Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap, que saiu mais rapido do que eu pensava que sairia. obg pelos comentários!!
avisando que nao tenho previsão para o prox post, pois toh LOTADA de coisas pra fazer, mas assim que arrumar um tempo eu do meu jeito de escrever *--*



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Capítulo 8

Após o tempo de descanso, eles voltaram a caminhar na direção que Pedro achava ser a certa. Elena agora se sentia melhor em relação a Edmundo, conseguindo pelo menos andar ao seu lado sem qualquer problema de autoconfiança. Alguns quilômetros à frente, Pedro parou, olhando surpreso para o desfiladeiro que tinha logo à frente e, metros e metros abaixo, o rio percorria seu curso.

- Viu só? – ironizou Susana. – Com o tempo, a água erode o solo da terra, escavando cada vez mais...

- Ah, cale a boca. – disse Pedro, olhando para o desfiladeiro de, pelo menos, cem metros à sua frente.

Lena mordeu o lábio inferior, tentando não rir de toda aquela situação. Edmundo a olhou de soslaio, preocupado.

- Tem como descer? – perguntou ao anão.

- Tem, caindo. – respondeu o anão, abaixando a cabeça, enquanto todos se viravam para ele.

- Não estávamos perdidos. – disse Pedro.

- E agora? – perguntou, um pouco nervosa, mas sem saber por que.

- Tem uma passagem perto de Beruna. – disse o anão. – O que acham de nadar?

- Eu prefiro nadar ao invés andar. – disse Susana, seguindo o anão e os outros pelo caminho de volta.

Lúcia ficou mais um pouco. Virou-se em direção ao outro lado do penhasco e sentiu seu coração se encher de luz ao ver a forma de um leão.

- Aslan? É o Aslan! O Aslan está ali! – virou-se para chamar a atenção dos outros, apontando para o local.

Viraram-se todos na direção em que Lúcia apontava, mas nada se via, a não ser os pedregulhos do outro lado. Lúcia paralisou, vendo que agora realmente não havia nada.

- Está vendo agora? – caçoou o anão.

- Eu não sou louca. – afirmou a menina. – Ele estava ali. Queria que o seguíssemos. – disse, olhando para o irmão mais, ao qual pensava que lhe apoiaria.

Pedro e Susana se entreolharam.

- Eu sei que existem vários leões nesse bosque. – disse Pedro. – Como aquele urso.

- Eu reconheço Aslan quando vejo ele. – disse Lúcia, convicta.

- Olha. – o anão chamou a atenção de todos. Edmundo e Lena ficaram calados, mas ela sabia que o menino ainda queria se pronunciar. – Não quero pular de um penhasco atrás de alguém que não existe.

- Na última vez que não acreditei na Lúcia... – disse Edmundo. Ele impulsivamente segurou a mão de Elena. – acabei fazendo muita burrice depois.

Pedro desviou o olhar para onde Lúcia dissera que viu Aslan, sem saber o que fazer.

- Por que eu não o vi? – perguntou à irmã mais nova.

- Talvez não estivesse olhando.

Ele balançou a cabeça negativamente.

- Desculpe, Lu.

Ele e Susana se viraram, voltando por onde vieram para quem sabe achar um lugar seguro para passar. O anão foi atrás, mas Lúcia olhou mais uma vez para o penhasco do outro lado, com os olhos marejados. Quando se virou novamente para seguir os outros, percebeu que Edmundo a olhava solidário. Lena, que estava ao seu lado, olhava para o chão, meio receosa se deveria falar o que pretendia. Quando sentiu que os dois irmãos já iam, as palavras saíram livremente de sua boca, sem qualquer filtro de raciocínio, mesmo que meio roucamente.

- Acredito em você.

Ambos viraram-se assustados para ela, como se falasse algo impossível e totalmente fora de contexto. O que, na verdade, era. Como poderia ela, uma simples órfã, acreditar em algo que nem mesmo conhecia? Mas ela sentia que poderia confiar. Algo lhe dizia que podia acreditar nas palavras insanas que a pequena havia dito.

- O que? – perguntou Lúcia, sentindo um misto de agradecimento e esperança surgindo no peito.

- Eu... Acredito em... Você. – repetiu, meio incerta do que falava, afinal, não havia provas que lhe diziam que a menina falava a verdade.

- Mas... Por que? – foi a vez de Edmundo perguntar, pois estava tão confuso quanto a irmã.

Lena pensou bem na possibilidade de dizer que era brincadeira. Poderia fingir que tudo aquilo não estava acontecendo, que era tudo um sonho maluco que estava tendo enquanto cochilava no ombro de Edmundo, esperando o trem que os levaria até a casa dos Pevensie. Mas sabia que, além de não ser certo magoar tanto assim os sentimentos dos dois, ela sentia que era real. Não sabia explicar o como, nem o por que, mas saberia explicar o que. Mas não era isso que ela queria responder. Precisava responder de uma maneira que os levasse a lhe dizer mais sobre aquele lugar e a primeira viagem que fizeram até ali. 

- Por que não? – revidou.

Os dois ficaram desconcertados, pois não imaginavam que justo ela – que nunca antes fora ali e não tinha motivos nenhum de acreditar – que confiou neles o suficiente para acreditar que o que a pequena Pevensie viu não era apenas ilusão. Lena estava confiando que ela viu um leão falante que poderia ajudá-los, quando os irmãos mais velhos não confiaram.

- Você não tem nenhum motivo para acreditar em nós. – disse Edmundo por fim.

- Estou aqui, não estou? Num mundo mágico com quatro reis e um anão.

- Mas... Não nos achava loucos? – perguntou Lúcia, meio receosa ainda.

- Achava. – disse Lena, olhando diretamente para ela, mas pode sentir quando Edmundo se retesou ao seu lado. – Até seu irmão quase matar um anão metido.

Lúcia deu uma leve risadinha e Edmundo, querendo fazer graça e minimizar o clima tenso, colocou as mãos na cintura e estufou o peito, fazendo com que as meninas rissem.

- EDMUNDO, VAMOS! – gritou Pedro, mais à frente.

Os três que ficaram para trás quase não ouviram, mas ainda assim sabiam que deveriam retornar à caminhada. Mas antes Lúcia precisava agradecer à Lena, mas não sabia como exatamente. Então ela simplesmente se jogou nos braços da mais velha, dando-lhe um forte abraço e sussurrando um fraco “obrigada”. Em seguida, correu dali para deixar os dois sozinhos e, por mais que tivesse vontade de lhe contar que alguém não a achava maluca, acompanhou seus irmãos mais velhos em silêncio.

Edmundo olhou intensamente para Lena, totalmente paralisado na beleza dela – tanto interna quanto externa. Lena ficou um pouco desconcertada com a intensidade do olhar que ele lhe lançava, mas forçou um sorriso no rosto, que pareceu-lhe mais natural do que imaginaria conseguir.

- Quer dizer que sou tão bom assim? – perguntou Edmundo, saindo do transe e estendendo a mão para Lena.

- Ah, eu não disse isso. – respondeu rindo e aceitou a mão de Edmundo como uma ajuda e uma fonte de força para continuar a se sentir ela mesma num lugar tão desconhecido.

- Mas foi quase. – retrucou o moreno, enquanto entrelaçava os dedos nos da menina e seguiam a caminhada muito atrás dos outros.

- É... Quase... – concordou a menina, fingindo relutância.

- Ainda vou conseguir um elogio seu você vai ver. – disse ele, impondo um desafio a si mesmo.

- Quem sabe um dia. – disse a menina, dando um beijo na bochecha dela quase impulsivamente.

Sentiu sua bochecha corar ao ver o que acabara de fazer e esperou por uma reação negativa dele, mas o que veio a seguir a surpreendeu mais do que uma rejeição. Edmundo sorriu e lhe deu um beijo na testa, enquanto soltava sua mão e a repousava delicadamente na cintura da menina.


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