Era 24 de novembro de 2007 e o céu de Los Angeles estava nublado. Passava das 15h30 e Luca estava sendo enterrado naquele exato momento. Muitos amigos estavam lá. Seus familiares choravam e lamentavam a grande perda. Felipe, seu pai, segurava uma foto de seu filho e estava ao lado de Gisele, totalmente desconsolada. Giovana, namorada de Luca estava aos prantos e para completar essa dor, estava grávida de dois meses. Já Eduarda estava de frente para o caixão do irmão, de cabeça baixa e tentando entender o porquê de tudo aquilo está acontecendo.

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Luca seria lembrado pelo exemplo de homem que ele era. Honesto, feliz, amigo, sincero e cuidadoso. Alguém que sempre lutou pelos seus direitos e que estaria trabalhando com isso mais pela frente. Era impossível alguém não se lembrar dele dessa maneira. Ele seria inesquecível na vida de todas as pessoas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

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Uma hora depois, os familiares abraçavam Gisele, Felipe e Eduarda, dando o seu apoio e ajudando no que eles precisassem. Até que os três decidiram ir para casa. Só que não era nem Gisele nem Felipe que dirigiam, e sim Jasper, o motorista da família que trabalha com eles há muito tempo.

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Chegando lá, Felipe sentou-se no sofá, olhando para a foto do seu filho e Eduarda sentou-se ao seu lado, lhe dando um forte abraço. Até que eles escutam um barulho na sala de estar e quando se aproximam, veem Gisele quebrando todas as coisas do aniversário de Eduarda. Então Felipe vai onde ela está e a puxa, dizendo:

- Não faça isso com as coisas do aniversário da nossa filha! – e Gisele fala:

- Filha? Que filha Felipe? Eu não conheço essa garota. Foi por causa dela que o meu único filho morreu e agora ela não terá mais essa maldita festa como castigo. – Eduarda chorava escutando aquilo e Gisele continuou. – Não entendo como você está viva! – e Felipe disse:

- Pare de falar besteiras! Ela não tem culpa de nada. – e Gisele falou:

- Se ela não fosse interesseira e tivesse deixado ele em casa, isso não teria acontecido! Você arruinou as nossas vidas. – Eduarda a olhou e disse:

- Eu não tive culpa do que aconteceu, mas quisera eu ter morrido no lugar do meu irmão, pois isso com certeza não faria diferença na sua vida. Não é mãe? – e Gisele disse:

- Antes tivesse sido você do que o meu Luca! – Eduarda não disse mais nada e saiu correndo para o seu quarto, enquanto Felipe disse:

- Ela não tem culpa do que aconteceu Gisele e é nossa filha. Você tem que ir pedir desculpas para ela! – mas Gisele não deu ouvidos e foi para o seu escritório, trancando-se lá.

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POV Eduarda.

“Antes tivesse sido você do que o meu Luca!”. – as palavras secas da minha mãe não saem da minha cabeça. Será possível que ela não é capaz de perceber o quanto eu estou sofrendo com isso tudo também? Poxa, ele era o meu irmão! Mas sabe em partes eu sinto que sou culpada. Não deveríamos ter saído ontem, principalmente pra comprar presentes. Eu nunca me importei com isso. Mas... Mas eu não sei o que pensar ou o que fazer. Como vou conviver com minha mãe depois disso? Como será daqui em diante sem o Luca? Sem o meu irmão, meu amigo, meu conselheiro? Não sei se vou aguentar.

- Filha? Podemos conversar? – ouço meu pai e ele entra, sentando-se na minha cama e dizendo. – Sei que é difícil, mas não ligue para as coisas que sua mãe disse. Ela está nervosa e sofrendo! – o olhei com vontade de respondê-lo, mas apenas o abracei e fiquei ali com ele, até dormir.

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1º de dezembro de 2007. Passou uma semana!

O silêncio reinava na casa de Eduarda. Os empregados arrumavam a bagunça feita por Gisele há uma semana. A tristeza ainda estava nos olhos de Felipe, que acordou nesse dia e foi até o quarto de Duda, afinal era o seu aniversário.

Chegando lá, ela dormia feito um anjo e Felipe a acordou, dizendo:

- Bom dia minha princesa! – ela abriu os olhos e sorriu ao vê-lo, dizendo:

- Luca? É você. – o seu pai sorriu e disse:

- Não filha. Sou eu! – ela se levantou e o abraçou, até ele continuar. – Parabéns meu amor! – ela sorriu e disse:

- Obrigada papai. – ele deixou o presente dela sob a cama e saiu, dizendo. – Vamos dar um passeio mais tarde! – ela sorriu e abriu o presente, que era um celular parecido com o que o Luca havia comprado no dia do acidente. Então uma lágrima brotou em seu rosto e ela deitou-se novamente, abraçada a uma foto de Luca.

POV Eduarda.

Hoje é meu aniversário e estou fazendo 15 anos. Mas hoje também faz uma semana que meu irmão partiu e parece que a ficha não caiu ainda, pois eu sonho com eles todos os dias, com aquele sorriso perfeito e aqueles olhos azuis. Ah! Quantas saudades do meu branquinho. Do meu melhor amigo, conselheiro, parceiro. Saudades dele me chamando de baixinha, mexendo nos meus cabelos e até mesmo de vê-lo jogando vídeo game que nem crianças com aqueles amigos manés. São lembranças, bons momentos! Se eu pudesse ganhar um presente pra me deixar feliz, seria tê-lo de volta. Mas isso não é possível! Meu Luca já não está mais aqui. Só que me alegro ao lembrar que a Gi, namorada dele está grávida e terá um bebê dele. Só espero que minha mãe não implique com isso também!

- Eduarda Castelo? – ouço alguém me chamar e era minha mãe, que continuou. – Vim apenas te desejar parabéns e dizer que o meu presente será que você vai se mudar para a escola onde seu irmão estudou! – a olhei confusa, sem saber se agradecia ou reclamava, até ela continuar. – Além de fazer faculdade de Direito! – ao escutar isso não aguentei e disse:

- Agradeço pelos parabéns, mas não vou fazer faculdade de Direito, não é isso que eu quero! – e ela disse:

- Você quem sabe. Ou faz isso, ou eu vou embora e nunca mais volto! – a olhei e sem pensar duas vezes, falei:

- Posso até estudar lá, mas entende uma coisa mãe: eu não sou o Luca e não vou fazer faculdade de Direito só para realizar um sonho seu! E quer saber mais? Não vai fazer diferença nenhuma se você ficar aqui ou for embora. – ela me olhou com ódio e disse:

- Engraçado, pois o seu pai disse a mesma coisa. Então, é simples! Você não faz o que eu pedi e eu não vou embora. E sim vocês dois saem dessa casa! Antes só do que mal acompanhada. – parei para olhá-la e disse:

- Tudo bem! Vou arrumar minhas coisas. – e ela disse:

- Podem ficar até o dia que você começar a estudar novamente! Eu vou para a casa da minha mãe em Paris e quando voltar tenho certeza de que não estarão mais aqui. Ah! Não esqueçam: foram vocês quem decidiram isso! – e saiu, sem ao menos se importar com a minha resposta. Então eu apenas procurei pelo meu pai e expliquei tudo que tinha acontecido. Porém ele já sabia e apenas me disse:

- Vai ficar tudo bem filha. Eu prometo! – sorri e o abracei, me arrumando em seguida e indo dar uma volta com ele.