Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Estou ficando desanimada com essa fic, mais de 170 leitores e recebi só dois comentários :/



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Hurricane II

Capítulo 19

Enquanto, Eustáquio vagava meio perdido pela ilha adentro, sem ter ideia de para onde ia, ou de como voltar. Só queria ficar longe de todos, principalmente de Ripchip, apenas extravazando toda a frustação que sentia. A começar por quem diria que Nárnia realmente existia? A não ser que os primos o tenham enlouquecido de vez a ponto de fazê-lo acreditar que estava ali. E agora aquela loucura toda de ir atrás de fidalgos imbecis que simplesmente fugiram e derrotar uma névoa verde idiota?

– Ah claro! - ele resmugava consigo mesmo, enquanto andava e chutava algumas pequenas pedras que via à frente. - Sigam a estrela imaginária até a Ilha Ramandudu... Botem as sete facas de carne na mesa do leão falante... - bufou, e chutou outra pedra. - Lunáticos...

E ele continuou andando, observando fumaças de lavas quente saindo por crateras e parou quando chegou à beirada de um desfiladeiro, assombrado com todo o ouro que via ali embaixo. Haviam pilhas e mais pilhas de ouro, tantos objetos incrustados e feitos de ouro puro que ele nem sequer conseguia calcular seu valor. Ele finalmente, finalmente, tirara a sorte grande. Mesmo que parecesse quase impossível isso. Ele se aproximou mais da beira do desfiladeiro para tentar enxergar melhor a extensão de todo aquele ouro, e acabou pisando em falso. Rolou por todo o desfiladeiro, até que caiu de bruços no chão, sentindo dor em todo o corpo. Mas tão logo viu o ouro, sua dor foi esquecida por algo mais importante.

– Eu cheguei no céu! - ele murmurou, ainda assombrado.

Era ouro de todo tipo, desde joias, colares, anéis, até taças, pratarias, talheres, vasos. Eustáquio começou rapidamente o que podia juntar à mão, um vaso primeiro, onde começou a colocar colar ali dentro. Mas sabia o que pegava e pouco se importava. Se era ouro, valia muito, e isso sim importava. Até a viajem a Nárnia poderia render-lhe um bom dinheiro! Viu algo com um brilho ofuscante e, ao procurar por sua fonte, encontrou um bracelete não muito longe dali. Deixou o vaso em qualquer canto, e foi até o bracelete. Recuou com um grito surpreso quando viu que este estava interligado a um esqueceto.

– Você morreu feio. - ele disse.

Ele hesitou e, ainda receoso, ele empurrou o esqueleto, com medo de que mesmo morto pudesse lhe fazer algum mal. Ou apenas não queria ter que pensar que aquilo já havia sido um homem vivo, anos e anos atrás. Pegou, então, o bracelete, e o encaixou em seu próprio pulso.

– Não vai precisar disso, vai? - perguntou ironicamente, mas ainda medroso.

Eustáquio voltou à tarefa de colocar algumas coisas nos bolsos, e enfiou principalmente taças. Até que um barulho alto e assustador o fez virar o rosto para checar no fim do desfiladeiro. Mas não havia nada.

– Até que enfim! A minha sorte mudou! - comentou animado, sem perceber a névoa verde que serpenteava pelo tesouro à sua frente.

~*~

Caspian, Selena, Edmundo e Lúcia estavam voltando para os botes. Caspian se aproximou de algumas cestas, colocadas a poucos metros dos botes.

– Que comida encontraram? - perguntou.

O marinheiro, pai de Gael, se ajoelhou e segurou uma delas.

– A ilha é vulcânica, Majestade. - respondeu. - Não há muitas plantas.

Lúcia, não muito longe, olhava para os marinheiros que colocavam o pegaram nos botes, mas reparou a falta de uma pessoa.

– Cadê o Eustáquio? - perguntou.

Caspian e Edmundo voltaram sua atenção para Lúcia.

– Deve estar aí não nos ajudando a carregar o barco. - disse Ripchip, em tom sarcástico.

Lúcia gritou pelo primo umas duas vezes e, como não obtivera resposta, virou-se para Edmundo. - Edmundo, estou com um mal pressentimento.

– Eu vou procurá-lo. - ele disse à irmã, apenas para não vê-la tão preocupada. Por ele, Eustáquio bem que poderia passar algum tempo naquela ilha. Quem sabe mudava um pouco a cabeça dele?

– Eu vou com você. - disse Caspian.

Edmundo o olhou hesitante. O clima entre eles estava um pouco estranho desde que saíram da gruta. Tudo o que falaram lá tinha um pouco de verdade, talvez fosse até isso mesmo que a névoa queria. Ambos sempre foram inseguros e isso tornou-se um ponto fraco. Mas Edmundo assentiu, afinal, quem sabe assim melhorava o desconforto. Caspian foi, então, mas deixou a espada com Lúcia. E se Colin não tivesse ido atrás de Lena, ela mesma teria ido.

– O que aconteceu? - perguntou Colin, sentando-se ao lado dela na areia.

Lena, porém, deu de ombros. - Depende se você diz da tentação de Edmundo e Caspian numa gruta que encontramos ou sobre o fato de eu estar me sentindo uma inútil completa.

– É, parece que dos dois. - disse Colin, entortando a boca ligeiramente em uma careta.

– Não tem nada de mais, foi só a vez dos dois serem testados. - disse Lena, desdenhosa, revirando os olhos.

– Tudo bem então. - disse Colin cautelosamente, medindo palavra por palavra. - E a parte de se sentir inútil?

Por um minuto, Lena considerou a ideia de que disse demais. Talvez, mas agora não havia como voltar atrás.

– Só não encontro um porquê de ter vindo dessa vez. - confessou, por fim. - Não é como se fosse eu a encontrar Aslam no meio do mar narniano.

Colin ergueu o braço e a abraçou confortavelmente do modo de um irmão mais velho que ela nunca teve.

– Você mesma já me disse que cada um tem algo especial em si. Só é preciso encontrar por si mesmo.

~*~

Caspian e Edmundo andavam pela ilha, gritando pelo nome de Eustáquio. Até que viram ouro. Muito ouro em um desfiladeiro.

– Tesouro? - perguntou Edmundo, confuso.

– Problema. - murmurou Caspian, e ambos desceram para analisar aquilo.

E então encontraram algo ali no meio. Um pé de sapato; somente um, chamuscado por cima, mas ainda assim, quase totalmente intacto.

– Eustáquio... - sussurrou Edmundo, agora realmente preocupado.

Um pouco mais adiante, ambos encontraram roupas também chamuscadas, com o diário de Eustáquio entre elas. Ele não estava ali, mas parecia claramente que algo lhe acontecera e Edmundo se arrependera de pensar que talvez ele pudesse passar algum tempo na ilha. Era responsável pelo primo desde que chegaram a Nárnia e, por mais que Eustáquio vinha sendo um pé no saco e Edmundo quisesse fazer uma brincadeira com, jamais queria que ele se machucasse.

– Meu primo. - Edmundo sussurrou, segurando o diário.

– Lamento. - disse Caspian, ajoelhado ao seu lado após analisarem as roupas.

– Ele era só um menino... Eu não devia ter deixado. O que será que aconteceu com ele? - perguntou, ainda olhando para as roupas, mas Caspian já olhava para outra coisa.

– Neste lugar? Qualquer coisa. - ele se levantou, e foi até o esqueleto que Eustáquio pegara o bracelete. - E ele não foi o primeiro. - analisou as roupas por alguns segundos, até que conseguiu reconhecâ-las. - É Lorde Octasiano. Temos que achar a...

Mas antes que terminasse, encontrou Edmundo não muito longe dali, levantando-se com a espada em mãos e a desembainhado.

– ... espada dele. - disse Caspian, por fim, vendo o quanto o outro ainda estava abalado.


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