Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 2
Capítulo 1




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– Meus queridos, boa noite! Estamos todos reunidos aqui para enfim oficializar e celebrar o noivado de minhas netas, Rachel e Rebecca, com Alec e Demetri Volturi. – Dona Eleanor disse sorrindo. – Foi com muita alegria que eu recebi a notícia desse noivado, um tanto quanto inusitado, vale ressaltar, visto que Alec e Demetri são irmãos, assim como as minhas Rachel e Rebecca.

“ É perceptível, quase tangível, o amor que vocês nutrem um pelo outro. Como dizem hoje em dia, são metades da laranja, são almas gêmeas. O que me lembra um outro casal, tão apaixonado quanto vocês: eu e meu Rupert. – um “own” coletivo pode ser ouvido enquanto meu avô abria os braços o máximo que podia e mandava um beijo a minha avó. – No início, vivíamos rodeados pelo amor, depois vieram as filhas, e logo depois o ódio. Sim, o ódio. Durou pouco, mas o suficiente para mudar drasticamente nosso relacionamento. – Vovó suspirou, deveria estar lembrando dos momentos difíceis que ela passou com o vovô, mas logo depois voltou a sorrir e continuou seu discurso. – Foram necessários alguns meses de terapia de casal, admito, mas hoje estamos aqui, firme e forte, e nos amando mais do que nunca.”


– Fale por si só, velha chata! – Seu Rupert gritou, para logo em seguida gargalhar e dizer um “eu te amo” mudo. Eu invejava o amor dos meus avós.



– Ora, homem tolo! Não brinque assim! Não tenho mais idade para essas coisas! – e novamente todo o salão riu, não tinha quem não se encantasse com eles. – O que eu quero dizer, meus queridos, é que não será fácil. Terão os momentos de amor, assim como os de ódio, momentos de felicidades e de tristezas, mas, acima de tudo, momentos de companheirismo. Pois é isso que serão um para o outro a partir de hoje: companheiros. Companheiros de vida, companheiros de alma. E quando a tempestade vier, paciência! Uma hora ou outra ela vai passar. – passei os olhos rapidamente pelo salão, vendo algumas lágrimas escorrendo pelo rosto de alguns, ao passo que os mesmos assentiam, concordando com tudo que vovó falava. – E por fim, eu queria dizer: bem-vindos! Alec, Demetri, sejam bem-vindos a família Higginbotham! E que Deus abençoe e união de vocês hoje e sempre! Tin-tin. – ela levantou sua taça de cristal, assim como todos os convidados da festa, brindando o casamento das minhas primas. Gritos e assobios foram ouvidos e, em seguida, uma explosão de palmas. Minhas primas e seus noivos foram em direção ao palco falar com minha avó e então eu parei de reparar neles.







Um sorriso sem vida veio ao meu rosto quando senti o beijo na bochecha e os braços ao redor de mim me apertando mais. Eu queria sentir os arrepios, eu queria gostar de sentir o abraço dele. Mas não dava. Eu não sentia.



– Amor, esse discurso da sua avó foi lindo! Espero que ela faça um igual no nosso casamento. – Riley sussurrou no meu ouvido.

– Aham. – foi tudo o que eu consegui dizer.



Riley me amava, isso ninguém negava, e era exatamente isso que mantinha me no nosso relacionamento, o amor dele. Antes eu achava que isso era suficiente, que o amor que ele sentia por mim fosse suficiente pra gente, e era, até aquele maldito aparecer de novo na minha vida. Ou melhor, até eu aparecer na vida dele.



Eu já tinha 23 anos, eu não queria, e nem podia, continuar me enganando, ou enganando a ele, desse jeito. Eu tinha que dar rumo a minha vida. Durante toda a minha infância, sonhei com a vida que levo hoje. Sucesso e um namorado que me ame. Do sucesso eu não podia reclamar, estava mais que feliz sendo a atriz que sou hoje. Batalhei muito pra chegar onde cheguei, apesar de não precisar, eu queria ter meu próprio mérito, eu queria, com meu esforço, atingir a glória. E eu consegui. Eu também tinha um namorado, ou melhor, noivo que me amasse, eu só não queria que esse namorado fosse o Riley.



Eu não sabia como ele tinha feito isso comigo. Eu nunca acreditei em amor à primeira vista ou coisa do tipo. Pra mim, o amor é construído com o tempo, com dedicação. Eu sempre acreditei nisso, mas ele me provou o contrário. Ele me fez amar em apenas 15 dias. Exatos 15 dias. Foi tudo tão improvável, mas tão intenso, que quando eu volto naqueles dias e penso em como tudo aconteceu, não parece realidade, parece mais um conto infantil, uma história de livro.









Eu me sentia suja, por mais que não amasse o Riley, eu tinha o traído. Eu abominava traição, e eu o fiz. Eu não me arrependia, nunca, mas o peso na consciência andava me aterrorizando. Ele não merecia isso. Riley era tão bom pra mim, e eu o retribuía com um belo par de chifres. Definitivamente, eu não prestava.








O jantar começou a ser servido depois dos discursos de todos os interessados. Me animei um pouco por pensar que, pela primeira vez no dia, ia colocar algo no meu estômago que não fosse álcool. Eu comia feliz enquanto sentia os flashes sobre minha pele, e eu sabia que não eram apenas os flashes da equipe contratada pra filmar a noite. A única parte ruim da fama era essa perseguição dos paparazzi que me seguiam todo santo dia. Eu já estava acostumada com a falta de respeito deles em ocasiões como essas, mas era impossível não me frustrar.








– Amor! – Riley gritou no meu ouvido.

– Porra, Riley! Eu to do seu lado, não precisa gritar. – reclamei rebugenta.

– Eu to te chamando há uns cinco minutos e você não ouve. Fica olhando seu copo como se fosse a coisa mais atrativa do mundo. Você ‘ta bem? – pronto, o que eu precisava agora era ele preocupado comigo.

– ‘To! O que aconteceu?

– Bella, olha pra frente! – enruguei a testa não entendendo o motivo da ordem dele, mas olhei. Porra! Toda a minha família tava reunida no centro do salão e todos estavam olhando pra mim, esperando que eu levantasse e me direcionasse até eles.


Sorri, tentando enganar alguém, levantei e fui. Pelo sorriso da minha mãe pra mim, ela queria que eu ficasse ao lado dela, mas eu não podia, ele tava lá, do lado dela, perto demais, eu não poderia ficar lá sem encostar nele, sem pedir que ele me beijasse... Fiquei na ponta, ao lado da Alice.




– 1, 2, 3 e... Cheese! – vovô gritou e todos sorriram para o flash.







Batida a foto, eu me virei para voltar à mesa, mas uma mão segurou meu braço. Gelei com a possibilidade de ser ele, o alívio me atingiu em cheio quando girei e vi que era Alice.










– Bella, posso conversar com você um pouquinho? – ela ainda segurava meu braço. Eu apenas assenti e ela me puxou para uma porta lateral que dava acesso a uma sacada com vista para o jardim japonês do salão de festas. O jardim era maravilhoso e extremamente bem cuidado, esbanjava o luxo que continuava dentro do salão, e não seria diferente, já que o Partiet era uma propriedade Higginbotham.

– Pode falar, Allie. – eu disse me encostando no parapeito enquanto ela fechava as portas da sacada.

– Prima, quando você vai parar de se martirizar? Isso não é errado! Não é como se vocês fossem irmãos...

– Mas somos primos! – eu a interrompi. – Alice, eu... Eu... – parei de falar, sentindo pequenas gotas escorrerem pelas minhas bochechas.


– Ah, Bella. – Alice veio até mim, me abraçando, eu não agüentei e desabei. Chorei, chorei como tinha chorado mais cedo pela manhã, como tinha chorado ontem, antes de ontem e todos os dias desde que eu cheguei daquela maldita viagem há dois meses atrás.

– Allie, me ajuda! Eu não sei mais o que fazer! Por favor, me ajuda!

– Bells, fica calma, não adianta você ficar assim e... – a voz dela falhou e eu a senti enrijecer no momento em que suas mãos pararam o carinho que ela me fazia nos cabelos.

– Boa noite. – e então eu entendi tudo. Ele estava lá. Pro meu total desequilíbrio e desespero, ele estava lá.


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Notas finais do capítulo

I hope you enjoy!