Beck Oliver

Acordei com extremo bom humor. Ontem à noite, Jade e eu nos divertimos muito. É ótimo passar o tempo com ela, sabe... Sem pressão, só apreciando a paisagem. Recebi uma mensagem de Zac. Estranho!

“Pensei que podíamos sair pra correr, fazer exercícios, conversar, sei lá. Passo na sua casa em 20 minutos.”

Era incrível como Zac era mandão como a Jade, ele simplesmente não perguntava se podia vir, pra ele eu tinha que fazer o que ele mandasse. Argh! Mas pensando por esse lado, até que não é má ideia, to precisando fazer exercícios mesmo. Arrumei-me e esperei sua chegada. Zac finalmente chegou e abri a porta do RV pra ele.

– Então... Vamos? – Perguntou pegando uma maçã em cima da mesa.

– Precisamos chegar antes da hora de eu ir buscar a Jade. – Informei.

– Não tem problema, pede pra ela ir pra casa da Tori, que quando a gente voltar, eu te deixo aqui e a gente vai num carro só. E na volta, deixo vocês em casa. – Disse dando uma mordida na maçã. Concordei e enviei uma mensagem a Jade.

“Amor, to indo correr com o Zac, vai pra casa da Tori e me espera lá, okay?”

Vi Zac postando no The Slap:

“Corrida com o Oliver, espero perder calorias.”

Humor: Elétrico.

Depois disso, tranquei o RV e fomos pra corrida. Começamos caminhando e depois corremos, acelerando cada vez mais o passo. Zac era mais rápido do que eu, mas ele estava mais acostumado com isso. Voltamos à caminhada.

– Então, o que te levou a me chamar pra correr? – Perguntei desconfiado.

– Eu to precisando conversar e a Jade não é a melhor escolha. Ainda conversamos, mas depois que comecei a namorar a Tori, ela meio que mudou por ser contra isso. Eu não ligo muito, mas quando estou com problemas com a Tori, sinto que não posso conversar com ela. – Disse naturalmente. Eu entendia o seu lado e o de Jade também. Perder o melhor amigo pra Tori, não deveria ser legal. Já que Jade não a suporta.

– Entendo... Qual o problema? – Perguntei ainda caminhando.

– Não sei. Minha vida tá perfeita. Eu tenho namorada, minha irmã voltou, não brigo tanto com meu pai, deveria estar tudo bem comigo, mas falta alguma coisa... – Disse acelerando o passo sem notar. Era como se quisesse tocar em um assunto, e ao mesmo tempo não fazê-lo.

– Você anda fazendo... Hum... Com a Tori? – Perguntei referindo-me a relações sexuais, afinal da ultima vez que me senti assim, foi porque a Jade não estava comparecendo...

– Talvez. Quer dizer... Tivemos nossa primeira vez, que deu uma tamanha confusão. Então eu não sei se ela quer de novo. E também não sei se posso ser eu mesmo com ela, é que a Tori é tipo meiga e muitas vezes inocente, e sabe... Han... Num quarto... Por mais que isso me atraia, talvez vai ser assim sempre, e uma hora vai ficar... Monótono. Talvez seja isso. – Zac pareceu entender algum tipo de conflito interno.

– Hum... Sabe... Jade e eu também tivemos alguns problemas no início. Acho que por mais que eu seja homem, Jade sempre foi melhor do que eu nesse tipo de coisa... E nós aprendemos juntos, quer dizer... Você e a Tori... Podem acontecer coisas mais... Digamos... Sérias que só vocês vão saber... Você está me entendendo? – Perguntei não querendo me aprofundar mais ainda no assunto.

– Hum... Talvez, mas acho que deve ter alguma coisa de errado comigo. Quer dizer... Ela não tentou nada e fico meio constrangido em tentar algo, já que ela meio que negou algumas vezes. Será que meu corpo tá feio? Ou que sou péssimo na cama? – Perguntou atordoado e confuso. Isso é constrangedor, porque eu não vou dizer a um garoto que ele é bonito. Não do jeito que ele precisa escutar é claro. – Preciso correr mais, te vejo na casa da Tori. – Disse voltando a correr, enquanto eu parava na porta de casa. Aparência, sei bem como pode ser estressante para um homem. Affs! Tomei banho e me arrumei. Peguei meu carro e fui pra casa da Tori. Chegando lá, ouvi um silêncio. Estranho! Toquei a campainha e Tori abriu a porta um pouco corada. O que andou acontecendo entre as duas?

– Oi gente! Que bom que recebeu minha mensagem. – Falei entrando na casa e dando um beijo na bochecha de Jade.

– Nunca me acordei tão desanimada na vida. – Jade reclamou como sempre. Tori ainda parecia corada.

– Então... Sobre o que estavam conversando? – Perguntei arqueando a sobrancelha pra Tori que parecia incorporar um tomate de tão vermelha.

– Sobre nada... Olha! O Zac chegou. Vamos... – Disse me puxando pela mão até a porta enquanto Zac tocava a campainha. Estranhei de início, mas pode ser apenas conversa de meninas, isso eu respeito. Chegamos finalmente á HA. Zac se separou da gente e fomos pra nossa aula de Produção. A professora começou a falar sobre estilos diferentes de filmes e de como filmar.

– Ação! - Disse Cat de repente. A professora perguntou por que ela tinha dito isso. – Isso é o que eles dizem quando fazem filmes. – Explicou.

– Nós não estamos fazendo um filme agora. – Alertei. Isso era sem sentido!

– Corta! – Falou Cat ainda rindo. Ela tem problemas muito sérios. A professora a interrompeu nos dizendo que iríamos assistir a um filme que o Sinjin produziu e o próprio se levantou da cadeira batendo palmas pra ele mesmo.

– Se chama: “Hora do macaco no Balde”. – Disse Sinjin animado. Acho que esse filme não vai ser um dos melhores. O curta começou e Sinjin estava vestido com um terno murmurando algo sobre estar com sede.

– Quer apostar quanto que isso vai ser terrível? – Jade sussurrou no meu ouvido.

– Não me arrisco a apostar. – Respondi. Mesmo que eu não queira ser maldoso, é quase impossível. A maioria das coisas que o Sinjin faz ou fala é estranha. No curta ele encontrava uma refrigerante e dava toda ênfase para aumentar sua sede, mas isso estava tão mais estranho do que eu imaginava. Olhei pra Jade que me retribuía com a mesma cara de: “O que é isto?”. Voltei meus olhos pra tela e Sinjin havia pegado o refrigerante e a câmera deu um zoom para seus lábios no momento que ele ia beber o refri. Eca! Desviei o olhar isso era extremamente nojento, sem falar que dava pra ver todos os dentes e partes da boca do Sinjin. Era como se fosse um beijo, um beijo nojento. Argh!

– Eu queria que o público visse o que o refrigerante sente quando é bebido. – Explicou Sinjin.

– Eu aposto que o refrigerante se sente nauseado e com vergonha. – Disse Jade assumindo sua personalidade malvada e sincera. Tenho que admitir que isso foi bem expressivo da parte dela, e nesse caso eu a apoiou, ninguém queria ver aquilo.

– O que significa ser uma mulher? – Perguntou Sinjin estranhamente. Espera! Isso quer dizer que ele gostaria de saber como é o corpo de uma mulher o que já é mais estranho do que o normal, e ele perguntou isso para a minha namorada, então ele queria estar no corpo dela? Espera! O que? Eu realmente pensei nisso? O fitamos com olhares significativos, se tinha sido isso mesmo, tomara que ele não imagine o corpo da Jade, porque isso seria ofensivo. O sinal tocou.

– Certo. Esperem, esperem, esperem, um minuto. Seus curtas-metragens serão a primeira coisa na terça-feira de manhã. Então gente, se encontrem com o grupo de produção e tenham certeza de que tudo estará pronto. – Disse a professora. Ótimo! Isso será uma tarefa legal! Levantei-me da cadeira sendo seguido por Jade que envolveu seus braços por minha nuca num abraço de lado, enquanto eu colocava minha mão em sua cintura.

– Ok gente! Nós começaremos gravar amanhã cedo. Na sala do Sikowitz. 7:30h em ponto. Tori, você tem que trazer o suporte principal. – Falou André.

– É! Um violino com uma assustadora e secreta faca dentro. – Concordou Tori. Afinal esse era o tema do nosso novo projeto. “Meias e Violinos”. Pois havíamos combinado de fazer os projetos de cada um por vez quando tivesse trabalhos em grupo como esse. André perguntou se alguém tinha alguma pergunta e Sinjin falou que tinha.

– Vocês acham que meu novo bronzeado parece natural? – Perguntou tirando a camisa e revelando a péssima cor que sua pele tinha. Afinal ele parecia ter tomado sol quando estava de camisa, sendo assim, a marca da blusa ficou em seu corpo. Definitivamente horrível, mas não posso falar isso pra ele. Fiquei calado, apenas abismado com o que ele tinha feito.

– Está parecendo que alguém torrou você dos dois lados e depois te obrigaram a vestir uma camisa de força. Vamos Beck. – Disse Jade pegando em minha mãe e me puxando para fora da sala. E de novo ela tinha sido malvada, mas eu realmente não me importava mais com isso. Fomos para o almoço e compramos nossa comida. Sentamos-nos e em alguns minutos, todos nossos amigos se sentaram em nossa mesa, como sempre.

– Então... Como foi a corrida de vocês, hoje? – Perguntou Robbie.

– Como você sabe que corremos? – Perguntou Zac.

– Porque eu vi a sua postagem do The Slap. Pena que não me convidaram. – Disse Robbie. Jade e eu nos olhamos pensativos. O Robbie não era muito de participar desse tipo de coisa, então porque a pergunta?

– Vejamos... Porque odeio você e porque não acho que pareça uma atividade que você faria, afinal você não costuma praticar atividades de garotos. – Despejou Zac, comendo sua batata-frita e saindo dali logo depois. Nossa!

– Isso foi tão ofensivo. – Disse Cat tristonha. Robbie ainda parecia absorver a informação.

– Não fica assim Robbie, ele só anda um pouco preocupado com algo. Por falar nisso, olha lá a minha gata. Hey Ash. – André levantou da mesa e foi cumprimentar a garota loira super estilosa estacionando seu carro. Estava feliz por ele.

– Tá vendo. É só que todos têm seus problemas, mas no final, cada um saí com sua namorada e eu fico aqui... Sozinho. Talvez eu esteja cansado disso. – Robbie também levantou da mesa e foi embora quase correndo dali. Eu não esperava por isso!

– Acho que vou falar com ele. – Falei saindo dali. Encontrei Robbie no Teatro Caixa Preta. – Hey Robbie, qual foi o motivo daquilo? – Perguntei já sabendo que era pelo que Zac tinha falado, mas algo a mais tinha acontecido com ele.

– Nada... É só que... Me acostumei por anos a ficar sozinho e agora não parece mais o suficiente. Todos têm suas namoradas e... Eu queria ter a minha. – Era simplesmente deprimente o modo como ele falava, mas ele era meu amigo, eu tinha que ajudá-lo.

– Escuta! Isso já aconteceu com todos... – Tentei.

– Jura? Já aconteceu com você? – Perguntou Robbie parecendo se animar.

– Han... Não. – Fui sincero. – É só que você tem que ficar feliz, cara. Qual é? Tem várias garotas por ai, quem sabe você não ache a sua. Só tem que se animar e viver a vida como ela é, sabe... Um dia de cada vez e ai quando menos esperar vai acontecer. Só... Seja você. Tudo bem? – Perguntei apertando seu ombro. Robbie sorriu e me agradeceu. Era bom ajudá-lo, mesmo não sabendo como fazer pra arrumar uma namorada pra ele. Fui para o estacionamento e Zac, Tori e Jade me esperavam.

– Conseguiu falar com o Robbie? – Perguntou Tori.

– Sim, e você fez muito errado, sabia? – Perguntei á Zac.

– Ele já sabe. Por isso vai pedir desculpas pra o Robbie amanhã, não vai? – Perguntou Tori, Zac baixou a cabeça. E quando finalmente pensei que ele ia fazer o que ela disse.

– Isso é você quem tá dizendo. – Disse Zac entrando no carro. Jade riu e tive que me controlar pra não rir da cara da Tori que parecia nem acreditar no que ele falou. Seguimos cada um pra sua casa. Já no RV, abri um chat no The Slap com Jade.

– Olá! Sinto saudades de você aqui comigo... – Falei depois que ela aceitou o pedido de chat.

– Também sinto, mas sabe... Minha mãe e o bebê... – Falou desviando o olhar. Era fofo, como ela cuidava da sua mãe, Jade estava extremamente atenciosa quanto ao seu irmão, mas mesmo gostando de cuidar dele, ainda que ele não tenha nascido, ela preferia não demonstrar preocupação. E mesmo negando isso, ela continuava a passar as noites em casa, para o caso de sua mãe precisar de algo. Eu achava lindo, mas claro que eu se eu dissesse á ela, Jade provavelmente mudaria de assunto.

– Sei que não é da minha conta, mas porque a Tori estava tão envergonhada quando fui á sua casa hoje? – Perguntei referindo-me a conversa das duas e querendo mudar de assunto.

– Sendo curioso, Senhor Oliver? – Arqueou a sobrancelha pra mim interrogativamente, não pude deixar de rir. – Pode não acreditar, mas estávamos falando de... Relações... Entre namorados. – Minha boca devia estar formando um belo “O” agora, mas eu não conseguia imaginar Jade e Tori falando sobre sexo. E se imaginasse, era Jade como professora falando sobre coisas safadas e... Melhor parar Beck, essa não é a melhor hora pra isso. – Não explicitamente porque você sabe, é a Tori e... Ela é toda: “Ai eu sou meiga e inocentemente chata”. – Jade imitou Tori e eu ri, ela o fazia muito bem. – Basicamente Tori queria saber como começar uma coisa dessas, do tipo... Deixar claro para o rapaz o que ela queria... Hum... Está me entendendo? – Perguntou quase num sussurro.

– E ela pediu pra você não contar isso pra ninguém por mais que a pergunta tenha sido inocente? – Perguntei imaginando um pouco. Jade concordou com a cabeça e deu aquele lindo sorriso malvado de sempre. – E como você tem suas discussões com ela, resolveu contar só pra mim, desse jeito a contrariando? – Jade parecia admirada com o quanto eu a conhecia, mesmo assim, assentiu. – Bom... Acho que um bom modo de começar com isso, é ter uma boa conversa, deixar claro que você quer aquilo e perguntar pra o parceiro ou parceira se ele quer o mesmo... – Dei minha opinião. Jade parecia discordar.

– Não foi essa resposta que eu dei á Vega. Eu lhe disse que o melhor modo pra isso, era provocar o outro ao extremo... – Jade começou a desabotoar a blusa revelando lentamente o seu sutiã, que no momento só aparecia à alça. Eu sei que posso tê-la, já que somos namorados, mas você não faz ideia do como isso é sedutoramente provocante e sexy. – Claro que Tori não faria isso, ela não é esse tipo de garota provocativa. Por isso eu lhe dei a ideia de ir direto ao ponto, sabe... Quando estiverem os dois, ela começar com as provocações de imediato. Isso é um caso aparte. Quanto a mim, como sou exatamente o oposto dela, gosto de começar... – Jade continuou a desabotoar a blusa, pois havia parado. – Bem devagar, sabe... Pelo começo... – Dessa vez ela se levantou da cadeira onde ela estava no seu quarto e se curvou para a tela, tirando lentamente o short. Uau! - Sinto muito que... Não estejamos juntos agora, Beck... Bom... Tchau. Tenho que tomar banho... – Mal pude ver direito as roupas íntimas de Jade, pois ela desativou o chat, me deixando aqui, decepcionado. Eu precisava de mais, meu amigo aqui embaixo necessitava de mais. Ah que droga! Agora quem precisa de um banho sou eu. Ufs! Acordei de bom-humor, queria fazer um ótimo curta pra ficar logo livre para Jade, se ela acha que podia me deixar assim, sem que eu faça nada, ela tá enganada, se é pra entrar no jogo da sedução. Beck Oliver é competitivo e também sabe jogar, mas primeiro vem o curta. Cheguei á escola e todos estavam na sala do Sikowitz como combinado. Cumprimentei todos e fui arrumar a câmera e as coisas no notebook.

– Acho que a Vega se atrasou dessa vez, temos que começar a filmar e ela ainda não trouxe o Stabolin. – Disse Jade como sempre reclamando da Tori, mas novamente ela estava certa. Precisávamos do Stabolin (o violão com a lâmina) pra poder fazer a cena. Robbie já estava quase pronto, faltava apenas se maquiar, isso era com a Cat. Jade escolhia alguns figurinos e André checava a sala.

– Cheguei, me desculpe por me atrasar. Já começamos a filmar? – Perguntou Tori chegando á sala.

– Não. Robbie não pode ser o violinista psicopata sem o adereço especial. – Expliquei. André perguntou onde estava o Stabolin.

– Han... Han... Tudo que eu tenho que fazer é conectar a lâmina ao violino e... – Tentou Tori. Droga, ela não tinha feito!

– Você não terminou o suporte principal para o nosso filme? – Perguntou Jade de maneira agressiva. – O que faremos agora? – Tori disse que não era sua culpa. – Então de quem é?

– Minha! – Disse Tori sem pensar. Era quinta-feira, e um filme demora a ser produzido, então tínhamos que correr um pouco se quiséssemos tempo extra, que era o meu caso. André perguntou o que houve. – Trina. Ela jogou os seguidores dela na minha cara. – Grande coisa! Robbie perguntou que seguidores. – No TheSlap.com. Ela tem mais seguidores do que eu, e ela se gabou por isso. Ela me envergonhou. – Tori parecia nervosa. Pra que tudo isso? André perguntou se foi por isso que ela não fez o Stabolin. – Sim. Eu fiquei a noite inteira no The Slap postando fotos engraçadas e twittando coisas pra que eu pudesse ter mais seguidores. – Cat perguntou o porquê, e eu também queria saber. – Porque me irrita que a Trina tenha mais seguidores do que eu. – Isso não faz sentido, primeiro porque nunca que a Trina teria mais seguidores que Tori, ela tem bastante e a Trina... Sabe... A Trina é a Trina.

– Relaxa! Olhe por esse lado... A maioria das pessoas acha que a Trina é uma pessoa horrível e grossa, certo? – Perguntou Jade. Tori assentiu. – Então é melhor que essas pessoas a sigam do que se seguirem você. Isso é o bastante. – Disse Jade. Foi tipo uma espécie de xingamento ou algo ofensivo, afinal mesmo a Trina sendo grossa e horrível, eles a seguiam, então quer dizer que a Tori sendo meiga e legal, mesmo assim ninguém a segue, não tanto quanto a Trina pelo menos. Pois é, isso só podia vir da Jade. O assunto terminou, eu acho. Dei a câmera a André e pedi pra ele se posicionar no outro canto da sala, teríamos melhor ângulo de lá.

– Sabe... Eu não acho que alguém deveria se importar com quantos seguidores alguém tem... – Falei dando minha opinião, afinal se a Trina tinha uns 5 seguidores ou 10 a mais que a Tori, por mais que fosse estranho, ela iria se estressar por causa disso? Tori disse que Trina tinha quase mil. – O que? Sério? – Cara! Que mentira! Todos se surpreenderam.

– Ok, sem chance de Trina Vega ter mais seguidores do que... Oh meu Deus, ela tem mais seguidores do que eu... – Jade olhou no The Slap e se chocou saindo pela porta. Antes disso André perguntou pra onde ela iria. – Estou indo arrumar mais seguidores.

– Jade, não é importante quanto o... – Filme, mas... Ela está certa. – Tenho que conseguir mais seguidores. – Falei saindo pela porta e não ouvindo André reclamar comigo. – Preciso de sua ajuda. – Falei puxando o braço do garoto loiro perto da máquina de refrigerante. – Vi seu perfil no The Slap, você tem 1484 seguidores no The Slap, como consegue fazer isso? – Perguntei olhando a página de Zac.

– Simples, sou famoso... – Arquei a sobrancelha e ele bufou irritado. – Tá, vivo anunciando nas postagens sobre fotos minha, então digo que no final de cada mês eu postarei uma foto interessante das peças que trabalho ou de mim mesmo, e as pessoas vão me seguindo para verem as fotos no final. E quando eu posto, o número cresce cada vez mais. Recebo 100 seguidores por mês. Bom, no dia que fiz a peça de sunga e postei a foto, recebi 250 seguidores, mas agora parei um pouco com isso. – Explicou. Nossa isso é genial! – Preciso de sua ajuda pra pedir desculpas para o Robbie.

– Claro! Olha ele aí. – Falei avistando Robbie vindo com a Cat. – Cat pode pegar um café pra mim lá no Festus? – Perguntei e ela saiu.

– Tudo bem Robbie, eu queria muito pedir desculpas á você, mas odeio ver sua cara olhando pra mim, então faremos assim, você se deita no chão de cara pra o mesmo e em troca disso, eu te peço desculpas e te dou um conselho, ok? – Perguntou Zac. Nossa! Não era assim que se pedia desculpas, mas tudo bem, pelo menos ele estava se esforçando. Robbie se deitou com a cara pra o chão e Zac colocou o pé em suas costas. – Ótimo, primeiro, me desculpe por falar a verdade e nada mais que a verdade... Segundo... Ai vem o conselho. O que você realmente sente pela Cat, porque escutei sua conversa com Beck naquele dia e soube que quer uma namorada, talvez esse seja o problema... – Como assim?

– Do que está falando? Claro que eu gosto da Cat. – Robbie parecia tão confuso quanto eu, o que Zac queria com isso?

– Ótimo! Então a valorize, você anda por ai como se só precisa de namorada e não de uma namorada em especial, age como se qualquer uma fosse certa pra você, mas se gosta da Cat, então ela é a única certa pra você, portanto demonstre que ela é única e pare de dar em cima das outras garotas, isso é errado. Um... Porque elas odeiam você, dois... Porque se você gosta da Cat, então deve namorar a Cat e só ela, ok? Agora tente... E se fazer a pequena ruiva chorar ou qualquer outro tipo de coisa, eu te dou uma surra que nem se mandar um cavalo sentar na sua cara eu irei pedir desculpas novamente. Tchau, preciso confiscar o namoro da minha irmã. – Disse indo conversar com Ash e André do outro lado. Robbie parecia ter compreendido até demais. Saí dali e fui pra casa. Não falei com Jade, acho que ela estava ocupada tanto quanto eu, precisávamos de mais seguidores, não seria assim se fosse qualquer outra pessoa. Afinal, olha o Zac, ele tem mais seguidores do que eu, e não ligo pra isso, mas a Trina, isso é demais. Ela é a Trina, não pode ter mais seguidores que eu. Comecei a tirar foto de mim de todas as maneiras, fazendo caretas, sorrindo, fingindo dormir, de cabeça pra baixo, enfim... De todas as formas possíveis inventadas pelo homem. Finalmente fui dormir. Acordei, me arrumei e fui pra HA, hoje era sexta-feira, eu precisava de mais seguidores, mesmo conseguindo 200 ontem, ainda estou com 600, isso é pouco pra chegar à Trina. André está com quase mais seguidores do que eu, preciso garantir minha posição, afinal ele posta mais vídeos de música, isso o faz ganhar mais e mais seguidores. Tive minhas aulas normais, e encontrei Jade gritando com um megafone para as pessoas a seguirem. A puxei pela mão até seu armário, precisava passar da Trina, mas posso ter um momento nem que for pequeno com a minha namorada. Zac e Tori chegaram perto de nós. - Então... Como vocês estão? – Perguntou Zac.

– Chateada, quero mais seguidores. – Disse Tori.

– Eu faria qualquer coisa pra passar da Trina. – Falei sem pensar recebendo olhares repreensivos deles, principalmente de Jade.

– Vimos às fotos que você postou, ficaram legais, e deixou a Jade irritadinha... – Começou Tori rindo. Me perguntei porque a Jade estaria irritada. Jade a encarou mortalmente. – Admita Jade, não quer que ele tenha mais seguidores que você... Eu também não quero que tenha.

– Não ligue Jade, você é bem mais bonita e sexy do que o Beck, ou do que qualquer um aqui presente. – Disse Zac abraçando Jade de lado e olhando para Tori. O que ele tava querendo fazer? Ela é minha namorada!

– Do que todos? – Perguntou Tori apenas checando. Eu estava completamente surpreso.

– Do que todos. – Zac sorriu malvado. Tori saiu às pressas.

– Eu vou atrás dela. – Falei, mas Jade segurou minha mão, me impedindo. – Eu vou. – Falei agora pensando em provocá-la, afinal era isso que Zac estava fazendo, provocando Tori pra que ela ficasse com raiva e eles se reconciliassem da melhor forma, incluindo o que Zac realmente queria. Isso era brilhante. Pois dizem que reconciliações são inesquecíveis, e realmente são. – Tori, espera! – A segui, praticamente demos uma volta na escola, mas Tori parou exatamente quando viu uma cena estranha. Zac e Sinjin conversavam.

– Olha! Eu acabei de fazer ciúmes na Tori e por isso quero que fique de olho nela por mim. Você é o melhor na câmera e ela vai com certeza pedir sua ajuda, apenas me diga o que ela disser, falar ou ouvir, tudo bem? – Perguntou Zac, apenas escutamos em silêncio.

– Tudo bem, mas você vai me pagar em abraços, pizza ou dinheiro? – Perguntou Sinjin com seu jeito estranho. Puxei Tori para outro canto.

– O que pensa em fazer? – Perguntei não tendo a menor ideia do caminho que esse jogo de seguidores e provocações estava tomando. Eu sei que queria ganhar seguidores e provocar a Jade tanto quanto ela me provocou pelo chat e também sabia que Zac e Tori estavam provocando-se apenas pra apimentar a relação, mesmo sem saberem disso.

– Eu? Han... Não sei, gravar algum vídeo, e achar uma forma de provocar o Zac. – Respondeu Tori inocentemente. De repente tive uma ideia. Se Zac fez a foto de sunga e conseguiu 250 seguidores, eu posso fazer um vídeo sem camisa e ganhar ainda mais, isso seria perfeito. E eu ainda seduziria a Jade se ela visse o vídeo, o que me fazia vingar-me do episodio do chat.

– Escute! Chame o Sinjin pra gravar seu vídeo amanhã, e ele vai contar ao Zac tudo que você fizer, então... Quando ele estiver lá, você coloca a foto ou vídeo de algum garoto que você acha bonito e começa a falar dele em voz alta, ai o Sinjin vai dizer ao Zac que você sentiu atração por outro garoto e desse jeito você devolve a provocação que ele te fez quando usou a Jade, o que acha? – Perguntei também sendo maléfico, acho que estou aprendendo com a Jade. Fui pra casa, e antes de dormir, tirei algumas fotos, ganhei mais 85 seguidores, foi mais fraco dessa vez, mas amanhã irei conseguir mais. Acordei já de tarde, afinal fui dormir tarde por ficar tirando as fotos. Postei no The Slap:

“Fazer vídeo, ganhar mais seguidores, esse é o meu maior propósito agora, por favor, me sigam.”

Humor: Pidão.

Preparei todas as coisas que precisaria pra lavar o carro, esqueci apenas a flanela, já de propósito é claro. Liguei a câmera.

– Ok, aqui estou eu ao vivo no The Slap indo lavar meu carro. Sabe, eu esqueci os panos. Eu acho que terei que usar minha camiseta. – Falei tirando a mesma e ficando com uma blusa regata que eu havia colocado por baixo. Pensei em Jade na minha frente, isso seria pra deixá-la irritá-la e seduzida ao mesmo tempo. Vamos Beck, seja sedutor, você consegue! Joguei a água do balde no carro e comecei a enxugá-lo usando a minha blusa, olhava pra câmera seriamente, será que eu estava indo bem? Me posicionei em cima do carro e esperei o tempo da câmera se esgotar, em 5 segundos a câmera se desligou e WOW meu vídeo ficou pronto. Fui ver o número de seguidores, que beleza estavam me seguindo mais e mais, no final do dia, ganhei 215 seguidores. Uau! Agora estou com 900. Parabéns pra mim, então. Passei o domingo sozinho, toda vez que ligava pra Jade, ela não atendia, provavelmente fazendo alguma coisa pra ganhar seguidores. Robbie fazia concursos chatos e Cat postava mais além de suas besteiras. Vi um vídeo de Tori tentando tomar um treco estranho. Era nojento, mas isso fez seus seguidores subirem, não tanto quanto o meu, mas subia, e eu precisava de mais. Acordei esta manhã e a primeira coisa que fiz foi olhar o número dos meus seguidores, não tinha aumentando nada. Droga! Vi uma postagem de André.

“Tem um vagalume no meu sutiã. AAAHHHH.”

Humor: COM MEDO.

Espera! O André não usa sutiã e ele não fala essas coisas estranhas. Algum tempo depois, a postagem foi apagada e ele postou outra.

“Convenci minha avó de que o que estava em seu sutiã era um abajur e não um vagalume.”

Humor: Precisando de seguidores.

Qual é? Ele tava mesmo pedindo pra avó dele postar tudo aquilo? Isso não é justo, não é mesmo! Ele não pode conseguir seguidores desse jeito, é quase impossível. Observei os comentários sobre sua postagem, muitos dos seguidores o achavam engraçado e único, e seu número de seguidores foi aumentando. Ah isso não vai ficar assim! Não é justo! Arrumei-me nas pressas e fui pra HA. Avistei André e o puxei para o Asphalt Café.

– Responda! Você está deixando outra pessoa postar por você. – Acusei.

– O que? Claro que não! – Respondeu elevando o tom de voz, ele faz isso quando mente. Ah!

– Você está com inveja porque ganhei mais seguidores que você por isso mandou alguém postar no seu lugar. Você tem que admitir. – Não controlava as palavras, literalmente elas saíam da minha boca. O caso é que ele não pode ganhar mais seguidores que eu injustamente.

– Eu não sou invejoso. – Revidou André enquanto sentava-se na mesa onde Tori e Jade estavam.

– Qual o problema de vocês? – Perguntou Jade.

– André, está desesperado para conseguir mais seguidores. – Provoquei.

– Pelo menos eu faço meus vídeos com a minha camiseta. – Revidou.

– Nada é mais ridículo do que ter alguém postando por você... – Retruquei. As meninas ficaram chocadas e André se encolheu de leve. Defendeu-se dizendo que ninguém tinha provas quanto á isso. Provas? Ah eu tenho, e vou provar, porque isso é trapacear. – Sua avó tem postado por você e você sabe. – O acusei de novo. André negou. – Você não sabe? Deixe-me ler algumas de “suas” postagens de ontem à noite. Ás 09:30h “você” postou: “Tem um marciano embaixo da minha cama.” – Questionei lendo as postagens na sua página. André disse que pensava que tinha mesmo marcianos lá, até parece! – Ás 10:17h “você” postou: “Me ajudem! Meu aspirador de pó quer me comer!” – André disse que tinha ficado confuso. Isso não se faz, afinal todos curtiam as maluquices da avó dele. Cat chegou à mesa e digitou que havia dado “oi”. Então Tori lhe disse que se ela ficasse postando coisas idiotas e sem sentido de tudo que acontecia com ela, era melhor que ela se sentasse em outro lugar. Nossa!

– Tori... Está sendo má... Comigo... Hashtag: Cólicas? – Cat leu enquanto escrevia. Não! Isso se chama Zac, ou falta dele. Aliás, tenho que falar com a Tori sobre o que ela fez ontem, estamos de certa forma juntos nessa de provocação. Jade tinha feito uma coisa que namoradas fazem pra namorados, mas eu estava longe dela, não podia fazer nada, aliás meu estimulo de competidor sobre os seguidores estavam ligado, portanto isso aumentou ainda mais minha vontade de ser melhor em provocações, como ela tinha feito comigo. Robbie chegou nervoso, perguntando algo sobre como a Cat podia ter feito algo com ele. Tori perguntou o que era e Robbie afirmou que foi porque Cat tinha postado que ele tinha “espinhundas”. Han?

– O que são “espinhundas”? – Perguntei não entendendo.

– Espinhas na bunda. Espinhas em algum lugar... Que por acaso eu não tenho. – Afirmou Robbie mais nervoso do que o normal. Acho que talvez ele tenha ido se declarar ou falar com a Cat e do nada ela escreve isso, bom... Isso acaba magoando. Pelo menos, essa era a minha teoria. André perguntou por que Cat tinha escrito isso e ela respondeu que tinha parado de postar sobre coisas reais. Isso não faz sentido! Mas ela reforçou que as pessoas adoram ler coisas esquisitas sobre os outros. Bom... Isso é verdade!

– Ok. Então ela postou que você tinha “espinhundas”, ninguém vai acreditar nela. – Disse Jade. De certa forma, isso podia ser aceito como um conselho de ajuda, até pelo menos... Sinjin chegar e entregar a Robbie uma pomada para o “caso” dele. Ai Deus!

– Olha! Não é minha culpa. Tori é a pessoa que começou com essa guerra de seguidores. – Revidou Cat. Dessa vez eu tinha que concordar com a ruiva, eu não teria ficado tão competitivo, se não fosse pela Tori. Todos começamos a discutir com Tori, falávamos ao mesmo tempo, nem me ouvia. Só sabia que Tori tentava se defender, sem sucesso. Tori pegou um trombone de um garoto e o soprou, com o barulho, calamos a boca. E ela se defendeu dizendo que não era a sua culpa e que ela só queria mais seguidores do que a Trina.

– Como sua irmã esquisita conseguiu tantos seguidores de uma só vez? – Perguntou André. Acho que no fundo, todos queríamos saberá resposta dessa pergunta.

– Eu posso responder isso... – Disse Sinjin, prestamos atenção. – Três meses atrás, Trina me disse que se eu conseguisse hackear o The Slap e mudar o número de seguidores dela de 34 para 900, ela me ensinaria como pular corda. Então eu invadi o site e dei á ela 900 seguidores. – Tenho certeza que neste momento, eu estava chocado assim como todos. Tori perguntou se ele tinha mesmo mudado os números e Sinjin confirmou e o garoto do trombone, pediu o mesmo de volta e Tori lhe entregou. – Olhe! Só quero dizer que... Vocês me deixam enjoado. - O que?

– Por quê? – Perguntei surpreso.

– Porque vocês são todos lindos... E talentosos... E populares... Vocês brilham em cada canto dessa escola. E vocês cantam todas as músicas... E vocês falam tudo nas aulas... –Essa parte foi a mais verdadeira de todas as outras. Se não falarmos, só resta os balançadores de cabeça e eles não são legais! – Vocês tem tudo, E vocês realmente estão preocupados com quem tem mais seguidores? – Nossa! – Sentiram vergonha? Por que... Vocês deveriam se sentir envergonhados... – Tentei falar algo, mas ele estava certo. Sinjin foi embora. Primeiro: Que sacanagem a Trina ter feito isso apenas pra conseguir seguidores que nem eram reais, e ela ainda ficava os esfregando na cara da Tori como se eles realmente gostassem dela. Segundo: Caramba! Quanta admiração o Sinjin tem por nós, isso foi realmente chocante, me senti mais importante que o normal. Terceiro: Estou me sentindo um lixo, porque receber reclamação do Sinjin é mais do que ruim, ele é todo estranho e vivem reclamando com ele por conta disso, e agora ele nos rebaixa dessa maneira. O pior que ele está mais do que certo.

– Eu me sinto envergonhada. Vocês se sentem? – Perguntou Cat depois de admitir.

– Eu com certeza estou. – Respondi pensativo. Jade também aceitou, nossa, até ela!

– Cara, nós fizemos o Sinjin se sentir enjoado e ele come comida que outras pessoas cuspiram. – Disse André. Concordei. Robbie disse que se odiava e Cat o corrigiu, dizendo que ele tinha se odiado por todos esses anos, o fazendo concordar.

– Sabe de uma coisa? Eu estou feliz com os 5 amigos de verdade que eu tenho nessa mesa, mais do que eu estaria com 20 milhões em um computador que eu nem ao menos conheço. – Disse Tori. Foram palavras realmente bonitas e verdadeiras.

– Quero saber como assim você tem 5? – Perguntou Jade fazendo piada. A cortei com o olhar, isso não era hora, estávamos mal, mas ao ver aqueles lindos olhos azuis, apenas deixei pra lá, não era nada de grave mesmo. André nos alertou sobre o curta-metragem.

– Você tá certo. Nós não temos nada. – Admiti começando a me preocupar, tiraríamos um zero. Tori pensou positivo dizendo que ainda tínhamos 19 horas para “nós” (os seis melhores amigos) terminarem o curta e o tornar o melhor de toda escola. Verdade, temos que pensar positivo. – Isso ai, daqui a trinta minutos, todos na casa da Tori. – Falei pegando a mão de Jade pra sairmos dali, precisávamos conversar.

– Responda... Porque fez aquele estúpido vídeo? – Perguntou cruzando os braços e me olhando séria.

– Ficou mesmo com ciúmes? – Perguntei estreitando os olhos.

– Não falei isso, Oliver. – Seu olhar continuava sério.

– Fiz isso porque queria te provocar, pelo jeito consegui... – Falei rindo, mas Jade não parecia querer rir, então parei. – Quis te provocar porque você me provocou pelo chat.

– Mas eu só queria apimentar as coisas entre nós. – O QUE? Então aquilo não era um jogo?

– Espera! Você me disse que havia falado á Tori que provocações era o melhor meio para... Hum... E disse que não conversaria se quisesse deixar as coisas mais quentes, e agora vem me dizer que o tempo todo só queria apimentar as coisas? – A questionei.

– Tudo bem Oliver, talvez... O seu método de conversar sobre essas coisas, seja melhor do que meu método provocador. De qualquer maneira precisamos apimentar as coisas, certo? – Admitiu vindo me abraçar. Olhamos-nos e lhe beijei, afinal não tínhamos feito isso com frequência, ainda estávamos apressados pelo curta, mas não tinha nada melhor do que beijá-la. Abri meus olhos lentamente, estava com uma sensação de que me espionavam. Tori estava escondida atrás de um arbusto, me chamando silenciosamente, empurrei Jade de leve e ela me olhou assustada por quebrar o beijo dessa maneira.

– Preciso comprar um café, se quiser compro um pra você também... Me espera no carro. – Falei e ela me olhou como se eu fosse um bicho. Afinal, quem quebra um beijo dessa forma pra comprar café? Isso foi uma péssima desculpa... Mas mesmo assim, Jade aceitou e foi para o carro. Segui meu caminho até Tori, era bom que ela tivesse algo realmente bom pra substituir meu beijo. RUM! – O que você quer?

– Te falar uma coisa antes de irmos pra minha casa... – Ela se aproximou de mim, para falar do meu ouvido. – Ouvi uma conversa entre Zac e Sinjin, Sinjin lhe disse que eu fiquei animada quando vi sei vídeo. Zac está furioso. Conseguimos... Consegui provocá-lo. - Tori sugeriu que batêssemos as mãos umas nas outras em forma de cumprimento, e eu o fiz. Eu ia dizer á Tori que eles tinham que conversar, afinal, me acertei com Jade.

– Olha! Eu acho que vocês... – Tentei, mas Tori recebeu um torpedo.

– Mensagem do André, ele já está na minha casa com os aparelhos para o filme, te vejo lá, obrigada! – Disse rindo e cantarolando. Bom... Eu acho que entendemos esse jogo de provocações errado. Primeiro: Jade só precisava conversar. Segundo: Começamos esse jogo por um motivo, quanto á Tori e Zac, eles só se provocaram porque Zac decidiu fazer ciúmes na Tori usando a minha namorada que deve ter adorado Tori daquele jeito. Terceiro: Ciúmes é um ótimo método pra provocar as pessoas, mas em alguns casos pode dar errado. Quarto: Se Jade queria apimentar as coisas entre nós, eu faria isso. Fui pra casa da Tori juntamente com Jade, o que eu mais queria nesse mundo era ficar com ela a sós, e esse curta-metragem idiota não estava ajudando. Por isso faria isso, da maneira mais rápida. Depois de colocarmos os figurinos. Eu, Jade e Cat estávamos sentados no sofá enquanto Robbie descia as escadas tocando violino. Que droga, quero que isso acabe! Nós três começamos a elogiar Robbie quando André e Cat surgem na porta vestidos de detetive.

– Senhor Bowman, você está preso pela morte de... Algumas pessoas. – Disse Cat. Na verdade ela tinha errado, mas quem liga? Tori perguntou o que estava acontecendo, mas do seu jeito dramático.

– Não teria como meu marido violinista ter machucado alguém... – Disse Jade com seu tapa-olho, ainda não havia entendido porque ela estava assim.

– Pessoas fazem coisas malucas por dinheiro. – Foi a minha vez de atuar enquanto abraçava Tori.

– Senhor Bowman não precisa de dinheiro. Não. Ele só se importa com suas meias e violinos. – Defendeu Jade. André revidou dizendo que os dois não eram baratos e Jade quase cuspiu a bebida.

– HEEY! Não sejam enganados pelo tamanho da minha faca. Agora vocês serão todos... Assassinados... – Disse Robbie com seu Stabolin já pronto. – No escuro. - Falou apagando a luz, gritamos e... Fim! Perfeito, quero ir pra casa.

– Corta! – Disse Cat rindo. – Preciso fazer cupcakes com meu irmão, quer vim Robbie? – Perguntou Cat apressada, o mesmo assentiu e eles saíram quase correndo.

– Preciso ver minha gatinha. WOW! – Falou André completamente animado.

– Tenho que fazer minhas unhas... – Disse Tori subindo as escadas.

– Até amanhã, Oliver. – Disse Jade me dando um beijo na bochecha. Em seguida ela apontou para a câmera. Depois disso, ela se foi. Droga! Como sempre a edição fica pra mim. Argh! Cansado, tive que editar tudo e depois disso fui dormir. Acordei ainda cansado e fui para a escola. Tínhamos que apresentar o curta-metragem na primeira aula. A professora o colocou e... Estou percebendo o quão ruim nós estamos. Tori estava o tempo todo muito dramática. Cat esquecia as falas. As falas de André fugiam totalmente do tema. Demos um ângulo muito perto de Robbie, e o mesmo não convencia como assassino. Jade não fazia sentido, e eu... Eu estava muito cansado pra demonstrar alguma emoção, até pareceu que eu nem tava lá. Caramba que horror! Acho que estou envergonhado!

– Essa é o pior curta-metragem que eu vi nessa escola. – Admitiu a professora acabando mais ainda com minha autoestima. Realmente, tive que concordar. Foi até pior que o do Sinjin, eu acho, ou será que eu to me colocando muito pra baixo á chegar á esse ponto? O cara do trombone até tocou a música dos perdedores, Argh!

– Ei... Onde está o Sinjin? – Perguntou Tori. Ué! Não faço a menor ideia. Ninguém respondeu.

– Então... Sabem que ficarão com nota baixa, não é? – Perguntou a professora.

– Ficaria melhor se disséssemos que esse curta foi de comédia? – Perguntou Tori com alguma expectativa.

– Eu não acreditaria nisso. – Respondeu a professora.

– É! Achei que não ia acreditar. – Admitiu Tori pegando sua bolsa pra sair da sala.

– Bom... Por sorte de vocês, suas notas anteriores são as mais altas da turma, então... Só precisarão fazer a recuperação de acordo com as aulas, não precisam consultar o livro, portanto quem prestou atenção vai saber fazer a prova. Bom... A recuperação é amanhã, por isso estejam preparados, ótima aula pessoal. – Disse a professora saindo da sala. Saímos também. Isso parece ótimo!

– Então... Preciso te mostrar um lugar. Te vejo depois do almoço, no estacionamento? – Perguntei e Jade assentiu indo para a sua aula diferente da minha. Senti mãos me puxando para o Teatro Caixa Preta novamente. – Zac?

– Até onde eu sei, é. – Começou com ironia. – Desculpe, só estou nervoso... – Como assim? – Bom... Primeiro quero te pedir desculpas por dizer aquilo da Jade... Sabe... O lance do “bonita e sexy”, aquilo foi pra causar ciúmes na Tori, ou pra ver se ela despertava algum interesse, mas confesso que fiz errado, não deveria ter dito aquilo da sua namorada e principalmente na frente da minha, por isso vou aproveitar que Tori me convidou pra ir a sua casa de noite, e vou pedir desculpas e esquecer essa ideia de segunda vez, até ela querer, claro... – Despejou tudo de uma vez.

– Tudo bem, te entendo, também passei a semana fazendo joguinhos com a Jade, no final de tudo, apenas conversamos... Quanto à história dos ciúmes, Tori me contou que pareceu interessada em mim naquele vídeo na frente do Sinjin, porque sabia que você tinha pedido pra ele lhe vigiar, foi uma espécie de vingança, ou algo assim, e em boa parte a ideia foi minha... Desculpe também. Aliás, não sinto mais ciúmes de você e da Jade, sabe... Não vejo mais vocês como um casal, parecem mais irmãos, entende? – Esclareci e ele assentiu, parecia ter entendido tudo que eu havia falado, desde os ciúmes dele e de Tori, até o que ele quis tentar com Jade. Ouvi passos, e puxei Zac para sairmos, mas ele me puxou para um canto escuro. O que ele tá fazendo? – Cara, o... – Iria perguntar, mas suas mãos direcionaram minha cabeça pra o casal que entrava no Teatro. Robbie e Cat olhavam de um canto pra o outro, como se verificassem se havia alguém. Quis sair, não era certo espioná-los, mas Zac não permitiu e tive que ficar ali e escutar a conversa.

– Robbie, o que quer falar comigo? – Perguntou Cat se sentando enquanto Robbie permanecia em pé.

– Han... Olha Cat... Eu... – Robbie respirava firme, tentando buscar as palavras. Nossa! Como isso é difícil! – Han... Eu queria te falar algo que tá guardado em mim há muito tempo... Eu odeio quando você me humilha, ou até então, me humilhava, eu me sentia inferior, e achava que nunca teria uma sequer chance com você... Por isso eu corria atrás de qualquer menina que me dava bola, seja a Tori, a Jade, a Trina, ou qualquer que seja, eu tentava algo com elas, mas claro que elas nem queriam nada comigo... O ponto é que... Eu só queria você... – Falava Robbie.

– Robbie, eu... – Cat tentou falar, mas Robbie atropelou suas palavras.

– Por favor, me deixa terminar... É que eu sempre quis você... Há alguns dias uma pessoa me disse que eu teria que esclarecer meus sentimentos, acho que já os deixei bem claro pra você, mas... Não para as outras garotas. Agora eu sei que não preciso ficar tentando algo com ninguém, só com você, e eu precisava esclarecer isso... – Robbie olhava pra o chão o tempo todo.

– Sabe Robbie... Eu sempre te vi como amigo, até... Começar a sentir algo por você, mas somos amigos, não deveríamos tentar nada... Não quero perder sua amizade... – Cat parecia inteiramente madura enquanto falava aquilo. Olhei pra Zac desconfiado, aquela não era a Cat ou era?

– Tudo bem, se não me quiser, eu espero... Eu... – Tentou Robbie.

– Não! Espera! Jade andou me atormentando esses dias pra que eu falasse como foi o beijo no Cow Wow... Eu não respondi á ela, porque achei que foi ótimo, mas estou confusa se acho isso por naquele dia ter tido uma colisão na cabeça... – Ela esfregou a mesma, e eu ri de leve. Só a Cat mesmo. – Mas... Eu sempre quis te beijar de novo, mas somos amigos... – Wow!

– Então... – Robbie sabiamente avançou delicadamente em Cat, os dois se beijaram. Ufa! Até que enfim. Passaram-se alguns segundos e eu estava incomodado de ficar espionando os dois, mas se eu saísse daqui agora eles iriam ver e não seria uma cena muito legal de se presenciar. Os dois se separaram e Cat parecia mais espantada do que o normal. – Só, por favor, não corra de novo... – Pediu Robbie, acho que essa ideia tinha passado pela cabeça de Cat porque ela estava perto da porta do Teatro. – Só... Quero ficar com você e... Ninguém precisa saber disso, certo? Podemos ser amigos-namorados... Isso até parece aquela sua ideia sobre os cachorro-búrgueres... O que acha? – Perguntou e Cat sorriu pulando em cima dele e batendo palminhas. Os dois deram as mãos. – Minha mão está suada?

– Sim... Ela se sente como um peixe. HAHA! – Disse Cat guiando os dois para fora... Até que enfim, eles estavam juntos. Pude observar que quando saíram do teatro, eles soltaram as mãos. Hum... Namorando em segredo? Certo! Não posso contar isso pra ninguém, nem pra Jade, em nome da Cat.

– Você sabe que não podemos contar sobre isso a ninguém, né? – Perguntei á Zac, assim que saímos do local escuro e escondido.

– Cara! Não vamos divulgar a cena enjoada que acabamos de ver? Qual é? – Zac perguntou com um olhar divertido, parecia que ele queria colar pôsteres por toda escola para mostrar o novo casal só pra normalmente discordar de mim... – Tá! Tudo bem, mas amanhã... Podemos aproveitar pra zoar os dois, de uma maneira que só eles sabem do que estamos falando... – Meu olhar continuava desaprovador. – Bom... Talvez eu faça isso sozinho, me deseje sorte com a Tori. – Disse por fim saindo dali. Ufa! Menos problemas pra mim. Almocei só, já que meus horários com Jade eram trocados e um tinha aula no período de almoço do outro. Cursei minhas ultimas aulas e depois fiquei no estacionamento, esperando Jade, até receber uma mensagem dela.

“Tenho uma última aula estendida de Geografia. Odeio essa matéria e principalmente a professora de peitos pontudos... Te vejo mais tarde na minha casa. Adeus, Oliver!”

Hum... Ótimo! Tenho mais tempo pra pensar onde levaria Jade. Esperei dar a hora de ir á casa dela e fui. Antes disso postei no The Slap.

“Sair com Jade West. Já lhes disse como adoro parques infantis?”

Humor: Crianção.

Cheguei finalmente á casa de Jade e ela entrou no carro ainda calada, isso era estranho e torturante, o que estava se passando pela cabeça dela?

– Beck! Acha que estamos ficando muito maduros... – Começou não fazendo sentido.

– Maduros? Sabe... Não... Continuamos os mesmos bobões de sempre, aliás, tivemos que entrar num jogo idiota pra apenas esquentar as coisas entre nós, pra mim... Isso não é ser maduro. Mas porque essa pergunta? – Perguntei confuso.

– Porque mesmo que tivemos essa idiotice essa semana, nós apenas conversamos e tudo se resolveu, isso é uma atitude bem madura eu diria... Será que estamos finalmente começando a agir como adultos? – Ela franziu a testa como se não aprovasse essa ideia, acho que no fundo Jade estava com medo de crescer e ter que enfrentar os problemas daqui pra frente. Respirei fundo, estacionando no local esperado.

– Olha Jade, se estamos virando adultos, eu não sei o que pensar, talvez isso me preocupe, mas lá na frente, mas sabe... Não quero pensar nisso agora, até pelo menos terminarmos o ano letivo, acho que se é pra ser adulto, é melhor escolhermos o momento certo, por enquanto... Podemos aproveitar apenas como jovens... – Ela continuou franzindo a testa. – Vou sempre estar aqui pra tudo...

– Esse discurso foi inteiramente maduro... – Ri com isso. – Mas sua risada ainda é de um Oliver babaca e por enquanto incompetente. – Provocou.

– Não vou ser tão incompetente quando te mostrar o lugar para o nosso ninho de amor... – Puxei sua mão pra que saíssemos do carro, o tranquei e andei em direção ao parquinho totalmente deserto como meu esperado.

– Porque me trouxe aqui? – Jade olhava o lugar com curiosidade, mas acima de tudo com alegria, parecia um pouco macabro à noite e totalmente deserto. Ui!

– Foi um dos primeiros lugares que minha mãe me trouxe quando chegamos á LA. Sabe... Ela achava que eu ainda era uma criança, de todo jeito eu explorei esse lugar e encontrei isso... – Atrás de um arbusto tinha uma pequena casa de brinquedo, propriamente pra parques infantis, só que parecia estar quebrada, por isso devem tê-la escondido ali atrás, mesmo que aquele local continuasse de certa forma... Desprotegido, apenas coberto com arbustos.

– Me trouxe aqui pra... Bom... Ai? – Perguntou totalmente desconfortável.

– O que? É uma ótima ideia... Sabe qual é a melhor parte? – Ela negou enquanto eu entrava pela porta da frente da minúscula casinha. – É que se alguém chegar, estamos ferrados... – Falei rindo e a puxando contra meu corpo, ela se chocou em mim e com o impacto, caímos rindo dentro da casinha.

– Você parece algum tipo de maníaco do parque... – Disse rindo e se colocando em cima de mim.

– É? Mas se sou o maníaco do parque, acho que você tem que ser a minha criança e sabe o que os adultos fazem com as crianças? – Perguntei colocando ela por debaixo de mim, Jade sorriu sedutoramente, nossa, como eu sentia vontade de tirar toda a sua roupa!

– Sabe que você fica ainda mais sexy quando age desse jeito? – Perguntou sorrindo de canto, assenti com a cabeça e ela riu vindo me beijar. Sua língua empurrando a minha com toda força contida naquilo. Seus lábios se movimentando entre os meus, os encaixando perfeitamente com a sincronia. Éramos perfeitos juntos, disso eu tinha total certeza. – Se formos presos, você paga a multa... – Disse ficando por cima de mim num movimento rápido, ri daquilo. Jade começou a tirar minha calça agressivamente, como sempre sendo a apressada do casal. Aquilo era sexy e engraçado, não me contive, e ri da cara que ela fazia, quando meu cinto impedia que ela tirasse a calça completamente.

– Deixa eu te ajudar... – Falei tirando a mesma e colocando Jade por debaixo de mim, tirei sua blusa, a deixando de sutiã. Jade gemeu de leve enquanto passava minha língua por sua barriga, subindo e descendo lentamente. Subi sua saia pra que me desse à visão de sua calcinha. A abaixei de leve e a fitei, Jade por um minuto pareceu envergonhada. Antes que ela corasse, comecei a dar mordidinhas em sua barriga, fui descendo... E fiquei lá por um bom tempo enquanto a futura Senhora West Oliver gemia alto. Nossa, acho que estávamos passando da conta. Parei abruptamente antes que aparecesse alguém, Jade me olhou de forma interrogativa, então fiz sinal pra que continuássemos com o silêncio. Jade continuou protestando com o olhar. Acho que ela havia gostado bastante daquela forma de carinho...

– Não devia ter parado Oliver. Não é tão fácil ficar em silêncio quando se está... Hum... Vejamos como você se saí... – Disse me virando e ficando por cima novamente. Jade abaixou minha cueca Box vermelha, expondo o grande volume que ali se formava. Ela me olhou sedutoramente, e começou a fazer o mesmo que fiz com ela. Começou lambendo minha barriga e depois desceu... Indo pra lá. Não tive como me conter, gritava alto mesmo sabendo que estava fazendo muito barulho, mas era impossível me controlar com ela sendo tão radical, fora que o lugar onde estávamos era o melhor pra se fazer esse tipo de coisa. Era completamente perigoso e isso fazia a situação ficar ainda mais picante. Com certeza transar ao ar livre vai ser minha escolha daqui pra frente... Tomara que ninguém nos veja é claro... Meus pensamentos racionais sumiram quando cheguei lá, explodindo por dentro. Jade se afastou e pude explodir por fora também, literalmente. – E é assim que se faz, Oliver... – Escutei ela dizer, e depois se deitou ao meu lado.

– Tem alguém ai? – Ouvi uma voz e gelei, olhei pra Jade que parecia envergonhada e com medo. Rapidamente pus minha calça e ela ajeitou sua saia e colocou sua blusa. Saímos da casinha vendo um guarda fazendo ronda mais a longe. Não tinha como passarmos por ali, droga! Jade pegou uma pedra no chão e a jogou com toda força para o outro lado, o guarda ouvindo aquilo foi ver do que se tratava, e aproveitamos pra sair correndo dali. Chegamos ofegantes ao carro.

– Foi por pouco. Ufa! – Falei completamente cansado.

– Então... Nossa noite acabou? - Perguntou parecendo um pouco triste.

– Não, claro que não. Que tal se terminarmos a festinha naquele prédio que te levei no dia da peça de Tori e Zac? – Perguntei estreitando os olhos, tentando ser sedutor, acho que estava conseguindo.

– Na verdade a peça era do Zac e da Tori. – Me corrigiu como antes e nós rimos.

– Tudo bem, vamos pra lá... E prometo que não pararei como fiz lá na casinha... – Pisquei o olho pra ela e liguei o carro. Jade assentiu e fomos pra um dos meus melhores lugares de LA, e com a pessoal especial aquele lugar se tornou apenas mais especial pra mim. Tenho que falar, a noite foi bastante prazerosa... Literalmente.

Zac Smith

– O que acha que tenho que fazer, Ash? – Perguntei a minha irmã que tinha a cara mais tediosa da história. Motivo? Eu precisava de ajuda e ela não sairia de casa até me ajudar.

– Acho que você deve ir na casa da Tori e pedir desculpas pra ela de uma vez só... Como sempre, são os homens que erram. Até agora meu Dedé não cometeu nenhum erro... – Disse brincando com a almofada de coração que estava no sofá. Argh!

– Espera... Dedé? – Perguntei estranhando.

– Sim, é o nome carinhoso que dei pra meu André... Por falar nele, eu já te ajudei, preciso ir. – Falou desligando a TV e pegando sua bolsa em cima da mesa.

– Pra onde vai á essa hora? São 10 horas da noite, não posso deixar que vá, que horas vai voltar? – Perguntei aflito, ela era minha irmã, eu tinha que tomar conta dela.

– Olha Zac, acho até fofo esse seu cuidado comigo, mas sou mais velha, agora deixe de pegar no meu pé e vai logo falar com a Tori. Te amo maninho. – Disse me dando um beijo na bochecha e saindo. Isso era um pesadelo! Peguei as chaves do carro e fui á casa da Tori, já que ela havia me chamado, sua intenção era fazer uma discussão de relacionamento, só pode ser isso! Cheguei finalmente a casa de Tori e toquei a campainha. Ninguém atendeu e notei que a porta estava aberta e fui entrando. Avistei alguns bilhetes em cima da mesinha da sala.

– Tori? Tori? – Chamei, e ouvi barulhos vindo da escada. Fitei a figura totalmente diferente que vinha até mim. O que era aquilo? Essa era a Tori? Sim, era ela, mas completamente diferente. Tori estava... Como a Jade. Sabe... Mechas no cabelo, maquiagem escura, usando preto e com aqueles decotes típicos das roupas da Jade, além da cara emburrada. – O que deu em você? – Perguntei confuso e ela apontou para o primeiro bilhete da mesinha, o peguei e o li.

“Você disse que a Jade era mais bonita e sexy do que eu, então... Me vesti da maneira que você gosta.”

– O que está fazendo aqui, Smith? – Perguntou levantando a sobrancelha rudemente, como a Jade fazia. Caramba! Era muita informação pra mim.

– Bom... Você me mandou uma mensagem que dizia: “Venha aqui, temos que conversar” e pensei que fosse conversar com a Tori, mas pelo que estou vendo, errei. – Fui sincero. Tori sorriu de canto, aquele sorriso malvado como o da Jade, aquilo estava de assustar, aquilo não era a minha Tori, ela estava enjoativa pra mim apesar de bonita.

– O que acha de assistir “A Tesoura” e comer cérebros de criançinhas? – Perguntou se sentando no sofá. Tive que rir, aliás, ri alto daquilo, como ela podia achar que aquilo parecia a Jade? Aquilo não era a Jade.

– Vamos parar com isso está bem? – Perguntei me sentando ao seu lado no sofá e pegando sua mão. – Você está linda assim e fica ainda mais linda sendo a Tori, não precisa fazer isso pra fazer com que eu queira você...

– Mas você disse que... – Tentou.

– SHII! Eu fui um estúpido tá bem? Aquilo não era verdade, foi apenas pra te provocar, e agora sei como ciúmes nos fazem ter sensações nada agradáveis, o ponto é que só falei aquilo por bobagem minha, não era verdade. Você é a pessoa mais sexy e bonita que conheço, aliás, acho que até mais que eu. – Ela riu.

– OWWWNN QUE COISA MAIS FOFA, ZAC. – Disse me abraçando.

– Não, não. Não amor, não faça isso, sabe... Acaba com o clima. – Falei a desgrudando de mim e ela me pediu desculpas com o olhar, ri de canto. – O que realmente quero te falar é que falei aquilo e entramos nesses joguinhos idiotas apenas porque não tive coragem de conversar com você sobre nós. Sobre nossa relação... Longe da escola... Han... Sobre... Nós... Na cama, pronto falei. O ponto é que te acho inocente e admiro tanto isso em você que me dá vontade de fazer milhares de coisas com você, mas imagino como será lá na frente e se continuarmos sendo assim? E se perdemos a química? Fui tão romântico com você na nossa primeira vez, aquilo foi estranho pra mim apesar de prazeroso, sabe... Eu não sou assim entre quatro paredes, e você me fez sentir como se aquela fosse minha primeira vez de verdade, mas sabe... Agora quero experimentar outras coisas com você, te mostrar o quão bom pode ser isso, mas me vejo meio parado pelo fato de você ser inocente e talvez não querer tentar nada novo... Não estou falando de coisas pontudas, ou que machucam se é o que está pensando. Não sou um tarado, ou algo assim! Apenas... Tentarmos de outras formas, o que acha? – Perguntei sendo extremamente sincero.

– Acharia isso ótimo. – Disse sorrindo. Sério? Ufa! – Então... Posso tirar essa roupa? – Perguntou.

– Aqui? Sério? Vai tirar a roupa aqui? – Perguntei curioso e ela começou a rir.

– Na verdade, eu tava pensando em ir me trocar no meu quarto... – Disse esclarecendo tudo. AHH!

– Claro, guarde a fantasia pra outra ocasião... Quer dizer, fique a vontade, e volte logo. – Falei rindo e lhe dando um selinho, depois que ela se foi apenas me acomodei no sofá. Tori estava demorando muito, então simplesmente subi as escadas indo ao seu quarto. Bati na porta e entrei, Tori saiu do banheiro surpresa ao me ver, é claro. Se sentou ao meu lado na cama e prendi o riso, pois a sua maquiagem estava... Hum... Estranha. – Tori... Sua maquiagem, tá toda borrada. – Falei rindo e ela ia se levantar pra limpar, mas a impedi segurando sua mão. Tirei minha camisa e passei ela pelo rosto de Tori, limpando as áreas manchadas.

– Era realmente preciso você tirar a camisa? – Perguntou olhando nada discretamente pra meu corpo enquanto sorria.

– Não, mas gosto de te provocar, deveria tentar fazer o mesmo. – Falei maliciosamente.

– E como quer que eu faça isso? – Perguntou entrando no jogo.

– Tem um jogo que é bem fácil, se chama... Faça que eu te imito... Tudo que eu fizer em você, você faz depois em mim, okay? – Perguntei sorrindo.

– Posso começar? – Perguntou me surpreendendo, apenas assenti. Tori veio pra perto de mim e depositou um selinho nos meus lábios. Pude sentir levemente o gosto de laranja e limão da sua boca. Sorri e fiz o mesmo com ela, depois Tori colou seus lábios no meu pescoço me dando uma mordidinha que fez as coisas esquentarem meu corpo. Gemi baixo com isso, mas ela infelizmente se distanciou me informando que era minha vez. Fiz o mesmo e ela delirou, ri disso. Tori parecia estar gostando e eu também, isso era um belo show de preliminares, realmente genial! Dessa vez Tori me surpreendeu mais do que antes, ela me repousou na cama, subindo em cima da minha barriga. Nossa! Isso tava ficando melhor do que eu imaginava. Uma coisa boa sobre isso, é que ambos aproveitam pra conhecer ainda mais o corpo do outro. Tori alisou minha barriga e repousou outra mordida seguida de beijos no meu pescoço. Rapidamente inverti a posição e fiquei delicadamente em cima dela, mordi e beijei seu pescoço assim como ela fez comigo, alisei sua barriga chegando aos seus seios por debaixo da blusa... Os apertei e ela gemeu...

– Tori? Tori... – Ouvi a voz da mãe de Tori bem distante, droga!

– O que eu faço? – Perguntei aflito saindo de cima dela.

– Vai embora... – Disse não fazendo sentido, afinal, por onde eu ia? – Primeiro tranca a porta... – Droga! Eu havia me esquecido de fechar a porta, pensei que a mãe dela não estivesse em casa e acho que pela expressão de Tori, ela também pensara. Corri pra trancar a porta, mas foi tarde. A mãe de Tori bateu uma vez na porta e a abriu, nesse momento eu gelei. Meu corpo deve ter empalidecido ao extremo, acho que fiquei mais branco do que o normal. Olhei rapidamente pra Tori que tinha os olhos arregalados assim como os de sua mãe. Acho que era de família! Tori fez sinal pra que eu fosse embora, droga, o que eu ainda tava fazendo aqui? Peguei rapidamente minha camisa no chão e passei pela porta onde a figura materna ainda parecia perplexa.

– Boa noite! – Foi o que saiu da minha boca sem que eu esperasse. Droga! Estava encrencando. De qualquer jeito, saí dali as pressas. Isso não iria dar certo. Que mãe não reclamaria se encontrasse um garoto sem camisa no quarto de sua filha mais nova? Nem precisei de um banho frio pra acalmar as coisas dentro da minha calça, o olhar severo da mãe Vega fez isso por mim. Nossa! Posso ter escapado agora, mas uma hora ela vai me dar uma bronca ou algo assim, me pergunto o que está acontecendo com Tori agora. Será que nunca mais vou poder ir á casa da minha namorada?