Meu Príncipe Às Avessas escrita por Puella


Capítulo 5
Capítulo 5 - O casamento


Notas iniciais do capítulo

Hum... não vou dizer nada, apenas leiam...



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Acordei cedo e de quebra pedi a ajuda de Nana para me maquiar, apesar de sonolenta, ela se mostrou “bem intencionada” em me ajudar com a maquiagem e o cabelo, e é claro, aproveitou para me alfinetar sobre aquele assunto da noite anterior. Saí do quarto já vestida e desci as escadas, aproveitei para desejar um feliz aniversário para a minha mãe, eu notei que ela ainda parecia meio incomodada por ontem, mas eu a tranquilizei da melhor forma possível dizendo que Loki havia esquecido graças a comida saborosa dela, ela ficou um pouco emotiva, como sempre, típico do jeito Freya de ser.

– Você está tão linda – ela falou me olhando – boa sorte lá.

– Obrigada – eu falei – Olha, eu vou dar um jeito de chegar aqui antes de a sua festa acabar, tá?

– Tudo bem querida, mas agora vá – ela me deu um empurrãozinho até a porta.

De repente ouviu-se uma buzina. Loki havia chegado, olhei para o relógio da sala, eram 07h55min da manhã ainda. Eu já ia para a porta quando Nana disse:

– Vai fundo, irmãzinha!

Em resposta lhe mostrei a língua e saí fechando a porta. Bufei e me virei lentamente para frente. Loki me esperava fora do carro, ele vestia um smoking preto. Corei levemente, já ele apenas me olhava de maneira analítica, não demorou muito para me implicar:

– É incrível, como uma simples roupa pode deixar qualquer um belo!

Franzi o cenho.

– É, realmente – tentei revidar me referindo a ele, mas sem efeito algum, já que ele não precisa disso.

– Ainda não são oito horas – eu respondi.

– Pontualidade britânica, srta Narvik.

– Não estamos na Inglaterra – respondi debochada.

Loki riu e então entramos no carro dele.

– Vamos ao martírio – ele deu a partida.

O casamento ocorreria em uma igreja afastada de Oslo, por isso demoraríamos um pouco para chegar lá. Em nenhum momento nós conversamos. De vez em quando eu o fitava, tinha a feição seria e compenetrada, os seus cabelos sempre devidamente arrumados para traz. Não sei dizer ao certo mais olhei para ele por um bom tempo.

Chegamos à Igreja. Era branca e cercada por uma imensidão verde, havia muitos carros estacionados. Loki então estacionou e descemos.

Entramos na igreja e logo Loki procurava por alguém, provavelmente por sua mãe, mas não víamos dona Frigga em lugar algum. De repente meu celular tocou.

– Alô?

– Sigyn, sou eu, a sra. Fairfax, escute, tenho péssimas notícias, Frigga me ligou dizendo que não estará na festa.

– Como assim? – eu respondi e Loki me lançou um olhar curioso.

– Ela está com uma horrível enxaqueca, ela me pediu para você avisar ao Loki, boa sorte! – e desligou em seguida.

– Mas? – eu fiquei sem reação.

– O que há? – Loki perguntou impaciente.

Eu olhei para ele sem responder.

– O gato por acaso comeu a sua língua, Srta. Narvik? – ele perguntou em tom seco.

– Dona Frigga não vem – eu respondi rápida.

– O quê? - ele respondeu incrédulo – Como assim?

– Parece que ela está com enxaquecas – eu falei levantando os ombros.

Loki bufou visivelmente irritado. Meio que resignado ele sentou em um dos bancos da igreja e eu sentei ao seu lado. Ao que parecia, apenas Frigga iria a festa, ela pediu para Loki ir porque mais ninguém o faria, os outros estavam ocupados: Balder tinha uma conferência e Thor fazia faculdade aos sábados. Pois é, eu não mencionei, mas há mais ou menos seis meses o mais velho dos Odinson havia entrado na faculdade de medicina, ele trabalhava na empresa antes disso – já tinha outra faculdade e tal – mas, largou a sucessão da empresa para seguir um antigo sonho. Pelo que Nana me contou, isso foi um grande desgosto para o pai dele, o Sr. Odin. Agora voltando a Loki, bem ele estava visivelmente zangado pelo furo que sua mãe lhe dera.

– Loki?

– Hum...

– Você sabe quem são os noivos?

– Não faço a mínima ideia – foi a resposta fria dele.

Eu o olhei chocada.

– Eu não acredito! – eu falei exasperada – e ainda me trouxe junto! Você poderia ter vindo sozinho! – resmunguei – Bem que eu podia ter ficado no aniversário da minha mãe...

Ele virou para mim com aquele, aquele “olhar” 43.

– Cale a boca.

Corei, o sangue me subiu a cabeça, levantei-me bruscamente, mas ele rápido segurou-me pelo braço.

– Sentada.

– Me solta – eu falei entre dentes.

– Não, agora trate de se sentar como uma boa moça que eu sei que você é – ele me olhou com os olhos gélidos – ou quer me fazer passar o ridículo!

– Seria bem divertido – soltei-me dele bruscamente e sentei contrariada, bufei olhando para o lado oposto ao dele.

Depois disso não trocamos mais nenhuma palavra, logo se deu início a cerimônia de casamento, toda aquela coisa de daminhas entrando, a noiva, que era bem bonita por sinal, olhei para Loki de esguelha que olhava para tudo com desprezo, sem querer dei um suspiro.

O padre começou a falar, sem mencionar que era bem velho e falava de forma terrivelmente devagar, eu nem conseguia prestar atenção, fiquei divagando, pensando no quanto aquilo estava insuportável e no como eu queria ir embora. Mas voltei a realidade ao sentir alguém se escorando em mim, era Loki, e... ele estava dormindo! Não imaginava que ele estivesse falando sério sobre isso naquele dia. Ele roncava levemente como um ronronar de um felino.

– Loki. Loki! – eu sussurrei, mas ele nem se mexia - acorde!

Nada. Ele se arriou ainda mais sobre o meu ombro como se eu fosse um travesseiro, algumas pessoas estava nos olhando. Eu o empurrei para o lado, onde ele ficou ereto e de olhos fechados, eu o cutuquei no ombro e ele não se mexeu, pelo contrário, recaiu sobre mim novo, eu empurrei e ele voltou a ceder em cima de mim, dei um empurrão mais forte, e Loki foi indo para o outro lado – e como ele estava sentado na beirada no banco – quando eu vi o estrago estava feito.

Ele havia caído de cara no chão fazendo um baque que ecoou por toda a capela. Eu arregalei os olhos e levei minhas mãos a boca. Fui até ele para ajudar a levantá-lo, Loki havia acordado com a pancada, eu o levantei, seus olhos estavam fora de foco. Eu não havia percebido, mas todos na igreja olhavam para nós , inclusive os noivos e o padre.

– Continuem, por favor! – eu falei com a voz fina e puxei Loki para fora dali.

Sentamos no banquinho fora da igreja, ele ainda parecia meio fora de si, eu então olhei melhor para o rosto dele, aquela testa pálida teria um belo galo rosado.

– Ah meu Deus – eu falei realmente preocupada.

Agora ele me fitava, finalmente parecia ter recobrado a consciência, pois me olhou como quem vai fulminar alguém com os olhos.

– O que você fez? – ele sibilou furioso – Sua idiota! Eu falei para não me deixar dormir!

– Sinto muito, mas eu te chamei várias vezes e você sequer acordou!

– Sua incompetente! – ele voiciferou ficando em pé.

– Eu incompetente! Oras! Eu não tenho culpa se você dorme feito uma pedra! O que queria que eu fizesse por acaso? – respondi alto também me levantando.

– Oras sua... – ele não pode terminar a frase pois se desequilibrou fazendo uma careta de dor.

– Loki! – eu o segurei colocando de volta no banco – Fique quieto, você bateu a cabeça com força...

– Você... é ... a culpada – ele disse gemendo de dor.

– Shhhh -eu ignorei o comentário dele. Estava muito preocupada para me importar, apenas coloquei minhas mãos no rosto dele para visualizar aquela bola rosa em sua testa, nem medi minhas ações naquele momento.

Instintivamente levantei um pouco o meu rosto e dei um beijo em cima do machucado da testa dele.

– O que está fazendo? – ele me perguntou.

Bem, foi aí que eu me dei conta do que fazia e corei violentamente.

–Ah! É... isso... bem, é que o meu pai fazia isso em mim, é pra passar a dor!

Não sei o que estava acontecendo comigo, mas meu coração batia muito rápido. Loki me olhava agora com certo interesse, e, não sabia dizer ao certo mais me perdi em seus olhos.

– Vamos embora – ele falou tentando ignorar a dor.

– Mas você não pode dirigir desse jeito!

– Eu disse vamos embora!

Depois de alguns minutos estávamos na estrada voltando para a cidade, eu ia com o coração na mão, dava pra ver que ele não estava bem. E para piorar estava chovendo agora.

– Loki...

– Não me dirija à palavra – ele respondeu seco – eu estou seriamente pensando no seu caso.

– Deixe de ser ridículo! Eu estou realmente preocupada, você não deveria estar dirigindo.

– Quem você pensa que é para me dizer o que fazer? – ele voiciferou – você é apenas uma assistente... – de repente ele gemeu de dor perdendo o controle do carro.

– Loki! - gritei apavorada.

O carro saiu da estrada indo para o meio do verde, até que parou.

– Loki – eu o sacudia de leve – Loki! Por favor, responda!

Ele olhou para mim com os olhos semicerrados. Sem pensar eu o abracei.

– O que...

– Ai que susto! Eu achei que íamos morrer – eu interrompi visivelmente assustada – Eu disse para você não dirigir desse jeito. Não sabe o quanto eu fiquei preocupada!

Eu respirava com dificuldade, me afastei um pouco e o fitei nos olhos, ele me olhava atentamente. As gotas de chuva caiam agora mais intensas no lado de fora do carro.

Minha respiração ficava cada vez mais pesada, nunca havia ficado tão próxima dele antes, ele apenas me olhava com rosto mais perto do meu, e então algo incrível aconteceu.

Ele me beijou.



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Notas finais do capítulo

E então?
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