Meu Príncipe Às Avessas escrita por Puella


Capítulo 32
Capítulo 32 - O Armazém do medo - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Crianças tive o que as pessoas chamam de lampejo....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341269/chapter/32

Quanto tempo havia se passado?

Minha cabeça dava voltas, meu peito doía, meu corpo parecia estar desconfortável. O preto de minha vista clareou e então minha consciência pareceu ter voltado, estava cabisbaixa e a primeira coisa que vi foi minha saia preta, e mais em cima cordas prendendo o meu tórax e então me dei contar de que estava amarrada, nas mãos e nos pés em cada perna da cadeira. Tentei soar algo com minha boca e notei estar amordaçada.

Olhei para frente com a vista ainda bagunçada, as coisas pareciam andar em círculos e então vi que estava em algum tipo de balcão ou armazém antigo, cheio de correntes, pedaços de sucata. E então ouvi passos atrás de mim, alguém subindo degraus para ser mais especifica.

Fiquei ereta na cadeira, os passos ficaram mais altos e próximos a mim, meu coração acelerou fazendo o meu peito doer ainda mais. Logo ao meu lado pude ver a silhueta de um homem que se postou a minha frente.

– Acordou? – ele falou.

Eu não o encarava, Obadiah então me forçou a olhá-lo, estava com medo, me cagando por dentro, mas tentei ao máximo não demonstrar, não daria esse gostinho a ele, embora o tremor do meu corpo me traísse. Senti asco quando ele me tocou então tratei de afastar o meu queixo de sua mão me encolhendo na cadeira.

Se meus olhos atirassem adagas Obadiah estaria morto no chão.

– Tsc, tsc – ele estalou a língua – eu esperava algo mais receptivo – então ele se abaixou ficando na minha altura, seu olhar me dava nojo – você é bem mais bonita de perto. Loki tem um gosto refinado, confesso que estou até curioso.

Minha respiração estava rápida, Obadiah passou seus dedos pelo meu rosto, não demorou muito pra que eu começasse a chorar. Eu estava com medo, medo por não ter ideia do que ele faria comigo, ou de já imaginar o que ele faria. Uma lagrima escapou dos meus olhos. Tentei dizer um “Por favor” mas apenas foi grunhido contido pela mordaça. Meu choro se tornou um soluço quando senti que ele tirou a mão do meu rosto e com ela foi entrando pela minha saia massageando minha coxa. Me remexi na cadeira.

– Shhhh – ele sorriu sádico – seja uma boa menina...

Meu choro se tornou mais alto.

– Está ouvindo Loki? – ele disse de repente. Então finalmente vi que ele tinha o meu celular em outra mão. Arregalei os olhos.

– Deixa ela em paz! – pude ouvir a voz desesperada dele.

– Eu te avisei naquela noite, lembra-se?

Na outra linha eu só ouvia um chiado, uma respiração alta.

– Por favor... pra onde você levou ela?

– Acha mesmo que eu vou te dizer – ele riu arreganhando os dentes – se quiser ela terá que vir sozinho, sem polícia.

– Onde? – Loki arfava na outra linha – ONDE!!! – ele gritou.

Obadiah desligou e me encarou parecendo se deliciar com meu desespero. Comecei a chorar mais alto, um choro estrangulado, ele ficou mais perto de mim de novo e eu me desesperei me remexendo pela cadeira, não me importaria em me machucar com as cordas, contanto que eu conseguisse sair dali.

– Não – ele segurou meu rosto de novo limpando minhas lagrimas – não quero que você machuque sua linda pele não ainda.... - então senti uma agulha em meu pescoço. Como se tudo saísse rasgando em minha veia e então uma dormência e então perdi os sentidos novamente.

Estava tão centrado no trabalho que demorei a notar que ela não tinha voltado.

Fiquei desconfiado, e liguei várias vezes para o celular dela e nada. Tinha algo estranho acontecendo. Uma hora se passou e nada, fui na cafeteria e eles disseram que ela havia passado e pegado os cafés e ido embora, então porque ela não voltou? Liguei mais uma vez e outra. Será que ela estaria me aprontando? Não, Sigyn não faria isso. Até que em mais uma de minhas tentativas ela me atendeu.

– Sigyn onde vo...

Mas não era ela.

– Olá Odinson, Sigyn não está aqui no momento.

Minha garganta se fechou.

– O-obadiah?

Não... só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto.

– Ela está comigo se é o que quer saber? Espere na linha.

E então ouvi quando ele falou com ela, era baixo mas em pouco tempo ouvi ela choramingar.

– Está ouvindo Loki?

– Deixa ela em paz! – gritei em plenos pulmões.

– Eu te avisei naquela noite, lembra-se?

Acabei me desequilibrando da mesa caindo de joelhos, meus pulmões ardiam.

– Por favor... pra onde você levou ela?

– Acha mesmo que eu vou te dizer – ele riu do outro lado da linha – se quiser ela terá que vir sozinho, sem polícia.

– Onde? ONDE!!! – e então a linha caiu.

Minha falta de ar só aumentou, acabei caindo de vez no chão e me encolhendo feito um feto fraco, tinha falta de ar e agora chorava. A garota que eu amava estava em perigo e eu não podia fazer nada. A culpa era minha.

No torpor em que me encontrava não notei quando a porta do escritório estava aberta.

– Loki? – era Balder.

No momento em que Balder viu o irmão caído no chão ele correu pegando o caçula pelos braços.

– Loki! Irmão! Fale comigo!

Loki tinha os lábios roxos e os olhos fora de foco, e então ele encarou os olhos do irmão que ele por tanto tempo detestou.

– Onde está sua bombinha? – ele perguntou.

– Gaveta... – ele disse entre os chiados. Balder o sentou na cadeira e foi abrindo a gaveta, viu ali que tinham várias, deu uma para Loki e os mesmo a apertou puxando o ar. E então sua respiração se normalizou.

– O que houve? – Balder encarou o mais novo.

Loki antes manteria o orgulho, mas só conseguia gaguejar.

– A S-sig....Sigyn... raptaram ela – ele arfou um puxou mais ar da bombinha.

– O quê? A Sig? Como?

– Ele ligou do celular dela, eu ouvi ela chorando – Loki fungou – eu não sei o que fazer.... ele não quis me dizer onde ela estava...

– Calma, Loki.

– Eu não quero ficar calmo! Eu quero a Sigyn!!!

Não demorou muito para alguns funcionários olhassem para a sala do diretor financeiro.

– Esfrie essa cabeça – disse Balder – você precisa se acalmar, Ok? O celular dela deve ter GPS.

E então Loki respirou fundo e fechou os olhos. E então os abriu, agora gélidos.

– Tem razão.

Ele então fungou e mais uma vez respirou com a bombinha.

Os dois então colocaram o telefone da garota na internet, pelo rastreador de telefones, não demorou muito para que aparecesse o endereço.

– Aqui.

– Temos que chamar a polícia – disse Balder.

– Não podemos – disse Loki – ele disse que eu deveria ir sozinho.

– Esses caras mentem.

– Sim, é por isso que eu não irei sozinho – ele encarou o irmão.

Balder pegou o celular.

– Vou ligar para o Thor.

Loki também pegou o celular e ligou para algum número.

– Para quem está ligando?

– Nova York.

Apertei os botões e esperei chamar e então ele atendeu.

– Lokinho? Que surpresa!

– Sem cumprimentos Stark, a parada é séria.

– Que voz é essa Lokinho?

– Venha para cá voando o quanto antes, Agora!

– Como assim?

– Obadiah. Pegou. A. Sigyn.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Preparando o terreno para o próximo capítulo!!!!