Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 37
Capítulo 37




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Hurricane II

Capítulo 14

– Que tipo de criaturas são vocês? - perguntou Caspian, jogado ao chão.

– Criaturas enormes, com cabeça de tigre e corpo de um...

– Tigre diferente. - completou outro.

E então suas formas foram aparecendo. Do tamanho de anões. Se não um pouco maior, por conta do único pé enorme que acada um tinha. Um apenas para cada ser. Havia um em cima do outro e ainda continuavam a contar vantagem. E carregavam cotonetes enormes.

– Melhor não mexer com a gente!

– Se não? - perguntou Edmundo, nervoso.

– Retalhamos vocês com as garras.

– Atravessamos vocês com as presas.

– Rasgamos vocês com os dentes.

– E mordemos vocês com os caninos! - falaram, fazendo barulhos raivosos.

Mas agora nenhum dos marinheiros tinham medo. Na verdade, achavam graça.

– Quer dizer que nos esmagam com esses barrigões? - perguntou Edmundo sarcasticamente.

– Que barrigões? - perguntou um.

– Acho que esse enorme bem aí. - brincou Colin.

E finalmente perceberam que agora estavam visíveis.

– E fazem cócegas com os pés? - perguntou Caspian, rindo quando um deles caiu.

Edmundo desembainhou a espada e apontou para um deles, o que parecia ser o chefe.

– O que fizeram com a minha irmã, seus pestinhas? - perguntou, irritado.

– Ora, calminha...

– Onde ela está?

– Melhor contar a ele. - disse outro.

– Vai lá, chefe, conta logo!

– Na mansão. - disse por fim.

– Mas que mansão? - perguntou Edmundo, desconfiado e desesperado.

E então a mansão surgiu ali adiante, como se uma tinta da visibilidade tivesse surgido.

– Ah... aquela mansão.

Como não percebemos a magia antes?!, perguntou-se Lena, lembrando-se de quando foram atrás de lenha.

– Sabem que eu já estou cansado de ser deixado para trás! - disse uma voz ao fundo.

E Eustáquio surgiu pelas árvores, limpando sua roupa. Quando viu tudo aquilo, paralisou.

– É o porco! - disse uma voz, e Lena segurou para não rir.

– O porco voltou!

– Esse lugar tá ficando cada vez mais esquisito. - comentou Eustáquio, assustado.

– Esquistos? - os seres ficaram ofendidos.

– Ele nos chamou de esquisitos?

Nesse momento, Lúcia saiu da mansão com o senhor que encontrara na biblioteca.

– Opressor! O Opressor! Opressor! - eles gritaram ao verem-no.

– Lúcia! - Edmundo disse, feliz em ver que a irmã estava bem.

– Majestade. - disse o homem, fazendo uma reverência.

– Caspian, Lena e Edmundo. - disse Lúcia. - Esse é Coriakin. Essa ilha é dele.

Os três fizeram uma reverência.

– É o que ele pensa. - disse um dos seres. - Vocês nos enganou, mago.

– Eu não enganei vocês. - disse o senhor, aproximando-se deles e os fazendo pularem pra trás, assustados. - Deixei vocês invisíveis para sua própria proteção.

– Proteção?

– Isso é opressão!

– Opressor!

– Eu não oprimi vocês. - insistiu o homem.

– Mas poderia ter oprimido se quisesse! - contra-atacou o ser que parecia o chefe entre eles.

– Vão embora! - e ele jogou alguma coisa sobre eles. Bolinhas brancas e pequenas, e os seres fugiram.

– O que era aquilo? - perguntou Lúcia.

– Algodão. - disse divertidamente. - Mas não conte a eles.

– Quem eram? - perguntou Eustáquio, se aproximando.

– Tontópodes. - respondeu Coriakin, como se fosse óbvio.

– Ah, claro, bobeira a minha! - disse Eustáquio, perguntando-se o que havia de errado com todos ali.

~*~

Os marinheiros ficaram do lado de fora da mansão. Coriakin chamou as Majestades e deixou que Lena, Eustáquio, Colin e Drinian entrarem. Quando já estavam pelos corredores, Lúcia perguntou.

– Por que o senhor disse que os deixou invisíveis para o próprio bem?

– Parecia o jeito mais fácil de protegê-los. - respondeu Coriakin. - Do mal.

Caspian e Edmundo se entreolharam, nervosos e duvidosos.

– Do nevoeiro? - perguntou Edmundo.

– Do que está por trás do nevoeiro.

Lena se aproximou mais de Edmundo e andou ao seu lado.

– Só eu que estou achando isso estranho? - ela sussurrou.

– Não, eu também estou. - ele respondeu, no mesmo tom de voz.

Coriakin deixou que todos passassem primeiro. Era um cômodo bonito; Lena percebeu quase instantaneamente. Dois andares com estantes cobrindo todas as paredes e, no alto, pequenas esferas irregulares de feitiços mostravam o céu escuro, como se fosse noite. Coriakin pegou um rolo de pergaminho e o lançou ao chão, aberto e estendido. Era um mapa se formando, em alto relevo do que acontecia em Nárnia no exato momento. Os limites eram marcados antes da borda e, além deles, havia desenhos que eram familiares para Edmundo e Lúcia. Eram desenhos da luta que tiveram contra a Feiticeira Branca.

– Até que é bem bonito. - comentou Eustáquio, procurando quebrar o silêncio.

Olharam surpresos para ele. Ele só sabia criticar e era quase impossível que ele estivesse fazendo um elogio a algo mágico como aquele mapa.

– Para um mapa de faz de conta em um mundo de faz de conta. - completou ele, procurando se safar.

Lúcia e Edmundo sorriram discretamente para o outro. Eles sabiam que Eustáquio estava encantado. Só era orgulhoso demais para admitir.

– O que quer nos mostrar? - perguntou Colin, receoso.

– Ali está a fonte de seus problemas. - disse Coriakin. O mapa se moveu e uma ilha negra, escura e assustadoramente envolta em sombras surgiu. - A Ilha Negra. Um lugar onde o Mal espreita.

Todos olharam surpresos e assustados, mas se mantiveram firmes.

– O que isso quer dizer? - perguntou Lena, engolindo em seco.

– Ele pode tomar qualquer forma - disse Coriakin, aproximando-se de Edmundo. - Faz seus sonhos mais sombrios se tornarem realidade. Tenta corromper toda a bondade. - completou para os outros, andando sobre o mapa. - Para roubar a luz do mundo.

– Como vencemos isso? - perguntou Lúcia, destemida.

– Quebrando o feitiço. - respondeu Coriakin.

– Mas de que maneira faremos isso? - Lena perguntou.

– A espada que ele carrega - apontou para a espada que Edmundo carregava. - Existem outras seis.

– Já viu todas? - perguntou Edmundo.

– Já.

– Os seis fidalgos. - disse Caspian. - Eles passaram por aqui?

– Sem dúvida. - respondeu o mago.

– Para onde eles iam? - Caspian voltou a perguntar.

– Para onde eu mandei. - e Coriakin andou sobre o mapa e ele se movimentou junto, mostrando um ilha grande e com cadeias montanhosas. - Para quebrar o feitiço, você deve seguir a estrela azul até a Ilha de Ramandu. - e uma estrela azul apareceu acima da ilha, no ar. Lá as sete espadas devem ser pousadas na Mesa de Aslam. Só então, o verdadeiro poder mágico delas pode ser libertado.

Caspian e Drinian se entreolharam.

– Mas cuidado. - avisou Coriakin. - Todos vocês serão testados.

– Testados? - perguntou Lúcia.

– Até pousarem as sete espadas, o Mal estará em vantagem. E fará de tudo em seu poder, para tentar vocês. Sejam fortes. Não caiam em tentação. Para derrotar as trevas, precisam derrotar as trevas dentro de vocês.


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