Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Mais um hoje gentemm!



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– Ah sim. Ele não... – ela tentou falar, mas foi interrompida pela voz que eu menos queria escutar.

– Vejam só quem apareceu. – vovó apareceu na entrada da sala. – Se não é minha querida e desaparecida neta.

– Eu mesma. – contestei lhe afrontando com os olhos. – Como está se sentindo sabendo que é a causa de seu marido estar internado, Eleanor? – bingo! Os olhos dela arregalaram-se tanto que eu pensei vê-los saindo de suas órbitas.

– Não seja petulante, Isabella. Se Rupert está aqui é porque ele não se cuida. – ela disse acalmando o tom de voz e se sentando na poltrona do outro lado da não tão grande, porém luxuosa sala de espera.

– Jura? Eu achei que ele estivesse aqui por uma queda de pressão causada por uma certa mulher que se diz elegante e superior, todavia não consegue se calar e evitar que o marido seja internado. – pronunciei ainda fixando meu olhar nela. Sua boca se abriu em espanto e senti Renée me beliscar.

– Chega, Bella! Tenha respeito com sua avó. – mamãe disse me segurando como se eu fosse atacar a matriarca da família.

– Eu respeito quem merece ser respeitado. – dito isso, me soltei do aperto de minha mãe e saí da sala sem fazer questão de ver a reação delas. Cruzei com Edward na saída da sala e pude escutar ele dizer “O que eu perdi?”.

Fui até a recepção obter informações sobre meu avô. Esse sim merecia o meu respeito.

– Olá, eu gostaria de informações sobre Rupert Higginbotham, por favor. – pedi para a mulher que estava ali. Ela me examinou e voltou a mexer no computador.

– Só posso dar informações para a família. – ela continuou digitando como se eu não estivesse ali.

– Eu sou da família. – ela me olhou com cara de deboche e voltou a mexer no computador. Tirei meus óculos escuros e já ia me pronunciar quando alguém me chamou.

– Bella? – virei e dei de cara com Carlisle. A mulher imediatamente se endireitou e encarou Carlisle com o olhar amedrontado.

– Oi, tio. – fiz questão de chamá-lo de tio na cara da bruaca da recepcionista.

– O que faz aqui na frente?

– Essa senhora diz que só a família pode receber informações sobre Rupert.

– E?

– Pelo o que ela diz, eu não sou da família. – ele virou o rosto para a mulher que nesse ponto já se desculpava com o chefe, dizendo não ter me reconhecido. Ele a repreendeu ali mesmo, na frente das demais pessoas que trabalhavam ali e dos clientes que pediam informações. Me deleitei vendo seus olhos ficando aguados. Não que eu fosse uma pessoa ruim e gostasse de ver a desgraça alheia, mas essa vaca mereceu pelo tratamento que ela dirigiu a mim. – Tio, se são assim que nossos pacientes são tratados, eu acho que será necessário renovar toda essa divisão do hospital. – apimentei mais a situação, vendo não apenas o olhar dela se esbugalhar, assim como os das outras recepcionistas.

– Bella? Pai? – Edward nos chamou. Sua mão estava estendida para mim, imaginei que num ato inconsciente. Tive vontade de apertar o foda-se e entrelaçar meus dedos aos deles, mas me segurei. Eu não queria um escândalo ali. Me afastei e ele entendeu o recado.

– Meu filho! – Carlisle abraçou Edward com força. – Como está? Como vão as coisas em NYC?

– Tudo certo, pai. Hm, o senhor podia levar a gente pra ver o vovô?

– Claro que sim. Me acompanhem.

Ele foi andando na frente, nos indicando o caminho com seu jaleco perfeitamente branco e seus cabelos estupidamente loiros. Sabe Deus porque os três filhos puxaram para Esme e eram morenos. Carlisle é o médico geral do Health Care Center. Com seus 54 anos, era extremamente respeitado. Além de médico, era pesquisador e comandava o Instituto de Pesquisas Higginbotham, que estava sempre descobrindo algo ou inovando na área biológica. O IPH era seu maior orgulho. Vovô Rupert também fazia suas contribuições, mas era raro quando ia ao Instituto.

Carlisle nos deixou em frente à porta do apartamento e foi embora. Entramos no quarto e estava tudo escuro, exceto por um abajur ao lado da cama. Me aproximei dele apenas para constatar que o mesmo estava dormindo.

– Que sorte a nossa. – falei ironicamente.

– Pelo menos ele já está bem, amor. – Ed sentou-se no sofá e me puxou junto. Sentei ao seu lado, seria muito perigoso apostar que ninguém entraria ali e me veria em seu colo.

– Ainda bem. – ele passou seu braço por trás do meu pescoço me puxando mais pra si. Descansei em seu ombro e a paz me preencheu. Permaneci de olhos fechados sentindo o carinho de seus dedos em meu ombro coberto pelo casaco.

– Tia Renée viu seus pontos? – meus pontos da mão agora estavam visíveis. Aquela atadura me enchia o saco então resolvi não usa-la mais.

– Não, ainda bem que não.

Voltei a me concentrar no som da respiração dele e relaxei mais uma vez. Edward pareceu fazer o mesmo. Passamos um tempo assim, apreciando a presença um do outro sem maiores problemas. Paz era o que mais precisávamos agora.

De repente houve um clarão e eu abri os olhos assustada, Edward nem se mexeu do meu lado. Seu braço ainda me agarrava.

– Shiu. – mamãe disse com uma máquina fotográfica nas mãos.

– Mas o que? – falei um pouco mais alto ainda pelo susto e Ed abriu os olhos. Ele viu Renée ali mas nem se moveu, continuou me abraçando. Como ela entrou ali?

– Vocês estavam tão lindos juntos que eu precisei registrar o momento. – o sorriso dela estava de orelha a orelha enquanto ela via a foto pela câmera.

– Tia Renée, - Edward se pronunciou. – eu preciso conversar com a senhora.

– Não será necessário, meu querido. – ela sentou no lugar vazio no sofá, ao meu lado. – Bella já me contou o que eu preciso saber e vocês têm a minha benção e o meu apoio nessa relação. Para os outros pode parecer algo horrível, mas para mim, vocês são mais um casal de apaixonados no mundo. Contem comigo.

– Obrigada, mamãe. – me soltei de Edward e a abracei. – Obrigada, obrigada.

– Eu nunca seria contra a felicidade dos meus filhos, Bella. Os filhos de Esme são meus filhos também, e eu jamais seria um empecilho pra felicidade de vocês. E tenho dito: contem comigo.

– Obrigada, tia. – Edward se aproximou mais. – Olha aí, amor, temos uma aliada de peso.

– Sim, nós temos. – completei. Dona Renée estava emocionada, mesmo na penumbra do quarto eu vi seus olhos marejados.

– Obrigada digo eu por me darem esse presente. – ela enxugou os olhos. – Para mim esse relacionamento de vocês é um presente de Deus, meus amores, um presente que eu aceito com muito gosto.

– Eu te amo, mãe.

Eu me emocionei tanto com as palavras dela que precisei externar o meu amor. Renée era a melhor mulher que eu conhecia. Ela puxara completamente ao pai, Rupert. Minha mãe nunca se apegou a bens materiais e se os tinha, era por pressão da mãe. A única coisa que ela sempre quis foi a Galleri, a galeria de artes que ganhou do vovô quando concluiu a graduação em Ciências Artísticas. Eleanor não se opôs quando a filha quis fazer Artes, uma vez que no mundo elitista, as artes são extremamente apreciadas. Suas pinturas não valiam mais que cem dólares, e meu pai comprava a maioria. Mas ela não ligava para o valor de suas obras, desde que seguisse pintando. Mamãe também adorava organizar exposições, todo mês fazia uma diferente. Seu amor pela arte surgiu como uma maneira de escapar da realidade. Renée é a filha caçula dos Higginbotham e sofreu desde nova com a diferença de tratamento que recebia do pai e da mãe. Rupert a amava do mesmo jeito que amava as outras duas, Esme e Sarah. Mas Eleanor, ah, essa só tinha olhos para Esme, que era uma cópia fiel de si mesma. Eu tinha orgulho de minha mãe, que mesmo nascida num berço de ouro, era humilde. Ela, que mesmo tendo como exemplo uma mãe e uma irmã que só ligavam para a imagem, seguiu seu coração. Mais uma vez: Renée é a melhor mulher que eu conheço.

– Eu também amo você, neném. – Edward se divertia com os apelidos que eu recebia.

Com uma super vocação para ser mãe, o maior sonho que dela era ter um time de futebol, mas depois que me teve, não conseguiu mais engravidar. Para ela, eu era sua maior vitória. Minha gravidez fora de risco e a cada dia que passava e eu estava dentro de sua barriga era comemorado, assim se explicando o porquê meus pais me tratavam como sua eterna bebê.

– Mãe, eu e Ed queremos conversar com a família. Falar que estamos juntos.

– Bella, agora não. Seu avô não está bem e vocês sabem muito bem que essa noticia vai cair como uma bomba em cima de todos. – ela explicou. – Infelizmente, nossa família é muito conservadora e tradicionalista, bebê.

– Então quando, tia? – Edward tomou as rédeas da conversa. – Eu entendo que o momento é o pior possível, mas eu não quero mais ter que nos esconder.

– Eu compreendo, Ed. Sei que pra vocês é difícil, que querem sair por aí berrando aos quatro ventos que estão namorando e tudo mais. Mas tudo no seu tempo. Seu avô está doente, o aniversário de Esme está chegando e será AQUELA festa, Bella acabou de se separar... Eu sinto muito, mas vocês terão que esperar.

Ouvimos um barulho vindo da cama e eu com a possibilidade de que o vovô tivesse escutado nossa conversa antes da hora. Levantamo-nos todos e nos postamos ao seu lado.

– Oi, vôzinho. – beijei o dorso de sua mão. – Eu fiquei tão preocupada com o senhor.

– Quem ficou preocupado com você foi eu, Isa. – vovô era a única pessoa que me chamava de Isa. – Onde você se enfiou?

– Uma longa história, papai. – mamãe intercedeu por mim.

– E, por favor, não nos assuste mais assim. – Ed pediu. – Voltei correndo de New York assim que soube.

– Desculpe, meu filho.

Passamos mais alguns minutos conversando com ele e logo Carlisle apareceu e nos tirou de lá. Já de volta a sala, encontramos com outros parentes, inclusive a tia Sarah e as filhas. Fiquei conversando com as meninas, perguntando sobre o casamento e essas coisas enquanto Edward puxava tia Sarah no canto e pedia que ela marcasse um jantar para a família para dali a uma semana, onde ele anunciaria seu regresso a Los Angeles.

*************

Quinta-feira, eu estava indo visitar o vovô com Alice, Edward já estava lá com minha mãe. Como eu não tinha mais carro, estava andando de carona com Alice.

– Eu ainda não acredito que estou indo lá.

– Uma hora ou outra você vai ter que enfrentar a fera, Bella. – Alice riu com o trocadilho.

Eu não tinha visto dona Eleanor desde o hospital, quando eu disse aquelas coisas pra ela. Não precisa ser nenhum gênio pra adivinhar que ela está espumando de raiva de mim, afinal nunca ninguém tinha ousado desafia-la. Até Charlie já havia me advertido que dessa eu não escaparia e ouviria poucas e boas de minha avó. Confesso que estava com um pouco de medo da reação dela, mas iria pagar para ver.

Allie dirigia pela rodovia até Beverly Hills, e não poderia ser para outro lugar. A mansão Higginbotham localizava-se na cidade das estrelas, e era pura ostentação. Eu não tinha e menor ideia de quanto valia a propriedade, mas era enorme. Haviam duas piscinas grandes, sendo uma delas coberta por causa do inverno. Quadras de tênis e futebol, um mini haras para os cavalos, inúmeros quartos e banheiros, sala de cinema, sala de jogos, salão de festas, boliche e uma super adega, que era a paixão do meu avô. Havia também a casa de hóspedes, que era melhor do que a minha própria casa.

Chegamos à residência e logo de cara já podemos ver o famoso jardim da mansão. Alguns carros luxuosos estavam estacionados por ali, reconheci o de minha mãe no meio deles.

Descemos e fomos recebidos na porta pelo mordomo. Quem já assistiu Downtown Abbey poderia identificar algumas semelhanças com a rotina na mansão Higginbotham. A visão da entrada da casa era deslumbrante. O hall completamente em tons de ouro dava um sinal do que iria se encontrar no restante da casa. A escadaria exuberante dava ideia do tamanho da residência, apenas passando o olhar poderiam se ver os três andares que a casa possuía. O mordomo que eu nunca aprendi o nome dos acompanhou até a sala de estar, onde estavam Renée e Edward. Após nos acomodar ali, ele saiu e fechiu a porta.

Abracei minha mãe e dei um selinho em Edward, já que todos os presentes sabiam do nosso romance.

– Vocês demoraram. – Ed nos acusou.

– Como se você não soubesse o quão lenta sua irmã é.

Todos rimos e Alice me acertou na barriga com sua bolsa. Ela já ia começar a se defender quando a porta foi aberta e por ela entrou Eleanor. Seus olhos correram o salão e pararam em mim, ao passo que sua boca se elevava num pequeno sorriso.

– Eu estou farta de suas armações, Isabella. Se sua mãe não soube como lhe educar, eu irei o fazer agora. Isso é pra você aprender a não me enfrentar mais e fazer o que eu mando. – ela finalmente parou ao meu lado e levantou a mão.

Fechei os olhos já pressentindo o choque de seus dedos na minha bochecha, mas isso não aconteceu.

– Você não vai encostar um dedo nela. – Edward falou segurando o braço da nossa avó a centímetros do meu rosto. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que falei que ia desaparecer, e eu vou mesmo haha Mas comecei a escrever esse capítulo assim que postei o 13 hoje pela manhã e ele ficou pronto muito rápido, então decidi postar logo.

Acho que agora Eleanor passou dos limites, não? haha

MAIS UMA VEZ: obrigada pelos comentários, fico feliz de saber que a fic está agradando. Sempre fico insegura achando que o cap está uma porcaria, e ver que voces apreciaram é algo que muito me conforta e me deixa feliz.

I hope you enjoy!