perguntei sem entender.

- O nosso serial Killer, o assassino da Nikki e de muitas outras mulheres.

- Mas ele estava desaparecido a meses.Como você descobriu? O que foi que aconteceu dessa vez? – Eu não conseguia entender nada daquilo, aquele assassino tinha dado a toda equipe um trabalho gigantesco e mesmo assim não conseguimos descobrir quem era.Com toda certeza foi um dos trabalhos mais frustrantes de toda a minha carreira.

- Ele... ele atacou novamente e deixou um bilhete na cena do crime.

- Bilhete? E o que dizia? Porque estou sabendo disso somente agora?

- Desculpe, Mac. Mas o Flack disse que tentou te ligar e não conseguiu, pediu para te passar o recado e disse que te esperava lá.

- Qual o endereço? – perguntei, já me levantando.

- Aqui está – ela me entregou um papel que olhei rapidamente e sai, Lindsay foi junto comigo.Quando chegamos na cena do crime, Flack veio ao nosso encontro. – Então, o que aconteceu? O que te levou a crer que é o cara que procuramos?

- Pela cena do crime, tudo exatamente igual a outras vitimas.Não tem como não ser ele, Mac.E além do mais – vi ele tirar um pequeno pedaço de papel do bolso da sua calça – Ele deixou isso aqui.

Don me entregou o papel e li.

- “ Sabe onde se dói mais? Atingindo as pessoas que são amadas por nós, detetives.” – Isso me parece um aviso, ele está nos ameaçando.

- Você acha? Mas isso seria para todos nós? – Lindsay perguntou.

- Ainda não temos como saber, precisamos investigar mais a fundo isso.Ainda não sabemos o que ele quer dizer com isso , mas devemos tomar o máximo de cuidado possível.

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Eu tinha ficado bem tensa com tudo aquilo, ao receber o telefonema do Don fiquei bem nervosa em saber que o assassino da Nikki tinha voltado as fazer novas vitimas.Pensei imediatamente no Noah.Voltei para o laboratório com o pensamento longe, embarrei em alguém.

 - Me desculpe, eu não vi você – Adam olhava preocupado para mim, depois se abaixou para pegar o que tinha derrubado no chão. – Você machucou o dedo, oh, o Danny vai me matar.

- Adam, calma, está tudo bem.Foi um pequeno corte e eu posso resolver isso em um segundo sem ao menos o Danny ficar sabendo, okay? – tentei dar um sorriso para ele e sai, indo até o banheiro.Abri a torneira da pia e comecei a lavar o meu dedo.Me olhei no espelho a minha frente não reconhecendo a mulher que estava vendo.Acabei voltando para casa mais cedo que o meu marido.

- Eu vou daqui a alguns minutos, no máximo uma hora, porque não me espera para irmos embora juntos?

- Eu quero chegar mais cedo para encontrar nossos filhos e hoje como não tiveram aula... podia ter aproveitado melhor a companhia deles. - tentei dar um sorriso, mas acho que não me saí muito bem, porque Danny me fitou desconfiado.

- Quando você vai me contar o que está acontecendo? Eu sei que é minha mãe, mas preciso que você se abra comigo.Eu te amo Lindsay, e quero que você me conte o que está acontecendo, por favor.

O que eu ia dizer? Meu Deus, o que? Ele continuava me olhando esperando que eu finalmente falasse alguma coisa, mas era como se uma pedra dentro da minha garganta impedisse que as palavras saíssem.Por que era tão difícil? Eu não queria que ele ficasse com raiva da mãe, que a odiasse.

- Tá tudo bem - engoli em seco, como se com aquilo a minha angustia diminuísse. - Eu vou indo. - O beijei e me afastei.Eu podia sentir o olhar dele me seguindo, podia sentir seu medo... medo de me perder.

XXXXXX

Enquanto ia para a minha casa, senti meu peito apertado, uma sensação estranha.Entrei em casa e encontrei minha filha chorando no sofá da sala.

- Lucy? O que foi meu amor? O que aconteceu? - me ajoelhei em sua frente e a minha pequena me abraçou. - Querida?

- Não adianta, Danny, você sabe que ela não vai falar coisa com coisa, ainda é muito pequena. - levantei minha cabeça e encontrei minha mãe com o Connor nos braços.

- Cadê a Lindsay? - perguntei temendo ouvir a resposta.

- Não faço a menor ideia, aquela sua mulher se irrita com qualquer coisa.Devia ver como ela gritou comigo, foi um horror.

- O que você falou para ela, mãe? E não me venha com mentiras, eu te conheço muito bem.

- Você só pode estar de brincadeira, não é? Lindsay me trata mal e você ainda fica do lado dela? Sou sua mãe, Daniel.

Eu estava enlouquecido de raiva, mas tinha que me controlar para não assustar meus filhos, ainda não tinha visto o Noah, e só depois me lembrei que Grace tinha pedido para passar o dia com ele.Peguei o celular e esperei impaciente que minha esposa atendesse, ele caiu na caixa postal.Assim resolvi deixar um recado.

- Lindsay, o que aconteceu? Onde você está? Por favor, ligue para mim.

Decidi procura-la em todos os lugares onde julgava que ela poderia estar.Ela não podia ter ido simplesmente embora e deixado nossa família para trás, mas porque então ela não atendia o celular? Eu estava sentindo muito medo agora, e se ela resolvesse me deixar? Se quisesse se separar? O que ia ser de mim? Meu Deus, eu era louco por aquela mulher, se ela me deixasse ia ficar perdido, sem rumo. Voltei para casa e encontrei Grace brincando com as crianças.

- Danny, o que aconteceu querido? Cheguei aqui e sua mãe mal falou comigo e nem encontrei a Lindsay, onde ela está?

- Eu também gostaria de saber, Grace. - sentei no sofá, desolado. - Cheguei em casa e não a encontrei e a minha mãe até agora não me contou o que aconteceu.Estou desesperado, já liguei para ela milhares de vezes, mas... ela não atende e nem me retorna.

- Ela vai aparecer, você vai ver.Danny, sei que Cath é sua mãe, mas sabe muito bem que as coisas não estão nada bem entre ela e a Lindsay, eu vi como sua esposa estava triste esses últimos tempos e sei que a culpa é toda da sua mãe.

- Eu já imaginava, Grace, mas... queria que a Lindsay se abrisse comigo e me contasse e também, sabe que não posso mandar minha mãe embora, fiquei muito tempo sem vê-la e acho que não seria justo.

- Não estou falando que você deve manda-la embora, sente e converse com ela, explique a situação, ela pode muito bem te ver mas sem morar na mesma casa que vocês dois.Querido - ela estendeu uma das mãos e tocou meu rosto - Precisa fazer alguma coisa para salvar o seu casamento, antes que seja tarde demais.

Nesse momento ouvi a porta se abrir e para minha enorme alegria Lindsay passar por ela.

- Lindsay!! - fui até ela e a abracei - Onde você estava? Estava louco procurando por você. - me afastei e olhei para aquele rosto tão amado.

- Você achou que eu tinha ido embora? - ela me perguntou cruzando os braços. - Realmente achou isso?

- Eu pensei em tudo, mas no fundo sabia que você não ia abandonar nossa família e sumir... mas eu senti medo.

- Desculpe - ela me abraçou - mas eu precisava sair e respirar ar puro antes que fizesse qualquer loucura.Eu fui até o aeroporto e comprei uma passagem.

- Como assim? Para onde você pensa que vai? - ela não podia estar falando sério, ela ia me deixar?

- Dá pra você desfazer essa cara de preocupação? Eu já disse que não deixar você.

- Mas... então para quem é?

- Sua mãe, acho que ela está precisando dar uma volta, o que acha?

- Eu não vou a lugar algum, você não vai permitir isso, não é filho? - virei-me e encontrei minha mãe furiosa, com as duas mãos na cintura.

- Venha crianças, vamos brincar lá no quarto - Grace deu as mãos para a Lucy e o Noah e levou os dois.

- Mãe, talvez seja a melhor coisa a ser feita.Eu quero você por perto, mas não está dando certo você morar aqui com a gente, eu não quero perder minha esposa, mas também não quero perder você novamente, por favor, faça isso por mim.Eu te amo mãe.

- Eu... só não acho que ela seja a melhor pessoa pra você querido.

- E quem seria, a Lira? - ouvi Lindsay perguntar, um pouco impaciente. - Cath, eu fiz de tudo para que tivéssemos um bom relacionamento, pelo bem do seu próprio filho, porque o amo e quero o melhor para ele, mas você não me deu uma oportunidade e só vivia me falando de como sentia falta dessa mulher e como queria que o Danny tivesse se casado com ela.Sem contas a foto que você me mostrou dela, dizendo como ela era bonita e combinava com o seu filho.Que mulher aguentaria isso por tanto tempo?

 - Tudo bem... senhora... Messer, eu exagerei um pouco. Vou aceitar sua passagem como cortesia e viajar por uns tempos. - virando-se para mim. -  Você me leva, Daniel?

Ainda me sentindo um pouco perdido eu concordei, o vôo dela saía daqui duas horas.Minha mãe se despediu dos netos e saiu de casa, sem sequer falar com a Lindsay.Antes que eu saísse também, essa me chamou.

- Danny... me desculpe, eu não queria que as coisas terminassem assim, eu juro que não queria.

- Eu te compreendo, Lindsay, porque acha que não conseguia firmar um namoro por tanto tempo? Acha que era porque não gostava de ficar com uma mulher por muito tempo? Não, na verdade nenhuma das minhas namoradas suportava a minha mãe e com toda certeza, se ela ainda morasse comigo quando nos conhecemos, não teríamos ficado juntos.Vai ficar tudo bem, meu amor vai ficar tudo bem.

XXXXXX

Eu não conseguia desgrudar  meus olhos da tela do computador, para variar todo o laboratório já estava praticamente vazio, mas eu não podia ir embora antes de obter mais alguma informação daquele assassino.

- Mac, está tarde cara, você precisa ir pra casa. - Don entrou sentando-se no sofá.

- E você já não devia ter ido também? - perguntei sem desviar os olhos.

- Eu e a Jess não estamos muito bem, eu amo, muito, mas não estou conseguindo achar uma maneira dela voltar a confiar em mim.Eu não sei mais o que faz fazer.

- Também tenho um problema - Don me olhou curioso, enquanto eu desligava o computador.

- Você e a Stella? O casal perfeito com problemas? Nossa, isso sim é uma surpresa.

- Não sou eu e ela, é apenas comigo.Don, não vai acreditar quem voltou.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Desculpe se ficou um pouco monótomo ou algo assim. Já imaginam quem voltou na vida do Mac?