Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Avisando que há partes parecidas com Inesperado!



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Hurricane II

Capítulo 7

– À frente, a emoção do desconhecido nos espera! - disse Ripchip, saltando do bote na frente dos outros.

Um desconhecido levemente assustador, pensou Lena.

– Não podia esperar até o café da manhã? - perguntou Eustáquio, birrento como sempre.

– Não há honra em dar as costas para a aventura rapazinho. - disse o rato sabiamente.

– Sábias palavras, Rip. - comentou Lena, sorrindo, apenas para disfarçar seu nervosismo.

Eustáquio fez uma careta, mas nada disse.

– Escutem... - disse Lúcia. - Cadê todo mundo?

Lena apurou os ouvidos, enquanto avançavam Ilha a dentro. Nada, nem sequer um murmurinho comum dos vilarejos. Nem mesmo o canto de um pássaro. As Ilhas Solitárias pareciam fazer juz ao nome. Pareciam desertas. E Lena sabia bem que isso nunca queria dizer boa coisa. Ela foi com Caspian, Edmundo e Lúcia no frente, enquanto Ripchip tentava ser ao menos cordial com Eustáquio, que estava tendo dificuldades para sair do bote.

– Me dê logo essa mão, rapazinho.

– Eu consigo sair sozinho. - insistiu o garoto, mas sua tentativa foi falha. Tropeçou no próprio degrau e quase caiu na água.

Lena riu discretamente e Ripchip suspirou derrotadamente.

– E é parente de sangue de vocês? - comentou Caspian a Edmundo e Lúcia.

Lúcia olhou desapontada para Eustáquio, antes de continuar com os outros. Caspian preparou sua besta, Edmundo e Lena tinham as mãos próximas às suas espadas, prontos para qualquer surpresa. Um sino tocou não muito longe deles, e todos paralisaram - exceto Eustáquio, que voltou para mais perto do bote, querendo fugir na primeira oportunidade. Lúcia puxou seu punhal, preparando-se para o que quer que fosse. Alguns pássaros levantaram voo ao longe, mas humano algum apareceu. Caspian ia para a rampa que levava à cidade, quando virou-se para Ripchip.

– Ripchip, Colin, fiquem aqui com os homens de Drinian e proteja o lugar. - ordenou. - Nós vamos entrar e se não voltarmos em algumas horas, mandem nos procurar.

– Sim, Majestade. - disse o rato prontamente, retornando. Colin apenas assentiu e seguiu o ratinho.

Lena desembainhou a espada e Edmundo desembainhou a sua logo depois. Eles andavam calmamente, mas sempre prestando atenção a tudo à sua volta, à procura de qualquer sinal de povoamento. Em certo momento, Eustáquio olhou por uma fresta e encontrou uma família ali no canto, quieta e encolhida - pareciam ter medo de algo. Mas o menino nem ao menos se importou, queria muito sair dali. Tremeu e voltou para junto dos outros - que se encaminhavam para uma espécie de templo -, pensando em argumentos lógicos para conseguir escapar dali.

– É, parece tudo abandonado, já podemos voltar?

Lena revirou os olhos. O que ele está fazendo em Nárnia mesmo?!

Edmundo fez uma careta. - Você quer ficar aqui de guarda... Ou ajudar?

– Ah tá! - ele saiu correndo para se aproximar deles. - Boa ideia, primo, é bem... lógico.

Todos se entreolharam e Caspian tirou um punhal do cinto, entregando-a a Eustáquio. Ele ficou um pouco surpreso e assustado, como esperavam que ele soubesse manejar alguma coisa assim?!

– Deixa comigo, pode deixar, numa boa! - disse meio desequilibrado, mas tentando ser útil em alguma coisa.

– Tem certeza de que seria uma boa ideia? - perguntou Lena a Edmundo, enquanto entravam no templo, e este apenas deu de ombros.

– Melhor do que nos atrapalhar. - ele respondeu, apertando os olhos para tentar enxergar alguma coisa na escuridão ali dentro.

Ele logo pegou sua lanterna, e então o local foi mais iluminado. Havia sinos suspendidos acima e no centro do lugar, o telhado tinha várias faixas, onde raios solares se infiltravam para dentro do templo. Uma mesa de pedra, pequena e deformada, alta e redonda, onde tinha um caderno com vários nomes riscados.

– Quem são essas pessoas? - perguntou Lúcia.

– Por quê riscaram os nomes? - perguntou Edmundo.

– Parece algum tipo de... tarifa. - comentou Lúcia, observando mais detalhadamente os nomes.

– Mercadores de escravos. - adivinhou Caspian.

Antes que qualquer um dissesse mais alguma coisa, ouviram barulhos altos e muitos gritos. Homens estranhos desciam pelas cordas dos sinos, prontos para batalhar. Caspian acertou um com a flecha da besta e depois a jogou longe, pegando a espada e ajudando Lena, que lutava com três ao mesmo tempo. Lutaram até ouvir um grito desesperado e olharem para a porta. Eustáquio fora pego, um homem tinha seu punhal junto ao seu pescoço e fechou a porta atrás de si.

– Se não quiserem ver esse aqui gritar como uma garotinha - disse o homem - eu sugiro que entreguem as armas.

– Garotinha? - Eustáquio perguntou, ofendido.

– Agora!

Lúcia jogou sua espada com força no chão, Caspian a colocou com cuidado e Lena também.

– Eustáquio. - disse Edmundo, decepcionado, jogando sua espada no chão.

– Algemem todos eles! - gritou o homem novamente.

E eles os algemaram à base da força bruta, deixando os pulsos bem apertados. Ela tinha um punhal e uma adaga guardados escondidos no cinto, mas seria difícil para conseguir pegá-los. Guardaria para depois, quando pudesse pegar algum daqueles homens sujos de surpresa. Ou então poderia usar o punhal agora. Só havia um homem a segurando pela manga, sem prestar muita atenção nela. Tudo que ela precisava era que os outros estivessem tão distraídos quanto o homem que a segurava. Ele possivelmente a achara inútil e desnecessária, dando-lhe vantagem para pegar o punhal com calma e começar a cortas as cordas discretamente.

– Vamos levar esses três ao mercado. - disse o homem, apontando para Lúcia e Lena e puxando Eustáquio pela orelha. - Mande os outros pra masmorra.

Caspian percebeu o que Lena fazia, mas apesar de ser perigoso, poderia ser sua única chance de sair dali. Então ele tinha que tentar distrair aqueles homens para que ela conseguisse sair.

– Escute aqui, seu tolo insolente, eu sou seu rei! - gritou Caspian, sendo arrastado.

– Você vai pagar por isso! - gritou Edmundo, furioso.

De repente, outro homem apareceu, com os cabelos até os ombros, um chapéu com uma pena levantada, vestes cumpridas e um colar pesado.

– Na verdade, outra pessoa vai pagar. Por todos vocês.

Lena finalmente conseguira soltar-se das amarras, mesmo que com certa dificuldade. Enfiou o punhal no coração do homem que a segurava e ele, surpreso, caiu no chão com um buraco no peito. Aquele já era. Ela foi correndo até Edmundo, que estava mais perto dela e sendo preso por dois homens, e tentou atacar os homens. Mas eles perceberam o ataque mais rápido do que ela esperava e um terceiro homem, um dos que arrastavam Caspian dali, correu até ela e a imobilizou, jogando-a no chão e arrancando o punhal de sua mão. Lúcia gritou surpresa e Lena tentou se soltar, chutando o abdómen do homem. Mas ele era mais alto e mais forte e rapidamente amarrou novamente seus pulsos. A levantou, deu-lhe um soco forte no rosto e puxou seu cabelo para o alto para que conseguisse ver o filete de sangue que saiu da lateral de sua boca.

– Solte ela, seu cretino imundo! - Edmundo gritou próximo dela, mas os dois homens o seguraram ainda mais forte e ele se sentiu inútil para ajudá-la.

Lena se debateu, tentando soltar seus cabelos, mas o homem a segurou mais forte e, com a outra mão, segurou seu rosto, apertando as bochechas e a aproximou mais.

– Essa daqui é das bravas. - disse o homem, abrindo um sorriso sujo e malicioso. - Posso ficar com ela, chefe? Deve ser uma delícia na cama.

Lena se debateu ainda mais, com nojo.

– Solte-a! - ordenou Caspian.

– Tire as mãos dela! - Edmundo berrou, se debatendo o máximo que conseguia, louco para arrancar Lena das mãos do homem.

– Não. - disse o homem que parecia ser o chefe. - Mudança de planos, ela vai com os dois para as masmorras.

Mas o homem não se contentou apenas com isso. Deu um chute no peito de Lena e um soco em seu rosto, fortes o suficiente para deixá-la desacordada.


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