Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo grandinho pra vocês!



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– VOCÊ ULTRAPASSOU O LIMITE DE UMA VEZ POR TODAS, ISABELLA. E EU NÃO QUERO SABER ONDE VOCÊ ESTÁ OU O QUÃO OCUPADA ESTÁ. EU TE QUERO NA MINHA CASA ATÉ O FINAL DA TARDE. – pi, pi, pi. O celular indicava o final da ligação. É, parecia que eu tinha enfurecido dona Eleanor Higginbotham de uma vez por todas.

– Mais uma pegando no meu pé! – relaxei no peito de Edward, que passou a alisar meus braços.

– Quem era?

– A vovó. Disse que eu tinha até o final da tarde para estar na casa dela. – escutei ele rir atrás de mim. – Eu juro que se ela não tivesse desligado na minha cara eu a teria mandado se foder.

Ambos gargalhamos, afinal mandar dona Eleanor se foder era a vontade da grande maioria que a conhecia, no entanto, todos respeitavam seus setenta e dois anos.

A campainha tocou e Edward foi pegar nosso almoço. Segui direto para a cozinha e fui colocando os pratos e talheres na mesa que havia ali. Ele chegou e colocou as sacolas do Daniel na mesa. Nosso almoço era salada e peito de frango, algo simples, mas que, se bem feito, ficava divino, e Daniel Boulud, nosso chef de cozinha preferido em New York, era mais que competente em cozinhar com perfeição.

– Ed, como faremos? Vamos viver em aviões? Eu vindo pra NYC, você indo pra Los Angeles...  – puxei um assunto que me preocupava um pouco.

– Inicialmente, sim. – ele disse não fazendo muita questão conversar sobre aquilo.

– Como assim inicialmente? – ele parou de comer pra me responder.

– Inicialmente enquanto não contarmos para todos que estamos juntos. Quando isso acontecer, eu me mudo pra LA.

– Você... Você faria isso? – eu nunca imaginei Edward largando a vida dele por minha causa.

– Claro que sim, Bella. Eu quero ter uma vida ao seu lado, acordar e dormir com você. Não tem lógica ficarmos separados quando o que eu mais quero é não desgrudar de você. – mais uma vez ele me abalava com suas palavras. Edward tinha o poder de me levar ao paraíso em segundos, seja em palavras ou atitudes, e essa não era uma exceção.

– E você não cogita a ideia de eu me mudar para New York? – ele parou para pensar no assunto um pouco, mas logo fez que não.

– Não tem sentido. Nossa vida é em Los Angeles, a sua vida é lá.

– Eu quero te beijar, mas esse frango na sua boca está me impedindo. – ele quis rir e engolir a comida ao mesmo tempo, foi impossível não sorrir diante de seus olhos vermelhos e as leves tossidas que ele dava.

– Olha aí o que você faz comigo.

– Desculpa, amor. – ele abanou a cabeça em positivo. – E como vai ficar a empresa daqui?

Edward era o diretor da Higg Konstruktion, uma empresa de engenharia que meu avô presenteou a Emmett e Edward quando eles estavam na faculdade. Claro que, nessa fase, a Higginbotham Enterprises abriu a construtora e contratou engenheiros já experientes e renomados e os meninos só a usavam para estagiar. Com o tempo se dedicando ao trabalho e com o término da faculdade, os dois se aperfeiçoaram e passaram a presidir a empresa, sendo chefes daqueles que admiravam quando mais novos. Como qualquer negócio que tinha o nome Higginbotham por trás, a Higg Konstruktion não demorou a alcançar o sucesso e ser reconhecida no país, e mais tarde, no mundo. Edward decidiu morar em New York há quatro anos para comandar a filial daqui, enquanto Emmett dirigia a filial de Los Angeles e seus subalternos dirigiam as filiais das outras cidades.

– Há pessoas capacitadas para assumir o cargo. Isso não é uma preocupação. – ele deu um gole em seu suco. – Vou pedir para a tia Sarah marcar um jantar para a família toda e então eu faço o anúncio

– Entendi. E a gente, quando podemos contar sobre nós?

– O mais rápido possível, bebê. Eu não quero mais ter que me esconder, nem esconder o que eu sinto de você.

– Eu também, Ed. É o que eu mais quero, mas pra mim é mais difícil, você sabe. – ele largou os talheres em seu prato quase vazio e me fitou com um olhar mortal.

– Não, Bella, eu não sei.

Dito isso ele se levantou da mesa e saiu da cozinha. Levei as mãos à testa em frustração, ele tinha que entender que a minha vida não era normal como a dele, que as coisas pra mim eram muito mais complicadas do que para ele. Terminei meu frango e sai em sua procura. O encontrei no closet, arrumando a gravata.

– Onde você vai? – me escorei na parede e o observei ajustar a gravata diante do espelho.

– Trabalhar.

– Ed, por favor, acabamos de fazer as pazes, não vamos brigar.

– Alguém aqui está brigando? – ele passou por mim e foi em direção ao escritório. Eu o segui.

– Como pode dizer que não estamos brigando se você não olha na minha cara? – ele parou de organizar os papeis em sua maleta e me encarou.

– Pronto. – bufei com raiva de mim mesma por deixá-lo me tirar do sério. Eu ia começar a falar quando seu celular tocou. – Alô? O que aconteceu? – sua voz assumiu um tom preocupado. Ele, que antes guardava tudo meticulosamente em sua maleta, jogou tudo de uma vez e a fechou. – Ok, eu já estou indo. Não, não vou demorar. – desligou.

– O que houve?

– Nada.

Ele passou por mim rapidamente e só escutei a porta da frente batendo.

– Eu não acredito que ele foi embora desse jeito! Filho da mãe!

Andei até a sala em busca de minha bolsa e tomei o analgésico para evitar que as fisgadas no meu braço se tornassem dores. Voltei pro quarto e me joguei na cama, se eu estivesse na minha casa, com certeza já tinha quebrado alguma coisa.

Porra, ele sabia de tudo, e mesmo depois que eu me abri com ele e contei o que se passava na minha cabeça, os demônios que eu tive que enfrentar para ficar com ele e toda essa merda, ele fica de putaria. Foda-se! Eu também não ia correr atrás dele. Ele sabe ser orgulhoso, eu sei ser duas vezes mais.

Peguei dentro de minha mala um casaco pesado, um gorro, um cachecol e óculos escuros. Quem me visse desse jeito jamais me reconheceria. Guardei a mala dentro do banheiro do quarto de hóspedes, Edward que tomasse um susto quando chegasse em casa e não me encontrasse mais. Peguei minha bolsa e fui passear por New York.

Eram sete e vinte e quatro da noite quando Edward me ligou.

– Onde você está?

– Saindo da farmácia.

– Qual farmácia?

– Essa perto da sua casa.

– Ok.

E desligou. Nem liguei, paguei o material pra fazer meu curativo conforme o médico havia me recomendado e saí da farmácia. O local era a duas quadras de distância da casa de Edward, logo não precisei andar muito pra chegar lá. Quando entrei no apartamento, ele estava sentado no sofá ainda de terno, mas ainda bancando a orgulhosa, não falei com ele e fui direto para o banheiro do “meu” quarto pra fazer meus curativos.

Joguei o casaco em cima da cama, assim como o gorro, o cachecol, os óculos e a blusa, ficando apenas de sutiã e calça. Fui até o banheiro e derramei sobre a pia o material recém comprado para em seguida tirar as ataduras. Percebi a presença dele enquanto eu analisava atentamente os cortes e os pontos, aparentemente, ele fazia o mesmo.

Quando fiz o intento de pegar o remédio para passar em cima dos machucados, ele tirou o objeto da minha mão e ele mesmo fez o procedimento. Molhou o algodão com o remédio e passou delicadamente sobre os cortes. Reclamei algumas vezes, alguns cortes ainda estavam um pouco abertos e a reação do remédio na pele ardia. Agradeci friamente assim que ele terminou de enfaixar minha mão, já que no braço não seria mais necessário. Ele ainda não tinha dado uma palavra. Puxei minha mala que estava aqui e Edward se espantou ao ver onde eu a tinha guardado.

– Por que guardou sua mala no banheiro?

– Porque eu quis. – tentei, com uma mão, colocar a mala sobre a cama, mas não consegui. Ele fez o cavalheirismo por mim.

– Obrigada. – agradeci mais uma vez e abri a mala em busca de um pijama para dormir.

– Amor, me desculpa. – ele pediu me abraçando por trás e enlaçando minha cintura.

– Ok. – fiz menção de me separar dele e ele me apertou mais.

– Eu sei que pirei sem necessidade, eu entendo você, entendo suas limitações, eu só... Eu fui imaturo, me desculpe.

– Ok.

– Bella!

Me virei para ele e lhe dei um selinho.

– Tudo bem. Está tudo bem. – me rendi a ele, como se eu pudesse resistir, não é? Seu sorriso foi o suficiente para desarmar as últimas armas que eu mantinha contra ele. – Ed, eu preciso me trocar. – incentivei ele a se afastar, mas não obtive sucesso. – Amor? Eu preciso colocar meu pijama.

– Você está me enlouquecendo com esse sutiã, Bella. – sua voz transmitia malícia e eu imediatamente me arrepiei sentindo seus dentes mordiscarem meu pescoço.

– Ed, eu quero me vestir. – tentei mais uma vez me afastar dele.

– Vestir pra que se eu vou tirar tudo de novo? – realmente, me vestir pra quê? Me separei dele e empurrei a mala para o chão. Catei meu celular e retirei a bateria do mesmo. Edward me olhava curioso quando me joguei sobre a cama. – Vem.  – o chamei com o dedinho e num piscar de olhos ele estava em cima de mim. Tiramos o atraso e a saudade que nossos corpos sentiam um do outro. Já passava das duas horas da manhã quando relaxamos, os corpos completamente cansados e saciados.

Acordei no dia seguinte completamente agarrada a ele. Nossas pernas estavam entrelaçadas e ele me abraçava. Minha cabeça relaxava em seu peito e a respiração dele causava um certo vento em minha testa. Sorri ao constatar que era assim que eu acordaria daqui em diante: ao lado dele.

Tentei me levantar sem acorda-lo, mas o intento foi em vão.

– Bom dia, bebê!

– Bom dia, amor. – eu amava quando ele me chamava de bebê.  Levantei um pouco e lhe dei um selinho, apenas para retornar para a minha posição inicial. – Vai trabalhar hoje?

– Eu só preciso dar uma saidinha rapidinho, mas não vou demorar. – ele começou a me fazer um cafuné. – Ontem eu adiantei todo o meu trabalho pra poder ficar contigo hoje.

– Hmm, que bueno! Aliás, o que houve ontem? Você ficou nervoso com aquela ligação.

– Nada demais, apenas um problema bobo na obra, mas eles precisavam que alguém desse o ok pra eles continuarem com o trabalho. Hoje eu tenho que ir lá ver se está tudo bem.

– E eu posso ir com você? – perguntei mirando-o.

– Melhor não, amor. – ele não deu mais explicações, mas se não queria que eu fosse, eu não criaria caso.

– Tudo bem. – falei me levantando. – Vou preparar o café.

Dei mais um beijinho nele e saí em direção a cozinha. Vesti no caminho a camisa que ele estava usando no dia anterior pois não gostava de ficar pelada. Eu estava meio abaixada fuçando na geladeira quando senti uma encoxada por trás.

– Edward! – me virei para ele e o mesmo usava nada mais que uma boxer branca.

– Que foi? – ele perguntou debochado ao me ver encarar sem pudores meu objeto de desejo.

– Nada. – balancei a cabeça e voltei a me concentrar em minha busca por comida.

– Estranho, Alice me ligou onze vezes ontem. – franzi a testa também estranhando. – Vou retornar.

– Faça isso. – botei sobre a mesa queijo, presunto, chocolate gelado, pão e algumas frutas. – É o que tem pra hoje, amor. – ele deu de ombros e se concentrou na ligação.

– Fala, Alice. – olhei no relógio e marcava nove e vinte e sete da manhã.

– Caralho, Edward. Eu sei que vocês querem retomar o tempo perdido e tudo mais. Mas porra, se eu to ligando não é a toa. – ele tinha posto no viva-voz.

– Tá, Alice. Fala logo.

– O vovô foi internado ontem.

– O QUE? – eu e Edward gritamos.

O relacionamento de todos os netos com Rupert jamais poderia se comparar ao que tínhamos com Eleanor. Vovô era o homem mais generoso e bondoso que eu conhecia. Ele aceitava as imposições da mulher por amor, pois era praticamente palpável o amor que ele sentia por ela. Sempre que podia estava com os netos, não nos julgava ou ditava o que deveríamos fazer. Ele sempre dizia “seja feliz” independente da situação. Claro que esse comportamento dele rendia muitas brigas com Eleanor, mas ele nem ligava. Doutor Rupert fora um excelente médico, ele tinha 23 anos e minha avó tinha apenas 15 quando se conheceram. Nessa época ele já atuava na medicina e, com os investimentos de seus pais e os pais de Eleanor, os dois abriram uma clínica dois anos depois, no mesmo ano que Esme nasceu. Já eram ricos, e aumentaram a fortuna com o passar dos anos, transformando a pequena clínica Health Care Center no império que é hoje. Agora com 80 anos, a família inteira se preocupava com a saúde do patriarca dos Higginbotham.

– Ontem, por volta de seis horas da noite, a vovó começou a surtar porque a Bella não fez o que ela mandou. Ela dizia que era uma falta de respeito e tudo mais. Só que ela falou muito, gente. O vovô começou a se irritar com ela, dizendo que a Bella tinha que seguir a vida dela e essas coisas que ele sempre fala quando nos defende. Os dois brigaram na frente de todo mundo.

– Quem tava lá?  - eu perguntei.

– Meus pais, os seus pais, eu e a tia Sarah. – Allie respondeu. – Aí depois o vovô foi pro escritório com o papai e o tio Charlie para conversar. Uns vinte minutos depois os dois saíram de lá com o vovô no colo, colocaram ele no carro e foram pro Health Care. Só no caminho do hospital eles ligaram explicando o que estava acontecendo.

– Mas ele já está bem? O que os médicos disseram?

– Ah, Edward, papai falou o de sempre: que o vovô precisa cuidar da alimentação, fazer exercícios, essas coisas, né. Ele desmaiou porque a pressão caiu, mas ainda está internado, continua com pressão baixa.

– Tudo bem, Alice. Vamos voltar para L.A. – Edward disse. Cuma?

– Ok. Não demorem. Tchau. – ela desligou.

– Amor, eu vou precisar sair, preciso ir antes de viajar. Eu vou rapidinho e no caminho aproveito e vejo um jatinho pra gente. Fica de olho no seu celular que eu vou avisar a hora que o voo sai, ok?

Ele nem esperou eu responder e saiu da cozinha. Me sentei e comecei a tomar meu café. Edward apareceu um pouco depois com uma roupa Sport, quem visse não diria que ele ia trabalhar. Me deu um selinho e foi embora com um “volto logo”.

Arrumei tudo e fiquei de bobeira até ele aparecer duas horas depois e nós irmos para o aeroporto.

*****************

Pedimos ao taxista para parar um pouco antes do hospital para Edward descer, pois mais a frente havia dois paparazzi. Ele desceu e o taxi seguiu parando na porta do HCC. Desci do carro e logo os flashes começaram, encontrei apenas minha mãe na sala de espera.

– Oi, mãe. – me aproximei dela e assim ela que viu, se levantou e veio me abraçar.

– Meu bebê, promete pra mamãe que não vai mais fazer isso? Por favor?

– Prometo, mãe, e me desculpe. Eu só sumi assim porque eu precisava encontrar ele, você sabe. – ela enfim se afastou de mim.

– Eu sei, filha. – ela voltou a se sentar na poltrona da sala de espera particular do HCC e me repreendeu. – No entanto, não custava você me telefonar e me contar o que estava acontecendo. Eu passei um dia inteiro desesperada, Bella.

– Desculpe, mamãe. – sentei ao seu lado e a puxei para o círculo dos meus braços. – Prometo não sumir assim de novo, prometo!

– Acho bom. Onde está Edward?

– Está chegando, ele desceu antes pois havia paparazzi na porta.

– Ah sim. Ele não... – ela tentou falar, mas foi interrompida pela voz que eu menos queria escutar.

– Vejam só quem apareceu.


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Notas finais do capítulo

Gente, a razão de eu ter feito um capítulo maior é por que, possivelmente, eu suma por um tempo ):
Eu ficarei sem computador essa semana e início da próxima, então a previsão de post é só na quarta (08/04). Nessa semana terei vários compromissos além da ausência do computador, então qualquer post nesses dias pode ser considerado um milagre hahah Nesse post tem um capítulo e meio, achei melhor juntá-los do que fazer um pequeno, dada as circunstâncias.

Mas uma vez irei agradecer imensamente pelos comentários, estão lindos e eu faço questão de cada um. Obrigada, obrigada, obrigada.

I hope you enjoy!

ps: perceberam algo estranho nesse cap? muahahah