Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorei, nao foi?? >.
me desculpem, erh que n toh me animando mto a escrever a fic, pq n recebo reviews proporcionais ao numero de leitores(que nao sao poucos)
n vou abandonar, soh nao sei quando animarei a escrever o prox.
entao peço com td o carinho que deixem reviews, ok??



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Capítulo 9

Madeira e homens. Era tudo o que se via nas margens do rio Beruna. Telmarinos cortavam as árvores que haviam nas margens, enquanto cinco humanos e um anão se escondiam atrás de uma montanha de toras. Pedro olhou desgostoso para aqueles homens sem qualquer ponta de compaixão pela terra deles e balançou levemente a cabeça, decepcionado por não haver passagem segura para eles chegarem até aquele que os chamara.

Edmundo estava decepcionado e irritado. Queria que Lena, agora que estava em Nárnia, visse como ela era há milhares de anos atrás, quando ele governara ao lado dos irmãos. E não aquele espetáculo horrível. Segurou a mão da menina, que nem percebeu o movimento, pois estava ocupada vendo todo aquele horror com os mesmos olhos arregalados que Lúcia, que estava ao seu outro lado.

Ouviram trotes de cavalos chegando ao lado esquerdo deles e tiveram que se abaixar atrás das toras, para que não fossem descobertos.

- Talvez não tenha sido o melhor caminho a seguir. – murmurou Susana para o irmão mais velho.

Ela levantou o olhar levemente por cima das toras e observou os telmarinos trabalhando esforçadamente para construir uma ponte que interligava as duas margens do rio. Pedro nada disse, somente virou-se e voltou para dentro da floresta, com o anão em seu encalce. Os outros rapidamente o seguiram e quando já estavam um pouco mais longe, Lena finalmente se pronunciou para Edmundo, que estava sempre ao seu lado.

- Que horror!

Ele olhou-a de relance e passou o braço por seus ombros, abraçando-a lateralmente.

- Queria que você pudesse ter conhecido Nárnia quando fomos reis.

Lena suspirou, sentindo extremamente excluída de tudo aquilo.

- O que foi, Elena? – perguntou Edmundo, repentinamente preocupado com a mudança súbita no humor da menina.

- Eu... – ela queria dizer a ele como se sente em relação a tudo isso, mas percebeu que seria facilmente intitulada de mimada e mesquinha. – Só ainda não sei por que vim parar aqui.

- Bem... Eu não tenho ideia do porque, mas sei que Aslam deve ter grandes planos para você.

- Então você acredita mesmo na Lúcia? Tem a ver com o que você disse sobre ter feito burradas?

Edmundo ficou meio desconfortável, pois sabia que era hora de contar a Lena sobre o que acontecera em sua primeira ida a Nárnia. Além disso, não esperava que Lena fosse tão direta. Ele então percebeu que sempre teve razão. Lena era sincera. Sincera até demais; e isso podia ser um problema. Mas o que ele não sabia era que Lena era sincera somente até certo ponto. Pergunte algo a ela sobre o que sente por ele e ela negará terminantemente.

- Na primeira vez que vim a Nárnia, eu era mesquinho e irritante. Acabei acreditando na pessoa errada. – contou, ainda um pouco receoso.

- Se quiser, não precisa me dizer tudo agora. – disse Lena rapidamente, vendo o desconforto dele.

Edmundo suspirou aliviado. Queria dizer a ela. Queria não ter que guardar mais segredos. Mas será que ela o olharia da mesma maneira caso soubesse o grande traidor que ele havia sido? Ele achava que sim. Mas não tinha total certeza disso.

- Eu... Só não estou pronto para te contar isso ainda. Foi bem... Assustador. – confidenciou.

Lena, que ainda tinha o braço dele sobre seus ombros, aproximou-se mais dele e abraçou-o pela cintura, tentando transmitir-lhe confiança.

- Não se preocupe, eu espero.

Edmundo sorriu minimamente, ainda receoso sobre como lhe contar sobre a Feiticeira.

- Lu, onde achou ter visto o Aslam? – puderam ouvir Pedro perguntando um pouco à frente.

Estavam de volta ao desfiladeiro e Lúcia olhava para onde Aslam esteve. O anão estava sentado sobre um tronco caído e Susana olhava para o irmão mais velho, ansiosa e Pedro tinha o maxilar. Por mais que achasse que fora uma coincidência não atravessarem o Beruna, só lhe restava uma única opção. E ele teve que se agarrar a ela. A pequena se virou para o loiro e o olhou com uma careta, como se quisesse chorar, mas ela não iria dar esse gostinho ao irmão.

– Eu queria que parassem de tentar parecer adultos!- ela disse, raivosa. – Eu não achei que vi o Aslam. Eu vi. – ela confirmou e foi para mais perto da beira do penhasco.

– Eu sou adulto. – resmungou o anão.

Edmundo e Lena prenderam o riso e trocaram um olhar cúmplice.

– Estava bem aqui... – Lúcia murmurava.

Então a terra caiu. Lúcia gritou. Os corações de cada um pularam ao verem a cena.

– Lúcia! – a irmã mais velha gritou e correu junto com os outros para achar a pequena.

Seus corações se acalmaram quando viram a pequena sentada apenas alguns metros abaixo deles. Onde ela estava sentada, a terra pela direita, ia descendo, como uma escada. Lúcia olhou para cima e sorriu ao ver as caras surpresas de todos.

– Aqui... – ela disse e depois observou a escada de terra.

Minutos depois estavam todos descendo por aquele caminho, se segurando sempre que podiam em qualquer coisa que os deixassem com equilíbrio. Lúcia não conseguia parar de se sentir vitoriosa. Eles iam conseguir atravessar o desfiladeiro. Eles acharam um meio de atravessar o desfiladeiro.

Lena andava em meios aos pensamentos, sempre pensando no que Lúcia disse sobre dizer a Edmundo sobre o que sente. Mas tinha medo. Muito medo. E se ele não gostasse dela? E se ele risse dela? Não achava que aconteceria, mas era preciso analisar todas as possibilidades. E dentre elas estavam a que ela mais queria... E a que mais temia. Ele podia corresponder, claro!; disso ela sabia. 

Mas havia também uma grande porcentagem de apenas uma única frase acabar com toda aquela amizade que lhe fazia tão bem. Afinal, eles eram melhores amigos; ela deveria ter sentimentos fortemente afetivos com o melhor amigo. Isso era estranho e desanimador, pois ele poderia a enxergar somente como uma amiga. No máximo até como uma irmã.

Mas se esses sentimentos interferissem na amizade que tinham, ela não sabia como sobreviveria, pois ele era o único ser vivo que pudesse recorrer. Ela não tinha pais, não tinha família. Vivia trancafiada num internato para que não tivesse que responder judicialmente sobre a morte dos pais. E se Edmundo passasse a menosprezá-la, ela poderia se matar que ninguém sentiria falta.

Estava tão concentrada nos pensamentos masoquistas, que nem reparou quando a estradinha de terra fazia uma leve curva ao lado do penhasco. Pisou em falso, com o pé escorregando na beirada, e se não fosse por Edmundo que observava cada movimento dela, teria caído do precipício direto para o rio que corria vários metros abaixo deles.

- Você está bem? – perguntou Edmundo, ainda segurando-a pela cintura.

Se não o conhecesse, imaginaria que ele estaria pensando como ela é estúpida e desastrada. Mas o conhece; bem até demais. Sabia que a preocupação brilhando em seus orbes negros era verdadeira e isso já bastou para que ela enrubescesse em níveis extremos.

- Eu... Acho que estou... Obrigada, Eddie. – ela disse, se afastando um pouco e indo mais à frente para conversar com Susana e Lúcia, somente para tentar disfarçar.

Edmundo ficara parado, apreciando a sensação confortável que sentia toda vez que a menina o chamava por esse apelido.

- Se não quer dizer a ela, devia tentar babar menos. – ele ouviu a voz de Pedro, e quando retornou à realidade, viu-o parado à sua frente, com um sorrisinho malicioso no canto dos lábios.

- Ah, cale a boca, Pedro! – resmungou, adiantando os passos e voltando a caminhar, mas o loiro foi ao seu lado.

- Tudo bem, mas é sério. Devia dizer a ela.

- Mas... E se ela rir de mim? – perguntou, receoso.

Pedro olhou rapidamente para Elena, que conversava animadamente com Susana e Lúcia. Não lhe pareceu que seria esse o caso, mas sabia como seu irmão ficara mais desconfiado e sensato depois de ser enganado pela Feiticeira Branca.

- Bem, Edmundo. Só existe um jeito de saber. – disse confiante para o irmão.

Deu uma batidinha em seu ombro e se juntou ao anão para discutirem o que fazer quando chegar ao fim do precipício, deixando Edmundo mais atrás, sozinho com seus pensamentos e medos para superar.


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