Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bem... Estou um pouco decepcionada. Vocês não comentam, favoritam, recomendam. Isso é desanimador, sabia?! Tenho muitos leitores, mas são poucos os que comentam e isso me entristece. Esse capítulo já estava pronto há mais de mês, só não o postei ainda pois esperava que surgissem comentários, mas acabei me enganando. Eu sei que tinha estabelecido um tempo para as postagens, mas se não houver pelo menos dez comentários - não é nem metade dos leitores -, não vou me desgastar para postar o próximo capítulo rapidamente. Tenho projeto para duas outras fanfics, que no momento estão chamando mais a atenção, então não sei quando vem o próximo. E isso serve para quem acompanha minhas outras fanfics de Nárnia também.



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Capítulo 6

Depois que ajeitaram os suprimentos, Susana foi até os irmãos, procurando alguma coisa com se ocupar, deixando Lúcia e Lena sozinhas.

- Vou ver em que posso ajudar... – disse Lena, indicando que ia até os outros, pois sabia que Lúcia a conhecia bem o suficiente para saber que ela amava Edmundo.

Na verdade, apesar de Edmundo ser o único que a conhece melhor do que ela mesma, ele também era o único que não percebera que não percebera sobre seus sentimentos.

Para Elena, havia duas opções: ou ela escondia melhor isso perto dele, ou ele era ingênuo demais para perceber qualquer coisa a ver com isso. Cá entre nós, a segunda opção é a mais provável.

Lúcia sabia que a menina se sentia desconfortável perto dela desde a última vez em que conversaram sobre o assunto. Na verdade, a única vez.

Fora há pelos menos três meses, quando Lena deixava cada vez mais claro sobre seus sentimentos. E Edmundo também, pois tivera uma conversa com ele um pouco antes.

Lúcia queria ajudar, mas não podia simplesmente colocá-los um em frente do outro e obrigá-los a dizer qualquer coisa que seja. Seria antiético.

Além do mais, eles precisavam fazer isso sozinhos. Nenhum dos dois tinha a menor ideia sobre o outro e por mais que Lúcia queria que eles se resolvessem, sabia que não deveria interferir.

Mas isso não queria dizer que ela não podia encorajá-los.

Ela segurou o pulso de Elena, impedindo-a de se afastar e sorriu solidária.

- Não precisa fugir de mim toda vez que tivermos oportunidade de conversar a sós. – disse Lúcia.

Lena suspirou, já esperando por esse comentário da mais nova.

- Por que faz isso comigo? – perguntou, fazendo um biquinho e fingindo estar magoada.

Lúcia riu.

- Por que quero que você seja feliz. – respondeu.

Depois de ouvir isso, Elena abaixou a cabeça, totalmente envergonhada.

- M-mas... – gaguejou ao olhar em direção ao moreno. – E se ele não sentir o mesmo? – perguntou um pouco insegura.

Lúcia mordeu o lábio, sem saber como continuar. Edmundo não queria que comentasse nada com Lena – a não ser, é claro, que fosse recíproco. Mas Lúcia, ainda assim, tomava partido para que eles se resolvessem sem sua intromissão.

- Não pense negativamente. – disse por fim, tentando encorajá-la. Lena olhou para Edmundo mais uma vez, com um olhar carinhoso e sonhador. – Você pode se surpreender.

E então Lúcia se afastou, deixando Elena emersa em seus pensamentos.

- Olá, seu urso! – disse Lúcia.

Havia um urso ao longe, farejando as pedras à procura de alimento e Lúcia pensou que poderia ajudá-los, afinal, ela pensava se tratar de um narniano.

Todos paravam o que estavam fazendo ao ouvir a voz da menina cumprimentando o urso. Edmundo se virou e flagrou o último segundo do olhar que Lena lhe lançara silenciosa e secretamente.

Sorriu, sentindo a esperança fluir dentro de si.

Mas então, ao ver a menina desviar o olhar para algo além, lembrou-se do que chamara sua atenção.

Sua irmã mais nova estava conversando com um urso. E, quando o animal levantou o olhar, viu que não daqueles amigáveis que conhecera na primeira vez em que estivera em Nárnia. Tinha um brilho assassino e sanguinário – algo que a menina não pareceu ter percebido.

- Lúcia, pare, por favor! – disse Lena, tentando manter a calma. – É perigoso!

- Está tudo bem. Somos amigos. – disse Lúcia, ignorando a menina e ainda se aproximando. Tentou não ficar com raiva por Lena achar que era perigoso, afinal, nunca estivera em Nárnia antes.

O urso caiu sobre as patas dianteiras e começou a andar em direção à pequena. Edmundo já não sabia o que fazer, mas criou coragem para se mover ao ver que Elena se aproximava de Lúcia.

- Lena, não! – segurou-a pelos braços, impedindo que ela avançasse.

Lena estava em desespero, sentindo lágrimas saírem de seus olhos. Não podia ver Lúcia se aproximando mais do animal que parecia estar faminto e claramente se alimentava de carne crua.

- Edmundo, ela é sua irmã! Tem que impedi-la! – implorou, já sentindo a visão embaçar pelas lágrimas.

- Não se mova Majestade! – gritou o anão e Lúcia se virou no mesmo instante.

Por que todos achavam que seria perigoso? Lúcia sabia que Nárnia era uma terra mágica onde os animais falavam. Só não tinha ideia de que as coisas mudaram nos últimos mil e trezentos anos.

Ouviu o urso rosnar atrás de si e percebeu finalmente no perigo em que se colocara. Correu em direção contraria a do urso, tentando se distanciar, mas o grande animal ganhava cada vez mais velocidade.

- Fique longe dela! – gritou Susana, com arco e flecha em mãos, pronta para atirar.

Lúcia continuou correndo e Edmundo desembainhara a espada, ficando na frente de Lena para protegê-la. Pedro correu mais à frente, com a espada também em punho, esperando pelo ataque de Susana.

- Ataca ele! – gritou Pedro.

Lúcia perdeu o controle sobre seus pés e tropeçou na bainha do vestido, caindo sobre as mãos nas pedras cinza. Lúcia virou-se e se apoiou nos cotovelos, a adrenalina percorrendo suas veias como foguetes. Ela gritou e uníssono com Lena.

- Susana, acerta ele! – berrou Edmundo, tentando fincar os pés no lugar.

Queria correr e proteger a irmã, mas sabia que também se tornaria um alvo para o urso. Além de que também seu organismo estava mais disposto a proteger Elena.

Mas não foi preciso, pois Lena, assim que viu a menina tropeçar na bainha do vestido, reagiu por instinto. Correu até ela, tentando ao máximo controlar as lágrimas e se ajoelhou aos pés de Lúcia, abraçando-a e fechando os olhos.

Ouviu um rugido atrás de si e apertou Lúcia mais forte contra seus braços, sabendo que seria a primeira a morrer.

Mas não sentira nada. Abriu os olhos rapidamente e viu o urso caído ao seu lado, morto. Ajudou Lúcia a levantar, mas ainda ficou abraçada à menina. Olhou em direção aos outros e viu Susana com o arco ainda pronto, a flecha ainda ali. Viu o anão se aproximar do urso, com o arco abaixado.

- Por que ele não parou? – perguntou Susana, abaixando o arco e guardando a flecha.

- Devia estar com fome. – disse o anão rudemente.

Pedro e Edmundo olharam para Susana e logo correram até as meninas. Susana abaixou a cabeça, constrangida por não ter feito nada, mas logo os seguiu.

Pedro puxou Lúcia por um braço, com a espada apontada para o urso por precaução, e Edmundo abraçou Elena pela cintura, enquanto esta escondia o rosto em sua camisa. Edmundo apertou-a mais contra si quando percebeu que ela estava assustada. E ele não a julgaria, pois sabia que a única experiência mortal que ela tivera a deixara traumatizada.

- Obrigada. – disse Lúcia ao anão, que analisava o pelo do urso.

Ele olhou-a de soslaio e voltou a examinar o urso.

- Era selvagem. – disse Edmundo.

- Acho que ele nem podia falar. – disse Pedro.

Elena segurou um soluço, sem querer alarmar Edmundo. Mas não funcionara muito bem, pois ele sentira a elevação do peito dela.

- Seja tratado como um animal burro por muito tempo – disse o anão – e é isso que virá. – ele desembainhou um punhal e se ajoelhou aos pés do urso. – Vão descobrir que Nárnia está mais selvagem do que se lembram.

Assistiram com grande pesar e nojo enquanto Trumpkin cortava a carne do animal sem dó nem piedade.

Elena escondeu o rosto no peito de Edmundo, sem querer ver aquela cena, e ele a abraçou mais forte, como se aquilo pudesse protegê-la de qualquer coisa.


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