Meu Príncipe Às Avessas escrita por Puella


Capítulo 43
Capítulo 43 - Lena Laufeyson


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Estou em pique! E não reparem pois estou levemente emocionada, quase chorei escrevendo este capítulo, que de longe é um dos melhores na minha opinião, e quando vocês lerem irão entender..... no final eu tenho uma pequena enquete pra fazer com vcs mas agora apenas deliciem-se com a leitura....



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Grávida?

Eu não conseguia acreditar. Fiquei deitada na maca chorando após expulsar a enfermeira. Fiquei encolhida, e me abracei, estava me sentindo mal, estranha e com medo, muito medo.

Essa não deveria ser a reação natural não é? Bem, eu não tinha planos para ter filhos, não queria ter, não que fosse por causa dos filhos em si, mas por causa de outra coisa que me deixava apavorada...

Não eram os filhos...

Era outra coisa...

– Hein? – foi o que saiu da minha boca quando o médico disse aquilo.

– O senhor será pai – ele disse novamente, agora com um sorriso acolhedor – vamos, venha ver sua esposa, ela não reagiu muito bem quando contamos, ela me parece bem apavorada.

É não era piada. Caminhei com médico até a sala onde Sigyn estava, e durante o percurso eu o enchi de perguntas.

– Quanto tempo?

– Algumas semanas.... quatro para ser exato. Um mês!

– Quatro... e como assim ela reagiu mal?

– Bom, ela começou a chorar. Não é entendo, um filho é uma coisa tão boa.

– Não tínhamos planos pra filhos doutor – eu comentei – mas esse nem é de longe um dos motivos.

O médico me encarou arqueando uma sobrancelha.

– Minha esposa tem medo de partos, doutor.

É, Sigyn tinha medo de partos, e percebi isso claramente depois do incidente no parto de Nanna. E acho que no fundo ela dizia que não queria ter filhos por causa disso, ou para me agradar, porque, bem eu também não quero, ou queria, não sei.

Não deve ser tão ruim assim.

Sem falar que adoro ser tio do Phil, até me atrevi a trocar suas fraldas.

Não deve ser tão ruim assim.

E então eu a encontrei deitada na maca, toda encolhidinha. Agora ela emitia só alguns soluços, pedi para o médico nós deixar a sós e ele então saiu sem antes dizer aquela frase tradicional “Qualquer coisa é só chamar”.

E então um silencio demorado, e os soluços dela, é claro.

E bem, honestamente, não sei bem o que falar. Depois de saber da história dos meus verdadeiros pais que era mais dramática que novela mexicana e que os dois eram gente finíssima eu sou bombardeado com a notícia de que seria pai.

Quem deveria estar chorando em posição fetal era eu.

Sentei na maca e comecei a acariciar os seus cabelos, que agora estavam um pouco maiores.

(Lembrete: não deixar ela cortar o cabelo curto outra vez.)

Ao sentir o meu toque ela parou de soluçar e se levantou ficando apenas sentada de frente pra mim. Ela estava apavorada, e eu tentei anima-la com meu sorriso cansado, mas não deu não apenas estendi os braços e ela automaticamente se jogou em mim, e novamente aquele choro, e logo meu terno começou a ficar úmido.

– Vai ficar tudo bem.

Ela fungava.

– Eu estou bem aqui – falava baixinho – estamos juntos nisso. O único detalhe é que... só você fica com a barriga.

Senti um murrinho seguido de uma voz chorosa.

– Eu sei disso seu idiota.

Deu meu riso sem vergonha depois de um dia cheio. Era bom tê-la de volta.

Mais tarde estávamos em casa, era quase três da manhã. Sigyn e eu estávamos esparramados no sofá.

– Ainda quero entender como isso aconteceu – ela falou, tinha sua cabeça apoiada no meu ombro.

– Eu também, sabe o que eu acho?

– Hum...

– Deve ter tido algum dia em que a gente deve ter feito sem nada... quatro semanas certo?

– Mas, eu tomo minhas pílulas todo dia – ela parou ficando ereta e eu também estanquei – não pode ser...

– Não...

E não teve outra.

– A transa no chuveiro! – falamos ao mesmo tempo.

– É... é! – ela balança suas mãos de lado para o outro – o meu remédio tinha acabado no dia anterior, e eu só comprei dois dias depois... Oh céus! Mesmo assim...

– Não usamos camisinha nesse...

Ela arriou os ombros.

– E você estava na semana fértil – eu apontei para ela que olhou com a sobrancelha arqueada.

– Viu? Agora eu sei!

Explicando melhor, nesse dia eu e ela tínhamos brigado no banheiro, ela nunca tampa a pasta e me dava nos nervos ver sempre uma calcinha pendurada no chuveiro, acho que era isso... porque só lembro das roupas voando e os nossos corpos molhados no chuveiro, juntinhos, bem, enfim.

Concebemos nosso filho num chuveiro.

– O que é isso no seu bolso? – ela me trouxe de volta a realidade bem na hora em que eu revivia a cena do chuveiro...

– Ah – eu então tirei o envelope que Odin me dera – isso, foi Odin que me deu, ao que parece é uma carta da minha mãe verdadeira – apalpei o volume – bem gordinha por sinal...

Ela então me olhou com aquele olhar de mulher curiosa.

– Tá eu abro.

Abri o envelope e então encontrei a carta dela junto algumas fotos minhas, quando eu era bem pequeno, uma foto de um casal – meus pais - e então uma foto de uma ruivinha que deveria ter uns três anos, e por fim um cordão com uma chave.

– É você! – Sigyn apontou para a foto onde eu estava dormindo no berço, usando uma roupinha verde – Nossa! Essa era a sua mãe! Que linda! E o seu pai! A sua cara Loki!

É, ele era monstruosamente parecido comigo, só os olhos que eram azuis, e o cabelo era preto também. Agora minha mãe... é estranho chama-la dessa forma... tinha os mesmos tons de olhos que meu.

– Você tem os olhos da sua mãe – e Sigyn acabou de confirmar minha tese.

Eu meio que larguei as coisas de lado.

– Você está bem? – eu perguntei fitando seu rosto, ele parecia entristecido.

– Não sei se quero ver isso...

– Se importa se eu ler para você?

– Pode ser.

Eu peguei o papel rosa bebê onde tinha o texto escrito e então o abri. E logo percebi a caligrafia impecável dela, parecia que a carta tinha sido escrita a muito esmo e delicadeza. Era perfeccionista, tal como ele pensei, e então comecei a ler.

Querido Loki

Nem sei por onde começar. Eu me chamo Lena. É provável que quando você ler isto eu não esteja mais aqui. Talvez você fique confuso com o que eu vou dizer, mas eu sou sua mãe, assim como Frigga, como posso dizer.... Bem eu te tive, mas não pude ficar com você porque eu sou doente e então pedi a Frigga que ela pudesse ser sua mamãe no meu lugar. E parece que ela está me saindo muito bem, ela sempre escreve pra mim falando de você, o quanto você é espertinho, ah, como eu me sinto feliz por você queria está aí com você... mas não posso, não tenho mais muito tempo, e os médicos já me avisaram...

Eu sofro de um tipo raro de câncer, tenho um tumor em meu cérebro que é impossível de operar, eu tinha 16 anos, e desde então soube que tinha pouco tempo de vida. E que logo eu morreria. Sofri muito com isso, eu era jovem, normal, então minha família me internou em um hospital e lá dentro de um grupo de pacientes eu conheci o seu pai, a criatura mais brincalhona que já vi. Infelizmente você não terá como conhece-lo pessoalmente, ele partiu há alguns meses, então coloquei uma foto dele aqui junto. Vendo suas fotinhos acho até que você vai ficar meio parecido com ele quando for grande. Seu pai se chamava Ferbalti, ele era magrinho e muito inteligente, assim como eu, ele também tinha um tipo raro de câncer, e por uma estranha coincidência nos apaixonamos, sem querer me gabar, mas erámos mais felizes do que qualquer casal de veteranos, e então eu fiquei grávida de você. Foi difícil, eu fiquei com medo, e seu pai também. Nossas família e médicos queriam o aborto, mas eu fui contra, jamais faria um mal contra você, eu e seu pai seguimos firmes.

Eu procurei tomar todos os cuidados possíveis para que você estivesse a caminho, você era um milagre, um fruto do nosso amor, uma semente que deixaríamos nesse mundo. Mas você veio um pouco antes do previsto. Tive tanto medo de te perder. Eu chorava toda vez que via você pequenininho na incubadora, cheio de tubos e fios. Mas você era forte, e foi então nessa época que eu conheci Frigga e Odin, as pessoas que são seus pais agora. Eles tinham perdido a sua menina e ficamos amigos dentro do hospital. Eles ficaram um pouco assustados com o nosso pedido, mas aceitaram, ficamos felizes pois você não ficaria sozinho, estaria em boas mãos e ainda teria dois irmãos.

Eu seu pai não queríamos que você soubesse sobre a gente, mas sabe às vezes a gente se arrepende de certas decisões, por isso estou escrevendo esta carta a você, espero que nós perdoe por isso.

Queria muito ver você crescer, casar e ter uma família (eu seria uma avó muito coruja, pode ter certeza), mas embora não possa estar junto a você tenho certeza de que você será bem sucedido em tudo que fizer.

Desejo do fundo do meu coração que você seja muito feliz... e desculpe se deixei você confuso...

Eu e seu pai amamos muito você.

Com amor

Lena Laufeyson.

Quando eu terminei de ler a carta meus olhos estavam cheios de lágrimas e então encarei Loki, ele mal consegui me encarar, estava cabisbaixo e chorava silenciosamente. Dobrei a carta de lado e abracei Loki, ele afundou o rosto no meu ombro enquanto meu queixo ficava por cima de sua cabeça, com uma mão eu acariciava sua nuca, num abraço quase maternal. Fechei os olhos pensando no quão maravilhosos pais eles poderiam ter sido para o Loki se estivessem vivos, e que, mais do que nunca eu estava disposta a ser uma boa mãe.


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Notas finais do capítulo

Queria saber a opinião de vocês sobre o filho/filha ou filhos da Sigyn e do Loki:
um filho minitura Loki
uma filha miniatura Loki
um filho a la Sigyn
gêmeos idênticos(meninos ou meninas)
gêmeos fraternos (um casal ou menino/as) - meu preferido *-*
aborto # brincadeira, isso nunca é zoera tá :p
Eu já tenho a minha escolha, mas sempre gosto de ouvir a opinião de vocês ;)

Bjs!