Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

E o capítulo mais esperado...



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Com os dedos tremendo, apertei a campainha.

– Bella? – seu rosto era pura surpresa ao abrir a porta. – O que está fazendo aqui?

– Edward, por favor, vamos conversar. – pedi cruzando os dedos para que ele aceitasse. Suspirei num misto de alivio e felicidade ao vê-lo abrir espaço para que eu entrasse no lugar que um dia eu considerei a minha casa. Puxei minha mala junto e a deixei no canto da sala. Vi ele fechar a porta e se escorar nela cruzando os braços, numa posição despreocupada. Mas sua expressão um tanto quanto tensa destoava do que o seu corpo dizia. – Hm... Como você está? – perguntei analisando a sala, que estava completamente igual a da última vez em que estive aqui.

– O que quer, Bella? Seja direta. – o rosto dele estava sério, procurei na imensidão verde de seus olhos algum sentimento que indicasse que ele estava feliz em me ver, mas só encontrei a decepção.

– Ed, eu quero me explicar. Eu quero pedir desculpas. Eu quero que você me deixe te fazer entender o que aconteceu nos últimos meses pra justificar o meu comportamento contigo. Serei clara e transparente com você. Eu te amo e não estou disposta a abrir mão de você assim tão facilmente.

Despejei a verdade sobre ele, era exatamente isso que eu queria fazer, me abrir com ele. Seus lábios se abriram num sorriso irônico, muito diferente daquele sorriso torto que me contagiava.

– Pois bem, eu estou ouvindo. – sua voz estava amena, como se aquilo não mexesse em nada com ele.

– Edward, por favor. Colabore comigo. – pedi me sentando no sofá e esperando que ele fizesse o mesmo.

– Eu não devia nem deixar você estar aqui dentro, Isabella. Não depois de tudo o que me fez. E agora me pede para colaborar? – ele se desencostou da porta e veio andando até mim. – O que acha que sou? Seu cachorrinho que obedece a todas as suas ordens?

– Não, Edward, não! Você sabe que nunca pensei isso de você. Eu estou realmente disposta a conversar sobre tudo, mas se você continuar na defensiva não iremos a lugar nenhum.

– E quem disse que essa conversa vai nos levar a algum lugar? Eu simplesmente concordei em lhe ouvir. Nada mais. Apenas porque eu quero entender o quão bipolar você é.

Seria difícil. Edward não estava disposto a me ajudar nessa. Eu teria que fazer tudo sozinha, por mim e por ele.

– Por favor. – supliquei uma última vez e com uma bufada, ele se sentou no mesmo sofá que eu, mas na outra extremidade. Já era um avanço. – Vou começar falando o que mudou em mim quando eu fui embora. – ele assentiu e então eu prossegui. – Eu fui o voo inteiro pensando o que eu diria ao Riley para terminar com ele. Nada seria bom o suficiente para falar, quero dizer, nada seria convincente o suficiente, então decidi contar a verdade. Decidi que eu iria dizer exatamente o que aconteceu entre a gente e que eu não poderia mais continuar com ele. Desci do avião certa do que eu tinha que fazer. Ele estava lá, me esperando com um buquê de flores de tulipas, eu não poderia falar nada ali no meio de um aeroporto. – seu rosto continuava lívido, mas seus olhos não escaparam dos meus nem por um segundo sequer. – Ao invés de me levar pra casa, ele disse que tinha uma surpresa. Eu tentei fazê-lo mudar de ideia, mas ele queria porque queria me levar nesse lugar. Ele me levou num resort um pouco afastado da cidade, tinha reservado um chalé lá e Edward, eu fiquei completamente sem reação.

“Ele tinha preparado tudo. O quarto estava lotado de tulipas rosas e velas perfumadas. Era lindo. Ele entrou na minha frente e se posicionou ao meio de um coração formado com pétalas de rosas no chão. Eu ainda estava embasbacada na porta quando ele se ajoelhou e me mostrou o anel. Eu não tive coragem, Edward, eu sei que fui fraca, mas eu não tive coragem de me desfazer dele assim. Parecia que tudo estava contra a gente, contra mim. Ele me pediu em casamento e eu não tive como dizer não.”

Edward agora tinha o rosto travado, o queixo quadrado mais firme, os olhos acirrados, as mãos em punhos. Esperei um pouco dando um tempo a ele. Passados alguns minutos, seus punhos suavizaram revelando os dedos longos. O rosto um pouco mais pacífico, mas ainda duro.

– Desde então eu fui criando na minha cabeça motivos pra me afastar de você e me aproximar dele. Eu dizia a mim mesma que nunca daria certo entre nós por causa da nossa família. Sua mãe jamais aceitaria, Edward. Dona Eleanor então nem se fala. Depois tinha a minha carreira, o meu trabalho, os meus fans. E o pior motivo de todos: eu mesma. Eu não me segurei em relação a você. Deixei que as coisas seguissem o ritmo que a gente ditava. E foi tudo muito rápido, tudo muito intenso. – ele parecia mais interessado na conversa agora que eu falava de mim.

“Quando eu vi, já estava absurdamente apaixonada por você. E eu não queria me refrear, eu queria sentir. Sentir tudo que você poderia me dar. Você me fez tão feliz, Ed, tão feliz... – um sorriso murcho surgiu em meus lábios, as lembranças me invadindo mais uma vez. – Eu não parei pra pensar em nada quando estava aqui, só queria aproveitar. E lá, sem nada pra fazer, sem nada pra me ocupar, sem você, o que restava era refletir. E eu vi que você me tirou do eixo. Eu não era mais quem eu achava ser. Eu sempre respeitei minha família, e por você eu estava passando por cima deles. Eu sempre respeitei meu namorado, e por você eu passei quinze dias sem ao menos lembrar que ele existia. E o principal: eu sempre me respeitei, sempre tive limites, sempre discerni o certo do errado, mas por você, eu me perdi.”

A esse ponto, a tristeza já me invadia sem avisos ou alarmes. Falar em voz alta me fazia mil vezes mais cruel. Cruel por enganar a dois homens maravilhosos. Cruel por enganar a mim mesma.

– Eu me vi sem chão. Sem saber quem eu era, quem eu seria. Tudo o que eu tinha pensado a minha vida inteira, os meus valores, tudo se foi. E se foram tão fácil que parecia nunca terem existido. Você entende o que eu quero dizer quando falo que você me mudou completamente? E então eu passei a ter raiva. Raiva de mim. Raiva de você. Raiva por ter me deixado levar tão facilmente, por ter cedido tão facilmente. Edward, pra mim o amor era construído com anos de relação, e eu te amei em menos de quinze dias. Eu simplesmente pirei. Não soube lidar com meu novo eu.

– Agora eu entendo tudo. – o tom de voz que ele usou me fez querer pular em seu pescoço e o beija-lo em gratidão. Compreensão era o que sua voz dizia.

– Sim, Edward, foi por isso que eu não queria chegar perto de você, foi por isso que fiz todas aquelas burradas, por isso que lhe tratei tão mal...

– Parece até piada. – e lá vamos nós com o deboche de novo.

– Mas não é. Eu chorei todos os dias, sem exceção. Chorava pelo conflito que eu vivia. O coração gritava por ti, e a razão te afastava de mim. Eu tentei viver como se nada tivesse acontecido, tentei seguir em frente, mas falhei em cada tentativa. Eu passava o dia não querendo pensar em ti, mas só por isso eu já pensava. E como se sonhar acordado não fosse suficiente, a noite, lá estava você, me perseguindo, me chamando pra perto. A maioria das vezes pesadelos. Perdi a conta de quantas vezes eu sonhei que estávamos eu e você nadando no oceano e de repente você sumia, se afogava, eu tentava te achar, mas era em vão, então eu simplesmente parava de nadar, de respirar, porque eu preferia morrer sem te ter comigo. Eu acordava assustada, por vezes liguei pra você só pra ouvir sua voz, só pra me certificar que era só um sonho e que você estava bem.

– Parece que você sabia muito bem o que queria, Isabella. – ele continuava sarcástico, me dilacerando ainda mais.

– Sim, eu sempre soube, mas minha razão nunca me permitiu tomar qualquer iniciativa. – ele levantou do sofá indo em direção à cozinha. Voltou de lá com dois copos de água, me oferecendo um deles.

– Obrigada. – agradeci vendo-o tomar todo o líquido de seu copo. Repeti seu ato e ambos depositamos os copos na mesa de centro.

– Quer mais? – neguei com a cabeça. – Continue. – respirei fundo antes de mais uma rodada de desabafos.

– Ontem, quando as fotos saíram, eu terminei com Riley. Eu podia mentir pra qualquer um, menos pra ele, obviamente. Ele gritou um pouco, mas terminamos de forma pacífica, como amigos. Ele me entendeu, Edward, e não me julgou.

– Que bom pra você. – sua voz transbordava o ciúme. Seria cômico se não fosse trágico.

– Quando cheguei em casa, a vovó estava lá.

– O que ela queria?

– O que você acha? Basicamente ela disse que eu arruinei a vida dela, que eu a humilhei com esse escândalo, que eu a ridicularizei diante de todos e por aí vai. Você sabe como nossa avó fica criativa quando quer. – aproveitei para descontrair o ambiente. Vê-lo rindo me fez rir também.

– Se sei.

– Mas não dei muita bola, não. Na verdade, a deixei falando sozinha e fui pro meu quarto. Não fiquei nem pra ver a cara dela.

– Essa eu queria ver.

– Durante a tarde, conversei com minha mãe. Foi ela quem abriu meus olhos, amor. – falei com toda a delicadeza possível. – Foi ela quem me fez perceber que eu não poderia mais fugir de você.

– Peraí, você disse pra Renée que era eu nas fotos? – Ed arregalou os olhos em incredulidade.

– Sim. – eu disse tranquila. – É minha mãe e não tenho segredos com ela. Ela até me confessou que já sabia que era você. – seus olhos pularam ainda mais. – Ela disse que suspeitou do seu comportamento no dia do noivado das meninas. – ele assentiu em compreensão, mas se manteve calado. – Fui o mais depressa possível para a casa da Alice atrás de você, mas já era tarde demais. Allie me encorajou a deixar um recado pra você. Não seria uma declaração ao vivo, mas era melhor do que nada. E quando você me disse aquilo, eu... – as lágrimas, que estavam demorando para aparecer, chegaram com força total. – Eu fiquei sem chão mais uma vez.

– Eu não poderia te perdoar assim tão fácil, não depois de tudo o que você me fez. – ele disse como se estivesse pedindo desculpas por me fazer sofrer.

– Tudo bem, Ed. Agora eu entendo tudo. Acho até que foi necessário pra eu acordar de vez e ver o que eu estava perdendo. Mas eu só pensei assim hoje, porque ontem eu surtei.

– Onde você se enfiou? – sua voz assumiu um tom preocupado. – Bella, todos estavam loucos procurando por você. Mas você já falou com eles e... – ele parou ao ver minha expressão incerta. – Eu não acredito!

– Eu não queria, Edward. Sim, ontem eu fui uma inconsequente, agi sem pensar, mas eu não sabia o que fazer depois de ouvir tudo aquilo. E eu sei que assim que falasse com qualquer um deles eu ficaria presa. Eu não poderia correr esse risco. Eu precisava chegar até você!

– Eles estão te procurando até agora! Já colocaram detetives por toda parte atrás de você, já rodaram a cidade, Bella. – ele falava exasperado.

– Eu imagino que sim. Prometo ligar mais tarde, Ed, mas, por favor, agora não. – ele levou as mãos à cabeça frustrado por minha teimosia. Edward se levantou e andou até o bar, dessa vez se servindo de uma dose de whisky. Só então pude reparar em seu vestuário. Ele estava descalço, a calça jeans um pouco apertada na bunda revelava o tamanho daquele pedaço que minhas mãos não conseguiam ficar longe. A blusa branca adornava os músculos não tão marcados dele, mas o suficiente para me enlouquecerem. Fui subindo até chegar naquele rosto perfeito. – Lindo.

– O que você está olhando, Isabella?

– Você, seu bobo, só você. – Edward sorriu. Sorriu de uma maneira envergonhada, algo eternamente fofo aos olhos de qualquer apaixonada. Me aproximei dele quebrando suas barreiras de uma vez por todas.

Eu lutei, Deus sabe que eu lutei contra, mas o amor foi maior.

Encarei aqueles olhos verde-azulados, ele estava com carinha de cachorro abandonado e com o meu sorriso predileto. E foi vendo aquela perfeição que me derretia e me tirava do sério que eu me decidi de uma vez por todas.

Se antes eu lutava contra ele, a partir de hoje eu lutaria por ele. Eu passaria por cima da nossa família, eu passaria por cima da mídia, eu passaria por cima do meu  “noivado”, eu passaria por minha das minhas crenças e convicções, mas eu lutaria por ele.

E foi com essa certeza absoluta em mente que eu me aproximei dele e disse a frase que ele tanto esperou pra ouvir:

– Você sabe que é meu priminho preferido, não sabe, Edward?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??? Me deixem saber...


I hope you enjoy!