As Detetives Dimensionais escrita por MisuhoTita


Capítulo 2
Um Tempo Para Compor




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“Querido diário:

Daqui a alguns meses acontecerá uma festa em meu colégio e, durante os meses de preparação, minha professora de canto deverá escolher o aluno ou aluna que compor a melhor música para se apresentar em um solo. Devo confessar que gostaria muito de ser a escolhida, mas, não sei se tenho capacidade para tanto. Principalmente porque ultimamente não consigo encontrar a verdadeira inspiração para compor.”

Rey fecha seu diário e volta sua atenção para os cadernos espalhados por seu quarto, sem conseguir encontrar a inspiração necessária para compor. Com raiva, acaba jogando um dos cadernos para bem longe, pois, nunca antes em sua vida achara tanta dificuldade assim para compor uma música.

― Droga!!! Que raios está acontecendo comigo afinal de contas?!

Fecha seus olhos e, para sua surpresa e total espanto, sua mente é invadida por imagens de poderosas chamas, que literalmente fazem sua cabeça explodir. Atordoada, a jovem Tachikawa leva as duas mãos à cabeça, a fim de espantar a dor que só aumenta.

Tamanha é a dor que sente que faz com que perca a consciência e desmaie no chão de seu quarto.

 

 

*****

 

 

Shiro tem seus olhos fixos para o quadro da mulher com o rosto queimado, e, um sorriso estampa sus feições. Em breve, o momento que sua senhora tanto esperou irá chegar, pois os sinais que foram profetizados tanto tempo atrás já estão começando a aparecer.

Fogo.

Água.

Raios.

Vento.

Luz.

Cinco elementos que serão a chave para a salvação do planeta. Para “eles” pode ser que o mundo não tenha salvação. Porém, a verdade, é que o poder de sua senhora salvou a todos no passado, e permitiu que uma nova geração pudesse ter a esperança de um futuro melhor.

“Eles” podem estar trabalhando para a destruição do mundo. Mas, assim que os cinco elementos se reunirem novamente, uma nova esperança será irradiada! E será o começo de um futuro melhor... O nascimento de uma nova lenda...

O poder que provém do fogo já começou a se manifestar... E, em breve os outros quatro elementos também terão a sua manifestação de poder. Tudo o que lhe resta agora, é esperar até amanhã, pois amanhã será o dia em que a primeira linha de um novo futuro começará a ser escrita...

 

 

*****

 

 

― O que houve...?

Atordoada, Rey se levanta do chão, e olha para seus cadernos totalmente espalhados pelo seu quarto, lembrando-se que não consegue ter o mínimo de concentração para tentar compor uma música, tudo graças a estes estranhos sonhos e sensações que lhe invadem e que, ironicamente, depois não consegue se lembrar.

Decide sair um pouco para se distrair e, quem sabe, recuperar um pouco da inspiração perdida. Vai até seu closet, abre seu armário e pega um sobre tudo vermelho, sua cor favorita. Em seguida, sai de seu quarto, anda pelo corredor, desce as escadarias e encontra uma das empregadas no hall de entrada.

― Vai sair, senhorita? – pergunta a empregada.

― Parece óbvio, não? – responde a garota.

― Senhorita, sua mãe não gosta que fique até tarde na rua.

― Eu sei, ok? Só vou dar uma volta, tomar um ar! Tô me sentindo quente e sufocada, e olha que nem estamos no verão! Volto antes do jantar!

A jovem Tachikawa deixa a mansão e começa a caminhar pelas ruas da cidade, chutando o ar e com as duas mãos no bolso de seu sobre tudo. Para em uma pracinha e começa a olhar para seu reflexo em um lago. De repente, as águas do lago começam a se tornar vermelhas e Rey tem certeza de estar vendo poderosas chamas no meio da água. Fecha os olhos assustada e, no instante seguinte, ao abri-los novamente, nota que as águas voltaram ao normal, e a única coisa que vê é o seu reflexo.

Depois desta estanha visão, decide deixar o lago e vira-se de costas com tudo, esbarrando em um rapaz.

― Você é cega? – esbraveja o homem – Acaso não olha por onde anda?

― Quem você está chamando de cega, idiota? – questiona a garota, contrariada.

― Caso você não tenha notado, você quase me atropelou!

― Jura? – a jovem finge inocência – Pois saiba que eu nem notei.

Rey olha para o rapaz a sua frente, alto, porte atlético, cabelos negros, lisos e longos, um pouco abaixo de seus ombros, parece um filhinho de mamãe.

― Não suporto garotinhas irônicas como você.

― É mesmo? Então porque está aqui, discutindo comigo? Vai embora, filho, não estou te prendendo aqui!

― E se eu não quiser?

― Só mostra que, ao contrário do que está falando, você está adorando a minha presença!

― Você é bem prepotente, não é mesmo?

― Só um pouquinho. Mas escuta, você não me parecer ser daqui. Nunca te vi pelas redondezas antes.

― Mudei-me para esta cidade há poucos dias, se é que você quer saber.

― Ahá, então você não tem nenhum amigo, e, apesar de me achar insuportável conversa comigo na falta de algo melhor para fazer.

O rapaz não consegue segurar as risadas ao ouvir as palavras dela. E, por um momento, Rey começa a rir junto com ele, esquecendo-se completamente do que vira no lago. Quando se lá conta, as imagens novamente foram bloqueadas de sua mente.

― Droga, a culpa é sua!!!

― A culpa é minha o que, sua doida?

― Você me fez esquecer de algo importante!

― Olha, literalmente, você não é uma mocinha normal! Da próxima vez que esbarrar em um estranho, seja gentil e peça desculpas. Au revoir!

E, dizendo estas palavras, o moreno enigmático de despede, piscando para Rey que, em resposta, mostra a língua para ele.

Rey fica parada, olhando o moço moreno se distanciar cada vez mais. Nunca havia discutido com um rapaz que nunca antes vira na vida, e, até se estranhou por conseguir tamanha proeza. Olhando-o de costas, consegue notar melhor seu porte, enquanto os longos cabelos dele cobrem um pouco o casaco de couro que usa. Ele é realmente um insuportável.

― Mas, apesar de ser um chato insuportável, até que ele é bem bonitinho...


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