Meu Príncipe Às Avessas escrita por Puella


Capítulo 28
Capítulo 28 - Asma - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Galera, eu sei demorei da ultima vez, mas vou esclarecer umas coisas;
Fora a faculdade e o estágio que tem tomado boa parte do meu tempo, outro fator foi a falta de criatividade para continuar, e outra coisa: a fic ainda não sinalizou um "fim" próximo, o que sinceramente não sei dizer se ajuda ou piora a minha situação, porque eu não sei dizer com essa fic vai acabar, ainda não vejo um fim para ela, até porque tem muitas coisas que ainda quero desenvolver durante a trama... peço desculpas pela minha demora....



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Uma semana depois.

Fazia mais de uma semana e nada. Nada que pudesse dizer que Obadiah Stane estava tramando alguma coisa com Tony. Se ele realmente estava fazendo alguma coisa, ah, o sujeito sabia disfarçar muito bem. Ele não tinha como suspeitar de mim, eu era o amigo estrangeiro-que-estava-de-férias-do-Tony.

De fato os números não batiam, foi o que pensei quando a assistente de Tony me mostrou o balanço, entendedor de finanças e contabilidade, vi que mais uma vez algo saiu de errado. E onde entra Obadiah nessa história? Bem ele faz exatamente o que eu faço na Yggdrasill: gerenciamento financeiro.

Finanças, circulação de dinheiro, ações.

E para piorar, ainda com essa novela empresarial, eu estava tendo uma crise interna horrível, o que eu chamaria de mal das férias.

Eu sempre odiei férias.

Minha mão coçava de forma incontrolável, sentia falta do trabalho, das reuniões, das horas de trabalho a fio. Mas estando aqui e ainda com Sigyn me controlando, me fazendo passear por todo lado. Ficava mais mandona e ousada a cada dia, ou era eu que não conhecia tão bem assim como eu pensava.

– Como pode pensar em trabalho estando de férias?! – ela protestou outra vez me puxando para longe de meu notebook.

– Mas – tentei argumentar.

– Você está de férias Loki – ela disse me segurando pela gola da camisa – aproveite, simplesmente desfrute!

– Como? – minha voz saiu oca.

– Namorando, já é um bom começo... – ela riu divertida me empurrando contra a mesa e pressionando seu corpo contra o meu.

Oh, céus!

E então um beijo rápido, depois dois estalos e um terceiro mais lento. Minhas mãos brincavam em sua cintura, e ela apenas puxava os fios da minha nuca. A temperatura do quarto pareceu subir um pouco, porém como na maioria das vezes algo ou melhor alguém parecia sempre interferir nesses momentos.

– Uhu!

Nós dois encaramos Tony que havia aberto a porta. Sigyn ficou vermelha da ponta dos pés a raiz dos cabelos, já eu, bem eu fiquei vermelho por outra razão.

– Não sabe bater na merda da porta Tony! – normalmente eu não falo palavras de baixo calão.

Ele mostrou seu sorrisinho filho da mãe.

– Eu bati, mas ninguém respondeu – ele se fez de inocente – bem podem continuar, eu falo com você depois.

Ele fechou a porta. Eu e Sigyn soltamos o ar. Tony sabia ser inconveniente quando queria. Me afastei dela e caminhei até a porta trancando-a.

– Vou me lembrar de fazer isso sempre – falei voltando a encara-la, com meu costumeiro risinho – onde estávamos?

Ela corou um pouco e riu, eu caminhei em sua direção a puxando pela cintura.

No dia seguinte eu e Sigyn e eu saímos para jantar, mas o que era para ser um jantar “romântico” se tornou algo bem pior, e vocês saberão o porquê.

Acho que já mencionei que a maior parte das coisas extraordinárias acontece comigo: como descobrir após ter mais de 25 anos e dois doutorados concluídos que você não passa de um filho adotado é um deles.

Pois bem. New York é enorme, tem muitos restaurantes, muitos mesmo, afinal estamos falando da Big Apple dos Yankes, Mas com tantos restaurantes para ir ele tinha logo que estar aqui. Bem atrás de Sigyn, a cinco mesas de distância eu consegui identificar a careca lustrosa de Obadiah Stane, acompanhado de uns caras, sendo que um deles não me era estranho: Justin Hammer, o dono da H.A.M.M.E.R Industries, um dos, senão, o principal concorrente da Stark Industries.

– Loki?

Então é isso, Obadiah, Hammer, balanços maquiados, desfalque... estão é isso! Obadiah deve estar roubando Tony e vendendo informações para o Hammer.

– Loki!

Se isso fizer sentido, então basta apenas que Tony bote o sujeito pra fora da empresa...Ai!

Não percebi quando minha noiva chutou minha canela só para ter a minha atenção.

– Au.... - gemi baixo.

– Ficou surdo por acaso? – Sigyn me questionou – pra onde você estava olhando?

E então ela fez menção de olhar para trás bem na direção de...

– Não vira – sibilei sério.

Ela arqueou a sobrancelha.

– O que foi?

– Nada.

Sigyn estreitou os olhos, e antes que eu pudesse lhe dizer alguma coisa, vi os olhos de Obadiah Stane cravados em mim.

Fitei Sigyn e disse de forma rápida.

– Vou ao banheiro – e sem que ela respondesse alguma coisa eu sai da mesa, é eu sei, estava estragando o jantar e ela me mataria quando voltássemos a torre. Caminhei a passos largos e entrei no banheiro, coloquei minhas mãos sobre o mármore gelado da pia e respirei lentamente. O que eu faria? Ele estava lá fora, pego em flagrante com o rival de Tony Stark.

Foi quando ouvi passos no banheiro e encarei meu reflexo no espelho, e mais alguém atrás de mim.

– Sr. Odinson, que coincidência, não? – ele tinha um sorriso falso nos lábios.

– Sr. Stane – eu lhe cumprimentei.

Um silencio sepulcral encheu o banheiro, não havia mais ninguém além de nós dois, ah coincidência forçada, até demais. Ele caminhou até o meu lado com um meio sorriso.

– Está acompanhado daquela jovem, Tony me contou que estão noivos! E então pra quando sai o casório?

Como se eu fosse te convidar, otário.

– Para o início do verão – respondi de forma vaga.

– Hum, então é logo, logo.

E então a pior parte.

– Sabe, sr. Odinson – ele deu alguns tapas na minha costa com sua mão pesada, e depois segurou meu ombro direito dando uma leve pressionada – eu aprendi muitas coisas nesses mais de 25 anos na Stark Industries, fora o que já tenho de trabalho, enfim uma reputação, sabe?

Apenas concordei.

– Acredito que o senhor também tenha uma na empresa de seu pai, não?

– Perfeitamente.

Ele deu mais uma apertada em meu ombro.

– Então sabe como é desconfortável e desagradável ver que as pessoas estão desconfiando de seu trabalho e dedicação certo?

Agora eu o encarei nos olhos me afastando um pouco. Fiz minha melhor cara de desentendido.

– Me desculpe, mas não sei do que o senhor está falando.

Hum, e então o sorriso falso de Obadiah sumiu.

– Ora, não sabe? Tony não iria atrás de você na Noruega apenas porque estaria com saudades, hein? Eu não sou idiota, sr. Odinson, e imagino que você também não.

Eu fitei sério dessa vez.

– De fato não sou. Na verdade, sou muito inteligente, sr. Stane. Inteligente o bastante para perceber que está roubando os lucros do meu amigo e fazendo sabe lá o quê com o Hammer, e mais ainda, seu plano não vai dar certo, não vai demorar muito para Tony te dar o pé na bunda.

Obadiah deu um sorriso de escárnio.

– Tome cuidado, sr. Odinson, está pisando em terreno desconhecido. Essa briga não é sua.

Eu sorri da mesma forma.

– Quem tem que tomar cuidado aqui é senhor.

Embora eu estivesse tremendo por dentro, eu sabia mascarar meu nervosismo.

– Eu não veria dessa forma – ele então passou por mim e caminhou até porta do banheiro e depois deu uma breve recuada – Sabe, estive pensando numa coisa, não devia perder tempo com isso, deveria passar mais tempo com sua noiva, é uma linda jovem.... seria muito triste se algo acontecesse com ela.

Meu coração caiu uma batida, virei para encará-lo mas a porta havia se fechado. De repente minha respiração começou a ficar irregular, não agora não.... inspirei fundo e consegui me controlar, pelo menos por enquanto. Caminhei até a mesa e encontrei Sigyn distraída mexendo em seu celular, ela me fitou e pareceu preocupada.

– Vamos embora – eu disse curto e grosso.

– Mas já? A gente nem pediu?

– Melhor ainda, agora vamos.

Loki estava estranho, ele me puxou pela mão, me fazendo levantar da cadeira, notei que ele estava pálido.

– Loki, você está bem?

– Que parte de vamos embora você não entendeu? – ele me cortou ríspido.

Me afastei dele, ele percebera a grosseria, por um momento percebi um conflito interno em seu rosto, e então ele inspirou o ar fazendo um chiado.

– Desculpe – ele disse.

Eu dei um suspiro, e então saímos do restaurante, Loki não quis chamar pelo Happy, entramos logo no primeiro táxi que vimos, e rumamos para a torre Stark, durante o caminho ele não dizia nada, e sua respiração parecia entrecortada, muito estranha. Eu segurei seu braço e ele me encarou.

– Você está bem? – o fitava preocupada.

Ele respondeu que sim. Mas eu sabia que no fundo ele estava mentindo. Chegamos na torre, e durante o elevador nada, apenas a sua estranha respiração, ele parecia suar.

Quando chegamos na cobertura JARVIS abriu a porta para nós.

Minha vista ficou escura, há quanto tempo eu não tinha uma crise daquelas, 10 anos? Ou desde quando comecei a praticar corrida e caminhada. A asma era outro fantasma que me assolava quando era pequeno, e agora depois de tanto tempo, disciplina e autocontrole ela pareceu ter voltado. A medida que eu tentava disfarçar só piorava, tentei puxar o ar, mas ele não vinha, e então a minha respiração se tornou mais audível pela sala, eu comecei a chiar e Sigyn me fitou com medo nos olhos.

Agora a coisa estava fora controle, só não me desequilibrei por ela me ajudou e gritou por Tony, JARVIS e qualquer outra pessoa que fosse.


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Notas finais do capítulo

O final foi meio sei lá, não sei se capítulo ficou bom, mas procurei fazer o melhor que pude, aceito críticas e sugestões....
Bjs!