Lembranças Do Inverno escrita por Ellen Brasil


Capítulo 13
Descontrolado


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei pra postar porque tava fazendo as provas e ontem eu fiquei doente ; melhoras pra mim (yn' ASHUASHU



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No dia seguinte me senti a garota mais feliz do mundo, meu pensamento voava no sorriso de Daniel, meu coração disparava em cada segundo que se lembrava do toque dos seus lábios. Desci as escadas tão depressa que acabei esquecendo o celular em cima da cama.

Esbarrei com Jessica na escola, ela tava nervosa e me abraça forte.

— Gabi, fala pra mim que sempre vai ta comigo? Eu sei que a gente se distanciou um pouco, mas não quero perder tua amizade. — Jessica fazia o tipo durona, nunca tinha visto ela daquele estado.

— Claro que vou ta sempre contigo. Que isso? Ta nervosa, você ta tremendo. Vamos beber água pra ver se você se acalma mais. — passo a mão em seu ombro tentando confortá-la. Sentamos em uns bancos que havia perto do bebedouro. 

— Eu queria desabafar, mas não consigo. — respira fundo.

— Se você não quiser me falar eu vou entender. Eu nunca te vi desse jeito, alguma coisa de muito grave aconteceu. Se você precisar de ajuda eu to aqui.

— Então… Meus pais vão se separar. — as palavras travam, não sabia como confortar Jessica.

— Nossa, nem sei o que te dizer, nunca nem tive pai pra saber como é ta no teu lugar, mas eu to contigo e sei que isso é coisa de seus pais, eles que tem que resolver. Eu sei que você ta mal, mas eles não deram mais certo, agora tem que se conformar. — ela fica em silencio e abaixa a cabeça, vejo uma lágrima descendo sob o seu rosto.

— Valeu por tudo Gabi. Vou indo que o professor já deve ter chegado. — Ela levanta e pega os seus livros.

— Precisando to aqui. — abraço-a.

Não consigo me concentrar em nenhuma das aulas, estava feliz por Daniel e ao mesmo tempo tava triste por Jessica. O intervalo chega, procuro por Daniel pelo colégio inteiro e nenhum sinal dele. Pedro chega devagar pelas minhas costas e me dá um susto.

— Nossa que susto! Seu idiota. — bato de leve nele.

— Você é a minha amiga mais chata, e a melhor pessoa que já conheci. — ele rir.

— E você é o mais retardado, mas é o mais fofo. — do um sorriso e ouço o toque do sinal, naquele dia o intervalo era curto porque tinha as maratonas estudantis do terceiro ano.

Na quadra do colégio os bancos eram separados por turmas, Daniel teria que participar da maratona, era obrigatório todos os alunos do terceiro ano participar. A maratona começa, a turma de Daniel era a primeira a se apresentar, o diretor ia chamando os nomes enquanto os alunos iam até o meio da quadra responder as perguntas citadas. A vez de Daniel chega e ele não estava lá, o diretor Renato chama três vezes e ele não aparece. Fico preocupada e saio discretamente a procura dele, todos os alunos estavam na quadra então as salas estavam todas vazias, ainda tinha esperanças de encontrá-lo ali. Abro a porta da minha sala, era a ultima que tinha procurado, e vejo um garoto agitado mexendo em minha mochila.

— O que você quer mexendo ai? — falo indo até o garoto, ele se vira e eu fico espantada. Era Daniel! Ele tava irreconhecível, parecia que tinha usado drogas. — Daniel? O que você ta fazendo aqui? Porque você ta aqui?

— Eu preciso de dinheiro! Eu preciso! — ele vasculha as mochilas dos alunos.

— Pra que? Daniel o que ta acontecendo? — ele me empurra contra a parede.

— Eu quero dinheiro! Me dá logo porra! — fico em pânico, coloco a mão no bolso e vejo que tinha uns trocados, era pouco, mas talvez eu me livraria dele naquele momento.

— Só isso? Eu quero mais. — ele aperta meu braço e eu começo a gritar. Uma garota ouve meus gritos e abre a porta com força, era Luiza.

— Solta ela! — ela empurra Daniel enquanto eu e ela saímos da sala correndo. Ele tava totalmente fora de si, aquele não era o Daniel que eu tinha conhecido. Notamos que já estávamos fora do alcance dele e sentamos para descansar.

— Você ta bem? — Luiza fala tentando me ajudar. A gente tinha estudado juntas desde a sexta serie, mas nunca tivemos oportunidade de conversar, eu nem ia com a cara dela até que naquele dia ela se arriscou por mim.

— To sim. Ei, obrigada, sem você lá eu não tinha conseguido escapar. — meus olhos enchem de lágrimas.

— Agradecer por quê? Qualquer um faria isso por você.

— Claro que não, pouca gente gosta de mim aqui. — ela pega em minha mão.

— Nada haver, eu to contigo. — naquele momento eu soube que teria uma nova amiga. — Vamos terminar de ver a maratona? Pelo menos lá tem mais gente. — Eu abraço ela.

Aquela felicidade toda tinha ido embora, assim como Daniel. Não me conseguia concentrar, pensei em ir atrás dele, mas tava com medo, parecia que ele tava me pedindo socorro. Levanto sem ninguém perceber e saio à procura dele. Vejo-o deitado chorando perto da minha sala, ele chorava feito um bebê com sono, me senti no dever de cuidá-lo.

— Dani! Você ta bem? — eu sento no chão e ele deita em meu colo.

— Me ajuda Gabi, eu to sofrendo… Não agüento mais, me ajuda. — começo a chorar junto com ele naquela situação.

— Eu vou cuidar de você. — beijo-o na testa. Ele adormece, passa alguns minutos e o pai de Daniel chega gritando comigo.

— Quem é você? O que você fez com o meu filho? — ele puxa Daniel com força que o faz acordar.

— Eu não fiz nada, juro. Eu o vi aqui e tentei ajudar. — falo nervosa.

— Alexandre cala a boca! — Daniel fala embolando as palavras, aquele era o pai dele, mas percebi que ele era um dos motivos pra Daniel ta daquele estado.

— Leva ele pro carro. — Alexandre fala com os seguranças. — Cuidado pra não se encrencar mocinha. — ele sai e me deixa sozinha ali. Não sabia o que fazer, a única coisa que conseguia fazer era chorar até aquele sufoco acabar.


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Notas finais do capítulo

Ficaram com raiva ou com pena de Daniel ? >