Living Again escrita por Everllark


Capítulo 12
Que tal um sorvete?!


Notas iniciais do capítulo

A greve dos ônibus me permitiu ficar em casa.
E adivinhem o que eu fiz! Escrevi, é claro!!
Espero que gostem.

Boa leitura.



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– Pensei que sua aula acabava às três, docinho - Mal cheguei em casa e já fui invadida pelas ironias de Haymitch.
– Bem observado, Abe - E continuei meu rumo inicial. Haymitch rapidamente segurou meu braço impedindo-me de prosseguir.
– Não sei se você percebeu docinho, mas esta é minha casa - Ele disse cinicamente - Ou seja, minha casa, minhas regras. E uma delas é me dizer para onde você vai, não importa se você gosta ou não - Seu sorriso era vitorioso - Não sei como era com sua mãe, mas comigo é diferente. Estamos entendidos?
Sua mão ainda segurava meu braço não me dando a oportunidade de sair.
– Sim, Senhor Ditador - Sorri debochadamente.
– Melhor assim - E soltou meu braço.
Caminhei rapidamente até meu quarto e tranquei a porta atrás de mim.
Eu odiava Haymitch e ele contribuia para que este sentimento se fortalecesse cada vez mais.
Não sei como aconteceu, mas quando percebi, atirava o abajour na parede e gritava a plenos pulmões de frustração. Ouvi batidas frenéticas na porta do meu quarto seguidas da voz preocupada de Annie.
– Katniss, está tudo bem - A tensão em sua voz era perceptível - Ouvi uns barulhos estranhos, o que está acontecendo?
– Nada, está tudo bem Annie - Até agora não havia percebido as lágrimas que banhavam meu rosto. Minha voz estava enrolada devido ao choro reprimido.
– Tem certeza? Se quiser podemos conversar - Ela parecia receosa em continuar, mas ainda assim o fez - Não precisa ter vergonha, Katniss. Todos tenos problemas...
– Eu estou bem, Annie. Não quero conversar - Cortei-a antes que prosseguisse. Dito isto ela parou de insistir.
Sentei-me no chão e fiquei ali, parada, pelo que pareceram horas até que o sono veio me trazendo mais lembranças.

#Flashback#

Eu estava o dia inteiro grudada no celular esperando pela ligação de Finnick. Já eram oito da noite e ele ainda não havia dado sinais de vida. Enquanto esperava pensei em diversos motivos que o levariam a não ligar. Comecei pensando que ele poderia ter esquecido, algo que seria impossível já que eu fazia questão de lembrá-lo sempre. Depois pensei que ele poderia estar estudando para uma prova difícil e por isso estava sem tempo para me ligar uma vez que, como sempre, eu o prenderia por horas no telefone. Diversas teorias passaram pela minha cabeça, dentre elas, ter sido abduzido por alienígenas, até que perdi a paciência e dicidi ligar.
A princípio fique preocupada por ele estar no meio de uma aula ou de um momento importante.
O telefone chamou uma, duas, três vezes até que chegou ao sétimo toque e eu estava prestes da cancelar a ligação quando ouço uma voz feminina do outro lado da linha.
– Alô - Fiquei quieta - Alô - Continuei sem dizer uma palavra sequer - Por acaso isto é um trote? Porque se for eu vou desligar o telefone agora mesmo se você não responder.
– Oi - As palavras saíram sem a minha permissão - Acho que liguei para o número errado.
– Por acaso você queria falar com o Finnick - Disse ela, receosa depois de pensar um pouco.
– Sim - Respondi.
– Então você ligou para o número certo - Ela disse, e imagnei que estaria sorrindo do outro lado da linha - É que o Finnick esqueceu o celular comigo. Você gostaria de deixar recado? Devo encontrá-lo daqui a pouco.
– Não, tudo bem - Eu disse - Eu ligo mais tarde.
Dito isto, desliguei o telefone e fui dormir. Eu iria esperar que ele me ligasse e me explicasse esta história de uma garota estar com o seu celular. Percebi um sorriso bobo no meu rosto e peguei no sono

#Flashback#

Acordei cedo naquele dia e decidi correr já que era sábado. Lembrei-me de ter visto um parque no caminho de volta da casa do Mellark.
Não demorou muito para que eu chegasse ao parque. Coloquei meus fones e passei a correr pela bela paisagem ouvindo música no último volume, como era de costume.
Não sei a quanto tempo eu estava correndo, mas já sentia o ácido láctico dando sinais de vida. Sentei-me em um banco para esperar a cãibra passar antes de prosseguir. Foi então que senti uma mão em minhas costas e quase tive um enfarte, mas me acalmei logo depois ao constatar que era apenas o Mellark, e não um assaltante.
– Foi mal, minha intenção não era te assustar - Disse ele sorrindo - Se bem que foi engraçado.
– Não foi nada engraçado, já estava me preparando para entregar meu celular. Sabe quantas músicas boas eu tenho nele?! - Disse contagiada pelo seu sorriso.
– É seria uma perda e tanto - Já não conseguiamos mais segurar a gargalhada - Mas então - Disse ele depois que conseguiu normalizar sua respiração - Porque parou de correr? Estava num rirmo tão bom.
– Estava me vijiando, Senhor Mellark - Eu disse sorrindo.
– Eu não estava te vijiando, apenas não queria atrapalha-la - E completou - Você parecia tão concentrada.
– Fiquei com cãibra - Respondi olhando para minha perna.
– Nesta perna? - Disse ele apontando para minha perna direita.
– Não, na outra - Respondi inocentemente. Só não esperava o que viria a seguir.
Peeta colocou minha perna esquerda em seu colo e passou a apertá-la, causando espasmos pelo meu corpo.
Eu não sabia se ria ou chorava, tamanha era a dor e as cócegas que eu sentia. Tudo ao mesmo tempo.
– Para Peeta - Consegui dizer após um tempo.
– Ah Katniss, você é tão fraca assim? Não aguenta uma cãibrazinha de nada - Disse ele sorrindo. Seus olhos miravam os meus, e sustentar aquele olhar tornou-se difícil. Então passei a olhar para as minhas próprias mãos.
– Porque não é com você - E dito isto, ataquei seu pescoço fazendo cócegas e conseguindo que ele largasse minha perna. Peeta já estava vermelho, e a única coisa que saía de sua boca eram risadas.
– Isso não foi justo - Disse Peeta ainda rindo, depois que eu parei com as cócegas - Você me pegou desprevenido.
– Você também me pegou desprevenida - Eu disse óbviamente.
– Mas é diferente - Eu olhei para ele com uma cara do tipo 'me convença' - Era óbvio que eu iria apertar sua perna. Por que outro motivo eu queria sabe especificamente qual perna estava com cãibra?
– Tá, tudo bem - Seu sorriso era vitorioso - Estamos quites então?
– Ainda não- E começou a fazer cócegas no meu pescoço, mas seu sorriso logo murchou ao constatar que eu não estava tendo reação alguma à sua investida - Ah, você só pode estar de brincadeira! - Dava para perceber sua frustração.
– É, parece que eu ganhei - Comentei vitoriosa.
– Ah, mas você não ganhou mesmo. Eu vou achar seu ponto fraco, pode ter certeza.
– Boa sorte então - Eu imaginei que ele havia desistido e pensaria em uma nova forma de me fazer rir. No entanto, Peeta passou a desamarrar meu tênis e fazer cosquinhas no meu pé - Eu já disse que não sinto cócegas - Disse, percebendo sua insistência.
– Mas isso não é possível. Todos sentem cócegas - Disse ele mogrando as mãos para o meu joelho. Ao perceber que minha expressão continuava a mesma, completou - Bem, parece que terei que apelar para minha cartada final - Dito isto, chegou mais perto de mim e passou a tatear minha barriga à procura de minhas costelas. De início não senti nada, apenas um leve incômodo que foi substituido rapidamente por uma dor diferente. Não era bem dor, até porque não estava me machucando. A verdade é que ele havia conceguido, eu estava sentindo cócegas.
Comecei a me debater para tentar me soltar enquanto dava gargalhadas. O mundo ao meu redor não mais existia, e eu não importava se as pessoas estavam prestando atenção em nossa brincadeira. Eu estava feliz, e isso era a única coisa que importava.
– Eu disse que conseguiria - Depois que Peeta parou de me fazer cócegas eu fiquei rindo por mais alguns minutos até voltar ao normal.
– É verdade, eu te subestimei - Disse sorrindo - Vou me lembrar de não fazer isso da próxima vez.
– Que tal um sorvete agora? - Ele disse se levantando e estendendo sua mão para que eu a pegasse.
– Está falando sério?! - Eu disse me levantando, com sua ajuda - Ainda são sete e quinze da manhã.
– Mas a sorveteria está aberta, o que significa que as pessoas comem sorvete às sete e quinze da manhã - Disse ele sorrindo.
– Mas é que eu ainda nem tomei café da manhã - Disse simplesmente.
– Tem um Café aqui perto - Ele disse apontando para o outro lado do parque - Podemos ir lá então, se você quiser.
– Você está com fome? Disse me encaminhando para a direção na qual ele havia apontado - Porque você só pensa em comida - Disse sorrindo. Não sei como, mas consegui falar olhando para os seus olhos.
– Na verdade - Ele coçou a nuca num claro sinal de nervosismo - Eu só quero uma desculpa para ficar mais tempo com você.
Parei de andar no mesmo instante e passei a mirar meus próprios pés.
O que eu deveria dizer? A verdade era que eu também queria ficar mais tempo com ele, por mais que eu não soubesse de onde esta vontade surgiu, mas nunca diria isso assim, de cara. E muito menos esperava que ele o fizesse.
– Sou tão legal assim - Disse finalmente, com um sorriso bobo no rosto.
– Digamos que... - Ele pensou um pouco antes de responder - Você é diferente das outras garotas.
– Diferente? Como assim? - Era melhor invadí-lo com perguntas a ficar parada desviando de seu olhar.
– Bem - Ele parou de olhar para mim, e foi sua fez de mirar os próprios pés. Nunca pensei que o veria assim, sem saber o que dizer. Segundo Gale, Peeta era o tipo de garoto que sabia exatamente o que dizer para conquistar alguém, e esta atitude foi completamente o oposto do que eu esperava. Mas eu poderia estar errada, e toda esta cara de envergonhado poderia ser encenação para que eu caisse no peu papo. No entanto, eu também podia estar entendendo tudo errado e ele disse aquilo não no sentido que eu estava pensando, mas...
– Katniss? - Eu estava tão perdida em pensamentos que por um momento me esqueci que a pessoa que estava causando estes meus conflitos internos estava bem na minha frente.
– Ah, Peeta. Foi mal - Disse voltando a andar. Peeta correu um pouco para me alcançar e passou a caminhar ao meu lado - Acho que eu estava perdida no espaço. Me desculpe.
– Tudo bem - Ele sorriu lindamente para mim antes de prosseguir - E então, topa?

– Acho melhor deixar para outro dia - Eu disse, pensando em uma desculpa para dar - Eu estou suada e tenho que resolver umas coisas.
– Tudo bem, mas não vou me esquecer que você disse "deixar para a próxima" - Disse ele fazendo aspas o que me arrancou gargalhadas - O que significa que você não disse não.
– Tudo bem - Eu disse - Eu tenho que ir, a gente se vê.
– Até - Peeta iria se virar, mas parou seu movimento no mesmo instante - Posso ao menos te levar para casa?
– Achei que tivesse vindo a pé - Disse apontando para sua roupa de malhar - Para caminhar.
– Eu estava indo caminhar, mas em outro parque que fica um pouco longe. Então decidi pegar o carro.
– E porque veio para esse? - Quis engolir minhas palavras de volta no exato momento que as pronunciei.
– É sério que eu preciso responder - Disse ele sorrindo para mim.
– Vamos então - Me apressei em dizer. Quanto mais rápido eu chegasse em casa, melhor.
O carro do Mellark não estava muito longe, e o trajeto até minha casa foi rápido. Assim que paramos destranquei a porta e me preparava para sair quando senti sua mão envolver meu braço, impedindo-me de prosseguir.
– Te vejo segunda - Disse ele olhando nos meus olhos. Tive a leve impressão de que estava me analisando.
– Até segunda - Confirmei.
Então seu aperto tornou-se mais fraco, permitindo-me sair do carro.
Esperei até que seu carro sumisse de vista para finalmente entrar em.casa.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??



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