Meu Príncipe Às Avessas escrita por Puella


Capítulo 49
Capítulo 49 - Do parto à Lena Odinson


Notas iniciais do capítulo

Nem preciso dizer neh....

No final eu falo com vocês.....



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Jane encarava o casal confusa. O que diabos era Furação Foster? A jovem médica residente em obstetrícia recebera praticamente de paraquedas a paciente da então Dra. Skadi, sua mentora. Não que Jane nunca tenha feito partos antes, aquele seria o terceiro, a única diferença era que ela estaria no comando.

Porém quando a jovem Odinson falou em “ex do Thor” tudo fez sentido. O mundo não poderia ser mais irônico do que já era. Jane já era veterana quando conheceu Thor na faculdade, uma experiência de amor um tanto imatura na época, ao ver dela, atualmente casada com um cardiologista, Dr. Blacke.

– São parentes do Thor? – ela perguntou.

– Irmão dele – Loki falou – ele ficou em frangalhos por sua causa. Na época.

Jane deu um sorriso amarelo.

– Oh, eu sinto muito – porem a jovem mudou de assunto estrategicamente – mas, então vamos ver como a mamãe está.

Sigyn, que já estava devidamente vestida com uma bata verde agua teve que abrir um pouquinho mais as pernas para que Jane pudesse ver lá dentro.

– Três dedos de dilatação – disse a jovem médica – as contrações estão muito fortes?

Sigyn acabara de ter outra.

– Acho que sim – ela respondeu com uma careta de dor – estou com muita dor...

– Vou passar um analgésico por hora, isso pode demorar horas.

– Horas? – a jovem mal conteve seu desespero.

– Um parto pode durar pouco ou não, ás vezes é rápido, mas nem sempre – a jovem pegou a prancheta – acabei de checar os exames da bebê, ela está bem, sem cordas em volta do pescoço, você poderá fazer o parto normal tranquilamente.

– N-normal? – a jovem perguntou empalidecendo.

– Sim, e a recuperação é mais rápida – Jane notou que Sigyn não tinha a melhor das caras – prefere fazer a cesariana?

Sigyn fez um beicinho.

– E se eu disser que eu não quero nenhum e nem o outro...

– Sigyn – Loki falou um pouco espantado – assim ela não nasce! Você estava indo bem na terapia! Por acaso esqueceu tudo?

– Terapia? – a jovem falou agora na iminência de chorar – que terapia Loki? Do que adianta se eu to morrendo de dor!

– Tente ficar calma – o marido falou – lembre-se da respiração, está deixando o medo do parto te dominar.

– Eu já estou com medo – ela respondeu seguido de um gemido de dor.

– Seu esposo tem razão Sra. Odinson, respire devagar – Jane fez um carinho, um afago no braço da jovem – pense na sua bebê... ela poderá sentir o seu medo, quer que ela se sinta assim também?

Sigyn limpou uma meleca que escorria de seu nariz, que estava avermelhado devido ao choro e respirou fundo, fechando os olhos.

Aquilo era a minha prova de fogo, e estava perdendo para o meu medo. Não, eu não podia perder. Ignorando outra contração nada gentil eu olhei para Loki e para a Dra. Foster.

– Ok – respondi.

– Sigyn! – Amora apareceu na porta do quarto onde nós três estávamos – Thor me avisou que vocês estavam aqui.

Ela caminhou até a gente. Era a primeira vez que eu a via com um uniforme de enfermeira.

– Você trabalha aqui? – Loki perguntou olhando para ela.

– Na ala de oncologia – ela respondeu voltando o rosto para mim – com está se sentindo?

– Bem mal – respondi – muitas dores e pouca dilatação, mas – eu suspirei sentindo outra dor – eu dou conta.

– Eu sei que sim – ela disse dando um sorriso incentivador.

– Eu estou livre agora – ela falou – se quiser que eu fique com você um pouco – e então ela olhou para a médica – se a Dra. Foster permitir também.

– Sem problema algum – Jane respondeu e então me fitou – faça o possível para se sentir tranquila, vai te ajudar bastante na hora.

– Tá.

Algum tempo depois todos apareceram, e quando digo todos, pelos menos aqueles que eram os mais presentes na minha vida, em termos de família. Minha mãe estava eufórica e preocupada, Frigga ansiosa, meu pai estava calmo como sempre.

Odin conversava com Loki, e logo depois Balder e Nanna chegaram, Phil havia ficado com Martha em casa e por fim Thor. Ele amigavelmente fez um cafuné na minha cabeça.

– Como está indo?

– Bem na medida do possível... – eu tentei relaxar e me acostumar a dor das contrações mais tinha momentos que eu mordia os lábios e uma lagriminha escapava do meu olho.

Nem preciso comentar a cara de surpresa do Thor ao ver a pessoa encarregada de me ajudar a trazer Lena ao mundo, ele não havia notado a médica concentrada no telefone. Jane conversava com a Dra. Skadi. Foi engraçado quando ela desligou o telefone e fitou o meu cunhado.

– Oi – ela falou meio rápido.

– Oi – ele respondeu – então... quer dizer que...

– É, imprevistos acontecem, e aqui estou.

– Como tem estado?

– Bem – ela falou e depois se virou para mim com sorriso suave – está mais tranquila? Dra. Skadi lhe desejou sorte e pediu desculpas por não está presente. E disse para que você fizesse aquilo que tinha combinado.

– Hum, certo – eu deu um sorriso mínimo com os lábios fechados.

O combinado era não gritar. Isso mesmo. Segundo a doutora, as dores que eu sentiria no processo inicial não seriam nada perto do que ela chama de o “grand finale”, tipo a dor mesmo, um tipo de dor onde você sequer conseguira emitir um grito.

– Vai dar tudo certo – senti o afago de Thor em meu ombro e depois encarou Jane – você está em ótimas mãos.

Era impressão minha ou Jane parecia um pouco sem graça.

– Cuide bem dessa mocinha aqui, ou melhor das duas!

– Claro – a Jane balançou a cabeça – pode deixar que eu cuido.

– Obrigado, Jane, quero dizer, Doutora Foster.

Bem essa era a maior qualidade de Thor: a capacidade não guardar um rancor. Isso explica o fato de ele aparentar tanta jovialidade apesar de ter passado dos 35.

Após algum tempo, Jane pediu para que parte da família saísse do quarto pois “a mamãe” precisava de sossego até a hora do trabalho de parto. Bom e aí começou a confusão.... nem todo mundo queria sair, e aquela coisa de que os homens tinham que sair, que só mulheres deveriam ficar e então aquelas vozes barulhentas e a médica pedindo calma e Loki num canto do quarto observando.

Vi sua veia vincar pela testa.

– Ei! – Loki gritou tão alto que acho que o pessoal do final corredor dever ter escutado, todos os olhares ficaram nele – não sei se perceberam mas tem uma mulher prestes a entrar em trabalho de parto, e ela não pode ficar estressada. Se a Dra. Foster disse que tem que sair do quarto, tem que sair do quarto. Ponto.

Todos ficaram em silêncio, e então Jane falou.

– Obrigada Sr. Odinson. Bem, pelo menos duas pessoas podem ficar na companhia da mãe. Bom isso a senhora Odinson escolherá.

Todos olharam para mim. E minha mãe se alto prontificou.

– Eu sou a mãe – ela disse ficando do meu lado – sei que sou meio a afoita, mas prometo fazer o melhor possível para te dar apoio...

– Obrigada mãe.... e de qualquer não deixaria de chamar a senhora.

Ela beijou minha testa. E meu pai então falou.

– É melhor sairmos todos, minha garota precisa relaxar, então nós vemos depois filhinha.

– Pai... – já estava querendo chorar.

– Esperaremos ansiosos por vocês duas – Frigga e Odin falaram ao mesmo tempo.

– Não esqueça de respirar maninha...

– Esperem – Thor falou de repente - ela não escolheu a outra pessoa.

– É verdade – disse Loki – mamãe pode ficar com você também amor.

– Não – eu falei meio alto chamando atenção de todo mundo – quero dizer... não que eu não queria... é que...

Frigga me encarou com sorriso encorajador, ela sabia o que eu queria dizer. Então eu fitei Loki que me encarava confuso.

– Eu quero que você fique comigo.

Ele piscou os olhos.

– Eu? Bem... eu achei que você ficaria mais à vontade sem mim, sabe... aquele constrangimento, perna aberta...

– Eu... sei – fiz uma careta de dor – mas... você mesmo disse naquele dia em descobrimos que eu estava grávida, que estaríamos juntos nisso. Então... eu quero que fique junto comigo aqui também. Você tem o direito disso. Alguém precisa dar as boas-vindas à ela.

Loki deu um sorriso fraco.

– Tudo bem, eu dou as boas-vindas...

*

Depois de quase três horas entre contrações e respirações finalmente eu senti o Jane disse ser uma contração mais forte. Uma contração da contração. E então aqui estou eu neste exato momento, de pernas abertas. Digo bem abertas, mais abertas do que quando eu... bem vocês entenderam.

– Força Sigyn! – Jane dizia – a cabeça tá pela metade!

Meus gemidos pareciam urros. Eu segurava a mão da minha mãe, segurava a mão do Loki e fazia aquele movimento de estar realmente empurrando algo. E. Estava.

– Grrrrrrr!

– A cabeça ainda tá presa Sigyn!

Dei um urro mais furioso.

– Saí logo daí.... – falei rangendo os dentes de tanta dor.

– Amor.... você vai quebrar os meus dedos....

Eu virei para ele com os olhos arregalados e rangendo os dentes.

– Cala a boca....

Arqueei o corpo para trás, aí céus como doía.

– Mais um pouco Sigyn – Jane me encarou por cima da minha barriga. Tudo que eu via eram os seus olhos castanhos – depois da cabeça de dos ombros as coisas ficam mais fáceis.

– Vamos querida – minha mão limpava o suor da minha testa – você consegue!

– Anda logo! Se não eu vou ficar sem meus dedos... – Loki mal continha uma lagriminha no conto olho.

Revirei os olhos.

Respirei fundo e continuei empurrando. Era uma dor interminável, mas eu não poderia me render, e então a cabeça saiu e os ombros, e foi quando eu dei o meu último empurrão.

E então eu ouvi o seu choro.

E foi tudo instantâneo.

Um alivio súbito, uma moleza em cada parte do meu corpo, arriei na cama e apenas respirei, cansada. Fechei os olhos por alguns segundos e logo que cortaram o cordão dela e Jane passou ela para Loki que então sorrindo feito um bobinho passou para mim.

– Olha só quem quer te conhecer.... – ele disse.

E então, eu vi Lena embrulhadinha naquela manta azul de hospital. Rosa feito uma beterraba, com os olhos que mal se abriam, cheia de pregas mexendo seus bracinhos enquanto chorava. Eu a segurei em meus braços.

– Oi, Lena...

E então chorei e ri ao mesmo tempo. Meus músculos faciais doíam de tanto que eu sorria, mas isso era o que pouco importava para mim....

2 Kg e 800 gramas, uma pele rosinha e engelhada. E lá estava Lena em meus braços, embrulhadinha e já vestidinha em sua roupinha amarela, enrolada numa mantinha amarela. Agora ela parecia calminha.

– Ei – eu falava baixinho – tem umas pessoas que eu quero que você conheça.

O povo todo esperava do lado de fora. A Sra, Narvik já se encontrava lá com eles, contando as boas novas e então todos olharam para mim assim que me viram. Logo estavam em cima.

– Shhhh – eu a balançava bem fraquinho.

Todos praticamente babavam ao olha-la, não literalmente é claro. Meus dedos ainda doíam do apertão de Sigyn. Por falar nela, agora ela descansava um pouco.

– Como ela vai se chamar? – meu pai perguntou.

Uma pergunta não só dele mas de todo mundo ali. Eu apenas sorri minimamente encarando minha pequena.

– Vamos chamar ela de Lena.


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Notas finais do capítulo

Então.... gente o próximo será o último capítulo, e depois teremos um epílogo....
Apesar de eu me sentir meio triste pelo fim devo confessar que fico feliz também por estar concluindo.... são quase dois anos escrevendo ela, e não imaginei que ela fosse tão longe como foi.... agradeço muito a vocês por estarem acompanhando....

Agora para quem quer ler mais trabalhos meus enfim, vou deixar aqui o link de Contos da Terra média, que para quem não conhece, é a minha primeira fic original, é sobre mitologia nórdica, se vocês se encantaram com o meu Loki de MPAA pode ser que vcs apreciem o meu Loki da mitologia de lá (não querendo puxar sardinha, mas eu to me divertindo muito criando o meu próprio Loki)
http://fanfiction.com.br/historia/580019/Contos_Da_Terra_Media/

Bjs! E até o próximo finde.....