Living Again escrita por Everllark


Capítulo 10
Party !!


Notas iniciais do capítulo

Gente, um minuto de luto por Philip Seymour, nosso eterno Plutarch Heavensbee.
E como homenagem decidi dá-lo uma pequena aparição na nossa fic.
Espero que gostem.

Boa leitura!!



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Eu tentei de todas as maneiras possíveis convencer Annie a ir à festa comigo, mas após ouvir algo como que uma confissão sua, percebi que todas as minhas tentativas frustradas seriam em vão:

– Não adianta Katniss, eu não vou a esta festa – Ela disse pela enésima vez naquela noite – Eu não curto este tipo de festa, pelo menos não mais – A última parte saiu mais como um sussurro, mas foi o suficiente para que eu pudesse escutar.

– E porque não? – Annie levou um susto com minha pergunta, provavelmente porque sua confissão não tinha o objetivo de ser escutada por mim.

– Ah, sei lá – Ela disse passando a mão pelos cabelos. Parecia nervosa – Eu acho que desencantei. É só um monte de gente bebendo e dançando – Ela disse por fim.

– Tudo bem, então – Eu disse – Se você não vai, eu também não vou. Aliás, que graça tem ir a uma festa onde não se conhece ninguém? – Eu já estava saindo de seu quarto quando...

– Não!! – Annie gritou de repente dando-me um susto tão grande que me fez pular – Você não me perturbou por não saber o que vestir para simplesmente dizer que não vai por medo de ficar sozinha na festa – Ela fez questão de frisar bem a palavra “sozinha” – Agora para de graça e vai se arrumar já.e seja rápida, pois ainda tenho que dar um jeito nesse seu cabelo – Ela disse completamente agitada – Se você acha que vou deixá-la ir de qualquer jeito nesta festa está muito enganada – E com um sorriso triunfante no rosto me empurrou para fora do quarto e fechou a porta na minha cara.

Assim que entrei no meu quarto, corri até o telefone e disquei o número de Madge. “Graças à Deus ela havia me dado” pendei mentalmente.

– Alô – Disse uma voz sonolenta ao telefone.

– Alô, Madge – Perguntei para me certificar.

– Sim – Sua resposta foi meu passe livre.

– Acho melhor lavar esta sua cara de sono porque temos uma festa para irmos agora na casa do Mellark – Eu falei tudo tão rápido que fiquei pensando se ela entendeu uma palavra sequer do que eu disse.

– É pra já – Me surpreendi com a rapidez que eu tive para convencê-la a ir comigo. Na verdade não posso nem considerar que eu a convenci, sua aceitação foi tão rápida que me fez me perguntar se ela já não sabia desta festa.

– Tudo bem – Eu disse – Te espero em frente a minha casa em uma hora. Você vem de carro? – Não estava com vontade de ir de táxi, além do mais, conseguir um taxi para voltar para casa às quatro da manhã do outro dia seria um verdadeiro sufoco.

– Sim – Ela parecia eufórica ao telefone – Até daqui a pouco Niss – Niss? Desde quando eu possuía um apelido tão ridículo. Não tive tempo de perguntar, pois Madge desligou o telefone na minha cara.

Ouvi batidas na porta do meu quarto, o que me tirou do meu torpor temporário. Se Annie soubesse que eu ainda não havia entrado no banheiro, ela iria falar eternamente no meu ouvido. Dito e feito:

– Não acredito que você ainda não tomou banho!! – Disse uma Annie exasperada na porta do meu quarto.

– Eu estava quase entrando no banheiro quando você entrou no meu quarto – Tentei falhamente parecer convincente.

– Para de falar e entra logo neste banheiro – Não entendia o motivo de sua irritação. Era uma festa, quem chega cedo em uma festa?

Entrei no banheiro já me despindo. Quando abri o chuveiro, o vapor quente oriundo do mesmo fez meu corpo ansiar pelo contato com a água. Não pude demorar muito,pois já ouvia as batidas frenéticas de Annie na porta, então rapidamente entrei em baixo da água e realizei, rapidamente,meu serviço de higiene.

Sai do banheiro ainda enrolada na toalha e tomei um susto ao encontrar Annie parada na porta do mesmo com uma lingerie estendida para mim.

– Obrigada – Disse simplesmente.

Caminhei de volta em direção ao banheiro e coloquei a lingerie branca que Annie havia escolhido. Quando sai do banheiro qual não foi aminha surpresa ao encontrar Annie novamente parada na porta do mesmo, mas dessa vez ela estendia o belo vestido verde que eu havia escolhido para mim.

Peguei o vestido de suas mãos e não me importei em colocá-lo ali mesmo. Quando terminei,precisei da ajuda de Annie para abotoar a parte de trás do vestido.

– Ficou lindo em você – Disse ela me observando após terminar de me ajudar a me vestir – Agora só falta a maquiagem e cabelo.

Annie me sentou na penteadeira e começou a trabalhar em meu cabelo.

– Nada muito chamativo Annie, por favor – E adiantava pedir? Pelo visto, aminha opinião era o que menos contava naquele momento.

Depois de cabelo e maquiagem prontos Annie disse por fim:

– Katniss, agora só falta uma coisa – Ela foi até seu quarto e voltou alguns segundos depois com uma câmera em mãos.

– Ah, não – Disse já entendendo sua intenção.

– Você não vai me impedir de fazer isso – Ela disse convicta – Minha superprodução merece no mínimo uma foto.

– Só se for apenas uma – Aceitei já sabendo que Annie não me permitiria ir embora sem antes tirar a bendita foto.

Fiz algumas poses e permiti que Annie tirasse não uma, nem duas, mas três fotos minhas.

– Acho que já está de bom tamanho, Annie – Eu disse por fim, dando um fim na sessão fotográfica grátis.

– E então, já posso ligar para o taxi? – Annie perguntou inocentemente.

– Não, eu não vou de taxi – Eu disse.

– Como assim? – Perguntou confusa – Vai para a casa do Peeta a pé?

Foi então que ouvimos uma buzina.

– Não, vou de carona – Dito isto, desci as escadas e sai de casa.

O carro de Madge era um belo Mercedes branco. Ela baixou o vidro lentamente e me deu uma piscadela, o que me fez cair na gargalhada.

– Você vai entrar no carro ou não – Ela disse por fim – Já estamos atrasadas.

– Ah, você também não – Disse enquanto entrava no carro e fechava a porta. Foi então que me dei conta de algo importantíssimo – Madge, você sabe onde é a casa do Mellark?

– E quem não sabe? – Disse ela arrancado com o carro com um sorriso estampado no rosto.

O trajeto foi silencioso. No fim das contas, a casa do Mellark não era muito longe daminha, cerca de uns quarenta minutos a pé.

– Chegamos! – Madge parecia muito animada quando chegamos em frente a bela mansão, porque era isso o que era,uma verdadeira e belíssima mansão. Bem maior do que a de Haymitch.

– Madge, quando eu te convidei para a festa você ficou animada tão rapidamente – Eu disse – Você já sabia da festa?

– Todos já sabiam da festa, Katniss – Ela disse como se fosse óbvio – E quem não saberia de uma festa na casa de Peeta Mellark?! – Ela sorria enquanto saia do carro – A questão é que nem todos são convidados. Apenas os tops.

Isso era ridículo, espalhar para o colégio inteiro que vai fazer uma festa, mas só convidar alguns. Mas decidi parar o assunto por aí.

Assim que entramos na casa, quer dizer, mansão, avistei uma imensa pista de dança improvisada já lotada de adolescentes aparentemente bêbados dançando. Pude reconhecer algumas pessoas do colégio,mas não muitas.

Enquanto eu e Madge andávamos a procura de um lugar mais calmo para ficar senti diversos olhares masculinos, é claro, sendo direcionados para meu decote nada chamativo. Não tive muito tempo para pensar nisso,pois senti a mão de Madge se desvencilhando da minha.

– Onde você vai – Perguntei virando-me para ela.

– Dançar um pouco – Ela disse como se fosse óbvio – Porque você não vem?

Eu até iria se não fosse por outra mão segurando a sua, de um garoto especificamente.

– Não, tudo bem – Eu disse sem graça – Eu vou sentar um pouco – Disse após avistar uma cadeira vazia próxima ao bar improvisado.

Assim que me sentei fui rapidamente atendida pelo barman. Eu não tinha a intenção de beber, até porque não era muito acostumada. Isso se beber uma ou duas taças de vinho no natal conta. Então optei por um simples coquetel.

Eu não sabia o que fazer, pois já estava ficando entediada. A minha intenção ao chamar Madge para a festa era me fazer companhia, pois eu não conhecia ninguém, não me largar para dançar com um estranho qualquer.

Eu estava tão imersa em pensamentos que não percebi que havia alguém ao meu lado até que...

– Oi – Eu teria caído da cadeira se Peeta não houvesse me segurado.

– Mas que susto!! – Meu coração batia a mil por hora, e não era pela presença do Mellark, mas sim pela sua ação.

– Me desculpe, não quis que você tivesse um ataque cardíaco – Ele disse se segurando para não rir – Mas é que eu vi você aqui tão distraída que não resisti.

– Tudo bem, eu desculpo – Eu disse dando uma ligeira risada – Mas me prometa que não fará mais isto.

– Eu prometo – Então ele fez uma coisa que me proporcionou muitas risadas, verdadeiras desta vez. Beijou os dois dedos indicadores num sinal de promessa.

– Você tem o que? Cinco anos – Consegui dizer entre risadas.

– Dezessete, mas isto não me impede de ter um espírito jovem – Ele disse marotamente.

– Tem razão, ter espírito jovem faz toda a diferença – Eu disse sorrindo – Talvez seja isto o que falta na Annie.

– Porque ela não veio? – Ele perguntou grandemente interessado.

– Segundo ela, não curte este tipo de festa – Eu disse séria desta vez, pois a crise de risos já havia cessado.

– Hum – Peeta parecia chateado pela desfeita de Annie, o que não passou despercebido por mim. Eu já havia desconfiado disto a algum tempo, mas só agora tomei coragem para perguntar.

– Posso te fazer uma pergunta? – Meu nervosismo era visível.

– Bem,tecnicamente você já está fazendo uma pergunta, mas eu deixo você fazer outra – Ele disse sorrindo.

– Você gosta da Annie? – Fui direta. É claro que ele poderia levar a pergunta para o lado da amizade, mas ele não era idiota ao ponto de não entender o que eu queria dizer.

– Não é bem assim – Ele parecia nervoso – É que eu sempre a vejo sozinha pelos cantos da escola e não entendo porque, até porque ela é bonita, inteligente e muito divertida – Não era necessário pensar muito para achar qualidades em Annie – Então eu decidi me aproximar dela, não porque eu sinta alguma coisa por ela, mas porque eu gostaria de tê-la como amiga. E claro, porque não gosto de vê-la sozinha.

– Ela parece ser muito legal – Eu disse – Não a conheço por muito tempo, mas o suficiente para saber que ela é uma boa amiga para se ter.

– Assim como você, eu suponho – Seu comentário me pegou desprevenida. Eu não sabia o que dizer, então optei por apenas sorrir. Ele deve ter percebido meu desconforto pois se apressou em acrescentar – Gostaria de dançar comigo, minha nova amiga – Percebi um tom diferente na palavra amiga, mas decidi ignorar.

– Quer dizer que sou sua amiga? – Perguntei.

– É, acho que você dá uma boa amiga – Ele disse com um sorriso cínico estampado no rosto – Mas então, aceita dançar comigo ou está apenas me enrolando porque está com pena de me dar um fora?

– Sim, eu aceito – Disse sorrindo – Mas já vou dizendo que não sou muito boa.

– Não tem problema, eu também não – Dito isto, ele pegou minha mão e nos guiou para o centro da pista de dança.

Não pude deixar de notar alguns olhares mortais direcionados a mim, mas ignorei, até porque, o que tem de mais em dançar com Peeta Mellark? Ele é só um garoto lindo, simpático, lindo, o dono da festa, lindo e claro, lindo. Tudo bem, até eu estou com certo ciúme de mim mesma.

A música que tocava era agitada, então observei ao redor tentando ter alguma criatividade para os meus passos, foi então que notei que Peeta havia fechado os olhos e dançava sem se importar com nada ao seu redor. Algumas vezes esbarrava em alguém, mas isto não o impedia de continuar dançando. “É, acho que esta é uma boa forma de se soltar” pensei comigo mesma.

Fechei meus olhos e comecei ame balançar no ritmo da música. Era bem agitado, mas ainda assim não foi tão difícil acompanhar. Eu já estava me acostumando com os movimentos quando a música chega ao fim, sendo substituída por outra de ritmo bem lento. Foi então que fui sobressaltada por um par de braços circulando a minha cintura.

Abri os olhos devagar e encontrai um par de olhos azuis me fitando. Nenhum de nós quebrou o contato visual. Então ficamos ali nos movendo de um lado para o outro enquanto admirávamos um ao outro. Nenhum dos dois queria quebrar o contato visual, mas a aproximação de nossos corpos era evidente. Quando nossos rostos estavam a apenas alguns centímetros de distância um barulho ressoa por toda a sala.

– Mas que palhaçada é esta? – Um homem perceptivelmente irritado se manifestou.

– Acalme-se Plutarch - A mulher que estava ao seu lado também se manifestou.

– Como me acalmar, nossa casa virou uma boate- Uma veia de sua testa estava prestes a explodir - Peeta, cadê você?

– Ah, droga. Eu estou ferrado – Peeta parecia preocupado – É o meu pai..


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam !!!