Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 45
Capítulo 45




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Hurricane II

Capítulo 22

O dia já amanhecia e Gael acordava aos poucos. Os poucos raios de sol que banhavam as águas do mar e os dorminhocos sobre as pedras à orla da praia. E Gael viu um pequeno ponto azul brilhante no céu. Mas o que fazia ali uma estrela azul quando já era de manhã? Estrela azul?!, ela se perguntou, levantando-se apressadamente. Estrela azul! Ela estava bem ali! Depois de semanas!

– Lúcia! - Gael balançou a menina adormecida ao seu lado. - Lúcia, acorda!

Lúcia se sentou rapidamente, exasperada pela forma como foi acordada.

– Olha! - disse Gael, apontando para o céu.

– A estrela azul! - exclamou Lúcia, sorridente. - Pessoal! - disse em alto e bom som, acordando os outros.

– Ahn... O que foi? O que houve? - perguntou Ripchip atordoado.

– Pessoal, acorda! - repetiu Lúcia, balançando Lena ao seu lado. - É a estrela azul!

Foi como uma bomba sendo jogada. Todos se levantaram rapidamente, surpresos e boquiabertos. Todos quietos, admirando o ponto azul no céu, perguntando-se se era real ou sumiria diante de seus olhos. Quando ficou claro que não era uma miragem, Ripchip quebrou o silêncio.

– Vamos, amigo, acorde. - disse, cutucando o dragão ao seu lado.

~*~

A euforia de ver a estrela azul foi quase dizimada alguns dias depois. O navio tinha dificuldades para atravessar os mares, e Drinian havia mandado que os marinheiros descessem para o compartimento dos remos, onde dois em cada um se esforçavam ao máximo para movimentar o navio.

– O vento foi embora. - disse Drinian, preocupado.

– E como vamos chegar agora à Ilha Ramandu? - perguntou Edmundo.

Drinian suspirou, passou por Edmundo e Caspian e se dirigiu ao leme.

– Eu digo que alguma coisa não quer que a gente chege lá.

Edmundo olhou para Caspian, procurando por algumas respostas, mas apenas suspirou e foi atrás de Drinian. Edmundo cruzou os braços sobre o peito, frustrado. Ele tinha que concordar com Drinian. A tempestade de dias atrás e agora essa calmaria completa. O que quer que fosse que não os queria em Ramandu, estava usando métodos bem inteligentes para deixá-los loucos antes mesmo que pegarem a rota correta.

~*~

Não muito depois, Lena e Edmundo se encontravam conversando sobre a estrela e as consequências que trariam se demorassem muito a chegar em seu destino, no convés, e observando o mau-humor dos marinherios.

– Se minha fome aumentar - comentou ele, raivoso, com outro marinheiro -, eu janto aquele dragão!

Lena olhou para cima, para Eutáquio, que voava próximo ao mastro principal.

– Não se preocupe, Eustáquio, primeiro vão ter que passar por mim. - garantiu Ripchip, sobre sua cabeça, enquanto se afastavam em pleno voo.

– Se não acharmos terra até de noite, eles podem mesmo jantar esse dragão. - disse Drinian sarcasticamente, já subindo de volta as escadas para o leme.

Lena fora ao chão, junto com tantos outros marinheiros pegos desprevenidos por um movimento brusco do navio. Caspian puxou Drinian para se equilibrar em seus próprios pés.

– Batemos em quê? - perguntou Caspian.

Edmundo levantou-se sozinho e ajudou Lena a se levantar, antes de ir para a lateral do barco, procurando por algum possível dano causado naquele forte impacto. Nada na lateral. Até que olhou mais à frente.

– Eustáquio! Ótima ideia! - elogiou ele, para o dragão que tinha a cauda enrolada na cabeça de dragão do Peregrino, puxando-o com força para movimentar o barco pelas águas.

Ripchip atravessou toda a extensão das costas do dragão e, empunhando sua espada, chegou até o nariz do dragão decorativo, segurando-se no chifre.

– Adiante!

~*~

– Queria me ver? - perguntou Colin, abrindo a porta do camarote das garotas, onde Lena se encontrava sozinha.

– Ahn, sim... - começou Lena, desajeitada, enquanto se levantava da cama em que estava sentada e estalava os dedos nervosamente.

– Por quê está nervosa? - Colin arqueou uma sobrancelha ao ver as mãos inquietas da amiga.

– Ahn... Bem... - Lena gaguejou, procurando as palavras certas. Respirou fundo antes de finalmente dizer. - Bem, eu queria agradecer a você por ter me ajudado a me livrar do feitiço há alguns dias...

– Não, não. - Colin se aproximou da menina e colocou uma mão amigavelmente sobre seu ombro. Sorriu docemente para a amiga que mantinha uma expressão confusa e tímida. - Não fui eu que a ajudei.

– M-mas...

– Lena. - ele a interrompeu. - Eu só a achei já encolhida, chorando. Você se livrou da visão sozinha. Algo pode ter te dado forças para superar sua tentação, mas acredite, não fui eu.

Lena abaixou o olhar, ainda confusa, e tentando se recordar do que acontecera dias atrás.

– O que você viu, Lena? - perguntou o loiro, tentando ajudar a amiga.

– Meus pais. - disse Lena, depois de alguns instantes de silêncio. - Eu os vi, e eles falaram coisas horríveis pra mim depois de passar o que pareceu ser uma tarde divertida juntos. Mas não eles, porque meus pais estão mortos. Tenho que aceitar esse fato. Por mais doloroso que seja, eles não vão mais voltar e eu tenho que seguir em frente.

Colin espantou-se. Ela nunca havia falado sobre seus pais, não tão abertamente, de como ela se sentiu depois da morte deles. Ao menos não com ele. Mas ele logo se recompôs.

– E o que mais? - ele indagou. - Como soube que não eram eles?

Lena mordeu o lábio inferior. - Eles diziam que ninguém me amava, mas então eu me lembrei de Edmundo.

Colin sorriu marotamente.

– Já tem sua resposta. - ele disse, fazendo-a olhar indagativamente. Ele revirou os olhos. - Vai logo atrás dele, garota.

Lena soltou uma risada, finalmente entendendo aonde ele queria chegar.

– Obrigada, Colin. - disse alegremente, dando-lhe um beijo na bochecha. - Você é o máximo!

E saiu correndo de seu camarote, deixando Colin, gargalhando, para trás.


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