Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 36
Capítulo 36




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Hurricane II

Capítulo 13

– O que será que aconteceu?! - perguntou Edmundo, preocupado, enquanto avançavam pelas árvores, seguindo as pegadas gigantes.

– Não tenho a menor ideia. - respondeu Lena, andando ao seu lado e desviando de alguns galhos proeminentes. - Mas estou preocupada.

– Você não é a única. - disse Colin, apressando um pouco e andando do outro lado da menina.

Edmundo bufou, visivelmente irritado. Será que ele não poderia nem ter uma conversa à sós com a própria namorada?!

– Você não tem nada a ver a com isso, loiro aguado.

Colin revirou os olhos, dando pouca importância. - Quanta criatividade!

A irritação de Lena chegou ao ápice. Ela deu alguns passos à frente e se colocou no caminho de ambos, impedindo-os de progredirem junto com os outros marinheiros, que já lançavam olhares divertidos e ansiosos para o trio.

– Já chega! Vocês dois! - ela desabafou. - Parecem duas crianças!

Colin abaixou o rosto, envergonhado, e Edmundo lançou-a um olhar implorante.

Lena suspirou, cansada. - Olha, eu só quero que parem de agir assim. Me machuca, sabe?

– Lena? - chamou Caspian, um pouco mais à frente, e a menina se apressou a acompanhá-lo. - O que acha que são essas pegadas?

Eles já fizeram essa pergunta várias vezes, e Lena sabia disso. Sorriu-lhe minimamente, agradecendo por ele tentar distraí-la.

– Eu não sei, mas logo vamos descobrir.

~*~

Lúcia entrou pelo largo corredor da casa, sentindo-me mínima e intimidada. Era realmente uma casa enorme e ela se perguntava como acharia a saída novamente. Aproximou-se de uma porta dupla no fim do corredor e viu um livro fechado sobre um tripé no centro. Parecia ser a biblioteca, deduzindo pelos livros que havia numa estante ao fundo do cômodo. Era ali que deveria ir. Se aproximou e tentou abrir o livro, mas este estava lacrado. Era grosso e antigo, com as letras na capa espalhadas e um detalhe elevado pelas laterais. No tripé, logo acima do livro, ela viu um pequeno anjo soprando. Imaginou se aquilo realmente daria certo e soprou, observando as letras se reorganizando e formando palavras, enquanto das laterais saiam linhas delicadas em um vermelho vinho como o das letras.

"O Livro de Feitiços."

Ela então tentou, e conseguiu abrir o livro. Viu alguns feitiços como Feitiço Para Dores de Dente e o Feitiço Para Esquecimento. Até que um chamou sua atenção. Duas páginas negras, com as palavras em branco.

Fale as palavras,

Como se deve,

E ao redor,

Você verá neve.

Na página ao lado, totalmente negra, pequenos pontinhos brancos surgiram do alto. Lúcia levantou seu olhar e constatou que realmente nevava dentro daquela sala. Flocos brancos e delicados caíam delicadamente pelo chão. Lúcia ficou boquiaberta, admirando o lugar em volta. Ela virou-se novamente para o livro e soprou o acúmulo de flocos brancos sobre as páginas. As folhas passaram rapidamente e, assustada, ela bateu no livro para que parasse. O que ela não percebeu, porém, enquanto virava e se deparava com a sala limpa de neve, foi uma névoa fina saindo do livro e sumindo aos poucos no chão. Virou-se novamente para o livro e, num impulso, ela leu as palavras ali.

– "Um feitiço infalível

Para virar ela

Que você sempre julgou

Ser mais bela."

Lúcia observou a figura ao lado se transformar em um espelho se si mesma e, quando sorriu, julgando-se não tão feia assim, a imagem foi se transformando e, aos poucos, Susana apareceu ali.

– Susana, que história é essa? - ela perguntou, pensando ser alguma brincadeira.

Mas a imagem de Susana também falara e Lúcia percebeu que era o espelho, pensando ter realmente se transformado em sua irmã. Tocou a própria e, quando a imagem de Susana repetira o gesto, ela sorriu.

– Estou linda.

Mas então ela olhou em volta e correu até um espelho da sala, percebendo que o feitiço a transformara em Susana apenas pelo livro. Quando voltou para perto do livro, a imagem foi se desfazendo, mas não era isso que ela queria. Quando percebeu que havia o mesmo feitiço em ambas as páginas, ela arrancou a página da mulher loira e as folhas se agitaram, saindo dali um rugido estrondoso.

– Lúcia! Lúcia...

Era uma voz que ela conhecia bem. Mas parecia triste e decepcionada.

– Aslam? Aslam?

As folhas de acalmaram e Lúcia estava envergonhada, mas ainda assim ela colocou a folha arrancada sobre a camisa. Achou o feitiço pedido pelos homens invisíveis e começou a recitá-lo.

– "Como o 'p' em óptica

O 'h' em histórica

Tinta invisível

e verdade teológica"

~*~

Enquanto isso, do lado de fora da mansão, o grupo chegara no jardim.

Aquele jardim? - perguntou-se Colin, confuso e trocando um olhar rápido com Lena, assim que viram onde as pegadas os levaram.

– O que é aquilo? - perguntou Lena, vendo um punhal no chão.

– Caspian, o punhal da Lúcia.

Caspian se aproximou, mas lanças surgiram ao redor de todos.

– Fiquem parados aí, ou vão morrer. - disse uma voz invisível.

Puxaram a espada de Caspian e os marinheiros levavam socos. Lena tentou não se deixar abalar quando foi desarmada e puxou seu punhal, recuperado nas Ilhas Solitárias, e tentou arranhar quem quer que seja, mas sem muito sucesso. Quando ela levou um soco no rosto que a fez cair, Edmundo ficou raivoso e tentou correr até ela para ajudá-la, mas foi lançado para longe por outro homem invisível.

~*~

Nesse momento, Lúcia já terminava de recitar o feitiço.

– "O feitiço se completa

Agora tudo está visível"

Lúcia olhou em volta e, aos poucos, perto de uma das estantes no fim do cômodo, uma escada de rolar foi aparecendo. Dali desceu alguém que jogou um livro no chão. Depois pegou outro e o folheou, enquanto suas formas aos poucos iam surgindo. Uma roupa amarronzada cumprida e barba por fazer. Quando virou-se para Lúcia, ficou surpreso, mas parecia já esperar por sua visita. E Lúcia estava apavorada por ter sido pega pelo que seus sequestradores chamavam de Opressor.


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