Ao final da tarde, Rey chega em sua casa cansada das aulas e depois de seu ensaio, toma um rápido banho e, coloca um vestido de lã vermelho, sua cor favorita, junto com uma calça legue preta, botas de cano alto preta, e, solta os cabelos, antes de pegar um sobretudo vermelho, sua bolsa e sair em passos apressados para ir à casa de Saori.

― Vai sair, filha? – pergunta Kaoru, encontrando-se com sua filha no hall de entrada.

― Sim, mamãe. – responde Rey – Tenho uma reunião de amigas na casa de Saori. Sabe como é, coisa de garotas. Não vou me demorar muito. Pode me ceder o motorista?

― A vontade. Só não volte muito tarde para casa, querida. Você sabe como eu me preocupo.

― Sei sim. Mas não se preocupe, não pretendo me demorar. Até mais tarde, mamãe.

― Até mais tarde, querida.

Rey dá um beijo de despedida em sua mãe e vai para a garagem, onde o motorista abre a porta do carro para ela entrar. Resolve ligar seu som, coloca os fones de ouvido e fica escutando Zankuku Na Tenshi No Teese até chegar à casa de sua amiga.

Na porta da casa de Saori, encontra-se com as outras detetives dimensionais.

― Olá, meninas. – diz Rey, toda animada.

― Oi. – fala Kari.

Não demora nem cinco minutos e Saori aparece no portão, recepcionando suas amigas.

― Que bom que vieram! – diz a jovem.

― Você mora em uma casa enorme. – comenta Mina.

― Nem tanto. – diz Saori – Precisam ver a casa da Rey, a mansão Tachikawa sim vocês chamariam de grande.

― Seu avô tem negócios com as empresas da família da Rey, não é? – pergunta Sylia.

― Exato. – responde Saori – E, é por isso que eu já conhecia a Rey antes de acontecer vocês sabem o que.

As cinco jovens entram na mansão em que Saori reside e, seguem com ela até seu quarto, onde se acomodam pelo chão antes de começarem a conversar.

― Uma coisa que eu queria muito saber, é porque só a Rey se transformou aquela vez. – comenta Kari.

― Não vem olhando para mim não! – devolve Rey – Eu não sei explicar como é que consegui fazer aquilo, essa é que é a verdade! Eu só sei que senti como se o fogo fizesse parte de mim... E então eu consegui me transformar...!

― Mas foi incrível! – diz Mina – Espero que eu dia eu consiga fazer igual! Dominar as chamas da forma como você dominou!

― É? – fala Rey, brincando – Aposto que você se sairia muito bem, Mina.

― Saori, não vi sinais de seus pais nem de seu avô. – comenta Kari – Eles só chegam mais tarde?

― O vovô está em uma reunião no escritório e só chegará bem mais tarde. – responde Saori – Quanto meus pais, eles morreram quando eu tinha três anos em um acidente marítimo. Desde então vivo com o vovô.

― Me desculpe. – fala Kari, um pouco sem jeito – Eu não sabia disso.

― Não tem porque se desculpar. – diz Saori – O passado é o passado, e o que importa é o presente. Mas, se quer saber como foi, me contam que foi em um cruzeiro, e que, inesperadamente, começou uma tempestade. O capitão perdeu o controle e o navio bateu em algumas rochas, afundando. Parece que todos as pessoas morreram afogadas, pois os ventos causados pela tempestade eram tão fortes que criaram tornados na água. Até hoje, ninguém sabe como sobrevivi. Meu avô brinca dizendo que o deus das águas me protegeu, mas, a verdade, é que odeio o mar por conta disto.

― Eu imagino... – diz Kari.

Saori fecha os olhos e volta a ter aquela estranha sensação, de ondas invadindo a sua mente... De ser tragada pelo oceano... Abre os olhos novamente e percebe que está suando frio.

― O que foi? – questiona Rey.

― Nada não. – responde Saori.

Nisso, inesperadamente, uma luz surge do nada e, as cinco garotas são tele transportadas dali, indo parar no Centro das Dimensões do Tempo e Espaço, onde Shiro está esperando por elas.

― Olá, detetives. – recepciona o homem.

― Que “olá” o que, Shiro! – diz Rey – Que história é essa de tele transportar a gente sem aviso prévio? Isso não é coisa que se faça!

― Por acaso isso incomodou você? – questiona Shiro.

― É claro! – responde Rey – Afinal de contas eu gosto de ser consultada antes de ter meu corpo tele transportado!

― Por que trouxe a gente para cá? – pergunta Mina.

― Outro demônio dimensional? – questiona Kari.

― Acertou. – responde Shiro – Outro demônio dimensional está atacando, a procura do portal para o nosso mundo e é dever de vocês impedi-lo de conseguir este objetivo.

― Já sacamos. – diz Rey – Vamos lá para essa dimensão acabar logo com isso!

― Está bem confiante, em? – brinca Sylia.

― É claro! – responde Rey, com um sorriso otimista – Depois de toda aquela minha transformação aquelas criaturas vão ver só!

― Está pegando gosto pela coisa. – diz Mina.

― Não é bem isso. – diz Rey – Só não quero ver ninguém sofrendo por conta de monstros horríveis como aqueles que encontramos da última vez. Não gosto de ver ninguém sofrendo, especialmente aqueles que eu amo.

― Vou abrir o portal dimensional para vocês. – avisa Shiro.

― Temos mesmo que ir com ela? – pergunta Saori.

― É o destino de vocês. – diz Shiro – Desde que nasceram estão predestinadas a isso. Lembre-se de seu passado e daquilo que mais teme e odeia, Saori, talvez isso a ajude em algum momento de necessidade.

― O que quer dizer com isso? – Saori volta a perguntar.

― Na hora certa, você irá descobrir. – responde Shiro.

― Vamos logo! – diz Rey – Shiro, abre logo um portal dimensional pra darmos no pé! Mesmo sendo uma detetive dimensional eu ainda tenho horário para chegar em casa!

Shiro abre um portal dimensional e, em seguida, manda as cinco detetives dimensionais para a dimensão onde terão o seu segundo desafio. Em seguida, o homem caminha até o quadro que sempre costuma contemplar e, o fita com um ar pensativo.

― Minha senhora, a batalha pelo destino da humanidade já começou...!