Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 4
Capítulo 3




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– Eu vou te ajudar, meu amor, deixa eu te ajudar, Bella, Por favor?! – ele pedia me apertando mais e mais contra si. Minha única reação era chorar, sabendo que dali em diante eu tinha um longo caminho pra correr. Eu só não podia deixar que Edward estivesse ao meu lado nesse caminho. Eu não podia! Ou podia?

Não! Eu não podia!

Me desvencilhei dele rapidamente. Eu tinha que acabar com isso. Cruzei os braços sobre meu peito e fechei a cara, as lágrimas foram cessando e eu tomei a coragem que precisava naquele momento. Seu rosto demonstrava sua confusão diante das minhas atitudes bipolares.

– Edward, saia, por favor. – pedi num tom ameno, querendo que ele entendesse que eu realmente precisava ficar sozinha.

– Bella... – ele me encarava fundo nos olhos, tentando enxergar o que eu mais queria esconder. – Eu não quero te fazer mal, amor. Eu só quero te ajudar. Não me afasta de você. – Edward falava tão baixo que era quase um sussurro. Os olhos dele estavam vermelhos, assim como os meus, que haviam voltado a chorar.

E como eu poderia não chorar? Eu era uma fodida. Eu tinha na minha frente um homem que não cansava de me provar o amor que sentia por mim, o homem da minha vida, o amor da minha vida, e eu o repelia. Eu já estava perdendo o controle da situação. Edward tinha que parar com isso. Ou eu não conseguiria mais me conter...

– Edward, para com isso! Para de insistir nessa situação! Você sabe que não podemos e...

– E o quê, Bella? Porra! Eu te amo! Eu te amo e você sabe disso! E eu sei que você me ama também! – ele perdeu o controle. Se levantou e começou a andar de ponta a ponta na sala, balbuciando palavras incompreensíveis. – Bella, olha... Porra!  - ele pegou um dos vasos de cristais em cima do aparador e tacou na parede. O barulho do objeto se quebrando me eriçou todos os pelos, ele estava desesperado. – Eu. Não. Consigo. Mais. Ficar. Sem. Você. Será que dá pra você entender isso? Eu simplesmente não posso mais. – ele se sentou no canto da sala e um minuto depois tudo o que eu ouvia era o som dos soluços dele misturados aos meus.

Um tempo depois, que eu não sabia dizer se eram segundos ou minutos, já que minha mente me mantinha ocupada com pensamentos inescrupulosos a meu respeito, ele se levantou e se aproximou de mim. Edward, a julgar pela expressão de seu rosto, ainda estava descontrolado e eu temi o que ele poderia fazer. Mas como em algum momento eu pude ousar pensar que ele iria me ferir?

– Eu não vou desistir de você, Bella. – ele me deu um beijo demorado na testa e saiu porta afora.

Por mais que minha razão tivesse ouvido quando ele disse que não desistiria de mim, meu coração não. Vê-lo sair, dar as costas pra mim e simplesmente ir embora doeu. Meu coração imaginou que ele estava me abandonando, desistindo de mim. E a dor que eu tinha sentido naqueles dois meses nos quais estávamos separados não se comparou a dor que eu senti naquele momento, sentindo que ele tinha ido embora pra sempre.

Como eu era boba! Como eu me negava a aceitá-lo? Os quinze dias em New York me fizeram mais feliz que em qualquer outro dia dos meus vinte e três anos de existência. E assim como uma criança chora quando um adulto lhe tira seu doce preferido, eu chorei quando aqueles quinze dias acabaram. Oh, Edward, como eu sentia a sua falta!

Eu não o vi mais naquela noite, e nem nas duas semanas que sucederam aquele fatídico dia.

***********************

– Bom dia, Srta. Swan, o que deseja? – perguntou a garçonete da Starbucks.

– O de sempre, Kelly, por favor. – Pedi o que eu sempre pedia quando ia ali, o que ocorria quase todos os dias em que eu estava em Los Angeles, e esperei que a moça se retirasse.

Suspirei olhando a calçada do coffee shop. Os paparazzi disputavam um lugar próximo ao vidro, querendo um melhor ângulo para sua foto. Até quando? Eu me perguntava. Estava estranhando o comportamento deles, sempre que eu aparecia eles tiravam uma foto e outra e iam embora, mas hoje não. Cheguei até a ver dois deles brigando porque um tinha empurrado o outro. Mas vai entender esse pessoal. Já não entendo mesmo como eles podem viver perseguindo os outros, que dirá porque eles estão se matando por uma foto minha tomando café.

Passei a prestar atenção na decoração da loja, qualquer coisa que não me fizesse lembrar a vida miserável que eu estava levando. As paredes tinham um tom creme e os móveis tinham a cor de tabaco, e havia um detalhe ou outro em verde, tornando o ambiente muito aconchegante. Um dia eu faria um cômodo em minha casa com tema da Starbucks, eu era viciada em suas bebidas e comidas, passaria o dia comendo isso, se minha mãe e minha nutricionista me permitissem.

Sim, nutricionista. Agora eu tinha uma consulta por semana com a Dra. Tanner, algo que foi necessário depois do acontecimento no noivado de minhas primas. Dona Renée não desgrudou mais do meu pé, lembro como se fosse agora das palavras dela, assim que ela voltou à sala privada onde eu estava descansando.

“– Você vai pra casa comigo? Me entendeu bem, Isabella? Pra minha casa! – ela dizia apontando o dedo pra mim, como se estivesse brigando com uma criança de cinco anos. – E isso é indiscutível! Onde já se viu, menina, olhe pra você! Se você não sabe se cuidar sozinha, eu sei! E eu vou cuidar de você! “

Mamãe passou mais de vinte minutos me torturando, fazendo o charminho dela. No final, eu já me segurava para não rir. Meu pai, que agora estava na sala também, já ria sem se conter.

“– Cale a boca, Charlie! Assim você não ajuda. – ela gritou para meu pai, que ria mais ainda.

– Ah, Renée, já chega. A Bella já está bem crescida, sabe o quê faz da vida. Hoje ela vai pra casa com a gente e só vai sair de lá quando estiver melhor, não é, filha? – eu assenti sorrindo, amando receber aquele mimo deles. Minha mãe riu também e se jogou ao meu lado, me puxando para o colo dela.

– Oh, meu bebê. – Ela me embalava de um lado para o outro e apertava minhas bochechas. – Mamãe sentiu saudades do bebezão dela.

– Mãe, por favor, eu não sou mais um bebê.

– É sim, é o meu bebê, sempre vai ser, até quando tiver velhinha, vou lhe colocar no meu colo e ninar você.

– Amor, eu acho que bebê que faz bebê não é mais bebê. – papai falou me envergonhando até o último fio de cabelo. Meu rosto beirava o vermelho tomate quando mamãe interveio ao meu favor.

– Não constranja a nossa filha, querido.”

Passei o resto daquela noite no colo da minha mãe, conversando com meus pais. Ela tentou me arrancar o motivo da minha repentina tristeza, mas eu desconversei. Havia o lado bom e o ruim de voltar pra casa dos meus pais. O lado ruim era que eu tinha voltado a ter três anos, ou praticamente isso, já que minha mãe me tratava como tal, e o lado bom era não ter que fingir e aturar o Riley.

Ele tinha ido me visitar apenas duas vezes. Ele não se sentia a vontade na casa dos meus pais pois minha mãe não gostava dele. Ela não o destratava nem nada, afinal a educação estava forte no sangue de um Higginbotham, mas também não o tratava como alguém querido, era cordial e falava apenas o suficiente com ele. Digamos que ela já me deixou claro que prefere ter outro genro.

Kelly se aproximou com meu Caramelo Macchiato e um Muffin de queijo parmesão, os deixou na mesa e se afastou com um “bom apetite”. Tomei um gole do meu café sentindo o gosto tão amado por mim e em seguida mordi um pedaço do muffin. Olhei para a televisão ligada num canal de fofoca e tentei entender o que eles falavam.

– E depois dos comercias eu direi a vocês a bomba do dia – dizia um dos apresentadores olhando para a câmera. – Não saiam daí! – o comercial entrou e as propagandas começaram. Continuei tomando meu café tranquilamente, ainda inquieta com os flashes alucinantes que cortavam o vidro e chegavam até mim.

– Estamos de volta! – disse a mesma mulher que chamou o break. – E se preparem que a notícia é forte, telespectadores.

– É mesmo, Carla. Roda o vídeo. – o apresentador baixinho e moreno mandou e logo um vídeo começou.

Minha boca foi ao chão.

“ FLAGRA: Isabella Swan beijando alguém que não é seu namorado, Riley Biers, em

New York.”

O vídeo mostrava várias fotos minhas com um homem beijando-se calorosamente. As fotos variavam entre beijos, abraços e mordidas no pescoço. Era nítido que era eu, mas, por um milagre maior, não dava pra ver o rosto dele, já que estávamos abraçados, ele usava um boné e estava de costas para o paparazzi.

– Pois é, Carla, a queridinha Bella Swan traindo. Quem diria. – o homem disse sarcasticamente.

– Bem, pelas fotos, infelizmente, não se pode ver quem é o homem que ela beija, John. Mas sabemos a data que as fotos foram tiradas, dia 6 de janeiro, há quase três meses atrás. E, nesse dia, Riley estava no Rio de Janeiro, Brasil, fazendo uma aparição no aniversário de quinze anos de uma menina brasileira. – E então no telão atrás dos apresentadores apareceram fotos de Riley, de terno e gravata, dançando com uma menina num vestido de baile.

– É, então mesmo que a superstar Isabella queira negar, não há brecha para isso. – Carla concordou. – O mais interessante é, que apesar de as fotos estarem escuras, – ele olhou um papel que segurava na mão – aqui diz que foram tiradas no Central Park, dá pra notar o rosto inconfundível da Bella, mas não podemos ver o rosto “dele”.

– E aí, John? Quem será o responsável pelo peso extra na cabeça do Riley? – Carla especulou.

– Essa é a pergunta que não quer calar, minha cara. Vamos analisar algumas fotos agora. – colocaram em foco uma foto em que eu estava em cima da calçada, e ele embaixo. Eu o abraçava pelo pescoço e ele me apertava na cintura. – Eu quero chamar a atenção para o sorriso da Swan. Percebam como ela sorri de orelha a orelha, ela parece feliz, não acha, Carla?

– Muito. Quem quer que seja esse rapaz, deve ter feito a coisa bem feita, porque olha, só de olhar as fotos e ver o sorriso dela em todas, e o jeito que ela se porta, agarrando ele e tudo mais, e se ele me fizesse feliz como ele está fazendo com ela, até eu trairia meu namorado com ele, se eu tivesse um namorado, é claro.

Os apresentadores gargalharam e continuaram o sensacionalismo. Eu não piscava, não conseguia desviar os olhos da tela que exibia aquele momento tão intimo meu e dele.

– Vamos agora falar com a Renata, que vai nos contar um pouco mais sobre essa bomba de hoje. – John falou e então uma telinha que estava no canto da tela cresceu, revelando uma fofoqueira muito conhecida por mim, Renata Goslin.

– Bomba mesmo, John. – Renata começou, sorrindo, com a cara de vaca que ela sempre teve. – É isso mesmo, América, a certinha, não tão certinha agora, Isabella Swan foi vista aos beijos com um homem misterioso no Central Park, em New York, no dia seis de janeiro. A atriz, conhecida pela sua bela atuação nos filmes, traiu seu namorado, Riley Biers, com quem se relaciona ou se relacionava há mais de um ano. Nas fotos, é possível ver uma Isabella feliz e tranquila, sem medo de ser flagrada. – as fotos continuavam passando, algumas com zoom no meu rosto, escancarando ao mundo a minha inegável felicidade naquele momento. – Ainda não se sabe porque essas fotos demoraram tanto para serem publicadas, quem sabe a atriz não estava tentando abafar o caso? Não sabemos. O quê sabemos é que Riley Biers é o mais novo corno do pedaço. – Vagabunda! Eu mataria essa mulher!

– E, Renata, alguém já se pronunciou sobre o assunto?

– Então, Carla, ninguém falou nada até agora. A produção tentou entrar em contado com assessoria de imprensa da Isabella e não tivemos nenhuma resposta. Quando perguntada sobre o escândalo, a agente dela simplesmente desligou o celular e não nos atendeu mais. E os assessores do Riley disseram que não há nada a declarar. Claramente, eles estavam por fora do assunto.

– Parece que o assunto pegou a todos de surpresa. – John opinou.

– De fato, John. A declaração que eu mais aguardo é a da Dona Eleanor Higginbotham, que, segundo pessoas próximas à família, não aceita qualquer vexame envolvendo o seu sobrenome. – Pessoas próximas? Essa Renata era uma vadia!

– Obrigada pelas informações, Renata, nos vemos em breve.

– Eu e minha equipe estaremos de guarda pra saber qualquer informação e detalhe dessa notícia que com certeza abalou nosso país. Obrigada, John e Carla, até mais! – ela se despediu e a câmera se voltou para os dois apresentadores.

– É isso aí, gente. Vamos esperar e assistir o desenrolar dessa historia.

– É o jeito, não é, Carla? Mas só digo uma coisa, eu não gostaria de estar na pele da Isabella agora. – Carla fez uma careta concordando e ambos se despediram.

Eu estava embasbacada. O café e o muffin completamente esquecidos. Algumas pessoas no recinto me encararam e os flashes dos paparazzi se multiplicaram ao perceberem que eu havia acabado de descobrir a última novidade, aliás, que agora eu sabia que o assunto tinha sido publicado. E, como um mais um é dois, eu entendi o motivo do frenesi deles, o porquê da busca fora do comum por uma foto minha.

Nesse momento meu celular tocou, o barulho me tirou do meu transe e eu li o nome na tela: Riley.

Eu estava fodida.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se que são os comentários que motivam um autor a continuar sua história.
I hope you enjoy!