Final Destination - Risk Of Death escrita por Paul Oliver


Capítulo 6
Angel's Name


Notas iniciais do capítulo

Eae povinho! XD
Enfim estou postando mais capítulo, me desculpem pela grande demora novamente. Mas em compensação tenho quase que certeza que o capítulo 7 deve sair em breve. ^^
Bom, não sei muito o que dizer sobre esse capítulo... Só digo que ele terá uma pequena grande reviravolta em um dos plots, mas daí vai por vocês gostarem ou não. kkkk Tem também um pequeno jogo de palavras que eu fiz em algumas cenas, situações repetidas um tanto curiosas, quem achar... Parabéns! (Não vai ganhar nada não, viu.) XD
Enfim, espero que gostem! E sim, se acostumem pq pelo jeito os caps seguintes também serão bem grandinhos! ^^
Ah, não se deixem levar pelo nome... Do capítulo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/339927/chapter/6

Angel então chutou uma pequena pedra, que caiu em direção ao chão lá de baixo do prédio. E voltou a fazer o que estava fazendo antes de se dispersar-se com o pequeno pedaço de concreto...

Os grandes olhos azuis de Angel estavam contemplando às lindas estrelas do céu, como era seu costume. Ali, do alto do prédio do Hospital do Centro, Angel sentia que era como se ela pudesse encostar nas estrelas. Elas transmitiam paz e serenidade, tudo o que ela precisava naquele terrível momento.

A loira já havia chorado e gritado muito. Lembrara de se jogar com todas as forças no chão da recepção após ouvir a notícia da morte de Carl, até que o Dr. Kramer a abraçou e a conteve por alguns minutos. Mas nem um por cento, da dor da perda de alguém tão querido, havia ido embora. E com o passar de cada segundo era como se ela aumentasse mais e mais. Carl havia morrido. Isso era a única coisa que Angel conseguia pensar.

Porquê? Ela não pode deixar de perguntar. A garota lembrou dos outros que também haviam morrido. E por fim lembrou-se da lista.

— O Carl não passou de mais uma vida encerrada, ele era mais uma vítima desse tal padrão. Ele não era diferente dos outros por ter tido a visão... — A mente de Angel lembrou de uma frase. Todos somos iguais perante a morte.

Angel então recordou-se de Wen. Ela ainda tinha dúvidas se fizera o certo, ela sabia que o cadeirante não passava de uma pessoa deprimida e triste com a vida, mas algo dentro dela gritava que ela tinha feito uma péssima escolha em salvá-lo. Sentir um sentimento daquele, fizera Angel despertar para um terrível pesadelo, outra vez.

— Somente uma pessoa definitivamente ruim ficaria arrependida de um ato tão bonito e humano como aquele. Como eu posso achar que fiz mal em salvar uma vida? Como?! — Os olhos da loira se enfureceram.

— Meus pais tinham razão! Eu não passo de um demônio...

Angel estava zonza com todos aqueles sentimentos dentro de si. Estava totalmente arrasada com a morte de Carl, e estava completamente enfurecida com sigo mesmo, por sentir que salvar Wen fora um ato errado. Tudo vinha a sua mente, e a loira sentiu sua vista girar e de repente tudo estava rodando. A loira olhou pro céu em busca de seu refúgio, mas as estrelas pareciam fugir de sua vista. Seu coração começou a acelerar e bater cada vez mais rápido.

Mas mesmo assim sua mente continuava a pensar.

Morrer... Agora parece não ser tão ruim assim. Se é pra encontrar pessoas como a minha madrinha, ou como o Carl e a Selly... Parece ser uma boa escolha.

Angel se aproximou do parapeito do edifício, pode ver as pessoas e carros lá embaixo, pode até visualizar um caminhão parado próximo ao hospital. Sua vista ainda estava bastante turva, mas sua mente parecia estar cada vez mais serena.

— Você não é um anjo, Angel? — Disse para si mesma. — Será que esse anjo voa?

A loira recuou um pouco da beirada do prédio... Para pegar impulso. Você está ficando maluca? Angel estava sorrindo e com os olhos marejados, sua testa estava encharcada de suor e seu coração parecia bater cada vez mais rápido. Se eu ficar pensando em fazer isso ou não... Acho que vou ter um ataque cardíaco.

Uma adrenalina passou sobre seu corpo, e ela então correu em direção a beirada do prédio. Com um sorriso esquisito ainda estampado em seu rosto, era como se estivesse correndo para uma saída daquilo tudo, como se finalmente estivesse achado uma solução para aquela avalanche de acontecimentos. Ela queria deixar tudo pra trás, agora... Tudo.

Tudo.

A loira então tentou parar de correr, havia se lembrado de algo que a fizera desistir daquele ato. Mas já era tarde demais...

Angel estava pendurada com os braços no parapeito do prédio. Seu coração estava batendo ainda mais rápido que antes.

— Por favor alguém... Shani! — Angel sabia que sua amiga não estava ali, mas fora por ela que a loira não cometera o suicídio, então foi o primeiro nome que veio a sua mente. Como eu posso ter pensado em fazer isso? A Shani precisa de mim! Eu não posso deixá-la sozinha, ela sempre esteve comigo quando eu precisei, como eu posso ter sido tão egoísta! Como eu posso a ter esquecido?

A loira ainda tentava se segurar como podia para não cair, mas sentia que seus braços já estavam enfraquecendo. A Shani não pode ficar sozinha ainda mais agora que ela corre perigo, ainda estamos na lista... A lista. Angel voltou sua mente no lugar, e olhou para seus braços e mãos, responsáveis por mantê-la ainda viva.

— É a minha vez na lista! — Angel gritou enquanto sentiu seus braços enrijecerem ainda mais. Depois do Carl era eu. A lista ainda está em andamento, eu fui fraca por não dar atenção e agora eu vou morrer, e vai ficar mais fácil da morte pegar a Shani, o Leonel e os outros... Eu sou a única que sabe a ordem e que corremos perigo. A loira sentiu seus braços perderem toda sua força, ela ainda tentou se segurar, mas suas mãos se soltaram do concreto. Suas unhas ainda rasparam o pedaço de chão, e então finalmente seu corpo caiu do alto prédio.

Angel sentiu como se seu corpo flutuasse no ar, enquanto seu cabelo estava todo sobre sua face, e seus braços e pernas se contorcendo das mais variadas formas possíveis. O seu último pensamento foi uma lembrança, não tão antiga assim. E ela se viu repetindo a frase em seu pensamento, mas dessa vez a respondendo.

Será que esse anjo voa?

Não, porque anjos maus não tem asas... Tem foices.

Angel pode sentir seu rosto se chocar contra a superfície. Macia como as nuvens.

XX-XX-XX

— Shani! Acorda Shani. — Dora estava sentada no sofá da sala de seu apartamento, tentando acordar a amiga que acabara caindo no sono.

— Nossa Dora, que horas são? Eu acabei dormindo aqui.

— Já é de manhã. — Dora disse sentando-se ao lado da amiga. — O Kurt... Ele me ligou.

— E o que ele queria?

— Ele quer me encontrar hoje, agora na verdade. Eu tenho que ir, eu tenho muito medo dele, Shani. — Dora dizia segurando um semblante de medo na face.

— Mas o que ele quer, amiga?

— Ele quer que eu entregue as joias à ele, eu vou ter que fazer isso. Eu não tenho outra escolha.

— Tem sim! — Shaniqua disse se levantando do sofá. — Deve ter um jeito de colocar ele na cadeia!

Dora sorriu, mas disfarçou logo. Agora, essa é a hora certa de colocar o plano em prática, em pensei durante a madrugada toda...

— E se... Você fosse comigo? Daí, eu poderia enrolar ele enquanto você chama a polícia, e se ele tentar algo você vai estar lá pra provar que eu não sou mais a cúmplice, entende?

— Parece um bom plano, mas aonde seria?

— Bom, o Kurt estava hospedado num hotel de beira de estrada, então eu posso marcar com ele na estrada. A gente vai de táxi, e você se esconde e chama a polícia enquanto eu enrolo ele.

— Tem certeza que não é perigoso? Eu estou meio receosa. — Shani sentou no sofá novamente.

— É o único jeito de eu me livrar dele, finalmente depois de tanto tempo Shani! — Dora deixou escapar uma lágrima. — O Kurt não é um assassino ou coisa do tipo... Ele só é um ladrão, uma pessoa ambiciosa, ele sempre foi assim... Mas assasino ele não é.

— Bom, eu vou te ajudar sim, Dora! Mas a gente chegando na estrada eu chamo a polícia, ok?

— É claro Shani, eu só preciso ligar e combinar o local com aquele monstro do Kurt. — Dora se levantou e guiou-se a cozinha para tomar água, enquanto Shaniqua foi ao banheiro do apartamento. Ela então pegou seu celular. Kurt, atende logo. O que a gente combinou ontem de madrugada está dando muito certo, a Shani deu azar... Agora a gente vai ter que sumir com ela, mas de que forma?

Dora segurou o celular com o ombro e tomou um gole da garrafa de água.

Matar e jogar o corpo no precipício? Ou botar fogo? São muitas possibilidades... Eu só tenho que convencer o Kurt à acabar com ela, eu não sei porque ele não quer fazer isso!

Bufou.

XX-XX-XX

Leonel caminhava pelo corredor do Hospital do Centro. Sua mente estava um redemoinho de informações. Porque a Angel fez isso? O que deu na cabeça dela? Se jogar do prédio! Meu Deus!

À essa altura o médico já sabia da morte de Carl, ele ainda teria que informar ao filho. Oliver sem dúvida nenhuma, iria ficar abalado com a notícia. Eles tinham se tornado amigos... Coitado do Carl, ele era um garoto tão forte, apesar de tudo.

Leonel entrou num dos quartos do corredor, ele pode avistar quem ele queria quando chegou no quarto. Ela estava deitada na cama, tomando soro pela veia, estava acordada.

— Angel...

XX-XX-XX

Rosie estava cheia de papéis para organizar, eram diversos tipos de contratos que estavam sobre sua mesa. Ela teria que examiná-los para autorizar que o prefeito os assinasse. Mas naquela manhã, a francesa não havia acordado bem, não sabia direito porque mas tudo que estava acontecendo estava tirando sua tranquilidade. Nunca em toda a sua vida, havia encarado a morte de forma tão próxima. Primeiro havia sido o desabamento do St. Mary, depois a morte da tal recepcionista e depois o acidente que testemunhara no dia do Memorial.

— Isso é estranho. — A mulher jogou seus cabelos para trás de seus ombros e tentou se concentrar ao máximo em seu serviço.

Depois de alguns segundos, um homem vestido formalmente entrou na sala. Ele era alto e branco, tinha uma aparência comum, mas ainda assim Rosie o achava atraente.

— Bobby, por favor. Eu estou ocupadíssima. — Rosie disse sem dar a mínima importância ao homem.

— Ah, pára Rosie. Vai me dizer que não quer mais sair comigo?

— E não quero mesmo! Você acha que eu esqueci das inúmeras vezes que a gente combinou de sair, e você sempre me deixava plantada esperando? E você nada de aparecer?

— Calma francesinha!

— Olha aqui Bobby, eu já cansei de você! Você não passa de um homem fútil, que só quer saber de sexo! Se você quisesse um relacionamento mesmo, iria à jantares ou à passeios comigo! Mas não, o único compromisso que você nunca falta é quando o lugar é um Motel!

Rosie havia se descontrolado e não percebera que havia falado alto demais, o bastante para todos os outros funcionários do escritório ouvirem, mesmo estando fora de sua sala.

— Cala boca sua idiota! Quer que o prefeito venha aqui? — Bobby disse segurando Rosie pelo braço. Então Rosie não se conteve e deu um tremendo tapa na cara do homem.

— Você não toca a sua mão em mim! Nunca mais!

— O que está acontecendo aqui? —Leonard, o prefeito entrara na sala. — Eu ouvi esses gritos lá da minha sala!

— Essa louca dessa Rosie! Ela surtou do nada! — Bobby disse colocando a mão sobre o rosto, que estava com um marca vermelha.

— Rosie, você sempre foi uma funcionária exemplar o que deu em você para agir dessa forma?

— Me desculpe Sr. Prefeito, mas é que eu ando muito nervosa nesses últimos dias. Com a situação do St. Mary e...

— Rosie por favor... — Leonard a interrompeu severamente. — Pare de falar nesse hospital! Já chega! Toda hora é a mesma coisa, eu já estou cheio de ligações de pessoas querendo processar a prefeitura. Como se eu tivesse alguma coisa haver com esse desabamento estúpido!

— E será que não têm? — Rosie olhou-o desafiando.

— Rosie, eu te aconselho a parar com essas acusações estúpidas, senão....

— Senão o quê?! Vai me demitir?! — Rosie gritou e pegou sua bolsa em cima de sua mesa. — Se não percebeu Leonard, eu e a minha filha poderíamos ter morrido nesse tal desabamento estúpido! Morrido!

Rosie encarou o prefeito por alguns segundos, assim como fez com Bobby.

Rosie riu.

— Vocês não se importam com nada disso, nem comigo e nem com as famílias que perderam tantos entes queridos naquele acidente. Você prefeito, vocês só se interessa no status da cidade, em fazer estádios, shoppings, comércio... Tudo o que gerar lucro! Tudo o que gerar status de poder pro seu governo! Hospitais, escolas... Pra você, isso é gasto sem retorno. — Rosie se guiou até a porta de saída da sala. — Eu tenho pena das pessoas que você consegue enganar.

Rosie se virou para Bobby. — Assim como também sinto pena das mulheres que você engana.

— Ah, eu me demito. E podem ficar tranquilos, eu não falarei nada sobre as minhas acusações com ninguém, eu não quero levar um tiro. — Rosie então saiu da sala, sem olhar para trás. Todos os outros funcionários do escritório a olhavam, estava visível que todos haviam escutado a discussão. Alguns a olhavam com desdém e outros com admiração.

Rosie então pegou o elevador e sorriu. Estava se sentindo muito melhor agora.

XX-XX-XX

Jeff estava no apartamento de Wen. Ambos haviam acabado de chegar do funeral de Phil que fora todo montado por uma tia distante dos irmãos que havia recebido a notícia, e resolvera ajudá-los.

Já estava quase no meio do dia e o Sol já brilhava forte no interior do apartamento do cadeirante, que agora morava sozinho.

— Muito obrigado, Jeff. Por me acompanhar até aqui... Você é realmente uma pessoa muito boa, o meu irmão teve sorte de te conhecer.

— Imagina, Wen. — Jeff engoliu em seco. Ainda não havia esquecido Phil. Eu espero nunca esquecer...

Jeff ajudou Wen a sentar-se no sofá da sala, enquanto o cadeirante mantinha um semblante mais leve e tranquilo na face. Ele estava mais falante do que de costume, Jeff estava percebendo isso. Ele mudou. Engraçado que eu pensava que ele não gosta de mim e agora estamos sendo amigos.

— Cara, eu estou me sentindo tão... Tão leve! — Wen disse olhando para o médico.

— Por que? — Jeff perguntou e continuou. — É por causa do tal acidente de ontem não é? No estacionamento?

— Sim. Eu estava com a total certeza que eu queria acabar com a minha vida ontem, que eu estava sozinho no mundo e não tinha mais porque viver e...

— Wen... — Jeff ia intervir, mais Wen foi mais rápido.

— Não, espera! Mas... Depois de quase morrer, de ver aquela moça, me salvar e... Foi incrível! Mexeu de alguma forma com meus sentimentos! Ela veio do nada e... Me salvou! Como um anjo.

— É qual é o nome desse anjo?

— Angel.

Um silêncio pairou no ar por alguns segundos. Jeff então disse:

— Curioso e bizarro... Porém é lindo.

Wen sorriu.

— Na verdade, eu acho que você conhece ela! Ela era enfermeira no St. Mary, ela saiu junto com a gente no desabamento, depois eu só fui encontrar ela novamente no dia em que... Bem no funeral.

— A Angel! Sim! Eu conheço ela sim, mas é que você disse de uma forma tão doce que eu meio que não imaginei que a Angel poderia ter uma atitude assim... Ela é meio grossa.

— Não sabia que você tinha esse costume de julgar as pessoas. — Wen disse sorrindo. E Jeff sorriu negando com a cabeça.

— Bom, Wen. Eu tenho que ir, eu tenho que ir numa entrevista de emprego que eu marquei num restaurante, é pra uma vaga no Hospital do Centro. Eu vou conversar com um dos chefes, enfim... Não estou com muita cabeça pra isso, mas eu tinha marcado isso uma noite antes do que aconteceu com a minha prima e com o Phil, sei lá... Talvez eu desmarque. — Jeff terminou de contar e ficou cabisbaixo.

— Não. Não é isso que o Phil iria querer que você fizesse. — Jeff levantou a cabeça e olhou para o cadeirante.

— Olha cara, se o Phil tivesse aqui ele falaria para você ir. Ele iria dizer para você continuar a viver e que tudo ia ficar bem... Isso tudo com um grande sorriso no rosto! — Wen sorriu e Jeff também, era como se ambos pudessem ver a imagem do rapaz de cabelos castanhos novamente. Jeff se levantou.

— Você está certíssimo. Eu vou indo agora então, senão vou me atrasar... Você vai ficar bem sozinho, Wen?

— Sim, na verdade eu vou contratar uma enfermeira pra vir aqui e cuidar de mim... Eu até sei quem eu vou chamar... Você lembra da Shaniqua?

— Sim! Ela é amiga do anjo que te salvou, uma pessoa extremamente do bem. Tenho certeza que ela vai aceitar, ainda mais que ela deve estar precisando de emprego. — Jeff apertou a mão de Wen e foi saindo. Mas Wen o chamou de volta.

— Ei! — Wen pensou por alguns instantes. — Será que existe um outro hospital aqui pela região, onde tenha algum especialista que possa... Me ajudar à... Voltar à andar novamente? Você conhece?

Jeff se surpreendeu com a dúvida de Wen. — Bom, eu acho que eu conheço alguns nomes... Eu vou anotar aqui e você pode pesquisar na internet depois e saber mais detalhes. — Jeff disse pegando uma caneta e um pedaço de papel do bolso de sua camisa. — Agora eu tenho que ir. Mas faça, Wen! Isso vai ser ótimo pra você, acredita que você vai andar novamente sim! — Disse sorrindo.

— A gente se vê em breve, Wen. — Então o médico saiu e fechou a porta.

Wen sorriu novamente. Estava fazendo isso com muita frequência naquele dia.

XX-XX-XX

Ele amarrou o cadarço do seu tênis, os famosos tênis Reyals, e continuou a correr.

Oliver estava correndo pelo cemitério, estava vestido com seu uniforme escolar e corria para despistar o coveiro que o avistara. Eu acho que ele ficou pra trás, como aquele velho corre! Riu. O garoto apoiou seus pés sobre uma pedra e limpou os calçados com as mãos, aquele par de tênis era novo e Oliver não queria sujá-los.

Ele então chegou próximo à um túmulo, e pode ler na lápide: Aqui jaz Glen Cook, em memória de seus parentes e amigos. Ao lado da frase, estava uma foto de um homem com uma aparência sadia de uns vinte e cinco anos, sorrindo. Tio... Eu não pude vir aqui no aniversário da sua morte, me desculpe... Anda acontecendo tanta coisa, que... Eu não lembrei, me desculpe mesmo. Oliver se abaixou e limpou a foto na lápide, que estava um pouco suja de pó. Sabe que essas coisas que aconteceram tiveram um lado bom? Tudo têm um lado bom, né? Riu novamente. O meu pai, eu sinto que ele está mais próximo de mim, que ele está mais preocupado comigo, eu não sei direito... Eu nunca consegui entendê-lo, às vezes eu o pego me olhando de uma forma estranha... Muito estranha.

Ele se levantou e continuou a olhar a foto do tio. Teve também o Carl... Eu o conheci em meio a confusão do St. Mary. Na verdade eu já o conhecia, mas a gente ficou mais íntimo depois que ele ficou alguns dias em casa. Ele é tão forte que... Eu nem me preocupo dele estar internado, ele me contou que já passou por tanta coisa. E ele continuou lá vivo... Vivo.

— Oi. — Uma voz feminina e suave emitira o cumprimento. Oliver se assustou por um segundo, e se virou. A filha da advogada.

— Olá. Errrr... Você não é a filha da Doutora Fontana? Aquela garota que também saiu do prédio do St. Mary no dia acidente?

— Sim, sou eu. — Louise riu, ela também usava um uniforme escolar, só que com um emblema de uma colégio diferente do de Oliver. Ela estava com os cabelos castanhos soltos e sem os óculos. Oliver por um momento deixou-se dispersar-se pela beleza da garota, mais logo voltou às perguntas. — O que você faz aqui no cemitério?

— Ora, eu poderia te fazer a mesma pergunta, err...

— Oliver... Desculpe não ter dito meu nome.

— Bom, eu sou a Louise, prazer. — A francesinha estendeu a mão. Oliver a cumprimentou e não pode deixar de notar a maciez da mão da garota. Tão macia... Tão linda...

Louise olhou para a lápide próxima á eles e para a foto. — É seu parente?

— Meu tio. Eu vim visitá-lo, eu sempre faço isso... Quando eu lembro ao menos. — Oliver colocou a mão sobre os cabelos, que estavam bagunçados com o vento que fazia no local.

— Eu matei aula hoje, eu tinha que vir aqui... Mas e você? Você me parece ser tão estudiosa. — Oliver passou à olhar nos olhos da garota. — Se bem que sem os óculos, você parece menos nerd.

Foi então que Louise percebeu que estava sem os óculos. Droga! Ela os tirou da bolsa rapidamente e os colocou, e aproveitou para amarrar seus cabelos. Oliver apenas a observava. Não pode deixar de soltar uma risada.

— Do que você está rindo, garoto? — Louise disse um pouco irritada.

— De você querer ficar feia! — O garoto continuou rindo. Louise fechou o semblante, mas ele logo se abriu novamente, após ela ouvir a frase à seguir.

— Sabe o que é mais engraçado? Você ainda achar que consegue ficar feia fazendo isso! Ao contrário fica ainda mais bonita.

Louise corou. Oliver ainda não percebera isso, então a garota se virou e fez como se fosse ir embora do local. Oliver a puxou pelo braço.

— Calma, eu tava brincando! Qual é?

A garota o olhou nos olhos, e por alguns segundos ambos ficaram ali se encarando enquanto o vento passava pelo local. Louise pode notar o quão brilhante eram os olhos de Oliver. Tão brilhantes... Tão lindo... A garota então voltou a si.

— Eu não vou ficar com você num cemitério. — Disse rindo.

— E quem disse que eu quero? Eu nem te conheço direito. — Oliver disse num tom de brincadeira, se afastando dela.

— Você é um idiota sabia! — Louise sorriu ajeitando os óculos. Então ela viu Oliver com um semblante diferente, iria perguntar o motivo, mas ele disse primeiro.

— Droga! O coveiro! Eu tenho que ir se ele me pega eu me ferro na escola! — Oliver disse já saindo correndo do local.

— Espera aí! — Louise disse correndo também.

— Você também matou aula, não foi? — Oliver perguntou enquanto ambos corriam entre os túmulos.

— Sim! — Louise disse ofegante enquanto corria. — Hoje só tinha aula chatas! Matemática, química, física... Nada que vá ter importância na minha carreia de jornalista! E é tanta coisa acontecendo na minha vida, que eu ando sem cabeça para isso!

— Eu entendo, mas porque no cemitério? — Oliver indagou continuando à correr.

— Sei lá! Eu tipo, só achei que aqui ninguém iria me descobrir! Mas esse coveiro...

— É primeira vez né? Depois você se acostuma!

Louise soltou uma gargalhada enquanto continuou correndo. Oliver também começou a rir, e ambos começaram à gargalhar descontroladamente enquanto corriam e fugiam do coveiro.

XX-XX-XX

— Como você quer que eu acredite numa coisa tão sem sentido assim!

Leonel estava sentado numa cadeira próximo a cama de Angel. A loira estava fraca, sua pressão havia abaixado e ela deveria ficar ali tomando soro e em observação.

— Leonel... — Angel disse calmamente. — O Carl chamou você, ele te ligou... Pelo que você me disse ele teve uma visão novamente talvez, e você veio e me salvou! Se não fosse você ter estacionado aquele caminhão em frente ao prédio, eu estaria morta! Você acreditou nele, porque não acredita em mim agora?

Leonel abaixou a cabeça e pode se lembrar de novo, do telefonema que recebera de Carl. Lembrara de ter acordado no meio da madrugada, mas de repente fora surpreendido por um telefonema. Era Carl, ele estava muito ofegante e parecia muito ciente do que estava dizendo. Leonel fechou os olhos e pode ouvir de novo o que ele disse naquele telefonema...

"Sr. Cook, eu tive uma outra visão, na verdade foi quase isso... Nela uma pedra caía de algum lugar, então depois a pedra se tornava um anjo e ele se chocava com o chão e... Morria. A Angel...Eu sei que é ela, porque a vez dela está chegando, eu sei que você não deve estar entendendo nada, mas você precisa acreditar em mim, ela vai cair do prédio do Hospital do Centro! Eu não sei como, mas ela vai! É a única explicação porque... Eu sei o que vai me acontecer, eu sei. Você tem que salvá-la! Eu já tive isso uma vez e aconteceu, com o acidente do irmão daquele cadeirante! Eu sei que é real, eu sei que vai acontecer! Você precisa salvá-la, a vida dela está nas suas mãos!"

O médico abriu os olhos novamente. Lembrava de ficar por alguns minutos totalmente perplexo com o telefonema, e depois de pouco tempotrocou de roupa e saiu com o carro em direção ao hospital, sem que Oliver percebesse. Não sabia se havia acreditado em Carl, mas ficou preocupado com o estado do garoto. Foi então que após chegar em frente ao prédio, acabou sendo acertado na cabeça por uma pequena pedra, que caíra do alto do prédio. Ele então se lembrou do telefonema... "Uma pedra caía de algum lugar..." Ele então não teve dúvidas, até tentou avistar algo de cima do prédio, mas não conseguiu. Foi quando viu um caminhão de almofadas estacionado na calçada do outro lado da rua do prédio, aproveitou que o motorista estava saindo do caminhão e pegou a chave de seu bolso e entrou e ligou o veículo. Ele não teve tempo para dar explicações para ele ou para as pessoas que os observava, ligou o veículo e estacionou em frente ao hospital, por uma estranha sorte a traseira do caminhão estava sem qualquer tampa ou algo do tipo, provavelmente o homem estava prestes a descarregar a carga. E foi então, em pouquíssimo tempo, que aconteceu o que ele esperava. Angel caiu do alto do prédio, por sorte em cima dos travesseiros.

— Eu não sei, Angel. — O médico falou, voltando de seus pensamentos, agora de pé próximo ao suporte aonde o soro caía lentamente em direção ao tubo que o levava ao braço de Angel.

— Foi como eu te disse, eu... Não acreditei quando o Carl me falou, mas daí teve a pedra e... O caminhão de travesseiros estava ali, parecia que tudo estava preparado para eu fazer aquilo. Foi estranho, mas... O que você está me dizendo sobre a morte nos seguir é cruel demais para se acreditar! É surreal demais para se acreditar!

— Mas é verdade! Olha a sua volta Leonel! As pessoas que morreram, a Johanna, aquele moço e o... Carl. Todas saíram do prédio naquele dia, por causa da visão dele. Não é coincidência, é um padrão, é como uma lista. — Angel engoliu em seco. — Teve também a quase morte do Wen, o cadeirante que também saiu antes do desmoronamento acontecer, eu o salvei.

Angel então se lembrou do motivo pelo qual quase se matara, o motivo que a levou a quase morrer. A morte me enganou, me fez querer pular do prédio, mas... Pra no final me fazer arrepender e desistir, e tornar o suicídio em mais um acidente. Mas o Carl a enganou, o Carl...

— Mas o que a gente tem que fazer agora então? Se isso for verdade... — Leonel perguntou. Você está realmente acreditando nisso, Leonel? Perguntou a si mesmo.

— Eu acho que agora você deve procurar os outros... — Angel disse e continuou. — A Shani... Ela não atende o celular até agora, acho melhor você procurar o Jeff ou a advogada... Eles precisam saber do que pode acontecer á eles.

— Eu... Eu vou fazer Angel, porque eu acho que você pode estar certa. — Leonel suspirou. — As provas estão aí, o telefonema do Carl, as três visões que ele teve que se concretizaram e as mortes... Eu acho que eu acredito.

Angel não pode deixar de se aliviar após ouvir isso. — O Jeff, ele é o próximo, pelo o que eu me lembre é ele, depois a advogada e depois você.

— E o meu filho! Me diz Angel, e o Oliver! — Leonel levantou o tom de voz por um momento.

— Depois de você, me parece que é ele e a filha da Doutora Fontana, o Carl não sabia qual morria primeiro porque na visão eles morriam juntos... — Angel não pode deixar de notar a expressão de medo nos olhos do médico. É o filho dele... Saber disso deve ser horrível.

— Ele nem tem dezoito anos ainda. Ele é tão jovem e pensar que ele está fadado a morrer assim... Tão cedo! — O médico deixou escapar uma lágrima.

— É por isso que nós temos que impedir que o próximo da lista morra, e avisar à todos os outros! Eu quero viver, Leonel! Pelo Carl, pela Selly...

— Eu não tenho a mínima ideia de onde encontrar o Dr. Torres... Digo o Jeff, ele era novato no St. Mary e nós ainda não tínhamos criados nenhuma amizade, e erámos de turnos diferentes... — Leonel então pensou por alguns instantes. — Mas eu tenho o número de telefone da advogada! Ela me passou no dia em que nos conhecemos, lá no hospital! — Angel abriu um sorriso.

— Eu vou ligar pra ela, eu vou combinar algum lugar para nos encontrarmos, aí eu conto tudo à ela!

— Sim, vai depressa! Eu vou ficar aqui por mais um tempinho ainda, eu ainda sinto um pouco de dor nas costas e o Dr. Kramer vai fazer alguns exames... Eu vou tentar de novo contato com a Shani, eu sei que ela está bem porque a vez dela na lista está longe... — Angel parou de falar por alguns segundos. — Eu só não entendo essa falta de interesse dela em relação ao Carl, ela nem sabe que ele... Morreu.

Leonel sentiu o peso daquela palavra novamente, e viu como os olhos de Angel encheram de lágrimas novamente com a lembrança de Carl. Eu não quero sentir isso... De novo.

— Eu vou indo Angel, eu vou falar com a Rosie e nós dois vamos nos separar para achar o Jeff. Assim fica bem mais fácil. — O médico disse saindo do quarto. — Melhoras! Você vai ficar bem, Angel. — Sorriu.

Angel novamente voltou a ficar sozinha. E se viu mais uma vez a pensar em Wen... Eu o julguei tanto a atitude dele em querer morrer... Que depois acabei tendo a mesma atitude, por mais que estivesse tendo quase que um ataque cardíaco, era eu ali no alto prédio, eu estava ciente. Eu o julguei... E fiz a mesma coisa que ele queria fazer. Por sorte o Carl me salvou... O Carl.

Angel chorou novamente. Estava fazendo isso com muita frequência naquele dia.

XX-XX-XX

As duas amigas saíram do táxi, já era quase duas horas da tarde.

Dora e Shaniqua já estavam de pé na beira da estrada, ela era pouco movimentada, não estava no seu horário de pico de tráfico. O taxista estranhou a atitude das passageiras, de quererem descer ali no meio da estrada, mas não disse nada, apenas a olhou-as com um olhar torto. Dora não gostou nada daquele gesto.

— O que você está olhando, hein? Seu velho imundo, nós já pagamos! Pode ir! — A enfermeira disse o fuzilando com o olhar. Ele então entrou na estrada novamente com o veículo amarelo.

Shaniqua achou estranha a reação de Dora, e começou a reparar nos gestos que ela fazia. Dora estava a todo momento colocando as mãos sobre os cabelos e checando se Kurt havia deixado alguma mensagem no celular. Mas foi então que Shaniqua olhou a amiga nos olhos, eles emitiram um brilho diferente que ela nunca vira em todo o tempo que a conhecia.

— Você está me assustando, amiga. — Shaniqua disse um pouco acuada. Dora percebeu que estava dando muita bandeira, então se acalmou e voltou ao joguinho, que ela fazia tão bem.

— Calma amiga, desculpe. — Segurou na mão da negra. — Eu estou um pouco nervosa sim, e até emocionada pois... Hoje eu darei um basta nessa vida que tanto me sufoca, finalmente.

— Eu sei amiga, tudo vai dar certo. — Shaniqua sorriu. — Eu ando preocupada com a Angel e com o Carl! Ela não telefonou mais, e agora o meu celular está com a bateria fraca e... Você pode me emprestar o seu? Assim eu falo logo com a Angel e tiro essa angústia de dentro de mim, ela deve estar preocupada, tadinha.

Pára de falar nessa vadia, droga! Dora se virou como se estivesse avistando um carro chegando, mas foi um pretexto para pensar.

— Calma Shani, o Kurt vai chegar já, já... Olha, quando acabar tudo isso a gente liga pra Angel, porque eu estou muito preocupada também, só de pensar no Carl o meu coração gela. — Dora fez um olhar triste e olhou para a estrada. Viu um carro esportivo vermelho se aproximando, por sorte estava sozinho na estrada, não teve dúvidas era o Kurt.

Sorriu.

Shaniqua também avistou o carro, e começou a se preocupar. — Dora, liga logo pra polícia! Porque você não fez isso antes? Vai liga rápido!

Dora simplesmente deu as costas para Shaniqua, e foi de encontro ao carro que estava terminando de estacionar na beira da estrada.

— Você demorou Kurt!

O negro saiu do carro, estava vestindo uma roupa com cores escuras e um óculos de sol, e foi em direção ao porta-malas, sem dizer mais que duas palavras. — Tudo ok?

Dora assentiu e voltou em direção á Shaniqua, já mudara totalmente a expressão. A negra estava totalmente confusa, sem saber o que estava acontecendo.

— Que droga é essa... — Falou baixo.

Dora se aproximou, sorrindo. — Calma Shani, tudo vai dar certo. Não é o que você sempre diz pra mim? — A negra ficou estática, tentou dizer algo mas em vão, não conseguia digerir nada.

— Você adora ajudar às pessoas não é? — Dora riu sarcasticamente. — Que pena que... Agora que você precisa urgentemente de ajuda... Não tem ninguém! — Disse sendo bem sarcástica.

— Você... — Shaniqua fechou os olhos por rápidos segundos. — Você é cumplice dele! Por que você quer, não porque foi obrigada! Você mentiu pra mim, e pra Angel! — Shaniqua já tinha entendido tudo agora, mas ainda colocava seus pensamentos em ordem.

— Olha, mas você descobriu? — Dora disse passando a mão sobre os cabelos de Shaniqua. — Pena que foi tarde demais... Kurt! — Chamou o parceiro. O negro veio com uma enxada em mãos, retirada do porta-malas de seu carro. Já era percebível o que eles iriam fazer, mas mesmo assim Shaniqua não hesitou em esbofetear a cara de Dora, com a força do tapa Dora foi ao chão.

— Sua vagabunda! Vadia! Você nunca mereceu todo o carinho que eu e a Angel tivemos com você! Bem que a Selly nos alertou quando você entrou no St. Mary, que não sentia algo bom vindo de você... Mas no final você conseguiu enganar até ela, sua vaca!

Dora levantou sua cabeça, e tirou seus cabelos do rosto com um passar de mãos, mas mesmo assim continuou no chão. — Pare de falar dessa velha como se ela fosse uma santa! Ela morreu, supera! E vaca é a tua mãe!

— Eu vou te matar, sua vadia! — Shaniqua encheu-se de raiva e iria pra cima de Dora, mas parou vendo que a antiga amiga dizia mais alguma coisa.

— Se tem alguém que vai morrer aqui, queridinha... É você. — Dora olhou friamente para a negra, e depois desviou o olhar para algo atrás de Shaniqua.

A negra arregalou os olhos e antes que pudesse fazer algo, sentiu um baque extremamente forte em sua cabeça e no mesmo momento desmaiou e tombou no chão. Kurt ainda segurava a enxada que estava em suas mãos, estava tremendo e parecia nervoso.

— Pronto Deodora, agora me ajuda a colocá-la no carro antes que alguém veja! — Disse enquanto voltava e guardava a enxada no porta-malas. — Não pode ser aqui no porta-malas porque ele está cheio de coisas: Malas, a enxada...

Dora se levantou e ficou encarando o rosto da negra no chão, viu que atrás de sua cabeça escorria algum sangue. Se abaixou para checar o batimento. Shaniqua ainda estava viva. Vai ser mais difícil do que eu imaginei... E ainda tem o Jeff que sabe do segredo do meu passado, mas os da jóias ele não sabe... Por vias das dúvidas, é melhor fazer uma visitinha ao Dr. Torres, uma simples consulta médica nada demais. Dora riu com seus pensamentos, mas foi interrompida por Kurt que veio em sua direção, ele ainda estava bem nervoso.

— Como você acha tempo pra rir numa situação dessas? A gente tem que colocar ela no carro logo, antes que algum carro passe por aqui!

— Tudo bem, eu te ajudo.

O casal então colocou o corpo inerte da garota, nos bancos traseiros do carro. Dora ainda dizia algo. — A gente vai matá-la e fazer o que com o corpo? Queimar talvez?

Eles terminaram de colocar e fecharam a porta do carro. — Você tá maluca? Eu não vou matar ninguém!

Dora bufou. — De novo esse "mimimi", Kurt? Você não era o fodão que queria fugir e se dar bem na vida vivendo de golpes em otárias como a Angel?

— Dar golpe é uma coisa... Matar alguém é outra completamente diferente!

Dora o interrompeu. — Quer saber? Cala boca e entra logo no carro, que a gente discute isso no caminho. — Dora entrou no carro no banco dianteiro do passageiro e fechou a porta do veículo com imensa fúria.

Kurt ficou parado por um momento. No que a Dora se transformou? Ele então entrou no carro e deu a partida.

XX-XX-XX

Já era quase três horas da tarde e Rosie entrava no Le Cafe Miro 81. Já conhecera o local há algum tempo, foram muitas as vezes que já tinha jantado naquele restaurante. Foi aqui a maioria dos tocos que eu levei do idiota do Bobby! Mas agora estou curiosa em saber porque o tal do Leonel querer falar comigo? Hummm... Se bem que eu tenho uma ideia do que pode ser, lembro que discutimos naquele dia no St. Mary, mas... Ele não deixa de ser um homem muito atraente. Rosie já podia avistá-lo sentado em uma das mesas do restaurante, o local não estava tão cheio assim, não como Rosie pensara encontrar.

— Olá! — A francesa se aproximou do médico, que rapidamente a cumprimentou de maneira formal, com um aperto de mãos, mas não deixou de puxar a cadeira para que Rosie sentasse. Ele apertou a minha mão? Por acaso tenho cara de homem?

— Err... Me desculpe ter te tirado do seu trabalho assim e... — Leonel começou.

— Na verdade eu não trabalho mais no escritório da prefeitura... Aconteceram algumas coisas um tanto quanto desagradáveis no meu local de trabalho, que acabaram me fazendo escolher a opção de encerrar os meus serviços para com o prefeito, mas enfim... O que você deseja tratar comigo?

Ela fala como se estivesse num tribunal... Leonel não pode deixar de pensar aquilo, realmente Rosie tinha uma postura extremamente correta, parecia que tudo o que falava tinha passado por um revisor de texto. O médico achava aquilo um tanto curioso, mas não tinha tempo para pensar nisso, precisa começar a contá-la tudo sobre a lista e sobre a morte. Então começou a contar.

— Eu preciso que você acredite em tudo o que eu falar pra você agora... Vai parecer surreal, mas é mais sério do que parece. Tem a ver com o desabamento, e com as mortes de algumas pessoas que saíram do prédio com a gente naquele dia. Você precisa entender e... Acreditar.

Rosie mudou o semblante, e passou a ficar séria. Então fez um gesto com a cabeça para o médico começar a falar, mas ambos foram interrompidos por um garoto vendendo flores. — Quer comprar uma para sua namorada? — Virou para Leonel.

— Ela não é minha namorada, garoto.

Rosie riu. — Como se você não quisesse ficar comigo, não é? Por favor, você me chamou aqui. — A francesa fez um gesto mostrando o restaurante.

— E quem disse que eu quero? Eu nem te conheço direito. — Leonel disse rindo um pouco.

— Por favor, eu não quero comprar nada o que eu tenho a falar com ela é sério, pode nos deixar sozinhos? — Falou calmamente ao vendedor de flores.

O garoto concordou sorrindo. — Tudo bem, mas ela está na sua, hein moço! — O rapaz fez um gesto com as mãos simulando duas armas com os dedos. Rosie achou aquilo engraçado.

— Bom, agora eu preciso te contar tudo. — Leonel disse olhando nos olhos de Rosie.

XX-XX-XX

O carro vermelho de Kurt, estava indo com toda velocidade pela rodovia que dava acesso à uma saída da cidade em que moravam. O negro continuava nervoso e visivelmente tenso.

— Calma Kurt, vai devagar! Você quer que a polícia nos pare na estrada? Você parece que ficou burro! — Dora disse nervosa, estava ao lado de Kurt, enquanto Shaniqua continuava desacordada nos bancos traseiros.

— Dora dá pra calar essa boca! Você não vê que entramos num beco sem saída! O que agente vai fazer com ela?! — Gritou apontando a cabeça para Shaniqua, sem tirar os olhos da estrada. — Nós, não podemos ir dirigindo com ela desmaiada no banco de trás!

— Então vamos parar o carro e jogar o corpo dessa vadia no precipício! Eu estou falando isso desde que conversámos ontem de madrugada, porra Kurt!

— Eu não vou matar ninguém! — Kurt disse totalmente decidido. — Eu fui criado de uma forma diferente da sua... Eu aprendi a não comer nenhum tipo de carne ou ferir qualquer ser vivo! Vai contra os meus princípios!

Dora revirou os olhos. — Kurt! Cai na real, seu idiota! Agir da forma que você agiu com a Angel e com todas as outras menininhas que você enganou, é uma forma de ferir sim!

Kurt ficou pensativo e sem resposta para aquilo. Será? Que toda a minha vida eu agi de uma forma errada? Eu nunca matei ninguém, nunca! Eu só roubava as pessoas...

Dora riu. — Sabe o que é mais engraçado? É que não faz nenhuma semana que você fez um discurso, bem parecido com esse, pra mim. Não lembra?

Ele lembrava. Nem em um milhão de anos eu poderia imaginar que você se tornaria tão seca depois daquilo. Kurt resolveu dividir seu pensamento.

Nem em um milhão de anos eu poderia imaginar que você se tornaria tão seca depois daquilo.

— Se tornar-se seca significa tornar-se mais forte... Eu sou seca sim, muito obrigado Kurt, por abrir meus olhos em relação à inveja e ódio que eu sentia pela Angel... Você sabe que eu te amo. — Dora sorriu e se aproximou de Kurt, passou a mão sobre seu peito e depois o beijou. Ele permaneceu estático olhando para a estrada, a rodovia começava a ficar mais cheia de veículos.

— Você não precisa fazer nada, querido... — Dora passou as mãos sobre seus lábios. — Eu faço tudo, você só me ajuda a me livrar do corpo dela, apenas isso. — Kurt a olhou nos olhos por alguns segundos e Dora voltou a reencostar sua cabeça no banco e fechou os olhos.

— Pode deixar, eu mato ela.

— Não se eu te matar primeiro!

Shaniqua pulou no pescoço de Dora, puxava seu cabelo e arranhava todo o seu rosto, da posição que Dora estava não tinha como se defender. Foi então que Shaniqua começou a enforcá-la, fazendo uma chave de braço na enfermeira, que já começava a perder o ar.

— Quem vai matar quem agora, vadia!

Kurt estava totalmente surpreso com aquilo, ao mesmo tempo em que tentava tirar Shaniqua de cima de Dora, ainda tinha que ficar de olho na estrada. — Você vai matá-la! — O negro gritou, mas Shaniqua continuava a fazer pressão com o seu braço sobre o pescoço de Dora, que já estava começando a ficar com o rosto com um tom arroxeado. Kurt percebeu que mais algum tempo assim, Dora iria acabar morrendo, então largou o volante e desprendeu o cinto de segurança que o prendia no banco, e então pulou em cima da negra. Mas o carro continuou em movimento na estrada.

O conversível vermelho de Kurt, fazia manobras extremamente perigosas na estrada enquanto os outros carros tentavam desviar. Foi quando uma caminhonete preta, que estava um pouco atrás deles, acabou batendo na traseira do conversível, e assim o carro acabou saindo da pista em direção ao pequeno precipício que se localizava na beira da rodovia. O carro acabou por descer pela montanha, se chocando com pedras e pequenas árvores no meio do morro, em um desses choques, o veículo acabou virando e capotando algumas vezes até chegar em meio à um espaço aberto no meio da floresta, no pé da montanha. Alguma fumaça ainda saía do carro, que estava todo amassado e quase irreconhecível.

XX-XX-XX

— Mas isso é praticamente impossível de se acreditar. Você deve estar tirando uma com a minha cara, Leonel! — Rosie já ouvira todas as explicações possíveis que o médico a dissera, mas ainda assim estava irredutível.

— Você quer que eu acredite que a morte está atrás de todos nós, porque saímos minutos antes do desabamento ocorrer? Por favor...

— Mas é verdade! — Abaixou o tom de voz, não queira repelir a francesa, ao contrário, por tudo que já sabia e de acordo com Angel, precisavam estar todos juntos. — Era para todos nós termos morrido no acidente, a visão do Carl e as reações que todos tivemos sobre ela alterou o destino e nos fez sair dali... Você não lembra da briga entre a Shaniqua e a Johanna? — Rosie assentiu.

— Tá. Suponhamos que isso seja verdade. — A francesa disse num tom levemente irônico. — Então a morte vem buscar todos nós, então o acidente que ocasionou a morte da tal Johanna, por exemplo, não foi um acidente? Foi planejado pela morte?

— Sim. A Angel me disse que no diário da Selly, que eu já te contei sobre ele... Falava que a morte agia de uma forma onipresente. — Ele olhou nos olhos da francesa. — Como se ela estivesse em todos os lugares ao mesmo tempo, planejando cada coisa, cada acontecimento, mesmo o ato mais pequeno que fosse, pra daí sim... Levar a sua morte.

Rosie não entendeu, mas sentiu um arrepio. Disfarçou e continuou a debater.

— Então todos os acidentes como a falha da enfermeira na cirurgia do Carl, que infelizmente morreu... Foi orquestrado pela morte? — Leonel afirmou com os olhos. — Mas e aquele rapaz sorridente, o irmão do cadeirante? Você disse que ele também tinha morrido, como foi?

O médico estranhou. — Você não sabe? Foi no dia do Memorial, o acidente envolvendo aquela cabine telefônica, era ele... Phil, o nome dele era esse eu acho.

Rosie por um momento se abalou. — Eu não sabia, pensei que não era alguém importante.

— O que a gente tem que fazer é ficar atento aos sinais ou mensagens que ela tenta mandar.

— Ela quem? A morte? Mas não faz sentido, Leonel! Então ela quer que a gente se salve?

— Eu não sei, mas eles existem... Eu sei que o Carl tinha as visões, mas a Angel disse que é possível notar esses sinais, são coisas agorentas, ironias bizarras, coisas desse tipo. Tudo o que tem a ver com a morte da próxima pessoa na lista... Tudo isso estava no...

— Diário da Selly. — Rosie completou, e então o indagou. — Então, se isso é real... — Soltou um risinho nervoso. — Quem é o próximo?

— O Jeff. — Leonel foi rápido. A francesa continuou sem expressar reação.

— Ou Dr. Torres... Você não deve lembrar dele, ele é primo da Johanna pelo que eu sei, ele também saiu com a gente do St. Mary naquele dia.

Rosie permaneceu parada enquanto Leonel finalmente tomava um gole de sua bebida. A francesa sentiu um arrepio estranho, e então começou a reparar no local em que estavam. Conseguiu ver a vidraça do restaurante e o letreiro, as letras e números dele estavam todas ao contrário, e Rosie não sabia porque mas ficou encarando aquilo, foi quando viu uma pessoa toda de preto entrar no restaurante. A figura estava encapuzada com um moletom e se aproximou de uma mesa que ficava próxima à porta do restaurante, havia duas pessoas muito bem vestidas conversando naquela mesa. A tal figura virou-se de costas para falar com as pessoas na mesa e então Rosie pode ver o emblema na parte de trás do moletom, nele tinha a figura de uma caveira negra e uma frase escrita: Clear Shot.

Tiro certeiro? Rosie então se lembrou do que Leonel dissera á pouco, sobre sinais agourentos e irônicos e se lembrou por um momento do garçom e os tirinhos que ele fez com os dedos, além da frase que falara no escritório... "Ah, eu me demito. Podem ficar tranquilos eu não falarei nada sobre as minhas acusações com ninguém, eu não quero levar um tiro."

— Não pode ser... — Rosie balbuciou as palavras e Leonel a olhou assustado. Então por fim, ela viu a figura de preto tirar lentamente um revólver do casaco, e mesmo que involuntariamente ela gritou.

— É um assalto!

O grito de Rosie fez a figura olhar para o fundo do restaurante, então o homem que estava na mesa pulou sobre o ladrão, para o conter. Leonel se levantou da mesa a tempo de ouvir o tiro. A tal figura se levantou do chão e saiu pela porta correndo, enquanto o homem continuava caído, estava ferido.

Leonel correu para a frente para próximo à mesa que havia sido assaltada, havia um homem de cabelos loiros todo encolhido na cadeira com uma expressão de horror no rosto. Leonel se abaixou para checar se homem ainda estava vivo, ele estava virado de costas. Algumas pessoas incluindo Rosie se amontoaram pra cima deles, enquanto Leonel as repelia. — Se afastem! Eu sou médico, eu preciso de espaço!

Rosie avistou uma folha caída no chão próximo à mesa, ela abaixou e pegou-a. É um curriculum?

Leonel virou o corpo e então o reconheceu, nem precisou checar seus batimentos, sabia que ele estava morto. Olhou no peito do homem e viu a enorme quantidade de sangue que banhava a sua camisa. Então Leonel procurou Rosie com olhos, sem ainda soltar o corpo do homem dos braços, e pode vê-la se aproximando e lendo algo numa folha de papel:

— Nome... Jefferson Torres... Médico. — Disse tremendo compulsivamente. E totalmente chocada direcionou seus olhos ao corpo nos braços de Leonel. O moço tinha os cabelos pretos e a barba por fazer. Então teve a certeza de que era ele.

O Dr. Torres.

XX-XX-XX

Dora abriu os olhos de súbito.

Estava com uma imensa dor em todo o seu corpo, então a moça olhou lentamente à sua volta. Ela ainda estava no carro, o teto do carro estava amassado e por muito pouco não amassara por completo, o que seria fatal à eles. Ela então lembrou-se de Kurt, e olhou para o lado e o namorado ainda estava lá. O negro estava com a cabeça encostada no banco como se estivesse relaxando, ela então checou a respiração dele, ele ainda estava vivo. Embora pôde ver toda a parte de trás da cabeça de Kurt ensanguentada, inclusive seu peito que pareça que fora perfurado por algum pedaço de metal, do buraco ainda saía um pouco de sangue. Dora desviou o olhar depressa e então olhou para os bancos de trás para procurar por Shaniqua, mas não encontrou. Um medo tomou conta da enfermeira e ela destravou o cinto e saiu do veículo.

Já tinha anoitecido, provavelmente eles ficaram por ali por um pouco mais de uma hora, seja quem for que tivesse visto o acidente, ainda não encontrara o veículo. Ela pode notar, que uma das portas dianteiras do carro haviam saído. A Shaniqua deve ter saído por ali... Então os olhos de Dora percorreram o local, haviam pouquíssimas árvores ali, a terra é que era a principal presença ali. Mesmo mancando, Dora andou mais um pouco, ainda estava próxima do carro, e por fim avistou perto dali, um corpo. Era Shaniqua.

A enfermeira não pode deixar-se de assustar, o rosto de Shaniqua estava todo ensanguentado e uma enorme poça de sangue estava em volta da negra. Dora se aproximou e pode ver mais de perto, o que viu a fez quase vomitar. A mandíbula de Shaniqua estava toda aberta e era possível ver seus dentes, ou o que ainda restavam deles. Provavelmente eram os danos das batidas que ela levou. Já que não estava com o cinto. Dora então concluiu o porque de ser a que menos sofreu com acidente. Eu era a única com o cinto de segurança.

Dora desviou o olhar daquilo, então concluiu que era óbvio que Shaniqua estava morta. Dora ouviu o som de sireres de polícia, então começou a pensar e se preocupar. Ela morreu, mas ainda vão encontrar as jóias e a enxada... Droga! Ela então tocou a mão no pescoço, ainda sentira alguma dor por causa da chave de braço que levou de Shaniqua, então pode ver que seu pescoço estava totalmente vermelho e ainda tinha marcas no rosto dos arranhões causados pela negra. Uma raiva tomou com de si, mas então sua mente parou e então Dora olhou à sua volta. Pode ver o corpo de Shaniqua ali, caído e inerte no chão, então voltou e viu Kurt no carro, então ela colocou as mãos sobre os arranhões em seu pescoço. Sorriu maliciosamente.

Ela chegou perto de Kurt, ele ainda estava vivo e estava começando a despertar. — O que houve? Dora... — Disse ainda cuspindo algum sangue, mas não conseguia se mexer. A enfermeira apenas o olhou nos olhos, e se abaixou e procurou alguma pedra no chão. Rapidamente encontrou, a pedra era enorme e Dora mal conseguia segurá-la. O som das sirenes começou a ficar mais próximo.

— Vai Dora... Chama eles, eu preciso de ajuda se não eu irei morrer... — Kurt tentava falar.

— Me desculpe Kurt, mas você tem que morrer... Pra eu poder viver e não ser presa. — Kurt cuspiu algum sangue, sem ainda entender nada, mas balbuciou mais algumas palavras:

— Dora você não é...

Dora pegou a pedra e a levantou e num milésimo de segundo a jogou por cima do teto do carro que amassou completamente a cabeça de Kurt, tirando sua vida no mesmo segundo. Muito sangue espirrou no rosto de Dora, esta ficou parada por algum tempo vendo mais alguma carne da cabeça de Kurt se desprender e cair no colo do negro. Ela passou a mão sobre o rosto e foi em direção ao banco de trás do carro, abriu a porta e entrou e depois voltou a fechá-la, ficou ali parada. Fechou os olhos e aos poucos ia adormecendo, enquanto via alguns policiais se aproximando ainda um tanto longe. Eu sou a vítima, a pessoa que foi agredida pelo casal que roubava as jóias da Angel, eu deixei a porta aberta do lado do banco que eu estava sentada, como se fosse por onde a Shaniqua saiu. Eles irão pegar o meu depoimento e eu falarei que quem roubou tudo foi a Shaniqua e o Kurt, que eles sempre tiveram um caso e que eu fui tentar ajudá-la pois caí na sua mentira, mas ela ia me matar até me arranhou e me enforcou... Eles estão mortos, não podem falar nada. Dora olhou para o corpo de Shaniqua do lado de fora do carro.

— Você fará o meu papel, e eu farei o seu, Shani... — Dora permaneceu de olhos bem fechados, enquanto suspirou e se deixou levar pelo cansaço.

Adormeceu.






Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CONTÉM SPOILERS...





Moral da história: Use SEMPRE o cinto de segurança. :)
Bom, vocês devem ter suas opiniões sobre o que acham que vai ocorrer daqui para frente, ficarei feliz em vê-las e respondê-las nos reviews! ^^
E uma coisa, o próximo cap será bem focado em Leonel, Rosie e seus filhos. Então não precisa se preocupar quanto ao papel deles na fic... E tá bom! Parei com isso de acidentes envolvendo carros ou caminhões! kkkkkkk Prometo, que agora parou mesmo! XD
Bom agora o lance vai ficar sério! E aí, vcs são: #TeamMorte ou #TeamSobreviventes ?
Abs e até o próximo capítulo! o/