Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oláaa fofas!! Mto obg pelos reviews deixados no último cap, fico mto feliz com isso!! mas ainda não são todos os leitores que me mandam comentários, então peço atenciosamente para que os fantasminhas apareçam e deixem sua oponião!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/340057/chapter/4

Capítulo 4

Dois telmarinos navegavam em um bote sobre as águas límpidas do riacho que havia perto das ruínas de Cair Paravel. Estavam totalmente desconfortáveis, pois conheciam muito bem as histórias daquele lado de Nárnia. Diziam que fantasmas de antigos narnianos apareciam ali e sequestravam e matavam os telmarinos que se aventuravam por aquelas terras. Nas florestas fechadas e apertadas que muitos anos atrás eram somente campos e praias para se pode passear ou fazer um piquenique – ali viviam fantasmas de narnianos, prontos para vingança. O soldado que remava, quase não tinha consciência deste ato, pois prestava atenção no anão amarrado ao seu lado e suas mãos faziam o trabalho automaticamente.

- Ele não para de encarar. – disse ele, olhando para o anão acorrentado e boca amarrada fortemente com um pano. Tinha um duro e até mesmo assustador, principalmente com as pequenas manchas de sangue na pele áspera.

- Então não olhe. – disse o outro, que estava armado com uma besta carregada e era encarregado de vigiar tudo à volta.

Após algum tempo de silêncio, o soldado que remava parou o bote e disse.

- Aqui já está bem longe.

Os dois soldados soltaram o que tinham em mãos e se puseram de pé no bote, pegando o anão pelos pés e braços. Quando estavam prestes a jogá-lo na água, uma flecha atingiu a madeira do bote com grande força. Olharam para a praia e viram cinco pessoas – dois meninos e três meninas. A menina mais alta estava com um arco e flecha em mãos, pronta para atirar.

- Larguem ele! – gritou Susana.

Os soldados se entreolharam assustados e soltaram o anão na água. Um dos soldados pegou a besta e preparou-se para atirar, mas não teve tempo. Susana atirou uma flecha, que o acertou no peito e ele acabou caindo na água.

O outro soldado o seguiu e fugiram desesperados para a floresta, acreditando que os mitos de fantasmas fossem reais. Pedro e Edmundo mergulharam na água e voltaram rapidamente – Pedro trazia o anão e Edmundo trazia o bote, que poderia ser necessário a eles. Aproximaram-se do anão e Lúcia se ajoelhou com o punhal em mãos e cortou as amarras do anão. Ele se virou, tirando o pano que lhe prendia a boca e cuspiu uma quantidade considerável de água. Ele se levantou, com uma expressão desagradável e jogou as amarras no chão, com raiva.

- “Larguem ele!” – caçoou para Susana. – Foi o melhor que pôde pensar em dizer?!

- Um simples “obrigado” já seria o bastante! – disse Susana sarcasticamente.

- Estavam me afogando muito bem sem sua ajuda. – disso o anão.

- Que anãozinho mais mal-humorado. – murmurou Lena para Edmundo, que se esforçou para não rir.

- Devíamos ter deixado. – disse Pedro.

- Por que eles queriam matar você? – perguntou Lúcia.

- São telmarinos. É o que eles fazem. – respondeu o anão rudemente.

- Telmarinos? – perguntou Edmundo, espantado. – Em Nárnia?

- Onde estiveram nos últimos cem anos?

- Isso é uma história meio longa. – disse Lúcia.

O anão abaixou um pouco a cabeça, mas não deixou de ver a espada que ia para a mão daquele que falou. Arregalou os olhos e deixou a boca pender em um pouco entreaberta pela surpresa. A espada tinha o cabo de ouro com a cabeça de um leão.

- Só pode ser brincadeira. – ele murmurou. – São vocês? Os Reis e Rainhas do passado?

Pedro se adiantou com a mão estendida e a voz um tanto orgulhosa.

- Sou o Grande Rei Pedro, O Magnífico.

- Podia ter omitido a última parte. – disse Susana causando risos para todos, mas o anão não riu.

- Sim, podia. - o anão concordou. Lena tinha os lábios presos em uma linha fina e tensa, receando o momento em que o anão os acusaria. O que não havia demorado muito. - Podem ao menos me explicar quem é essa humana?

- Senhor...

- Não escutei! – gritou o anão, mais zangado do que nunca.

- Ela realmente não é daqui. – disse Edmundo, postando-se um pouco à frente de Lena, como se quisesse protegê-la.

- Como não?! – perguntou o anão.

- Ela é de nossa terra. – interviu Lúcia.

- Veio conosco apenas nesta viajem. – completou Pedro.

- E por quê?! – perguntou o anão, arqueando a sobrancelha, cada vez mais desconfiado.

- Como as lendas dizem, ora. – disse Susana. – Nárnia chama aqueles que podem ajudá-la.

- E acreditam mesmo que esse ser – disse o anão, estendendo a mão a Lena, como se pedissem para analisá-la mais sabiamente – tem algum serviço a prestar a Nárnia?!

Lena ficou este tempo inteiro calada, apenas ouvindo. Sentiu-se ofendida e envergonhada. Como poderia oferecer alguma ajuda quando não tinha nenhuma experiência ali? Não sabia dizer, mas ao que parece, Edmundo sim.

- Ah, tenho absoluta certeza que ela não estaria aqui se Aslam não achasse que ela fosse capaz.

O anão bufou, revirando os olhos, e voltou a caminhar para longe deles.

- Ainda não acredita, não é?! – perguntou Pedro, chamando-lhe a atenção.

O anão parou e se virou, ainda desconfiado.

- E por que deveria?

- Você pode se surpreender. – disse Pedro, desembainhando a espada.

- Ah, é melhor não fazer isso rapaz. – disse o anão.

- Eu não. Ele. – Pedro apontou para o irmão.

- Eddie, não faz isso. - pediu Lena, com medo de que algo acontecesse ao moreno.

- Não se preocupe, sei me cuidar. - ele respondeu em um tom gentil.

Edmundo sorriu, tranquilizando-a. Pedro emprestou sua espada para o anão e Edmundo retirou a sua e a segurou com as duas mãos. Lena, que estivera ao lado dele todo esse tempo, se afastou e foi para perto de Lúcia.

- Ele não vai se machucar, não é?! – sussurrou para Lúcia.

Lúcia deu um risinho nasalado, feliz pela preocupação da menina com seu irmão.

- Não tem perigo. Edmundo é um excelente espadachim.

O anão engoliu em seco e segurou a espada com receio, o peso da arma a fez cair ao chão e as costas do anão se encurvarem. Pedro deu dois passos para trás e Edmundo olhou divertido para o irmão. 

O anão abaixou a cabeça, como se estivesse com medo ou nervoso, mas do contrário, levantou a espada com total facilidade e as lâminas se chocaram fazendo um barulho agudo.

O anão atacou com a espada em horizontal, mas o moreno se abaixou a tempo. Mas o anão fora mais rápido e batera em seu rosto com o cabo da espada.

- Edmundo! – gritou Lúcia e Lena arquejou, tentando não gritar.

- Você está bem?- perguntou o anão irônico enquanto Edmundo se recompunha.

O anão atacou novamente em horizontal, mas o moreno desviou e bateu nas costas do anão com a lâmina, mas sem machuca-lo muito. O anão quase caiu para frente, mas conseguiu se segurar. 

Edmundo já estava pronto para o próximo ato, olhou para os irmãos e para Lena e sorriu de leve para demonstrar que estava bem. Lúcia riu baixinho, mais aliviada ao ver que o irmão estava bem e ver o anão um pouco desajeitado.

Edmundo tinha somente um pequeno corte no canto da boca, aproveitou e arriscou um olhar para Lena sem saber por que – talvez por querer impressioná-la –, mas não se arrependeu. Ela sorriu abertamente, feliz por ele não estar muito ferido. Edmundo queria ficar ali, analisando-a, como sempre fazia quando ela não olhava diretamente para ele, mas precisava voltar à luta.

O anão voltou a atacar por cima e o moreno defendeu-se, empurrando a lâmina do anão para trás e fazendo com a sua um arco por cima de sua cabeça.

Logo o anão atacou por baixo, mas Edmundo pulou na hora certa. Rapidamente, o anão tentou atacar por cima, mas foi inútil. Tentou por baixo, mas Edmundo era muito rápido. Ele fez com que as duas lâminas se enroscassem por alguns segundos e isso distraiu um pouco o anão.

As espadas começaram a se chocar cada vez mais e com mais frequência. Com um último golpe certeiro, a espada do anão caiu para longe de seu alcance e agora ele estava indefeso aos pés do Rei Edmundo, o Justo.

O anão caiu de joelhos, descrente.

- Com trinta diabos! – exclamou ele, olhando para todos com os pequenos olhos arregalados. – Não é que a trompa funciona mesmo?!

- Que trompa? – perguntou Susana, enquanto Edmundo abaixava a espada e ia ofegante para o lado de Lena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!