Depois de uma noite de Cinderella com seu príncipe encantado, Selphie dormia tranquilamente ouvindo This Time (JoJo) no seu celular bem baixinho e foi surpreendida com um cheiro agradavelmente delicioso de comida, que vinha provavelmente da cozinha. Mesmo hesitando por causa de seu sono e cansaço da noite anterior, a morena se levantou de sua cama e foi caminhando lentamente com um sorriso de noite passada em sua face. Chegou na cozinha e perguntou:

— Que cheiro e esse mam...— sua frase foi interrompida ao chegar na cozinha — Ah... Você não é minha mamãe! — Selphie falou, ao ver quem estava na verdade comandando o fogão.

— Isso é bom ou ruim? — uma voz rouca, na verdade a de Ventus, falou rindo para a garota e esta corou.

— Um pouco dos dois... — ela colocou a mão atrás do ombro e começou a alisar o braço com a outra mãe — Fazendo o que aqui? E... — ela olhou aos arredores — Cadê... Cadê a minha mãe?

— Ela saiu pra fazer umas compras, disse que você tava dormindo mas que eu podia esperar — Ventus declarou e balançou a panela para cima, revelando o que estava preparando.

— Como sabe que eu amo panquecas? — Selphie riu ao falar e Ventus desligou o forno, rapidamente indo até Selphie na porta da cozinha e a pôs contra a parede, roubando-lhe beijos quentes e cheios de paixão inclusos no pacote; Ele a puxou pela cintura e ela envolveu seus braços em volta de seu pescoço, enquanto apreciavam o beijo doce que fazia uma segunda guerra da Keyblade dentro de suas bocas, mas que teve de ser interrompido pela falta ar... — Isso... É uma boa resposta! — ela riu ao falar.

— Ai meu Deus, parem com isso, eu acabei de acordar e... — Serah falava entrando na cozinha, até sentir o cheiro de panquecas no ar — Pensando bem, se vocês terminarem as panquecas podem me enojar o quanto quiserem! — ela completou, dando meia volta e indo para a sala e se jogando no sofá.

— Me ajuda? — Ventus falou e Selphie deu um sim com a cabeça.

Depois de ajudar Ventus com as panquecas e da chegada da mãe de Selphie, todos foram para a mesa comer a obra de arte preparada pelos dois; Serah, por ser a doida por sobremesas de sempre, amou ainda mais o cunhado. A mãe das garotas também estava só elogios para Ventus, o que deixava Selphie bem feliz.

— Parabéns, Ventus! Acho que no quesito “cozinha” Selphie acertou em cheio o namorado! — ela elogiou-o e este pode ver o sorriso de Selphie para ele.

— É, nesse quesito a maioria me acha bom... — ele mordia um pedaço da panqueca — Não é verdade, Selphie? — ele olhou de repente para ela e esta se assustou.

— Selphie? Eu que deveria elogiar! O meu café da manhã foi salvo — Serah salvou a irmã de falar alguma coisa, além de fazer todos ali rirem — Não é mesmo meu cunhado? — ela abraçou Ventus, que estava sentado do lado dela.

— Salva porque? — Selphie não entendeu. — Porque? Porque se dependesse de você eu ganharia cereal no café da manhã, a mamãe tinha saído...

— Folgada... — Selphie falou pelos ombros.

— Como é que é? — Serah mostrou os punhos para Selphie.

— Opa, se acalmem... — A mãe das garotas tentou acalmá-las — Daqui a pouco isso aqui ta parecendo o massacre dos Heartless! — ela falou ainda de bom humor e Ventus riu da frase. — E Ventus... — ela o chamou — Se não se importa gostaria de falar com você em particular, tudo bem?

— Ah... Claro, Sra. Farron — Ventus aceitou e a mulher o levou ao seu quarto, onde as paredes eram mais grossas, e com a porta fechada, as meninas não escutariam nada mesmo se quisessem... — O que queria? — ele perguntou.

— Ventus eu vou ser bem honesta com você... — ela ficou de frente para o garoto e esse a encarava nos olhos, destemido de todas as formas — Eu gosto de você! É um garoto de personalidade, não parece se importar com o pensamento dos outros, é carinhoso e amoroso com a minha filha além de ser bem comportado de todas as formas. — ela o elogiou.

— Obrigado?

— Ainda não acabou. — ela falou, cruzando os braços logo em seguida — Já Serah é uma garota tímida, nunca trouxe ninguém de Naminé e Kairi aqui em casa, tem dificuldade com amigos e provavelmente com namorados, a salvação dela esta em sua inteligência e dela ser uma garota muito bonita — ela disse — O que você quer com ela? — agora sim ela esperava uma resposta; Ventus sabia bem o que dizer para a mãe de sua amada, contudo, aquele olhar congelante dela era um tanto desconfortável.

— Sabe, Sra. Farron, antes da Selphie eu tive duas namoradas e eu posso te dizer com certeza: Selphie é uma garota de ouro! Ela é sim inteligente e bonita, mas ela também consegue ser engraçada, sonhadora e se abrir com as pessoas. — Ventus falou — A questão é que... Eu to apaixonado pela Selphie já faz um bom tempo... E eu só quero ficar com ela, eu quero poder abraçá-la, beijá-la, amá-la e poder ser um ombro amigo pra ela, só isso! — ele disse e a mulher fez uma cara de quem processava as palavras dele.

— Esta certo... Você tem meu apoio. Mas ainda lembre que Selphie nunca namorou antes e como você mesmo disse, ela é sonhadora! Sonha em encontrar o príncipe encantado. — ela disse, pondo a mão em seu ombro — Seja esse príncipe esta bem?

— Esteja certa que sim... — Ventus falou e logo saiu do cômodo para voltar a mesa, deixando a mãe de Selphie aberta e livre para abrir um leve meio-sorriso ali...
–-----------------------------
Havia um parquinho perto da casa de Kairi, bastante enfeitado com flores e arvores, além de um pequeno lago e brinquedos espalhados por vários lugares. Kairi estava lá, sentada em um banco azul jogando algumas pedrinhas no lago com sua blusa de frio por causa do frio do inverno de Julho. Foi ai que ela sentiu uma mão lhe tocando por trás e imediatamente viu que era Naminé, que acabará de chegar e tratou de se sentar em seu lugar.
As duas ficaram minutos sem se falar enquanto jogavam as pedras no laguinho e dividiam um fone de ouvido, que tocava Not That Kinda Girl (JoJo) , contudo, o clima não estava pesado, as garotas que não sabiam muito bem o que falar, então enquanto isso pensavam enquanto trocavam sorrisos uma para outra e riam sem porquês de vez em quando...

— Então... Ele já sabe não é mesmo? — Kairi tomou a iniciativa de perguntar e jogou mais uma pedra do lago; Naminé suspirou e deu um não com a cabeça...

— Não... Não, eu acho que ainda não. Mas provavelmente a Yuffie vai contar — Agora Naminé que havia jogado a pedrinha.

— Yuffie? — Kairi perguntou, não reconhecendo o nome.

— É uma longa história... — Naminé falou, com um sorriso forçado no rosto.

— Quer... Conversar sobre isso? — Kairi perguntou, viu que a realidade da face da amiga era outra, mas não tinha idéia de como ajudar. Naminé balançou a cabeça em negativa e, em momentos, ela desabou, soltando as pedrinhas de sua mão e abraçando a amiga, pondo-se a chorar e chorar.
Ela chorava pelo que não havia chorado antes, pelo que não deveria ter feito antes, e por não ter se afastado de Roxas enquanto ainda era tempo...

— Kairi... Me promete que ele não ira se machucar! — Naminé pediu no pé da orelha da amiga enquanto esta acariciava seu cabelos.

— Não posso fazer isso, Namine, é inevitável alguém não se machucar. — Kairi disse, depois de derramar uma lagrima...
–-----------------------------
De tarde, quase ao meio dia, todos estavam aflitos atrás de Yuffie na casa de Roxas, principalmente o garoto. A garota havia dormido em casa? Sim, mas de manhã seu quarto já estava vazio e haviam algumas poucas peças de roupa nas gavetas do quarto de hóspedes...

— Nada! O celular não toca, é décima vez que ligamos — Axel falou, bravo e colocando o celular no bolso.

— Afinal, onde essa garota foi parar? Ela não pode ter ido muito longe, não é mesmo? — Roxas dizia, puxando os cabelos de raiva da prima.

— Você é que pensa! — Zack falou, debochando.

— Ela ganha dinheiro todo o mês desde os 9 anos e nunca gastou um centavo Roxas, ela poderia passar um ano se escondendo se quisesse! — Cloud disse, sentado na mesa e com a cabeça apoiada na mão.

— Acha que ela foi pra um hotel? — Axel perguntou.

— Não sei... Mas do jeito que Yuffie é esperta ela pode estar em qualquer lugar!

— Chega! Vamos chamar a policia... — Roxas botou a mão no telefone fixo, mas foi parado por Zack — O que...

— Roxas, Yuffie sabe se cuidar! Não precisamos chamar a policia, cedo ou tarde ela vai voltar!

— Faz idéia do que ta falando Zack? — Axel gritou com o tio — Ouviu o tio Cloud, ela poderia ficar mais de um ano fora! — ele falou.

— Ela não ficaria um ano fora! O que ganharia com isso? — Zack disse, tranquilamente — Façam o seguinte: Se ela não voltar em uma semana... A gente chama a policia, ok? — ele sugeriu e Roxas cansou de ouvir baboseiras.

— Se acontecer alguma coisa com a Yuffie, eu não vou perdoar ninguém aqui... — Roxas declarou, seguindo para as escadas que davam em seu quarto, logo se jogando em sua cama e pondo-se a pensar na vida tranquilamente... Mas com varias coisas a serem pensadas! Naminé e Yuffie, o que as duas havia falado naquela noite? O que era tão importante para Yuffie ter fugido daquele jeito? E o que era tão importante para Naminé ter fugido, e não retornado suas 50 ligações...