Hurricane escrita por Rocker
Hurricane II
Capítulo 23
Edmundo, na sacada da varanda do camarote de Drinian, sentia a brisa fresca do oceano desalinhar mais seus cabelos negros, a refrescância finalmente amenizando o calor excessivo que fazia há apenas algumas horas atrás. Mas era mais do que isso. Aquela brisa não refrescava apenas o calor, mas também seus pensamentos difusos. Aproveitava cada momento em Nárnia, cada momento ao lado de Lena enquanto ainda estavam em Nárnia. Mas nem tudo parecia ir nos eixos. A cada segundo que ela passava com Colin era-lhe como um tormento. Ele sentia que Lena ficava mais distante, mesmo sabendo que isso não era verdade. Era o tão conhecido, mas não familiar, sentimento de autopiedade.
Caspian, sentado à mesa e de frente para as três espadas expostas, também pensava sobre isso. Edmundo andara bastante melancólico nos últimos e Caspian fora um dos primeiros a reparar. Não gostava de ver o amigo assim, apesar da briga que tiveram. Principalmente quando sabia que eram preocupações desnecessárias. Mas, no momento, ele resolveu se concentrar em algo um pouco mais urgente.
– Nem sabemos se os outros fidalgos chegaram à Ilha de Ramandu. - comentou ele, chamando a atenção de Edmundo, depois de analisar uma das três espadas dispostas à mesa.
Faltavam ainda quatro espadas, mas nada lhes garantia que não tivessem ficado em outra ilha da qual eles desviaram o percurso.
Edmundo entrou no camarote, e se recostou contra a mesa.
– Não se preocupe, vamos conseguir. - disse ele confiante.
Caspian balançou a cabeça indignado. - Como consegue estar tão confiante quanto a isso e ainda achar que Lena está com Colin?
Edmundo, pasmo, abriu e fechou a boca várias vezes, sem soltar, porém, uma palavra sequer.
– Não fui o único que percebeu o quanto você para baixo quando vê os dois juntos. - continuou Caspian. - Se você se sente tão inseguro, devia conversar com ela?
Edmundo suspirou, finalmente se dando por vencido. - E o que eu diria?! Que simplesmente me mordo de ciúmes quando riem juntos, porque eu sempre tenho medo de perdê-la para outro cara?!
Caspian, prestes a exclamar que isso tudo era uma grande bobagem, calou-se quando a porta abriu-se de repente e Lena entrou como um furacão direto para os braços de Edmundo, abraçando-o forte e enterrando o rosto em seu peito, enquanto o menino a abraçava pela cintura.
– Bem, acho que vou dar privacidade pra vocês. Só não baguncem muito, deixaria muito na cara o que fizeram. - disse Caspian, brincalhão e malicioso, e saiu do camarote, fechando a porta atrás de si.
Edmundo corou ao ouvir a insinuação do amigo, e deu graças a Aslam quando percebeu que Lena não havia ouvido.
– Lena, o que houve? - ele perguntou preocupado, acariciando os cabelos da menina.
– Você, Eddie. - ela se afastou dele apenas o suficiente para ele se surpreendesse ao ver que o brilho em seus olhos eram de felicidade, e não das lágrimas.
– O que eu fiz? - ele perguntou, atordoado.
Lena soltou uma risadinha, sentindo-se leve. Era ótimo ter a companhia de Edmundo, pois ela sabia que podia ser ela mesma com ele. Como sempre fora.
– Você me ajudou a superar minha tentação.
– Como assim? Eu estava dormindo. - disse Edmundo, tentando entender o que exatamente ela queria dizer.
– Meus pais apareceram no sonho. - disse Lena, e o menino se assustou ao ver que não tinha a mesma emoção melancólica que ela tinha no tom de voz quando sempre os mencionava. - Diziam que ninguém me amava, mas então eu lembrei de você, quando eu não conseguia lembrar de mais ninguém.
Edmundo, mesmo atordoado, sorriu diante da declaração da menina e a abraçou mais fortemente contra si. Ele estava prestes a dizer algo, quando ela o interrompeu.
– E eu sei que você não anda muito feliz em me ver com o Colin, mas saiba que ele é só meu amigo. Não entendo porquê você sempre fica com raiva.
Edmundo suspirou, e sussurrou baixinho. - Eu tenho medo de perder você...
– Você nunca vai me perder. - disse Lena, confiante, segurando o rosto dele em mãos e obrigando-o a olhá-la. - Eu te amei quando você era apenas meu melhor amigo, e te amo agora, ainda mais depois de tudo o que a gente passou. Você pode não acreditar, mas eu morreria por você.
– Eu também. - concordou Edmundo, roçando seus lábios nos dela provocativamente. - Eu te amo, Lena.
Lena sorriu, e finalmente tomou os lábios dele nos seus. Edmundo apertou sua cintura possessivamente e, tomado pelo desejo, levou-a até a cama que tinha ali, deitando-a e subindo sobre ela, sem deixar seu peso sufocando-a. O beijo que se tornara carinhoso após as palavras do menino, tornara-se quente e desejoso, cheio de intenções e luxúria, que ambos perceberam e deixaram-se envolver por aquela atmosfera arrepiante. E foi quando Edmundo puxou-a pela coxa para mais próxima de si, e Lena passou as mãos por baixo da camisa dele que ele a parou. Ambos se desejavam, e a barreira de tecidos os deixavam sufocados.
– Tem certeza? - perguntou Edmundo, cauteloso e preocupado. - Não quero te machucar.
Lena sorriu, o sorriso mais radiante que Edmundo já vira em seus lábios. - Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida.
E arrancou a camisa dele.
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