Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 3
Capítulo 2




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– Boa noite. – e então eu entendi tudo. Ele estava lá. Pro meu total desequilíbrio e desespero, ele estava lá.

– Edward, sai daqui! Não piora a situação e... – Alice tentou falar, me soltando e indo na direção dele para empurrá-lo até a porta.

– Alice, não! Há dois meses a Bella foge de mim, ‘ta na hora de acabar com essa palhaçada. Ninguém aqui é criança. – ele falou curto e grosso, com seus olhos me fuzilando.


Outch! Eu merecia, sim, eu sabia que merecia, no entanto, eu queria que ele me poupasse. Alice continuou o empurrando e tentando convencê-lo de que ali não era o melhor local e hora para aquela conversa.



Talvez por eu ter me entupido de álcool pra tentar agüentar a noite ou talvez por um mecanismo de defesa no meu corpo, não sei ao certo, mas eu estava desmaiando. Eu senti minhas pernas fraquejando, meus braços não tiveram força para me sustentar junto ao parapeito e eu caí, meus olhos estavam fechando lentamente...



– Bella! – eu consegui ouvir Edward gritar. – Droga, Bella, droga! – senti seus braços me suspenderem do chão e eu apaguei de vez.




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– Como isso aconteceu, meu filho? – reconheci a voz da vovó.






– Não sei, vó, nós estávamos conversando na sacada e do nada ela desmaiou. – Edward foi quem respondeu.

– E já chamaram alguém pra ver se ela está bem?

– Já, mamãe. – agora era a minha mãe que falava. Senti alguém acariciando a minha mão em movimentos circulares, deveria ser ela. Fiz força para abrir os olhos, mas não consegui.

– Ótimo. Renée, eu vou mandar o médico entrar pelos fundos, não quero que ele seja visto por ninguém. Não quero mais um escândalo que envolva o nome Higginbotham, e se Bella estiver no meio, tudo vai ficar pior. – captei a faceta arrogante da Dona Eleanor, que não admitia qualquer coisa negativa relacionada ao sobrenome da nossa família. – Estou voltando para a festa, não quero que percebam a minha ausência. Me avisem quando ela melhorar. E quanto a Riley, direi a ele que Bella está ajudando você com alguma coisa.

– Tudo bem, mamãe. – Renée respondeu com a voz cansada e a porta bateu. Eu sabia que ela já não suportava o comportamento de minha avó com relação a imagem e integridade dos Higginbotham. Das três filhas que Eleanor teve, minha mãe era e ainda é que mais bate de frente com a matriarca da família, e eu só agradeço, pois se minha mãe fosse tão conservadora assim, eu não poderia levar a vida que levo hoje. – Edward, você percebeu como ela está magra?

– Sim, tia, eu percebi. – ele respondeu com a voz triste.

– O que aconteceu em New York, Ed? Bella voltou de lá outra pessoa. Ela era tão amável comigo, tão carinhosa... E quando voltou não me ligou e nem me procurou. – ela suspirou. – Nesses dois meses desde que ela chegou, hoje é a primeira vez que eu vejo a minha filha, e eu sei que ela não está bem. Sei que ela está infeliz.

– Eu... eu não sei, tia. – ele disse por fim.

– Olha pra ela! – sua voz subiu um tom. – Minha Marie sempre teve o tipo físico magro, mas era um magro saudável. Mas... olhe pra ela! Hoje eu li numa revista que ela está desenvolvendo anorexia de tão magra. Eu não tinha acreditado, mas olhando ela agora, tudo faz sentido.


Eu sabia que tinha emagrecido, mas não era pra tanto. Fiquei com raiva dos comentários dela, falando de mim como se eu não estivesse ali. Bufei e isso não passou despercebido pelos dois.



– Abra o olho, Isabella. – Dona Renée mandou, com a voz de poucos amigos. Como uma criança de cinco anos com medo da mãe, eu obedeci. Abri os olhos e vi que estávamos numa das salas particulares do Partiet. O cômodo tinha a decoração moderna, quase não se via madeira ali. O acrílico mobiliava o lugar, em tons de preto e branco, tornando a sala mais aconchegante e luxuosa.


– Graças a Deus! – Edward falou e apertou minha mão, então era ele. Era ele que me fazia aquele carinho gostoso. Edward me encarava com o rosto franzido, aflito, preocupado. – Como você está se sentindo, amor? – Amor. Um calafrio subiu pelo meu corpo. Era a terceira vez que ele me chamava assim. Foi inevitável não sorrir. Deus, como eu o amava!

– Do que você chamou a minha filha, Edward? – minha mãe, que até então me analisava, se virou pra ele de uma vez.

– Eu... – ele foi interrompido pela porta que se abriu, revelando um homem vestido todo de branco.

– Posso entrar? – o médico, que eu reconheci como o Doutor Campbell, o médico da família, perguntou.

– Por favor, Dr. – minha mãe lhe deu a permissão e ele entrou na sala.

– Vejo que já acordou, Isabella. – Dr. Campbell falou enquanto abria sua maleta sobre uma pequena mesa que havia ali. Eu assenti para o nada como resposta, extremamente envergonhada por necessitar de um médico para me avaliar. Edward encarava o chão como se fosse a coisa mais interessante do mundo, com certeza por não saber o quê responder diante a indagação da minha mãe, mas em momento algum soltou a minha mão. O médico colocou em meu braço livre o aparelho que media a pressão e esperou o resultado. Ninguém se manifestou durante o processo. – Bem, Bella, você sofreu uma queda de pressão. Houve algo que tenha motivado isso?

– Sim, doutor. – Edward respondeu por mim. – Bella recebeu uma notícia que a afetou muito.

– Muito bem, nesse caso, o seu corpo reagiu negativamente a essa noticia, Srta. Higginbotham. O desmaio foi um mecanismo que seu organismo encontrou de se desligar dessas emoções que a senhorita estava sentido. – E eu sabia que era exatamente isso. – Não foi nada grave, apenas uma crise momentânea. Eu sugiro que a senhorita fique de repouso o resto da noite e o dia de amanhã, apenas para evitar que isso ocorra de novo, mas você já está bem, não há com o quê se preocupar. – ele concluiu meu diagnóstico, tirou o aparelho do meu braço e foi guardar o utensílio. – Eu também sugiro que se alimente bem, isso vai lhe ajudar. – Era impressão minha ou ele tinha acabado de lançar uma indireta pra mim?

– Muito obrigada, doutor. – minha mãe se levantou e se posicionou ao lado da porta. – Eu lhe acompanho até a saída.

– Melhoras, Isabella. – o médico finalmente se retirou, acompanhado por dona Renée.


Estávamos apenas eu e Edward numa sala. O nervoso tomou conta de mim, eu não sabia o que fazer. Não sabia se me levantava e ia embora ou se pedia que ele saísse. Ele, que até então olhava para o chão, se levantou e se encostou a porta, cruzando os braços em frente de si.



– Fica tranquila, eu não vou mais te perseguir com aquele assunto. – ele disse diante do meu nervosismo. – Não agora. – Ótimo, eu não escaparia. – Bella, você tem noção do susto que você me deu? Do nada você cai no chão, completamente apagada. Você já se olhou no espelho? Por Deus, mulher, você esta se matando! – Edward exclamou, agora andando de um lado pro outro na sala. – Eu sei, eu compreendo que aqueles quinze dias mexeram com você, mas é inaceitável o que você está fazendo consigo mesma!



As lágrimas já rolavam pelo meu rosto de novo. Um misto de felicidade diante da preocupação dele comigo com angústia por saber que o quê ele estava falando era verdade.



– Edward, eu não...


– Bella, por favor. – ele disse se sentando na cadeira ao lado da poltrona em que eu estava. – Por favor, por favor! Pela sua família, por mim, por você! Por favor, não faz isso contigo! Não faz! – Edward falava exasperado, era quase um desespero. Desviei meus olhos dos dele e encarei minha mão.


Choque.



Eu não queria reparar, eu não queria aceitar a verdade. Minha mão estava seca, os ossos aparentes, quase visíveis sobre a pele clara. Eu precisava de ajuda. O primeiro soluço veio, seguido pelo segundo, pelo terceiro... Edward me puxou para si e me abraçou apertado.



– Eu vou te ajudar, meu amor, deixa eu te ajudar, Bella, Por favor?! – ele pedia me apertando mais e mais contra si. Minha única reação era chorar, sabendo que dali em diante eu tinha um longo caminho pra correr. Eu só não podia deixar que Edward estivesse ao meu lado nesse caminho. Eu não podia! Ou podia?

 

 

 

 

 

 



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Notas finais do capítulo

Hope you enjoy!