POV.Austin.

    Lá estava eu, sentando numa arquibancada, com tédio. Muito tédio. Primeiro, a arquibancada do colegio era muito dura. Meu bumbum estava começando a doer. 

    Eu estava ficando com dor de cabeça por tanta gritaria. E eu estava com vontade de simplesmente sair dali e ir para o chalé dormir. Mas isso iria contra muitas regras.

     Eu poderia me levantar e gritar "Filho de Nike aqui! Venham, pessoas, me tirem do caos!Vem ni mim, semideuses" Mas, isso seria vergonhoso. Não sou daqueles sem vergonha. Se eu fizesse isso, teria vontade de cavar um buraco no chão, meter meu pescoço lá e ficar lá para sempre. Eu me alimentaria de minhocas.

     Filhos de Nike não se destacam dos outros semideuses. Digo, não muito pela aparência, então é meio que difícil nos reconhecer no meio de uma multidão. 

    Então, tive uma ideia. Peguei meu caderno. E escrevi em grandes letras. "Filho de Nike aqui =)" .

     Então eu mostrava o cartaz e sorria para cada pessoa que passava. Acho que eu parecia meio bobo segurando o cartaz e sorrindo, mas só estava querendo ser simpático.

    Um menino alto e forte subiu em minha direção. Ele estava usando uma camiseta vermelha e uma calça jeans. Além de tênis da Nike. (É meio irônico isso...Tipo, sou filha de Nike e...Ah, dane-se!)

    - Oi. Você é filho de Nike? - perguntou.

     - Sim! Sim, eu sou! Vamos embora daqui! - gritei. - Leve-me para onde for!

     - E se eu quisesse o levar para a Turquia? - perguntou arqueando uma sobrancelha. 

     - A Turquia é melhor que isso - digo serio.
    
     - Okay... Eu acho que você quer sair daqui.

     - Nãão, imagina! 

     - Ah, beleza. Então vamos sentar aqui e conversar!

    - Não! Vamos embora! Pelo amor de Zeuza Fabulosa! - exclamo desesperado.

    - Pensei que queria ficar.

    - Mas não quero.

    - Pois é.

    - Beleza.

    - Beleza.

    - Beleza.

    - Vamos embora daqui?

    - Beleza.

   - Anh, qual seu nome?

   - Beleza.

    - Ei, ei, ei, acho que esse grupo está com problemas de entrosamento! - diz aquela mulher estranha, Elisa.

    - Não, não, não, tá tudo beleza, eu e meu camarada aqui,o, anh, Jesucreida e eu estamos indo no refeitório, não é Jesiucreida? - tá, tenho que admitir : aquela mulher dá medo. Muito. Eu queria ela o mais longe possivel de mim e do... Jeisucreida.

     - Ei, meu nome não é Jesucreida! - diz o menino. Dou um beliscão na perna dele, para ver se cooperava.

       - Opa, foi mal. Franscisleine? - tudo bem, minha criatividade para nomes não está boa no momento.

    - Não. Até parece que não me conhece...Né, meu amigo... Jacinto Pinto? - ele sorriu sem graça.

    - Bem, parece que não sabem nem seus nomes... - murmurou Elisa desconfiada.

    - Nada, tia...É apelidinho carinhoso - falei sem graça. 

    - Certo, podem ir ao refeitorio. Jacinto Pinto e Franscisleine. - ela diz, indo embora monitorar outro grupo. 

    - Ok, eu não vou te chamar de Franscisleine o dia todo.

    - Certo. Eu sou o Alex. - ele falou estendendo a mão.

    - Austin - digo apertando a mão dele - Sério, vamos embora. 

   Saimos das arquibancadas conversando um pouco. Descobri que Alex era filho de Ares e que gostava de bolinhos. Lembrem-se crianças, se uma pessoa disser que não gosta de bolinhos, saiam correndo por que ela é uma maníaca. Se ela disser que gosta, tudo bem.

   - Sabe, Francisleine - eu ficava o chamando assim, mas deixa. - Um amigo meu é filho de Dionisio, ele tem um irmão. O irmão dele vai dar u a festa hoje a noite, quer ir?

    - Então eu vou na festa como amigo do amigo do irmão do cara que tá dando a festa, é isso? - indagou, um pouco confuso.

   - Não, rapaz. Você vai pra festa como amigo do amigo do irmão do cara que vai dar a festa, entendeu?

   - Então, eu vou chegar pro "segurança" e dizer "Eu sou amigo do amigo do irmão do dono da festa"?

   - Não, veí, cê não tá entendendo - balanço a cabeça negativamente. - Você vai chegar pro segurança e dizer que é amigo do amigo do irmão do dono da festa, sacou?

    - Mais isso não é a mesma coisa que eu disse? - ele continuava confuso.

    - Era? Sei não, hein. Acho que a diferença era que você estava errado e eu estava certo. E você vai me pagar uma pizza. - minhas técnicas hipnóticas são melhores do que as das filhas de Afrodite.

   - Certo. Não, pera. - ele parecia realmente confuso. Ele vai até o caixa e paga uma pizza. - Toma.

   - Otimo. Agora, fica ligado no que está se metendo. Esse cara é um dos melhores organizadores de festa que tem no acampamento. Só vai quem é legal ou quem é conhecido.

   - Nesse caso, eu sou legal ou conhecido? - interroga.

  - Quer mesmo que eu responda? 

  - Não... - murmura ele com cara de "Okay...".

  - O nome do cara é Nicholas.

   - Onde vai ser a festa? - pergunta, animado.

   Sorrio malicioso, se ele soubesse...