Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Cap dedicado a Grazielly, obg pela recomendação!



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Capítulo 15

Lena entrou na câmara onde havia a Mesa de Pedra. Viu todos os principais comandantes ali reunidos e se perguntou porque estava ali junto sendo que ela nunca havia entrado em uma guerra. Viu Lúcia, no centro de todos com seus irmãos, a chamando insistentemente, mas Lena preferiu ficar ali um pouco mais isolada. Edmundo estava perto da irmã e o que menos queria neste momento era se aproximar dele. Demorou um pouco, mas percebeu que a reunião ali já havia começado.

- É só uma questão de tempo. - dizia Pedro, decidido no centro da reunião, e por pouco Lena não conseguiu conseguiu ouvir. - Os homens e as armas de guerra de Miraz estão a caminho. Ou seja esses mesmos homens não protegem o castelo.

Estava curiosa e reparou que Lúcia não estava assim tão perto de Edmundo. Resolveu então se aproximar mais.

- Mudou de ideia? - perguntou Lúcia, assim que percebeu Lena ao seu lado.

- Parece que sim. - confirmou Lena, sorrindo levemente.

- O sugere que façamos, Majestade? - perguntou o rato Ripchip, aproximando-se dos reis e do príncipe.

- Atacar o castelo. - disse Pedro.

- Começar a planejar... - disse Caspian ao mesmo tempo que o loiro. Ao perceber que Pedro lançara-lhe um olhar frio, simplesmente abaixou a cabeça e se afastou um pouco.

- A única esperança é atacá-los antes que eles nos ataquem. - continuou Pedro, ignorando o fato de Caspian tê-lo desafiado.

Lena analisou sobre as chances do plano de Pedro dar certo e tinha que admitir que até que eram boas, mas, por algum motivo, achava que apenas esperar seria o melhor a fazer. Não que ela não fosse entrar nesse ataque junto com eles.

- Mas isso é loucura. Ninguém jamais tomou o castelo. - intrometeu-se Caspian severamente e Lena imaginou que talvez ele estivesse certo.

Ela e Edmundo já estudaram Artes Bélicas no internato - não que ele não fosse mais experiente na prática - e sabiam que em um castelo impenetrável havia somente uma única maneira de derrubar. E como provavelmente Edmundo não comentara nada a respeito, ela esperava pacientemente sua chance para poder falar. Afinal, ela fora convocada para a reunião, não poderia ficar de braços cruzados.

- Sempre há uma primeira vez. - Pedro contrariou o príncipe.

- Teremos o elemento surpresa. - concordou NCA.

- Mas temos a vantagem aqui! - insistiu Caspian.

- Se nos prepararmos podemos contê-los pra sempre. - Susana levantou-se e se pronunciou, colocando sua posição em relação ao ataque surpresa.

- Eu me sinto bem melhor aqui embaixo. - comentou um fauno, chamando a atenção de todos.

- Olha... - Pedro chamou a atenção novamente para si, claramente mais compreensível. - Agradeço o que fizeram aqui, mas isso não é uma fortaleza. É uma tumba.

- É. - Edmundo comentou, pela primeira vez, e ao ouvir sua voz tão próxima de si, Lena sentiu-se arrepiar. - Se os telmarinos forem inteligentes só vão esperar a gente morrer de fome.

E ele tinha razão. Aquele forte era um bom esconderijo e grande o bastante para alojar todo o exército narniano, mas era difícil de se arranjar alimentos.

- Nós podemos colher nozes! - prontificou-se rapidamente um esquilo que permanecia fielmente ao lado de Ripchip. Lena segurou o sorriso, já que por mais que ele fosse um animalzinho fofo, a situação era séria.

- É! E jogar nos telmarinos! - disse Ripchip sarcasticamente. - Cala a boca. - disse mais severamente e depois voltou-se para Pedro. - Conhece minha opinião, senhor.

Pedro levantou-se e aproximou-se do que Lena deduziu ser o chefe dos centauros. - Se eu entrar com suas tropas, pode lutar com os guardas?

Lena olhou em volta e percebeu o olhar de Caspian quase implorante para que o centauro recuasse e permanecesse ao seu lado.

- Vou morrer tentando, Soberano. - o centauro respondeu, fazendo um meneio com a cabeça em sinal de respeito ao rei.

- É isso que me preocupa. - Lúcia fez-se ouvir pela primeira para todos, chamando a atenção para onde ela e Lena se encontravam.

- O que disse? - disse Pedro, perguntando-se se havia realmente entendido direito.

- Estão agindo como se houvesse apenas duas opções. Morrer aqui ou morrer lá. - explicou-se Lúcia.

- Acho que não ouviu direito, Lu. - Pedro tentou argumentar, mas foi logo interrompido.

- Não, é você que não ouve! - insistiu a pequena. - Ou já se esqueceu quem derrotou a Feiticeira, Pedro?

Lena, por alguma razão que não soube muito bem explicar nem a si mesma, levantou seus olhos para Edmundo e percebeu que este a observava. Seus olhares se encontraram e por mais que Lena tentasse desviar, simplesmente sentia-se ligada. Só conseguiu se livrar dessa troca de olhares quando ouviu a voz de Pedro.

- Acho que já esperamos tempo demais por Aslam. - disse o loiro e estava pronto para sair da câmara quando Lena o chamou de volta.

- Pedro. - quando este virou-se confuso em sua direção, Lena arranjou uma coragem inesplicável para continuar. - Eu quero ir junto nesse ataque.

- Sem chance! - Edmundo disse quase imediatamente.

Ele jamais permitiria isso, mesmo que estivesse morrendo de vergonha de ter que encarar Lena novamente. Mas ela ir junto no ataque e correr o risco de se ferir - ou pior, morrer - não era uma opção.

- Alguma vez eu disse que ficaria de fora? - ironizou Lena, sentindo-se satisfeita consigo mesma por conseguir falar com Edmundo sem corar instantaneamente.

- Mas nunca concordamos que você participaria. - disse ele, andando furiosamente até ela e parando à sua frente.

Ao contrário do que os presentes ali esperavam, Lena foi irredutível e encarou-o de forma assustadoramente fria.

- Ed, se ela quer ir, deixe-a ir. - disse Pedro, contrariando completamente o irmão.

- Mas... - ele olhou para o irmão quase implorando.

- Você viu praticamente todo o treinamento dela. - disse Pedro, mesmo sabendo que aquilo iria constrangê-lo, mas precisava de um argumento para convencer o moreno. - Ela foi melhor espadachim em poucas horas de treinamento do que eu em toda a minha primeira guerra.

Lena sentiu suas bochechas arderem ao ouvir a revelação de que Edmundo a observava enquanto caía repetidas vezes de Augustus. Não era algo com a qual queria ser lembrada.

- Está bem. - convenceu-se Edmundo e Lena sorriu com isso. O moreno logo virou-se para ela e sentenciou. - Mas somente se você estiver junto comigo.

- Sem problemas. - ela deu de ombros de modo indiferente, mesmo que sentisse seu estômago revirando. E virou-se para o loiro, que ainda permanecia com o olhar atento nos dois. - E Pedro. Eu tenho um plano perfeito perfeito para esse ataque.


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