Living Again escrita por Everllark


Capítulo 25
Companhias


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho!

Boa leitura.



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E não acredito que já estava estudando neste colégio a mais de seis meses e ainda conseguia me perder.

Eu estava tentando chegar em uma das salas perto do laboratório de Química, mas acabei chegando em um corredor que nunca tinha visto na vida. As numerações eram estranhas e as salas tinham a aparência de não serem usadas a anos.

 

Tum Tum tum tum tum tum tum

 

Era só o que me faltava, eu já estava em um corredor abandonado e agora ouvia sons esquisitos.

Eu queria gritar por socorro, mas de que adiantaria? Não havia ninguém aqui.

Nunca fui medrosa e assistia a filmes de terror sem pestanejar, mas estar em um filme de terror era bem diferente.

Como eu odiava aquelas pessoas que continuavam andando em direção ao perigo, sendo que todos sabiam que se o personagem fosse naquela direção iria ser surpreendido por um assassino, ou seja lá qual era o vilão do filme. Mas pelo visto, eu era esse tipo de pessoa porque ao invés de me afastar do barulho esquisito, me vi caminhando na direção do som. Se os peixes morrem pela boca,  os humanos morrem pelos olhos. A curiosidade, pelo visto, vence o medo.

O som parecia vir de uma das salas, e eu descobri, para a minha surpresa, que esta estava destrancada. Mais de perto, dava para perceber que o barulho era proveniente de batidas, muito fortes por sinal. Seja lá quem ou o que fosse, estava empenhado em destruir algo.

Decidi entrar na sala. Abri a porta silenciosamente.

O cômodo estava escuro, exceto por uma pequena claridade que vinha da única janela aberta.

A luz iluminava seu rosto e cabelos transformando a visão em algo celestial. Bem, seria celestial se ele não estivesse socando a parede de fora demoníaca. Mas que ironia!

Foi então que eu vi os rabiscos na parede, todos escritos em tinta preta e marcados com um “X” com tinta vermelha exceto por um. Cheguei mais perto para tentar ver melhor o que diziam, mas ele se virou e me vi encarando um mar de azul sem fim.

—Katniss, o que faz aqui? - Peeta estava confuso e tentava inutilmente esconder as palavras escritas na parede. Mas eu já as havia visto: dor, culpa, medo, saudade, … Todas estas estavam marcadas, exceto pela palavra “raiva”.

—O que é isso? - perguntei apontando para a parede e ignorando completamente sua pergunta.

— Não é nada - disse ele nervoso - Você não deveria estar aqui. Esta ala do colégio é  proibida.

Não me diga?

—Acho que eu poderia dizer o mesmo a você - levantei levemente minha sobrancelha esquerda para dar ênfase.

—Saia daqui, Katniss. Por favor - ele parecia tão abatido - Só me deixe sozinho.

O que estava acontecendo? Peeta nunca foi do tipo que gosta de ficar sozinho, e muito menos que ansiasse por isso.

—Peeta, seja lá o que está acontecendo, eu quero te ajudar - E eu queria. Nossa, como eu queria. Ele parecia tão abatido que eu esqueci que estávamos brigados. Tudo o que eu queria era consolá-lo, abraçá-lo, beijá-lo, e sabe-se lá o que mais.

—Eu não preciso de ajuda - então ele olhou para as mãos para evitar meus olhos, o que nao ajudou em nada porque elas estavam vermelhas e sangrava em algumas partes devido ao seu acesso de fúria na parede.

—É claro que não precisa - disse, me encaminhando em sua direção - Venha, deixa eu dar um uma olhada em suas mãos. No início, ele hesitou. Mas no final, resolveu ceder.

Fomos em direção a uma mesa antiga onde eu depositei sua mão. Peguei a garrafa de água e um lenço que eu tinha em minha bolsa. Molhei o lenço e comecei a passar gentilmente em suas mãos. Peeta acompanhava meus movimentos sem dizer uma única palavra. E eu também fiz questão de não dizer nada e me dedicar inteiramente a minha função.

—Obrigada - disse Peeta assim que terminei.

—Não foi nada - eu disse guardando minhas coisas de volta na bolsa - eu só queria ajudar.

—Você não entende…

—Se não me contar, eu nunca vou entender mesmo - cortei-o.

Peeta parecia decidido.

—Katniss…

—Me ajude a entender, Peeta - segurei em seu rosto fazendo-o olhar em meus olhos - eu quero te ajudar, mas só vou conseguir fazer isso se souber o que está acontecendo com você. Confie em mim, como eu sempre confiei em você.

E então eu vi a expressão em seus olhos mudar. Ele estava cedendo.

Peeta respirou fundo e me surpreendeu ao me puxar para seus braços.

—Eu não consigo perdoá-lo, Katniss - disse Peeta de repente - Eu já consegui me livrar dessas coisas - disse ele apontando para as palavras riscadas - mas eu ainda o odeio. Eu ainda odeio o meu pai por ser um maldito egoísta. Eu não consigo me livrar da raiva… sempre a raiva! Eu juro que tentei, juro mesmo! - Peeta me apertava com força sem perceber, tamanha era a sua chateação - Mas sempre que eu olho para ele, lembro dos olhos chorosos da minha mãe. Aqueles olhos tão lindos viviam sempre derramando lágrimas por um homem que não valia a pena. Por um homem que a ignorava! Foi tudo culpa dele! -A essa hora, Peeta gritava a plenos pulmões. Ainda bem que estávamos afastados de qualquer um que pudesse ouvir - Ela se matou porque era infeliz, e nem o meu amor por ela foi suficiente para tirá-a daquela maldita depressão! E agora ele está fazendo isso de novo… Ele não liga para ninguém exceto para ele mesmo!

—Peeta… - eu disse quando consegui me desvencilhar de seu abraço apertado - Você sabe que odiá-lo não vai mudar nada - Peguei seu rosto revoltado e sequei as lágrimas de raiva que ele deixara escapar durante sua confissão.

—Eu sei - Havia tanta dor em seus olhos. Como eu queria tirar todos os sentimentos ruins daqueles olhos que tanto amava. Eu queria tirar todo aquele peso que ele carregava. Mas a quem eu estava querendo enganar? Eu era fraca demais para carregar sua dor. Eu já possuía tanto sofrimento em minha vida. A verdade é que nós éramos duas pessoas machucadas que tentavam continuar vivendo recomendando os retalhos que sobraram de nossas vidas. Cada um à sua maneira.



****



—Katniss, eu preciso de sua ajuda - disse uma Annie decidida assim que pisei os pés em casa.

—Oi para você também, maninha - Sim, eu fui debochada.

—Estou falando sério - E realmente parecia. Annie estava com uma cara de quem passara horas travando uma batalha interna - Você é a única pessoa com quem eu posso contar para fazer isso.

— Tudo bem, me diga. Em que você quer que eu te ajude? - Disse me sentando na cama e tirando meus sapatos.

— Eu quero ver a minha filha - disse ela decidida.

— O QUE?! - Por essa eu não esperava - Você tem certeza que quer fazer isso?

— Eu pensei muito a respeito - Ela veio se sentar ao meu lado - Sei que não posso ter um relacionamento com ela, afinal, esta era uma das cláusulas que existiam no contrato da adoção. Mas eu quero muito vê-la. Eu preciso vê-la, Katniss. Não consigo mais ficar apenas na imaginação - Annie parou por um segundo, e disse sonhadora- Ela já deve estar tão grande. Tem um ano e dois meses e provavelmente deve estar mamãe e papai.

— Annie, eu não acho que isto seja o melhor para você. Não acha que estará se torturando demais vendo-na à distância.

— Talvez - disse ela triste - Mas não vou consecutive cigar email pai se não fizer isto. Por favor, Katniss. Faça isso por mim.

—É claro que sim, Annie. Mesmo que eu não concorde com essa loucura, você sabe que estou do seu lado para o que precisar.

—Obrigada - e ela me deu um abraço.

—Mas nós não temos nada sobre o casal que a adotou.

—Quem disse que não? - Disse ela com um sorriso travesso - Na verdade… eu tenho o nome deles. O que já é um grande começo.

— Definitivamente, mas ainda assim, teremos que apelar para as minhas habilidades de investigação.

— Estou contando com isso, Sherlock.

E então Annie me atingiu com o travesseiro iniciando uma guerra de travesseiros que durou um bom tempo. Ou melhor, até nós nos jogarmos cansadas na minha cama e cairmos no sono imediatamente.

 

Acordei no meio da noite com uma sede louca. Observei que Annie dormia tranquilamente em minha cama e fui silenciosamente para a cozinha. Havia uma luz vinda do cômodo, provavelmente era a geladeira. Vago estava assaltando-a.

—Não sabia que estava em casa - Acho que o assustei um pouquinho, pois Cato deu um pulo e por pouco não reinou a jarra que segurava se estatelar no chão.

—Katniss - Disse ele após se recobrar - É, eu cheguei ontem à noite bem tarde.

—Ah sim.

Peguei um copo no armário e comecei a enchê-lo de água. Não estava muito gelada mas suficientemente boa para saciar a minha sede.

—Soube que você não vai com a gente para a casa de praia - disse Cato de repente.

—Infelizmente não vou poder ir - então era por isso que ele estava aqui - Tenho algumas coisas para fazer. Deixa para a próxima.

— Sabe, depois que eu comecei a fazer faculdade passei a sentir falta da minha mãe o tempo todo no meu pé - O que ele estava querendo dizer com isso?

— Cato, não é por isso que eu…

— Abe é um saco às vezes - confessou - Mas depois que se acostuma com ele… Bem, ele fez muito por mim e por Annie. Coisas que nem mesmo meu pai foi capaz de fazer.

— Talvez seja esta a questão - Já que ele já tinha sacado qual era a minha, pra que esconder? - Os pais valorizam mais o que não é deles. Mas eu não me importo, já estou acostumada e não é como se eu sentisse falta disso.

—Sei… Vou subir ver se consigo dormir um pouco - Disse Cato - Vamos sair amanhã bem cedo.

— Vou ficar mais um pouco aqui, ver se como alguma coisa.

— Ah, Katniss - Cato disse antes de sair da cozinha - Vai ter a casa toda para você. Então se estiver planejando fazer uma festa, por favor, não deixe a adega desgraçada.

— Mas eu não…

Só que ele já tinha saído sem me dar a chance de contestar.

Uma festa. Onde já se viu? Isso não era nem um pouco a minha cara, o que provava que Cato, definitivamente, não me conhecia. Mas ele tinha percebido a minha satisfação em não viajar com eles, algo que ninguém mais percebeu.

Acabei ficando com preguiça de preparar algo para comer e resolvi subir e seguir o exemplo de Cato. Dormir.



Annie ainda estava dormindo na mesma posição, profundamente. Entrei e deitei o mais silenciosamente possível e cai no sono rapidamente.

Quando acordei, eu já estava sozinha na cama e havia um recado no criado mudo.

 

Katniss, você dormia tão profundamente que fiquei com pena de te acordar apenas para dizer que estávamos saindo.

Minha mãe me pediu para dizer que a geladeira está abastecida e que se quiser qualquer outra coisa, ligue para o mercado do bairro que eles entregam aqui.

Abe pediu para dizer “nada de orgia na minha casa” Kkkkkkkkkkkkk

Devemos voltar no domingo à noite. Mas minha mãe está tentando me convencer a voltarmos apenas na segunda. Qualquer Mudança, eu te aviso.

Mande um beijo para a irmã da Madge por mim.

E sobre aquele nosso assunto, acho que tenho novidades, mas prefiro falar pessoalmente.

Aproveite a casa só para você.

 

Atenciosamente,

Sua irmã.



Effie sempre preocupada, Haymitch sempre um babaca e Annie sempre atenciosa.

A casa toda para mim. Finalmente a realidade disso recaiu sobre mim.

Eu estava livre por um final de semana inteiro! Nem conseguia acreditar. Eu queria dançar, pular, gritar, … Mas achei infantil demais. Então simplesmente desci para inventar algo para comer.

 

Effie, definitivamente, havia se prevenido. Ou melhor, prevenido sua cozinha de pegar fogo. Ela havia comprado diversas caixas de comida congelada porque sabia que eu conseguia queimar até miojo.

Eu estava concentrada colocando uma porção de waffles no microondas quando ouvi uma batida na porta e fui atender.

—Niss, acabei de ligar para a moça do buffet, e ela vai chegar em uma duas horas - disse Marge esbaforida atravessando a porta - Precisamos estar com a decoração toda pronta antes disso. Você ainda está desse jeito - Sim, eu estava de pijamas e nem sabia que horas eram.

— Bom dia pra você também, Madge.

— Bom dia - disse ela me empurrando escada acima - Agora vai tomar banho e se arrumar. Você tem quinze minutos.

É em exatamente quinze minutos eu e Madge estávamos saindo de casa rumo a sua. Eu teria demorado um pouquinho mais, mas a voz de Madge a todo momento dizendo “já está acabando?” me impedia de ir mais devagar.

Como num passe de mágica estávamos em frente à sua casa e me vi passando a manhã inteira pendurando bolas fitilho, lacinhos, carrinhos, forrando mesas, entre outras coisas.

No final, ficou maravilhoso, mas nunca imaginei que arrumar uma festinha desse tanto trabalho.

Mas valeu a pena. Definitivamente, valeu a pena.

Quando Adele, a irmã de Madge viu a sala toda decorada e suas amigas reunidas para festejar a chegada de seu filho ela se derramou em lágrimas. Fiquei imaginando o quanto ela deve ter sofrido com a frieza, que Madge me contou, com que seus pais a tratavam desde que ela revelou que estava grávida. Eles não estavam na festa o que era uma pena, mas todos tentamos ao máximo fazer com que a ausência deles não acabasse com o clima festivo. No fim, Adele nos revelou que esperava um menino e todas comemoramos e sugerimos uma porção de nomes. Madge pegou um papel e uma caneta e a fez anotar todas as sugestões. No final, foram 67 nomes.

A festa foi bem divertida, e me vi indo para casa às 22hs da noite. Madge se ofereceu para me dar carona, mas dispensado alegando que ela teria muita coisa para arrumar. Resolvi pegar um táxi.

 

Quando cheguei, havia um carro parado em frente à minha casa. Fiquei receosa até que percebi que era Gale quem estava dentro do carro.

—Oi - eu disse colocando a cabeça na janela do carona.

Gale estava distraido, por isso não percebeu minha chegada. Com o susto, ele, sem querer, apertou a buzina o que nos fez ser xingados pelos vizinhos.

—Catnip! - disse ele, recordando o fôlego.

—Quer entrar?

Gale aceitou prontamente.

Era estranho ver esta casa silenciosa, sem Effie, sem Annie.

—Pensei em vir aqui te fazer companhia quando Madge me disse que você estaria sozinha - disse Gale assim que sentamos no sofá.

—Não precisava, Gale…

— Que isso, Catnip! - Gale me deu aquele abraço de urso maravilhoso - Acha mesmo que eu te deixaria sozinha?

A verdade é que ficar sozinha poderia ser libertador, mas também era assustador. Eu nunca tinha passado tantos dias sozinha, minha mãe sempre estava por perto e desde que eu me entendo por gente, nunca havia dormido fora de casa. E essa casa não era qualquer casa, convenhamos. Era imensa! Se um ladrão resolvesse roubar a casa, eu seria presa fácil. Mesmo as minhas aulas de defesa pessoal quando morava em Louisville não me ajudariam muito. Ter Gale por perto era um alívio.

Quem melhor do que swimsuit amigo para te proteger?

O nome de Peeta veio a minha mente mas eu tratei de afugentá-lo rapidamente. Ainda não tinha parado para pensar sobre o que acontecera no colégio ontem. Ver Peeta tão frágil assim me fez pensar em quanta coisa ele não escondia nessa fachada de play boy.

—O que é isso no microondas, Catnip - Não tinha percebido Gale ir para a cozinha. Minha cabeça estava longe mesmo.

—Ai, caramba! - Madge chegou aqui em casa tão agitada me dando ordens que me esqueci completamente dos maravilhosos waffles que eu estava “preparando” - Meus waffles!

— Seus waffles? - Disse Gale ligando o microondas para esquentar os waffles - Acho que você quis dizer “nosso waffles”.

— A não, eu amo waffles. Vou ter mesmo que dividir com você? - Tentei fazer drama.

— Eu estou aqui. Larguei o conforto da minha casa para impedir que você ficasse indefesa nesta casa de filme americano e você não quer nem dividir seus waffles comigo? - Mas Gale era, definitivamente, muito melhor do que eu no quesito drama.

— Justo - Eu estava vencida - Mas só se você fizer aquela geleia de mirtilo para acompanhar.

Gale certa vez havia tentado me impressionar dizendo que tinha o dom para a confeitaria. Quando o questionei sobre o que ele sabia fazer de bom, ele não se lembrava de mais nada a não ser sua magnífica geleia de mirtilo. Bem, acho que chegou o dia de saber se ela é realmente magnífica.

—Tudo por você, Catnip - E me deu um beijo estalado na bochecha - Me diz onde ficam as coisas.

— Se ao menos eu soubesse…

No fim, a geleia era realmente magnífica. É combinou tão perfeitamente com os waffles que cheguei a cantar. Sabe quando você come algo tããããão gostoso que quer celebrar? Então, esse foi um daqueles momentos.

 

Din don

 

—Está esperando alguém - Perguntou Gale quando ouvimos o barulho da campainha.

— Não que eu saiba - Será que eles resolveram voltarias cedo de viagem? Mas não tinha lógica, Cato não se deslocaria da sua faculdade até aqui só para passar um dia em uma casa de praia.

— Deixe que eu atendo - Gale ativou o modo “protetor”.

Ele foi calmamente até a porta e a abriu.

—Mellark?

Então ouvi a voz de Peeta.

—Hawthorne, o que faz aqui?

Isso iria dar merda.

—Eu poderia te perguntar o mesmo.

Gale parecia mais calmo do que o normal. Eu poderia jurar que ele não estava tão surpreso assim. Ao contrário de mim, é claro. Eu não esperava ver Peeta tão cedo, ou melhor, tão tarde, se considerarmos que já passava da meia noite.

Decidi intervir.

—Oi, Peeta - O que eu deveria dizer? - Quer entrar? - Ele parecia indeciso. Olhou de mim para Gale e depois paragon de novo.

—Sim - Disse simplesmente.

Sentamos os três no sofá da sala em um silêncio desconfortável até que Peeta resolveu se pronunciar.

—Katniss, eu só… Queria conversar - Peeta estava desconfortável com a presença de Gale - Sobre o que aconteceu ontem.

— Eu vou arrumar as minhas coisas no quarto, Catnip. Qualquer coisa me chama - E sem esperar por resposta, Gale sumiu escada acima.

—Não precisa me explicar nada se não quiser, Peeta - Eu disse assim que me certo fiquei de que Gale não poderia ouvir.

— Eu sei, mas… - Ele pareceu pensar melhor - O que o Hawthorne está fazendo na sua casa? Eu soube que estavam todos fora - Annie, é claro. Ela devia ter dito a ele que eu estaria aqui sozinha.

— Ele se ofereceu para passar a noite comigo - Isso pegou mal - Digo… me fazer companhia, para eu não ficar sozinha.

— É claro…

— Ele é meu amigo, Peeta - Era um saco estar entre esses dois - E além do mais, isso não diz respeito a você.

— Tem razão - Ele respirou fundo - Acho que não foi uma boa ideia ter vindo até aqui.

—É, talvez não - Essa rixa entre os dois já estava me estressando.

Peeta se levantou e começou a andar em direção à porta quando ouvi a voz de Gale.

—Espera aí, Peeta - Peeta? Ele chamou mesmo Peeta pelo primeiro nome? Isso era inédito.

— O que foi Hawthorne? - Ele não estava de bom humor.

— Vejo que vocês tem que conversar - Ele disse enquanto descia as escadas - E eu não quero atrapalhá-los - Fiquei me perguntando se ele realmente foi para o quarto quando disse que o faria ou se ficou apenas nos vigiando - Vamos fazer o seguinte, não quero deixar a Katniss aqui sozinha. Foi por isso que eu vim aqui - Porque Gale estava explicando a Peeta uma pergunta que eu mesma não quis explicar? - Então, durma aqui e faça companhia para ela que eu vou em bora. Assim vocês podem conversar com calma.

Peeta estava surpreso e eu tenho certeza que a minha expressão era a mesma. Porque Gale, logo Gale estava querendo nos juntar? Eu esperava isso da Annie, até da Madge, mas nunca dele.

—Tudo bem - Disse Peeta confuso.

Gale não perdeu tempo. Me deu um beijo na bochecha e foi em bora, deixando eu e Peeta sozinhos por uma noite inteira, na mesma casa.

 


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Notas finais do capítulo

E aí?! O que será que vai rolar essa noite????
Me digam o que acharam.



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