Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Estou desanimando um pouco pra escrever, com tão poucos comentários em relação aos leitores :/



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Hurricane II

Capítulo 5

Colin soltou uma risada contida assim que Edmundo se afastara.

– O que foi? - perguntou Lena.

– O Rei Edmundo. - respondeu Colin, e acrescentou quando ela franzira o cenho. - Se parece muito com minha namorada.

– Como assim? - Lena se apoiou na balaustrada, cruzando os braços para se concentrar em seu equilíbrio.

– Keyla também é brincalhona e teimosa. E bem confiante.

– E o que você seria nessa relação? - Lena falou de brincadeira, mas se arrependeu ao ver a expressão séria que tomou as feições do loiro.

Colin estava indeciso. Nunca falara de suas preocupações com ninguém, nem mesmo com seu pai, ou com seu amigo Caspian. Sabia que Caspian era de confiança e não hesitaria em ajudá-lo. Mas, de alguma forma, apesar de tudo, Colin sentia que ele não entenderia corretamente seu problema. Ele sabia que Caspian passara por um momento de tensão e insegurança enquanto ainda não havia assumido o trono, mas a sua insegurança era completamente diferente.

E então, de alguma forma, percebeu que poderia confiar seus pensamentos àquela menina desconhecida.

– Bem... - começou Colin, meio envergonhado. - Eu sou o inseguro. Que nunca sabe o que quer e nunca sabe o porquê das coisas acontecerem. O porquê de eu estar aqui e, principalmente, se...

– Se ela o ama como você a ama? - completou Lena, arqueando a sobrancelha de modo sugestivo.

Colin a olhou surpreso. - C-como...

– Já passei por isso. - respondeu Lena, desviando o olhar para o centro do convés. - E ainda fico sempre me perguntando a mesma coisa.

Colin seguiu seu olhar e percebeu que ela observava Edmundo duelando com Caspian. Sons de espadas se chocando e um murmurinho animado entre os marinheiros que estavam sobre o convés se propagaram. Edmundo atacava e Caspian defendia-se de modo perfeito. Caspian tentou atacá-lo por cima, mas Edmundo se desviou facilmente. Um sorriso sapeca se formou sobre nos lábios de ambos. Edmundo levantou a espada, que bateu na de Caspian por cima. Edmundo deu uma rodada, abaixou-se para não ser atacado e aproveitou a oportunidade para tentar atacar Caspian pela perna. Mais algumas investidas e, segundos depois, Edmundo tinha sua espada no peito de Caspian, enquanto a deste estava há milímetros do pescoço do outro. Gritos e palmas se seguiram, e Lena olhava maravilhada para tudo aquilo.

– Ficou mais forte, meu amigo! - Caspian tocou amigavelmente o ombro de Edmundo, girando a espada.

– É... É o que parece. - Edmundo comentou humildemente.

– Vamos lá! Mãos à obra! - Drinian gritou quando as palmas cessaram.

Colin observou a expressão de encantamento e carinho com que Lena olhava para Edmundo.

– Ei, aposto que não deve haver alguém que não goste de você. - comentou Colin marotamente, lançando uma piscadela para uma Elena corada, e saindo.

– Majestade. - Drinian entregou uma bebida fresca a Edmundo.

– Obrigado. - ele agradeceu e bebeu alguns goles, antes de se dirigir com Lúcia para onde sua namorada estava. - O que ele queria com você? - perguntou, assim que se encostou ao seu lado e Lúcia se sentou sobre um barril.

Lúcia revirou os olhos, conhecendo bem seu irmão. - Deixe de ser cismado. Lena só estava conversando com Colin.

Edmundo bufou. - Não sei, não... Não fui com a cara dele.

Lena, porém, apenas riu, e abraçou-o pela cintura. Edmundo logo colocou o copo em cima de um barril, e a abraçou pelos ombros e puxando-a para mais perto de modo possessivo.

– Sabe, eu estava conversando com Ripchip sobre o País de Aslam e fiquei me perguntando. - comentou Lúcia, procurando mudar de assunto. Nunca se ganhava de Edmundo quanto ele tinha algumas leves crises de ciúmes. - Será que se a gente for de barco até o fim do mundo, a gente... Cai pela beirada?

– Relaxa, Lúcia, a gente está muito longe de lá. - garantiu Edmundo.

– Acho difícil, Lu. - falou Lena. - Não dizem agora que a Terra é circular?!

– Mas é sobre isso mesmo, não estamos mais na Terra. - argumentou Lúcia. - Nárnia pode não ser circular como a Terra...

Isso fez Lena calar-se, por ela talvez tivesse razão. Num mundo onde animais falam e a magia está sempre presente, porque raios esse mundo não poderia ser quadricular? Eustáquio subiu dos alojamentos direto para o deque, limpando as roupas que julgava estarem sujas ou infectadas. Edmundo, que quase se esquecera da presença do primo ali, soltou um muxoxo desgostoso ao vê-lo se aproximar.

– Já vi que estão falando besteira, vocês três. - disse Eustáquio, escorando-se na balaustrada e cruzando os braços sobre o peito.

Lena revirou os olhos. Já era difícil aguentar o garoto na Inglaterra, em Nárnia já se tornava um sacrifício!

– Está se sentindo melhor? - Lúcia perguntou gentilmente ao primo.

– Estou, não graças a vocês! - ele disse emburradamente. - Sorte que eu tenho uma saúde de ferro!

– Uma simpatia como sempre. - disse Ripchip, aparecendo sobre as cordas escoradas na lateral do barco. - Vê se não cai.

– Eu não caí. - Eustáquio entrou na defensiva. - Eu só estava absorvendo o choque.

Edmundo respirava fundo para acabar não batendo no garoto.

– Mamãe disse que minha percepção é apurada, por causa da minha inteligência.

Edmundo engasgou-se com a água que tomava, tentando segurar a risada. Lena mordeu o lábio para não rir e deu algumas batidinhas nas costas do moreno, para que esse desengasgasse. Já Lúcia riu delicadamente, enquanto Ripchip pulava para um dos barris ao lado da menina.

– Ele vai acabar nos colocando em apuros. - disse o ratinho.

– Teremos sorte se apenas aguentarmos sua chatice. - murmurou Lena para o ratinho, fazendo-o rir.

Eustáquio se irritou, se afastando deles. - Vou te mostrar assim que chegarmos à civilização, vou contatar o Consulado Britânico e denunciar todos vocês por rapto!

E então se chocou contra Caspian, mais alto e mais forte, e se calou.

– Rapto, é? - Caspian tinha um sorriso brincalhão nos lábios. - Engraçado, pensei que tínhamos salvado sua vida.

– Me trouxe contra a minha vontade! - Eustáquio revidou. - Num lugar que, francamente, não tem a menor higiene!

Os outros só sabiam rir de sua histeria.

– É um zoológico ali embaixo! - ele completou euforicamente.

– Esse rapaz só sabe reclamar? - perguntou Ripchip.

– Você ainda não viu nada. - disse Edmundo.


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