LEIAM AS NOTAS INICIAIS!

POV. GEORGE WEASLEY

Meu “belo” irmão e Hermione continuavam a rir, como duas hienas com problemas digestivos, da minha linda cara. (N/Bel: Mas hienas com problemas digestivos não riem!) (N/Manu: Releve Bel, é a primeira vez que ele está narrando.) (N/Bel: Se ele continuar fazendo isso não vai ter segunda vez...) Será que vocês podem calar a boca? Além do mais as hienas são minhas então eu as faço rir se quiser! (N/Bel: Ui! Desculpa ai!) (N/Manu: E não fale assim conosco, ainda somos as autoras e podemos te matar num acidente de vassoura!) (N/Bel: Pior! Colocaremos a Sarah pra namorar um sonserino!) Ok, ok. Vocês são as autoras mais divas e lindas do mundo okay? Humpft. Não precisava pegar pesado, chantageadoras baratas. (N/Manu: Oi? Como é?) (N/Bel: Sabe Manu, acho que tá vindo uma visão aqui ó.... O que você acha da Sarah com o Montague?) (N/Manu: Pra quem não sabe ele era o capitão da Sonserina que os gêmeos prenderam no armário sumidouro no ano anterior. E Bel, acho uma excelente ideia!) Droga. Isso tá parecendo 25 de março pra todo lado que olha tem gente gritando pra ver quem é melhor. Maaaas enfim. Continuando. Onde tava mesmo? Ah! Sim! Os dois idiotas rindo como os idiotas que são.

–Mas, e ai? - O gêmeo menos bonito da cabine disse tentando se recuperar do riso. (N/Manu: Suponho que esteja se referindo á Fred? Há! Boa sorte com isso!)– Será que dá pra você contar direito o que aconteceu?

Hermione finalmente parou de rir e ficou me encarando, esperando para ouvir uma humilhante e patética história. Suspirei e resolvi contar de uma vez, afinal, se não o fizesse Fred atormentaria minha adorável existência para sempre. (N/Bel: Morri sufocada agora. O ego era tão grande que nem deu pra respirar!).

FLASHBACK ON

Segui a morena até a porta do carro dos monitores, que foi quando ela finalmente parou. Merlin como ela consegue andar tão rápido?

–Será que você pode me deixar em paz Weasley? -Ela se encostou ao batente da porta.

–Huuum... Não! -Abri um sorriso que em circunstâncias normais, a garota teria derretido. Mas é claro que ela tinha que sair dos padrões, por isso simplesmente me fuzilou com os olhos.

–Se não se importa, tenho mais o que fazer do que ficar olhando para essa sua cara feia.

–Ah, eu me importo sim!

–Francamente Weasley porque você não vai fazer algo útil da vida? - Seu rosto já estava atingindo um tom rubro.

– Estar perto de vocês já é fazer algo útil. -Eu sei. Ridículo. Mas a rápida surpresa nos olhos dela compensou. Pena que não durou muito tempo.

– Pena que não posso dizer o mesmo não é? - E voltamos ao tom de desprezo!

–Por enquanto, Sarah. Porque, tenho certeza um dia você não vai mais resistir. - Nesse momento algumas cabeças já saiam das cabines.

–Só nos seus sonhos! - Ela berrou, fazendo com que todas as portas do corredor se abrissem, revelando dezenas de cabeças curiosas.

–Claro! Sonho com você toda noite! -Brega. Clichê. Mas meu repertório estava acabando.

–Porque eu ligaria para o que você sonha?

–Porque você estará lá, ao meu lado, quando acordar desses sonhos. - Ahá! Agora a surpreendi! Ela ficou me encarando uns segundos assimilando o que disse. Então, ela ficou com uma cara mais assustadora do que eu achei que fosse possível com seus 1,57 de altura. E sim, eu medi.

– JÁ CHEGA WEASLEY! PODE TER CERTEZA QUE A GRIFINÓRIA VAI PERDER BELOS PONTOS POR CAUSA DISSO! - Nesse ponto ela gritou tão alto que achei que não escutaria nem meus pensamentos.

–Nesse caso, acho que foram pontos muito bem perdidos. Além do mais, nós dois sabemos que nem monitores chefes podem tirar pontos.

–Mas professores podem. -Ela disse num tom mais calmo, mas claramente irritado. - E pode ter certeza que Snape vai ficar sabendo disso! -Nessa hora me assustei. Irritar Sarah era uma coisa, agora, deixar o morcegão irritado era suicídio.

–Francamente, acho que já somos grandinhos o suficiente para nos resolvermos sem a ajuda dos professores! -Disse, rezando para que seu orgulho de “menina independente” falasse mais alto do que sua vontade de me ferrar.

–E desde quando eu ligo pra sua opinião mesmo? -Ela levantou uma sobrancelha. Droga!

– Posso te fazer começar a ligar. -E então usei minha última arma. Sabia que não ia dar certo, mas, precisava de uma desculpa para fazer isso, além do mais, já estava ferrado mesmo.

–Do que você... -Mas ela não teve tempo de continuar por que eu me inclinei e a beijei. Poderia até ter dado certo se ela não tivesse me empurrando no momento em que nossos lábios se encostaram. E então, para minha surpresa, ela me bateu. O som do tapa ecoou pelos corredores. A monitora certinha de Hogwarts acabara de acertar um belo tapa no meio da cara de um dos garotos mais populares da escola. Seu corpo tremia de raiva. Esperei pela explosão que não veio.

–Detenção. Três meses e, se depender de mim, você não volta com vida. -Disse numa voz baixa e fria, mas letal. Uma voz que nunca a tinha visto usar. Ela me encarava com tal fúria que me encolhi, o que era ridículo considerando nossos 30 centímetros de diferença. Apenas nesse momento percebi o porquê dela ter ido pra Sonserina. E então, pela primeira vez, uma conversa entre nós não acabou em gritos ou desaforos, o que, por algum motivo me fez sentir muito pior. Depois de alguns segundo ela simplesmente deu as costas e entrou no carro dos monitores batendo a porta.

Senti os olhares me perfurando. Afinal, maior parte dos alunos ali eram sonserinos.

–O que foi? -Gritei uma onda de fúria me invadindo por todos terem visto aquilo. - Nunca viram alguém levando um fora? Vamos! O show acabou!

Imediatamente as portas se fecharam e o corredor ficou silencioso novamente. Afinal, nem os sonserinos queriam se meter com um George Weasley irritado.

Voltando pra minha cabine passei a mão no rosto em um movimento involuntário. Então percebi que pela primeira vez tirara Sarah DiLaurentis do sério.

FLASHBACK OFF

Quando terminei de contar a minha incrível história os dois me encaravam com caras pasmas.

–Quer dizer que você levou um fora, apanhou, e conseguiu irritar a monitora chefe que por sinal é sonserina na frente de um vagão lotado de sonserinos e monitores em menos de 15 minutos? -Eu assenti para meu gêmeo. - Parabéns cara, agora você se superou!

–Mas que droga você tem na cabeça? -Perguntou Hermione bem, sendo a Hermione. - Você tem noção da encrenca que se meteu?

Fiz cara de bravo e passei a mão pela pele irritada em meu rosto.

–Tipo, doeu? -Fred me olhou risonho. Não! Estou passando a mão no rosto porque adoro sentir minha suave pele!

–Claro que doeu! Ela me acertou forte.

Então, nem mesmo Mione que estava dando uma de brava segurou a risada.

–Droga, vocês são mais idiotas que Ronald e sua namorada irritante! - Disse sem medir as palavras.

No mesmo momento eles pararam de rir e Hermione baixou o olhar. Droga! Não me julguem, eu estava irritado. Mesmo assim Fred me lançou um olhar repreendedor.

–Mi. Olha aqui. Fred falou como quem fala com uma criança. Mas pelo jeito funcionou porque a morena olhou para ele. - Não regrida.

–Como? -Ela deu um sorriso singelo.

–Ora, quando você se martiriza por causa do Ron você regride. Você volta à fase anterior da sua vida, aquela em que você passa o dia inteiro trancada no quarto chorando porque vocês discutiram. O objetivo é passar de fase ou, no mínimo se manter na atual, a que você está, ou pelo menos deveria estar, mais bonita e confiante- Nesse ponto eu estava surpreso com o que ele estava dizendo e ela o olhava intrigada. - Quando você zerar, simplesmente será feliz. Mas não deixe que os vilões te matem. E se o fizerem não fique com receio de enfrenta-los novamente, porque quanto mais insegura você fica mais a dificuldade deles aumenta. Mas lembre-se, nenhum jogo é impossível de vencer.

Agora Hermione sorria com lágrimas nos olhos.

– Nunca fui muito boa em jogos. -Ela concluiu

–É pra isso que serve o Player 2. - Ele retrucou.

É. Acho que preciso aprender um pouco com meu irmão.

POV. GINEVRA WEASLEY

Estava prestes a me matar, aquele almoço estava um saco. E olha que eu convivi 15 anos com seis irmãos! Aquelas duas horas estavam pior que levar um crucio! Slughorn tinha acabado de sondar Harry que parecia prestes a vomitar. Ele agora se voltava para Charlotte.

–Eu realmente sinto muito por sua perda, presumo que seja por isso que se mudaram. - Charlotte olhou pra ele meio boquiaberta com uma leve mágoa nos olhos.

–Não sei do que está falando. - Ela disse encarando seu prato vazio.

–Oh! Opa! Desculpe. Eu... eu entendo. Disse ele meio arrependido. E quando reparou que todos olhavam para ele, abriu um sorriso amarelo. - Vejam só as horas! Logo chegaremos a Hogwarts. Por favor, vamos voltar as cabines! Aguardem o convite da próxima reunião.

Olhei no relógio. Tínhamos pelo menos umas três horas até chegarmos em Hogwarts.

Então ele praticamente nos enxotou de lá.

Estávamos todos caminhando de volta á cabine quando Harry abriu a mochila e tirou a capa de lá.

–Vejo vocês depois. -Então vestiu a capa.

Olhei pra frente e vi Zabine caminhando à nossa frente. Ia dar merda.

–Esse almoço foi...-Não conseguia encontrar uma palavra ruim o suficiente.

–Diferente. -Concluiu Charlotte. Diferente era um enorme elogio comparado com o que ia dizer maaaasss como a fic é 13 anos, vamos deixar assim.

–Char...Do que o Slug tava falando? - Ela me olhou de um jeito que entendi que ela não queria falar sobre o assunto

Chegamos à cabine e Fred, George e Mione riam e Luna lia o Pasquim, exatamente na mesma posição de quando saímos. Os gêmeos tinham trocado de lugar, ocupando onde antes estavam Lilá e Rony.

–Cadê o Harry? - Perguntou Hermione.

– Foi procurar encrenca. - Respondi e ela me olhou com uma cara de “De novo?” ao que eu revidei com uma de “O que eu posso fazer?”

Eu e Charlotte sentamos do lado deles e ficamos conversando um tempo. A porta da cabine abriu e apareceram Ron e Lilá.

–Nossas coisas ficaram aqui. Lilá quer colocar o uniforme. -Ele deu um sorriso e se sentou ao lado de Hermione. Lilá foi junto e sentou de seu outro lado. Hermione arregalou os olhos e, quando Ron a olhou ela deu um sorrisinho mas, ao ele se virar para falar com a namorada ela olho desesperada para Fred. Este simplesmente deu um sorriso solidário. Ok, o que eu perdi?

Mesmo parecendo mais calma Mione estava claramente nervosa com a proximidade dos dois, então eu resolvi dar uma ajudinha, porque, vocês sabem o quanto eu sou legal e solidaria não é? (N/Bel: Uhuum, super solidaria você...) (N/Manu: Estou começando a achar que esse ego do tamanho da barriga do Slughorn é de família.)

–Olha, eu realmente acho uma boa ideia nós irmos colocar nossos uniformes... - Hermione olhou agradecida para mim. - Como só tem três cabines femininas vamos eu, a Mione e a Charlotte. Quando voltarmos as outras duas vão.

Peguei nossas mochilas e entreguei a de Hermione a ela.

–Eu deixaria pra abrir só no banheiro se fosse você. - Avisei quando a morena foi abrir a bolsa.

– Porque? - Ela me olhou assustada.

– Só não acho que seria muito confortável pra você. - Respondi com a melhor cara de inocência que consegui.

– Ãnn... Tá. - Ela estava meio desconfiada mas colocou a bolsa no ombro.

Saímos dali em direção as cabines. Quando chegamos, Charlotte entrou na da esquerda eu na da direita e Hermione no meio. Comecei calmamente a abrir minha bolsa e me arrumar quando ouvi gritos desesperados da cabine de Mione e barulhos muito altos, como se alguém batesse em todos os lados da cabine. Reprimi um sorriso. Aparentemente meu plano tinha dado certo. Coloquei minha camisa branca sem mangas com o escudo da Grifinória e arrumei minha gravata. Tinha escolhido uma saia azul marinho de cintura alta com um laço dourado. Fiz uma trança espinha de peixe, pintei minhas unhas de vermelho, assim como meu batom e uma sombra dourada. Um salto preto com spikes na parte de trás, um brinco com uma pena de metal dourada e várias pulseiras diferente, vermelhas e douradas. Já tinha terminado de me arrumar e ela continuava gritando como uma desesperada. Chegando do lado de fora, encontrei Charlotte já arrumada. Usava uma saia azul-marinho com um cinto dourado fofo e blusa branca. Não havia nem um escudo em sua roupa (N/Manu: Jura? Porque será) (N/Bel: Passou pela sua cabeça que talvez ela não tenha sido selecionada?) ai desculpa não se pode comentar mais nada é? Continuando, ela usava um colar com o emblema de Hogwarts, que era usado também no lado esquerdo da blusa, e um all-star preto até o joelho. Tinha feito uma maquiagem rosa claro e prendido o cabelo num rabo de cavalo deixando a franja solta. Nas mãos ela carregava o que parecia ser aquele aparelho trouxa (Acho que chama leçular) com uma capinha lilás e, adivinhem, o emblema da escola em cinza. Ela encarava a cabine do meio com um olhar questionador.

–Será que deveríamos entrar? -Perguntou preocupada.

–Não, não é nada. Digamos apenas que a Mione está tendo uma surpresinha. - respondi.

–Ok então, vamos. -disse com um olhar desconfiado.

Chegando à cabine todos se viraram e nos olharam. Nos sentamos no mesmo lugar de antes quando Luna perguntou onde estava Hermione.

–Está tendo uma surpresinha. - respondeu Charlotte lançando um olhar divertido na minha direção.

Ninguém pareceu entender o real sentido da frase, até que o olhar de compreensão atravessou o rosto de Rony.

–Ah Merlin o que você fez com ela Gina? - Ele parecia realmente preocupado. Gente! O que ele acha que eu faria com ela?

Então a porta da cabine abriu e eu só ouvi o grito raivoso da minha amiga:

– GINEVRA MOLLY WEASLEY, EU JURO QUE VOCÊ VAI TER UMA MORTE LENTA E DOLOROSA DEPOIS DISSO!

Apesar da face contorcida de raiva, fiquei orgulhosa com o resultado final. Mione vestia uma camisa social branca com as mangas dobradas até o cotovelo, uma saia preta de prega com uma cinto de couro, um salto médio preto de camurça com um laço na frente e o crachá de monitora reluzia no peito. O cabelo estava preso em uma espécie de laço com rabo de cavalo e as unhas eram listradas de vermelho e dourado. A maquiagem degrade de vermelho para dourado contrastava com seus olhos castanhos, assim como o batom vermelho com a pele clara. Os brincos eram rosas vermelhas e nos pulsos trazia uma pulseira de couro da mesma cor.

– Mas o que aconteceu meu Merlin? - Perguntou uma Lilá histérica.

– Ah! Não sei! Acho que a Gina pode tentar explicar o porquê que minhas roupas e acessórios saíram voando da minha bolsa e se vestiram em mim! Isso sem falar da maquiagem que quase me sufocou! - Ela me lançou um olhar penetrante.

– Acho que eu exagerei um pouquinho...

–Ah! Você acha? - Ele falou irônica e afundou no banco no meio de Rony e Luna. Os meninos já tinham se trocado mas não tinham alterado muito o uniforme original. Tinham colocado jeans no lugar das calças sociais e all-stars no lugar dos sapatos.

–O que eu acho, é que você ficou perfeita! - Eu disse sorrindo.

–Perfeito? Olha o tamanho dessa saia - Ela estava indignada.

– Tem razão. Está cumprida demais. –Fred fingia estar analisando Mione.

– Fred! - Ela repreendeu rubra.

– Okay, não tá aqui mais quem falou! - Ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

–Ah não, tá sim! - Eu discordei. - Deveria ter subido mais uns 10 dedos….

– Mas ficaria mais curta que o permitido! - Ela se assustou.

– Não é como se a McGonagall fosse estar na porta da escola medindo as saias. - Ela simplesmente revirou os olhos como resposta. Então eu reparei uma coisa. – George, o que aconteceu com a sua cara?

– Foi um sonador, Gina. -Hermione respondeu com um sorriso maroto que eu nunca tinha visto em seu rosto. - Só um sonador.

–Nem vou peguntar. - Eu comentei achando tudo extremamente estranho.

–Bom, já vou indo me trocar. - Lilá se levantou. - Você vem Lovegood?

–Certo. - Luna se levantou também e juntas deixaram a cabine.

– O que acham de jogarmos alguma coisa? - Eu sugeri.

– Que tal se, como eu não estava aqui nos outros anos, agente fizesse um jogo assim: eu giro uma garrafa e em quem parar a pessoa diz a primeira coisa que se lembrar de cada ano. Assim conheço vocês melhor! - Char sorriu.

– Parece meio bobo. - Eu falei, na lata mesmo.

–Mencionei que a garrafa vai estar encantada para alertar mentiras? - Ela sorriu marotamente.

– Estou começando a gostar desse jogo.

POV. HERMIONE GRANGER

Ela tirou uma garrafa dos smurfs da bolsa e eu levantei uma sobrancelha.

– Meu irmão que me deu. - Ela falou encarando a garrafa. Enfeitiçou-a com um aceno da varinha e levantou os olhos para nós, sorrindo. - Vamos começar?

George com um outro aceno da varinha fez a garrafa levitar no meio de nós.

– Certo, eu vou girar porque não vou participar mesmo. - Então ela girou a garrafa que apontou para, dou um galeão para quem adivinhar, mim.

–Tinha que ser! - Exclamei.

–Então Mione. - Charlotte sorriu encorajadora. - Primeiro ano.

–Huuumm….- Pensei.- Já sei! Eu estava saindo de uma das aulas, sinceramente não me lembro qual, carregada de livros. Estava andando distraída, pensando que finalmente tinha encontrado meu lugar. Estava pensando que estava me adaptando, já não era mais a menina sabe-tudo esquisita que fazia coisas estranhas. Então eu ouvi meu nome e reparei num certo ruivo conversando com o amigo. Ele disse que eu era um pesadelo, completamente insuportável e era por isso que não tinha nem um amigo. Foi então que reparei que algumas coisas nunca mudam. Passei as próximas horas trancada num banheiro chorando até que um trasgo me atacou e aqueles dois meninos me salvaram e viramos melhores amigos!

Terminei de contar e a cabine estava silenciosa. Ron fez que ia falar mas Charlotte levantou a mão para que ele ficasse quieto.

–Segundo ano. -Ela disse.

Meus olhos se arregalaram com o que lembrei. Como era possível?

–Mi... Tá tudo bem? - Gina se preocupou. - Você tá branca.

– Não... eu só... Vamos lá. -Eu suspirei e comecei a contar o que a tanto tempo tentava me recordar. - Eu tinha acabado de descobrir qual era o monstro da câmara secreta. Tinha certeza de que seria a próxima. Era uma sangue-ruim, amiga de Harry e tinha acabado de descobri-lo. Se estivesse certa, ele já saberia e faria de tudo para me parar. Foi quando decidi que Ron e Harry teriam que continuar a procurar sem mim. Se o monstro não soubesse que eles tinham descoberto, os dois estariam seguros. Mas não os deixaria sem ajuda. Arranquei a página do livro sobre brasílicos e sai da biblioteca de olhos fechados. Então eu esbarrei na Penélope. Lembrei que ela também era nascida trouxa e decidi que deveria alerta-la. Depois de ter explicado tudo à ela, ela ainda não parecia acreditar que um monstro enorme se moveria pela escola sem ninguém reparar. O monstro não precisava saber que eu sabia o como então escrevi “canos” na folha. Ela compreendeu e tirou do bolso um espelho de maquiagem e juntas olhávamos para ele enquanto andávamos. Viramos no próximo corredor desse jeito e ouvi um silvo. A última coisa que me lembro é de um par de olhos vermelho amarelados.

Novamente a cabine ficou silenciosa mas nem Charlotte segurou a Gina nesse momento.

–Achei que você não se lembrasse do que aconteceu depois que saiu da biblioteca. - Ele disse séria.

–Não lembrava. - E retruquei ainda assustada com o que acabara de recordar.

Então, para minha surpresa, Gina se levantou e me abraçou, meio soluçante. Entendam, Gina não é muito de demonstrações de afeto.

– Desculpa, Desculpa, Desculpa, Desculpa,- Ela murmurava.

–Está tudo bem Ginny, não foi sua culpa. -Ela se sentou novamente, parecendo mais calma.

–Okay Hermione, terceiro ano.

–Bom, eu estava na beira do lago e uma centena de dementadores estavam nos atacando. Eu simplesmente queria morrer pra acabar logo com aquilo. Ai eu desmaiei.

A americana parecia surpresa com a objetividade de minhas palavras. Fazer o que, contar pra uma pessoa que você acabou de conhecer que você estava na beira do lago porque estava ajudando um fugitivo de Azkaban, que por sinal é padrinho do seu melhor amigo, a sobreviver logo depois de ter nocauteado seu professor de poções e quase ser morta pelo seu professor de DCAT que é um lobisomem não causaria uma boa impressão.

–Enfim. Quarto ano. - Charlotte falou.

Fiquei rubra com o que lembrei.

–Ãnn... eerr…Quando uum eu descobri que ia ter um Torneio Tribruxo. - A garrafa ficou vermelha mas acho que não precisava disso para eles deduzirem que eu estava mentindo.

–Mi, vamos lá. -Fred incentivou.

–Ninguém vai rir de você. - Gina completou adivinhe só, rindo.

–Eu não prometo nada. - George comentou recebendo um olhar fulminante da irmã.

–Okaaay, vamos lá. - Eu respirei fundo e fechei os olhos, não queria ver a reação deles. - Eu estava na biblioteca tentando ler um pouco sobre os Torneios Tribuxos anteriores, só tentando mesmo porque o fã-clube Krum não me deixava pensar direito...

Flashback on.

As risadinhas das garotas a minha volta já estavam me tirando do sério. Fechei meu livro bruscamente e fui até a estante tentar procurar outro, mas alguém bloqueava meu caminho. Olhei para cima e encontrei os olhos que provocavam os risos que tanto me irritavam. Vitor Krum.

– Com licença? - Eu mantive o contato visual com o búlgaro.

– O que está lendo? - Ele abriu um sorriso que derreteria qualquer garota, mas eu não sou qualquer garota então simplesmente tentei passar por ele, mas o cara era um armário então continuei lá.

–Torneio Tribruxo e Suas Peculiaridades. –Respondi quando percebi que ele não me deixaria passar.

–Interessante.

–É.- Eu me encostei na estante pois ele ainda não me deixava continuar meu caminho.

–Você quer ir ao baile comigo? - Ele perguntou depois de alguns segundos em silencio.

–Como? - Eu perguntei meio perdida.

– Sabe, se você já for com alguém eu entendo....

–Ah. Não. É só que... não achei que alguém fosse me chamar pra ir. - Eu falei ainda achando aquela situação extremamente estranha.

–Ora, porque não? - Agora ele parecia confuso. - Você é inteligente e bonita. Porque não te convidariam?

–Não é assim que me veem por aqui. - Respondi.

–Sempre soube que os ingleses não tinham uma visão tão apurada quanto os búlgaros, só não sabia que tanto.

Levantei uma sobrancelha.

–Sério. Você não é como as outras garotas. Não fica correndo atrás de alguém só porque é famoso, bonito ou rico. Também é muito decidida, sabe o que é certo. Reparei que está fazendo de tudo para ajudar seu amigo. Isso é raro de se ver. Fora é claro, a sua beleza.

–Beleza?

– Só porque não está lotada de maquiagem ou usando roupas da última moda não significa que não seja bonita. - Ele concluiu. Me deixando atônita. Não é como se eu estivesse acostumada com esse tipo de coisa. - Tenho te observado Hermione, e gosto do que vejo.

–Tem me observado?

– Sinceramente, o que acha que venho fazer todos os dias na biblioteca? - Nesse momento eu enrubesci e decidi que o chão estava bem mais interessante que os olhos negros do búlgaro à minha frente.

–Okay. - Eu me decidi.

–Okay? -Ele perguntou.

–Okay, eu vou ao baile com você. - Eu encarei novamente o búlgaro que agora sorria.

–Mal posso esperar. - Ele abre um sorriso maior ainda. - Nos vemos mais tarde.

Ele beija minha mão e sai da biblioteca.

Talvez eu estivesse enganada sobre Vitor Krum.

Flashback off.

Então, adivinhem, a cabine, novamente, ficou em completo silencio. Porque isso sempre acontecia?

Arrisquei abrir um olho e reparei que todos me olhavam atônitos, o que só me fez ficar mais corada ainda. Então Gina se levantou, mas diferente da vez anterior, começou a me estapear.

–Gina! Mas, AI! Que droga! Porque você está me batendo? - Disse enquanto tentava me proteger das imensas unhas da ruiva.

–Porque nunca me contou isso? - Ele me encarava vermelha à minha frente.

– Bom, porque, caso não tenha reparado, eu morro de vergonha desse acontecimento! - E respondi sarcástica.

–Mesmo assim! Você tinha que ter me contado! - Ela sentou emburrada ao lado de Charlotte.

Então e percebi a presença de duas pessoas que não tinha notado. Isso que dá ter flashbacks de olhos fechados.

Lilá e alguém que eu percebi, surpresa, ser Luna estavam paradas na porta da cabine.

Lilá estava com uma camisa social branca de manga comprida, uma saia preta com suspensórios e um sapato de salto da mesma cor. Fez uma trança lateral nos longos e encaracolados cabelos loiros, passou um batom e esmalte vermelhos e uma sombra preta. Estava com brincos dourados de leão, várias pulseiras douradas e vermelhas e, obviamente, uma gravata da Grifinória.

Então eu reparei direito em Luna e tive que admitir: Lilá podia ser uma idiota mas fez um ótimo trabalho. Luna estava com uma camisa social de manga comprida listrada de azul e branco com os dois primeiros botões desabotoados. Uma saia cinza de várias camadas e um salto de camurça da mesma cor. Lilá tinha feito uma trança fina na franja da loira e passado um gloss claro, uma sombra azul-prateada e pintado as unhas em diferentes tons de azul. Uma pulseira de cordões azuis e contas brancas e um anel prateado com uma pedra azul completavam o visual. Mas o que me surpreendeu foi Lilá tê-la deixado ficar com os brincos de rabanetes.

–Luna, você está incrível! -Gina exclamou com os olhos brilhando.

–Eu sei! -Respondeu Lilá. - Você tinha que ver o uniforme anterior. Mas ainda não consegui tirar esse negócio das orelhas dela!

–Acho isso ótimo. -Disse Charlotte. - Mantem a personalidade dela.

–Continue a contar Mione! -Luna pediu, mas então houve um barulho e o trem parou. - Mas já?

Luna tinha razão, a viajem passara extremamente rápido.

Descemos do trem e nem sinal do Harry. O que esse garoto fez dessa vez?

Fomos em direção as carruagens. E começamos a ocupar uma delas até que uma sonserina chegou batendo o pé em direção aos gêmeos.

–Qual dos dois é George Weasley? - Ela perguntou brava.

–Ele. -Disseram ao mesmo tempo apontando um pro outro. Ela olhou pra cara deles e distinguiu o resquício do tapa em George. Sacou a varinha e apontou para o peito dele.

–Da próxima vez que você deixar a Sarah desse jeito eu mato você. E eu não estou dizendo isso da boca pra fora Weasley! - Ela esbravejou.

Então eu a reconheci. Era do sétimo ano, estava sempre com Sarah. Caroline se não me engano.

–Já chega Caroline! - Sarah apareceu de dentro do trem com mais duas garotas, uma loira e outra morena. Lançou um olhar gélido à George. - Não perda tempo com ele.

A outra abaixou a varinha e se juntou as amigas.

–Não pense que esqueci da sua detenção Weasley. - Sarah acrescentou antes de entrar na próxima carruagem com as amigas.

–Parabéns cara! -Fred bateu nas costas do gêmeo quando estávamos todos acomodados na carruagem. -Deve ter deixado a garota realmente mal pra tirar do sério Caroline, a garota mais calma de toda Hogwarts!

–Seu incentivo me agrada tanto Fred! -George acrescentou irônico.

Chegando na escola Filch estava fazendo a revista dos alunos e, para nossa surpresa, medindo o comprimento da saia das garotas. A fila estava meio parada porque ele discutia com uma Pansy histérica por causa de sua saia cinco dedos menor que o permitido.

–Tem razão Ginny. -Eu falei para a ruiva atrás de mim. - Não é a McGonagall que está medindo a saia das alunas, é o Filch mesmo!

POV. CHARLOTTE VALENTINE

–Srta. Valentine. -Disse o zelador esquisito depois que terminou minha inspeção. - A vice-diretora te espera na sala ao lado do salão principal.

Assenti e fui para a sala que ele indicara.

–Srta. Valentine. - Cumprimentou McGonagall. - Como aluna transferida você fará a seleção após os alunos do primeiro ano. Espere na frente do salão principal até ser chamada.

–Certo. - Ela saiu por uma porta no fundo da sala e eu voltei para o saguão na entrada do salão, já vazio.

Depois de alguns minutos de tédio total as portas do lado de fora do castelo se abrem e duas figuras entram. Uma delas reconheci sendo Harry e a outra era um homem de cabelos ensebados, nariz protuberante e uma capa preta que lhe dava a aparência de morcego. O homem parecia estar ralhando com Harry, mas não pude escutar o que diziam. O homem então entrou no salão deixando um Harry indignado para trás. Ele então nota minha presença e se aproxima. Quando ele chega mais perto vejo que seu rosto está coberto de sangue.

–O que aconteceu Harry? - Perguntei assustada.

–Um pequeno desentendimento com Zabine. -Ele dá de ombros. - Boa sorte com a seleção. Melhor eu ir antes que o Snape tire mais pontos da Grifinória.

Então ele me deixou sozinha novamente. Estava começando a me irritar quando ouço uma voz vir de dentro do salão.

–Transferida da Academia American Sagae, dos EUA. Charlotte Valentine!

E as enormes portas de carvalho duplas do salão principal se abriram.

Continua...

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