Jade West

Acordei determinada, e desapontada também, as palavras do Oliver vinham a minha mente o tempo todo: “Você nunca quer saber dos amigos, você não é capaz de ajudar ninguém”. Essas palavras doíam, eu não sou assim, sou capaz de ajudar qualquer um e ainda irei provar isso á ele. Mas estava mais determinada a não deixar que essa briguinha a toa faça um buraco em nossa relação. Nós sempre temos essas brigas e tudo acaba bem depois, porque essa não vai acabar assim também? Claro que vai! Levantei da cama e tomei banho, depois dirigi até HA, encontrei Beck conversando com uma garota, porque ele tava dando bola?

– Beck! Garota assanhada, oi. – Cumprimentei-os. A garota saiu ofendida, Beck apenas revirou os olhos. – O que? Vai me dizer que eu não fui educada com ela e que não sou capaz de ajudar ninguém? – Perguntei o encarando.

– Jade! Eu já te pedi desculpas. – Disse pegando na minha mão.

– Eu sei! – Falei o puxando pra aula, não queria perdoa-lo tão facilmente por isso não dei a entender que eu tinha perdoado ou que não tinha. Apenas falei.

– Droga! Jade! Porque tem que ser desse jeito? Foi você que não quis ajudar a Tori. – Revidou.

– Não quero falar disso, Oliver. – Quase gritei.

– Ótimo! – Disse se sentando, Tori, André, Robbie e os outros alunos chegaram. Passaram-se alguns minutos. Agora que notei que Tori havia tirado o gesso, que pena!

– Porque o Sikowitz sempre se atrasa pra aula? – Perguntei irritada. Robbie sugeriu que fizéssemos uma cena sozinhos.

– HAN! E se a gente fizesse a cena final do Titanic? Quando o navio afunda... – Tentou Cat, pelo amor de Deus, a cena do Titanic é horrível e melosa. – Ai meu Deus, eu acabei de contar o final! – Disse desanimada, e quem é que não já sabia do final? – ALERTA DE ESTRAGA PRAZERES. – Porque ela era assim?

– Sabe sempre que ela começa a falar eu penso comigo mesmo, talvez dessa vez vai fazer sentido, mas eu sempre erro. – Disse André, engraçado, comigo é a mesma coisa. O celular de Tori fez um barulho horrível, nossa que dor nos ouvidos!

– Seu celular ta fazendo barulho. – Adverti.

– Eu acho que ela sabe disso. – Soltou Beck. O que ele tava pensando?

– Você não sabe o que ela sabe... – Revidei.

– Eu sei que você tá sendo irritante. – Disse olhando diretamente nos meus olhos. Como ele pôde?

– OOO! – Falei incrédula, mas ao mesmo tempo cínica. Porque ele estava tão agressivo? Tori pediu pra Robbie desligar o cabo e ligar de novo. Robbie retirou o cabo e começou a contar e dizer “eu amo a vovó”, quem ama a sua avó? Eu não! Ela me irritava! – LIGA! – Gritei e o garoto o fez e depois se sentou. Começaram a falar do idiota do celular da Tori, eu ainda quero entender, porque ele ta me tratando assim, se eu que deveria estar brava com ele.

– Só três.... – Respondeu quantas vezes tinha derrubado seu celular na privada. – De qualquer maneira ele não tá mais carregando, então eu tenho que ficar com ele conectado o tempo todo. – Explicou Vega.

– É só comprar um novo... – Porque com ela, ele tá assim?

– Não dê conselhos á ela. – Ordenei.

– Eu só tava... – Tentou.

– CHEGA! – Ordenei novamente.

– Como você me faz feliz. – Ele fez uma careta, fiz o mesmo, porque estamos assim? Ele é um idiota! Se acha que vou ficar me sentindo culpada por não ajudar meus amigos enquanto ele recebe xavecos de outras garotas, ele tá muito enganado. Ele é meu namorado, tenho direitos sobre ele. Tori começou a falar do anuncio do anuncio do XP, mas que bobona! Cat sugeriu que ela comprasse um GX, e Tori disse que se ela comprasse a porcaria do GX o XP ia sair depois e todo mundo teria um celular XP e ela não. Ai que conversa idiota! Preferia ver o Sikowitz sendo ridículo do que ouvir isso.

– É! E se vão continuar falando do celular dela, alguém podia me levar até a porta de um carro pra eu bater minha cabeça nela. – Falei sarcástica, povo chato!

– Eu tenho um carro! – Sugeriu Beck. Então ele queria que eu me machucasse?

– AH é? – Falei incrédula, ele estava sendo muito agressivo comigo, pode não parecer, mas essas palavras doem, tava ficando cada vez mais difícil aguentar suas respostas a altura. Sinjin chegou querendo falar algo. Só era o que faltava, ninguém precisa desse idiota!

– Sabe aquele programa de perguntas que inventei, questões para casais? – Não! Não sei de nada da vida dele! – Bom eu encontrei o pessoal da Game Goober.com e falei sobre a ideia e... Querem fazer. – Nossa! Num to nem ai.

– Legal! Tchau! – Falei pra ver se ele se mandava, mas acho que vai ser impossível.

– Calma! Eu vou fazer o ensaio para o programa amanhã à noite pra o dono da Game Goober... – André disse o nome do cara. – É! E quero que vocês vão. Envio os detalhes por mensagem. – Disse saindo sorridente, odeio pessoas felizes quando estou desapontada. Odiava ser tratada assim. O celular de Tori fez barulho novamente.

– Ah eu não aguento mais esse celular! – Desabafei, dava vontade de bater na Vega por causa disso. Todos concordaram que essa zoada tava ficando chata. Tori puxou o cabo e como ele estava preso na cadeira de Robbie, fez o mesmo cair. Foi engraçado. Tori perguntou se ele tava bem. Quem liga? Depois que Robbie assentiu ela perguntou se ele podia desligar o cabo. Tá! Isso foi ainda mais engraçado, ver que ela não liga tanto para o Robbie. Também quem liga? Sikowitz chegou e deu sua aula de sempre. Depois Beck estava me levando pra casa.

– Você vai ao programa do Sinjin? – Perguntou com esperança.

– NÃO... – Quase gritei.

– Porque tem sempre que gritar? – Perguntou parando o carro.

– Eu quase gritei, então não gritei, Oliver. – Falei. – E eu vou nesse programa idiota, mas só pra provar pra você que posso ajudar alguém, mesmo esse alguém sendo o tonto do Sinjin, e ainda sim ele não é meu amigo. – Esclareci as coisas. Beck não pareceu tão satisfeito.

– Você que sabe, Jade! – Disse quando me retirei do seu carro. Entrei em casa e me deitei na cama, pensando sobre o dia. O que Beck tinha de errado? Ele tava estranho! Além de que isso só era uma briguinha boba que passaria daqui a pouco, porque ele tava tão impaciente? Recebi uma mensagem em meu The Slap, era do Sinjin, ele não tinha meu número, ainda bem.

“O local é em Northridge, na décima quinta rua, com a Bryan, número 158, ás 8h.”

Que droga! Não queria ir para Northridge, mas se é pra Beck achar que lá no fundo eu posso ser uma pessoa boa, eu topo. Fui dormir e acordei com o celular tocando, era Beck.

– Oi Oliver! – Falei assim que atendi.

– Porque não consegue ser mais simpática? – Perguntou irritado.

– Porque você tá tão estressado? – Perguntei sendo direta.

– Por nada! Quer que eu vá te buscar? – Perguntou como se fosse obrigação.

– Não! – Desliguei o telefone em sua cara. Tomei banho e me arrumei, fui pra HA com meu carro mesmo. Chegando lá avistei Beck conversando com Tori. – Então com ela você não fica estressado? – Perguntei me aproximando dos dois.

– Por incrível que pareça não. Eu não fico estressado perto dela, mas de você eu fico. – Nossa! Aquilo doeu profundamente, Beck pareceu ter percebido. – É só que você sempre ta gritando comigo, isso me deixa estressado... Jade... – Tentou me chamar, mas era tarde já estava me dirigindo para a aula de Produção de roteiro e de canto. Depois da aula, ia para meu carro quando braços fortes me envolveram, senti o halito de hortelã e identifiquei quem era. Beck me puxou contra ele e minha boca ficou a centímetros da sua. – Você tem que parar de me deixar falando sozinho. – Disse colando nossos lábios, pude sentir completamente o gosto de hortelã e menta de sua boca. Sentia sua língua dentro da minha boca, explorando cada espaço inexplorado. Beck me pressionou contra o carro e isso poderia deixar o beijo mais cheio de desejo, mas apenas o deixou mais romântico. Envolveu seus braços pela minha cintura me puxando pra ele. Minhas mãos voaram pra sua nuca, aquilo era envolvente e gostoso, surpreendentemente gostoso. Sua boca finalmente e tristemente se desgrudou da minha e senti meus lábios doerem um pouco. – Desculpe! – Falou e senti meu lábio inferior sangrar de leve.

– Existem dores boas, Oliver. - Falei entrando em meu carro. Ele apenas acenou. Ele parecia triste e melancólico. Dirigi até minha casa e me arrumei para ir ao programa do Sinjin. Oliver chegou já buzinando, apenas desci apressada. – Dá pra parar de buzinar, Oliver?

– Pensei que estivéssemos bem... – Soltou enquanto eu entrava no carro.

– E estamos. – Assegurei-o, não deixaria que nenhuma briga boba nos separasse ou nos distanciasse um do outro.

– Sei! – Falou ligando o carro e dirigindo, Northridge não era tão longe e logo chegamos, nos sentamos. Aquele “sei”, não estava me deixando pensar normalmente, o que ele queria realmente ter dito com essa palavra? Será que ele não acreditava que nosso namoro iria pra frente? Ele que não pense nisso.

– Olá e bem vindos a Northridge, obrigado por estarem aqui no primeiro ensaio do meu próprio programa, questões para casais. – Disse Sinjin ao microfone, sinceramente eu não vejo porque de estar aqui em Northridge, à cidade é nojenta, o Sinjin é estúpido e não é meu amigo e o nome do programa é idiota. Além de que só estou fazendo isso por causa de Beck e ele me aparece com um “sei” debochado e sem graça sobre tudo isso. Acima de tudo to fazendo um esforço pra não bater na Tori com o próprio celular dela, ela fica pedindo a todo mundo pra conectar o cabo na tomada, só pra essa porcaria funcionar. – Ah antes de começarmos, eu gostaria de apresentar o maravilhoso homem que dirige Game Goober.com, o senhor Halved Goober Sting. – Todos bateram palmas, menos eu, o cara nem parecia animado. – E agora é hora de jogar...

– O programa de Sinjin de perguntas. – Disse Cat se levantando já que todos se calaram.

– Se chama: Questões para casais. WOOW! – Disse e a parede falsa atrás dele se levantou mostrando os participantes, tenho que dizer, os participantes eram feios e sem graça.

– EI, EI! Ô MAGRELO! – Disse o dono da Goober, Tori começou a ser irritante com seu celular e o aplicativo de fala que repetia tudo que ela dizia. Não tem como ficar pior.

– Tá bom, o Senhor Goober Sting acha que o programa deve ter competidores mais bonitos... – Disse começando a fazer todo sentido e deixando as coisas mais engraçadas.

– Ele não tá errado! – Falei rindo por dentro.

– Então vou ter que dizer, boa noite pra vocês... – As pessoas se retiraram. – Não se preocupem, não é nada pessoal, é só a aparência de vocês... Agora... HAN! – Sinjin correu até nós. – Por favor, podem ser meus casais de ensaio? – Tori respondeu que nem todos eram casais, só eu e Beck. E eu não iria participar disso nunca. – Não tem problema, por favor, não estrague isso pra mim, Tori. – Implorou Sinjin to fora!

– Você mesmo que disse que queria provar que podia ajudar alguém. – Disse Beck me lembrando das minhas palavras, droga! To dentro! Assenti e nos sentamos nas cadeiras, com os casais, já ajudei o Sinjin demais, vindo para esse programa idiota e tendo que estar aqui, o mínimo que posso fazer para atrapalhar, é não querer responder as perguntas e fazer desse programa um lixo maior que ele já é.

– Certo... Tá na hora de jogar... – A plateia respondeu desanimadamente o nome do programa. – É isso ai! Ao vivo de Northridge, questões para casais. – Que droga de programa. Tori disse que não fazia parte de um casal com o Robbie. Acho que trocaram as bolas, deviam ter colocado o Robbie com a Cat, apesar de eu achar que o Zac não iria gostar nadinha. – Quieta! Digam olá para nossa garota das perguntas. Trina Vega. – Só era o que faltava, a Trina ser a garota do programa dele, ela era chata e não se podia aproveitar nada de bom. Trina chegou cumprimentando Sinjin. Ai meu Deus! – Tá certo, vamos dar uma olhada na primeira pergunta para o casal número 1. André, Cat tem mal halito... – Cat pensou que fosse de verdade, esse programa é uma perda de tempo. - Você... A: Diz pra ela que tem mal halito; B: Ignora, pois você a ama ou C: Termina com ela? – Perguntou Sinjin. Sinjin mandou Cat usar o controle a nossa frente, mas ela falou qual resposta ela tinha escolhido, então vendo isso, André escolheu a opção dela e eles marcaram ponto, isso soa tão patético.

– Cat, não é pra falar em voz alta! – Mandei. Sinjin disse que era apenas um ensaio. Cat abraçou André. A próxima pergunta foi para Robbie e Tori e ela ainda continuava a dizer que eles não eram namorados de verdade, faça-me o favor. A pergunta foi sobre uma espinha idiota, os dois erraram.

– E agora, o nosso ultimo casal, Beck e Jade. A pergunta é... – O celular de Tori tocou. Logo agora?

– Você vai atender ao telefone agora? – Perguntei á ela. Só podia ser a Vega!

– Eu não apertei pra atender, desculpe, meu celular tá muito zoado... Mãe não posso falar agora. – Disse aos sussurros. Qual o problema dela? Todos pediram pra ela desligar. – Mãe... Desliga!

– Eu to na farmácia, você quer que eu compre mais pomada... – A Sra. Vega ia falar algum podre da Tori por um triz, ia ser bem engraçado, mas ela sentou em cima do celular e não escutamos mais nada, pra sorte da Vega. Affs! Ainda tinha que aguentar ver o Sinjin vestido com essa roupa ridícula me perguntando sobre coisas idiotas.

– Beck e Jade, sua pergunta é... Vocês estão encalhados num barco no mar.. – Droga!

– Eu não entro no mar... – Protestei.

– Deixa ele terminar a pergunta... – Pediu Beck.

– Eu não gosto do mar. – Tudo culpa daquele golfinho idiota.

– Estamos tentando ajudar nosso amigo com o programa dele. – Porque ele ainda tem que falar “nosso”? O Sinjin não é meu amigo, ele só é estranho e perturbador, e eu o odeio!

– Você sabe o que aconteceu comigo na terceira série quando eu entrei no mar... – Porque ele ainda tem que insistir na história do golfinho? Odeio falar sobre isso.

– O golfinho só estava sendo amistoso... – O golfinho fez xixi na minha calça. Pensei sobre aquele dia enquanto Cat falava sobre algum filme boboca de golfinhos. As pessoas riam tanto de mim naquele cruzeiro na escola. O golfinho idiota passou por um barco e enquanto pulava fez xixi em mim, as pessoas não sabiam se me caçoavam pelo xixi do golfinho ou se me zoavam por conta da minha calça molhada, parecia que eu tinha feito xixi, golfinho estúpido e agora o Beck tinha que me lembrar disso! Affs!

– Eu to tentando fazer a pergunta do Beck e da Jade. – Gritou Sinjin.

– Golfinhos me apavoram, então eu não entro no mar... – Falei. Eu até entrava mais não ia muito longe, não longe o bastante pra chegar perto dos golfinhos, prefiro ir visitar os tubarões do que ver uma criatura saltitante que faz xixi nas calças dos outros.

– Apenas diga. A, B ou C. – Gritou. Gritei de volta a letra D.

– Pode ser A. – Gritou Beck, porque ele ta discordando de mim?

– Eu não to nem ai... – Gritei de volta.

– EU NÃO ESTOU FELIZ COM NOSSO NAMORO. – Gritou para que todos escutassem. Aquilo doeu, bem lá dentro. Fiquei em silencio e todos também. Sinjin pediu os comerciais, mesmo não tendo, pois era um ensaio. Beck me olhava como se esperasse qual seria minha reação diante de suas palavras. Ele não estava feliz com nosso namoro, aquilo era idiotice de sua parte, eu sei, mas ele não pode ficar falando essas coisas assim. E desde quando ele não está feliz?

– Tori, você quer a pomada ou a loção? – Perguntou a Sra. Vega pelo telefone.

– A POMADA! Espera... Tem loção? – Perguntou tentando disfarçar, provavelmente eu riria se não estivesse bastante brava com aquela situação. Beck tinha desabafado sobre nossa relação em publico, não existia coisa pior! O que mais me intrigava é que eu não tinha errado, eu acho. Eu fazia tudo por ele, claro que sem que ele soubesse disso, mas eu faria, mesmo assim. E agora ele fala isso? Sinjin voltou com o programa, e as perguntas se iniciaram, cada uma delas, nós íamos mal, não que eu tivesse preocupada com nada do que ele falou, mas qual é? A gente não acertou nem uma, apenas Robbie e Tori estavam pior do que a gente, eles eram ruins, considerando que eles faziam parte de um casal falso ta valendo. Estavam com 10 pontos acima da gente! André e Cat foram eliminados, pois acertaram todas as perguntas e o programa era pra o pior casal.

– Estamos na etapa final de Questões para Casais... – As pessoas nem aplaudiam mais. – Robbie, a Tori te traiu com outro cara, o que você faz? A: A perdoa e diz que a ama; B: Diz que nunca mais quer ver ela na vida, ou C: Chora como uma criança birrenta e conta tudo para a sua mãe? – Perguntou Sinjin, essa pergunta era obvia. – Então Robbie qual resposta você acha que a Tori escolheu pra você?

– A! Eu sempre perdoaria a minha namorada. – Tori deu uma tapa na mão de Robbie.

– Eu escolhi a C. – Tori confirmou minhas suspeitas.

– Mas eu não sairia contando pra minha mãe... – Tori deu um olhar desconfiado. – Tá, eu até faria isso se minha mãe não tivesse desistido de mim.

– Ultima pergunta para Beck e Jade... Jade, você e Beck vão acampar... – Tentou Sinjin.

– Eu odeio natureza! – Reclamei.

– Apenas deixe-o falar. – Pediu Beck.

– Então uma onça-pintada surge... – Mas que tipo de pergunta era essa?

– Não existem onças em Los Angeles. – Reclamei novamente.

– É só uma pergunta imaginária. – Disse Beck.

– Eu sei! – Fiz careta pra ele que correspondeu.

– Então...Beck... Você... A: Sairia da barraca e pediria ajuda; B: Lutaria com a onça pra salvar a sua amada, ou C: Se salvaria e deixava ela morrer? – Perguntou Sinjin. Beck escolheu a alternativa. – Jade, qual você acha que o Beck escolheu? – Perguntou novamente.

– Provavelmente a C, do jeito que ele é, me deixaria morrer. – Provoquei.

– Como... Você? Eu até poderia deixar você morrer, mas não foi essa que eu escolhi. – Respondeu e olhei para a tela, ele tinha escolhido a opção A.

– Do mesmo jeito, eu iria me machucar, vai saber se quando você chegasse com ajuda eu não podia estar morta. – Revidei.

– Encerramos aqui o ensaio do programa Questões para casais. – Disse Sinjin e todos aplaudiram. As pessoas foram embora e Beck e eu fomos para o estacionamento. – Beck, Jade! Tá aqui seu troféu de pior casal. – O que? Sinjin me entregou o troféu.

– Tá vendo, nós estamos brigando tanto que ganhamos esse troféu bobo, não acertamos nada sobre o outro. – Mas eu não tinha jogado isso pra valer. Ou tinha?

– Você que fez isso... – Olhei ameaçadoramente pra Sinjin. Joguei o troféu nele e entrei no carro. Buzinei, Beck deu dois passos pra trás e atropelei Sinjin com força, a culpa disso tudo era dele! – Vai entrar, Oliver? – Perguntei ainda no carro. Beck fez que não, indo ajudar Sinjin. Acelerei o carro dele e parti pela estrada, se ele quer ajudar o Sinjin que ajude, agora vai ter que fazer isso sem o carro e voltar pra casa sem ele também. Rapidamente cheguei em casa. Estacionei o carro de Beck e fui dormir. Acordei ainda mais determinada do que ontem, Beck não iria se safar de mim tão fácil assim, ele acha que somos mesmo o pior casal? Isso é tudo mentira! Levantei da cama e fiz minha higiene matinal, Beck estava parado na frente da minha casa assim que sai dela.

– Você atropelou o Sinjin, tive que pegar um taxi e levar ele de volta pra casa porque ele ta usando muletas, e você não fala nada? – Perguntou, apenas entrei no carro. – Ótimo! Vai me ignorar, Jade a gente não tá bem, erramos todas as perguntas daquele jogo, não temos uma conversa civilizada há muito tempo e nossos amigos estão percebendo isso. – Droga! Estamos bem sim, ele que não vê, e não ligo para nada do que aqueles idiotas dos seus amigos pensam. Chegamos a HA e Beck não parava de falar sobre isso, já estava me cansando.

– Você vai parar de falar? – Perguntei chegando aos corredores.

– Não! Ah! – Falou e bufei desanimada, nossa relação ia bem, ele que não queria tentar mais nada. – Vem comigo, temos que falar sobre o nosso namoro. – Beck me puxou pelo braço, desde quando ele tem tanta força?

– Não! – Falei e ele continuou me puxando, eu não quero falar disso. – Não quero mais falar sobre isso.

– Você quer sim! – Disse indo ao armário do zelador.

– Ele tá me sequestrando, vocês estão vendo. Sequestrador! – Gritei enquanto ele me arrastava literalmente. – Sequestrador! Me solta... Sequestrador. – Entramos no armário contra a minha vontade.

– Isso não tem graça. – Disse.

– Não tem, o que é engraçado, é você surtar por causa de um programa ridículo. – Falei.

– Fomos eleitos o pior casal. E os outros dois nem eram casais de verdade. E um deles tinha o Robbie. – E o que isso tem demais? Era só um jogo bobo.

– E porque te incomoda ser o pior casal? – Perguntei, ele tava achando o que? Que por causa disso ele ia bancar o herói e ia se fazer de vitima, não tem porque ele ficar se sentindo desse jeito. Cat entrou nos atrapalhando.

– Ah, essa é uma festa no armário? – Perguntou. Pelo amor! Isso era ridículo! – Eu tenho colheres. – Ela não podia apenas sair daqui?

– Cat, precisamos de sua opinião num assunto. – Não precisamos não, mas ela vai ficar do meu lado, é claro! Cat começou a falar do aquecimento global, algo como não achar que era verdade, pois tinha entrado no cinema e estava frio, o que? Claro que vai ta frio, e o que isso tem haver com o aquecimento global? Espera! O que isso tem haver com a gente? – Cat! Preciso de sua opinião sobre nós. – Não precisamos não!

– Porque não pergunta para um macaco? – Seria melhor, do jeito que ela pensa. Cat falou que já tinha assistido a um filme sobre um macaco que usava óculos e tinha uma arma, o que? Beck perguntou se ela achava que discutíamos muito. – Mas todos os casais de namorados discutem muito, não é? – Protestei.

– Deixa ela falar. – Gritou Beck, Cat também gritou. Porque ele tava gritando comigo?

– Você nunca me escuta falar. – Retruquei. Segurei Cat para que ela não partisse. – Onde você quer chegar então? – Fui direta.

– Eu só queria ter uma namorada com quem eu pudesse conversar sem que acabasse numa gritaria? - Então porque ele não namora a Vega?

– Ah é? E eu queria um namorado que não fosse xavecado o tempo todo. – Revidei. Isso era verdade! Ou um que pelo menos não desse bola para as garotas que o xavecavam e Beck nunca fazia isso! Cat continuou a falar sobre a festa no armário.

– Não é culpa minha, as garotas me xavecarem. – Revidou.

– Você podia ficar mais feio se quisesse. – Isso era verdade, como aquele cara no restaurante. Cat começou a surtar.

– Eu não acredito que você seja tão ciumenta. – Falou como se eu não tivesse capacidade de ser xavecada por meninos.

– Então você me acha feia? - Retruquei. Beck negou. – A Cat acha que somos o casal perfeito, não é Cat? – Perguntei pra ela assentir, mas ela parecia mal, afinal quem liga? Beck perguntou a mesma coisa. – NÃO RESPONDA! – Gritei.

– RESPONDA! QUAL É? – Gritou comigo de novo.

– QUAL É VOCÊ? – Aumentei meu tom de voz, Cat desmaiou.

– Você fez a Cat desmaiar. – Disse.

– Estou atrasada pra aula, – Falei saindo dali, queria acabar com esse assunto. Beck perguntou se acabaríamos isso agora ou depois. – DEPOIS! – Gritei saindo dali e indo pra minha aula de Estudo cientifico e Improvisação. Beck seguiu para a sua aula separada da minha. Sai da escola já de noite. Fui pra casa, não queria saber do Oliver hoje, estava com fome, fui pra cozinha comer alguma coisa, mas a campainha tocou. Era Beck.

– Você disse pra conversarmos depois, então estou aqui. – Ai meu Deus! – Sabe onde devíamos estar agora? – Dei de ombros. – Na casa da Tori, todos se reúnem nas sextas à noite pra jogar cartas, mas não estamos, porque talvez nossos amigos não nos queiram por perto.

– Ótimo! Não gosto de nenhum deles. – Me deitei no sofá.

– O que? Você só não consegue aceitar que fomos passados pra trás, porque nossos amigos não gostam mais da gente por causa das brigas. – Desde quando ele ficou tão dramático? – Vem, a gente vai ver se eles estão reunidos. – Protestei, Beck me pegou no colo e me colocou em seu carro, o ruim é que eu ainda estava com fome. Chegamos à casa da Vega, Beck ainda me puxava. Ele tocou a campainha. Tori nos cumprimentou. – Viu? Ta todo mundo aqui, eu falei que estavam todos aqui. – Que droga!

– Olha, desculpa por não ter convidado vocês dois pra jogar é que... – Tentava Tori.

– Fala pra ela porque não nos convidou pra jogar? – Perguntou Beck e Tori disse que ia dar uma festa surpresa pra gente. Até parece! HAN?

– Tá bom! Não convidamos vocês pra jogar porque estão toda hora brigando um com o outro e deixam todo mundo desconfortável e fazem a Cat desmaiar e ás vezes fazem o Robbie chorar. – Nossa! O Harris foi bastante sincero. Robbie protestou.

– Viu? A gente briga tanto que nem nossos amigos nos querem por perto. – Disse Beck.

– A Tori não é minha amiga, o Robbie eu só tolero, ninguém gosta da Trina e a Cat é praticamente de estimação. – Desabafei. Cat imitou um cachorro. Trina perguntou se Tori ia deixar que o eu falasse assim com ela. Todos concordavam comigo nisso.

– Então... Porque vocês não jogam cartas com a gente? – Perguntou Vega.

– Olha! Eu não quero ser seu namorado se a gente vai discutir o tempo todo... – Disse Beck, do que ele ta falando?

– Então você quer terminar? – Revidei, é claro que ele queria, ele ta querendo isso faz tempo e só agora teve coragem, isso deve ser influência da Vega, tudo é culpa dela, e pensar que eu tava achando ela um pouco mais legal.

– Eu num disse isso, eu só to falando que... – Tentou Beck.

– Vocês dois vão terminar? – Perguntou Trina, só era o que me faltava, essa garota não se enxerga não? Eu quero sair daqui! - Porque eu não to saindo com ninguém e eu sempre achei que o Beck e eu formamos um perfeito... - Peguei uma almofada e taquei nela.

– Na próxima será um martelo. – Ameacei, que garota abusada! – Vem Beck me leva pra comer. – Falei indo em direção à porta, já me enchi dessa conversa, estávamos bem, ele que tava fazendo tempestade em tampinha de xarope.

– Eu cansei de discutir... – Me virei, como ele podia dizer isso? Então ele quer mesmo terminar comigo?

– Tá bom! Vou andar até a porta e contar até 10... – Tentei.

– Não esquece do três. – Alertou Cat, que criatura esqueceria de contar o numero 3? – Algumas pessoas esquecem.

– Se eu chegar ao 10 e você não estiver lá, eu vou pra casa e ai a gente acabou... Um... – Falei saindo da casa, fiquei encarando a porta esperando, é claro que ele viria atrás de mim. – Dois. – O que ele tava esperando pra vir? – Três. – Já estava ficando farta disso. – Quatro. – Vamos Beck que demora, é só você abrir essa porta e depois a gente pode ficar juntos de novo. – Cinco. – Minha voz estremeceu um pouco, ele tava demorando demais. Qual é? Era só uma briga boba, iríamos voltar a ser feliz como antes, era só ele abrir a porta, porque ele não abria logo isso? – Seis! – Ouvi uma zoada, parecia uma espécie de briga, calma Jade, você deve estar escutando demais! O Beck já vai aparecer por aquela porta e tudo ficará bem de novo. – Sete! – Ouvi gritos, mas logo foram cessados. O que tinha de errado com o Beck? Ele não me queria? O que tinha de errado comigo? Não sou mais útil pra ele, é isso? – Oito. – Respirei fundo, estava ficando nervosa até demais, e se ele não abrisse aquela porta? Tudo estaria realmente acabado entre a gente? Vi a maçaneta mexer. Ótimo! – 9! – Vamos, o que falta pra ele abrir a droga dessa porta? Uma lagrima insistia em cair, lutei e ela permaneceu no mesmo lugar, calma Jade! Ele vai aparecer, mas porque essa demora toda? – Dez! – A maçaneta ainda estava do mesmo jeito, eu sabia que alguém segurava, mas a porta não se abriu. O que tem de errado com ele? O que tem de errado com a gente? E todas aquelas promessas? Será que tudo era verdade? Jade é só você descobrir! Dei um passo á frente, eu iria abrir aquela porta e perguntaria á ele se tudo que passamos juntos era mesmo real. Dirigi minhas mãos na maçaneta, ia puxá-la, mas meu orgulho falou mais alto. Suspirei. Beck sabia o que fazer, ele sabia que tinha que abrir essa porta, e assim ele escolheria se o nosso namoro continuava a existir, mas ele não abriu, ele não te quer Jade. Você não é boa o bastante pra ele! Tirei lentamente minhas mãos da maçaneta e o único pingo de esperança que existia em mim de ele abrir aquela porta aniquilou-se. Dei as costas sem olhar pra trás e entrei em meu carro. Olhei de longe pra porta da casa da Vega, ele ainda podia abri-la e dizer que se enganou por não abri-la antes, mas não foi isso que ele fez, ele acabou com "nós", ele acabou comigo. Liguei o carro e parti. Sabe aquela lagrima que insistia em cair? Pois é! Ela e suas amiguinhas nem precisavam fazer mais tanta força, pois caíam sem parar, encharcando meu rosto. As luzes dos carros passavam por mim, eu imaginava o quanto àquelas pessoas podiam estar felizes ali dentro, enquanto eu to sentada aqui chorando por um idiota. Cheguei em casa, soluçava tanto que parece que minhas forças eram sugadas, andei quase caindo pra dentro de casa, me joguei no sofá e me pus a chorar mais do que já estava. Um aperto grande atingiu meu coração, como se alguém tivesse pego uma pá e cavado um buraco ali mesmo, um buraco que só iria ser preenchido com o Beck. Porque ele não abriu aquela porta? Porque ele não me quis? Tudo podia ter sido apenas uma briga boba de casais, mas ele exagerou tanto que se tornou uma briga de ex-casal. Afundei minha cara na almofada, sentindo as lagrimas escorrerem sobre elas. A campainha tocou e imaginei ser o Beck. Fui correndo abrir a porta.

– Jade você sabia que depois de amanhã é aniversário do Beck e... Jade o que aconteceu? – Perguntou Zac vindo me abraçar depois de fechar a porta. Droga! Não era o Beck! Zac parecia abatido, mas era como se tentasse parecer feliz. Ele tinha falado que era aniversário do Beck, era verdade, era mesmo aniversário de Beck, no sábado, eu nem tinha comprado um presente, e será que precisa? Afinal ele me deu um belo presente, ele partiu tudo que eu podia chamar de coração, Oh Beck porque fez isso comigo?

– O... O Beck... Nós... Não existe mais nós. – Falei entre soluços, meu coração palpitava cada vez mais forte.

– Jade! Eu sinto muito, se não quiser falar, eu estou aqui, só esperando você desabafar, ok? – Perguntou me abraçando no sofá.

– Zac o que eu faço? – Eu parecia uma menina tola, mas eu não conseguia vestir a pose de menina má agora.

– Eu não sei, também to tentando descobrir... - O que? – Cat terminou comigo. – Como assim? – Mas não estamos aqui pra falar de mim, e sim de você, eu realmente não sei o que você deve fazer, Jade. Também estou perdido. – Mais alguma coisa encharcou meu rosto, senti uma lágrima vindo de cima, levantei minha cabeça e vi Zac chorando, era realmente difícil vê-lo assim. – Que tal se nos ajudarmos? – Ele enxugou as lágrimas. – Sabe, um ajudando o outro, eu faço as coisas pra você e você faz as coisas pra mim? – Assenti ainda chorando. Lembrei-me de algo que me fez chorar mais ainda.

~~ Flashback On

Estava andando com a Cat, até que ela me dá tchau e vai embora, apenas a olhei ir, ela era uma boa amiga, não que eu demonstre que gosto dela é claro. Ao olhar pra frente esbarro em alguém, os meus livros caem e me abaixo pra pegar, ao mesmo tempo que o idiota ou a idiota que os derrubou. Nossas testas se batem e caímos pra trás, iria xingar essa pessoa até não poder ter mais voz, quem ela pensa que é? Avistei uma mão sendo erguida a mim e olhei pra cima, um garoto de cabelos negros, olhos castanhos e olhar penetrante me olhava com cara de cachorro que caiu da mudança, tá bom! Ele pode ser bonito, mas não quer dizer que vai escapar dessa.

– Quem você pensa que é pra esbarrar em mim assim? Não vê por onde anda retardado?

– Me desculpe, sou novo aqui... Como é seu nome? – O garoto me olhou de cima a baixo assim que me levantei. Ele era forte e um grandíssimo idiota.

– Vai ter que descobrir, afinal também não te conheço. – Disse arrogantemente.

– Meu nome é Beck, Beck Oliver e eu te conheço sim... – Franzi a testa. – Você é a garota com o mais belo par de olhos esverdeados desta escola, além de ser a mais bonita. – Como ele podia me dizer isso? Que idiota! Apenas esbarrei nele e soltei um riso debochado. – Ainda não me disse o seu nome. – Falou enquanto eu cruzava o corredor. Ignorei-o, ele podia ser bonito, mas não valia a pena! Por enquanto...

~~ Flashback Off

A camisa de Zac já estava totalmente molhada.

– Jade, você devia dar os pertences dele de volta, tirar tudo que lembre ele daqui. – Aconselhou Zac, ele tinha parado de chorar, mas sua blusa ainda estava toda molhada já que ele me abraçava e continuaria molhada se dependesse de mim.

~~ Flashback On

Vagava de volta rumo a meu armário, tinha acabado de ter uma reunião com o pessoal e tínhamos planejado o plano da falsa equipe de Ping Pong, quer dizer, eu bolei tudo sozinha, aquelas inúteis não serviam pra nada mesmo! Incrível foi o Oliver ter sido o primeiro a concordar comigo. Tirei alguns livros do meu armário e ao fechar a porta do mesmo dei de cara com ele, Beck sabia surpreender.

– Jade! Devíamos conversar, desde nosso encontro, não conversamos. – Disse com sua voz aveludada. Fazia uma semana que tivemos nosso primeiro encontro no Clube do Gorila, Beck ficou menos de uma semana com o gesso e desde então não havíamos nos falado direito, mesmo de vez em quando eu dando um jeito disfarçado de ver como ele estava.

– Sobre o que quer conversar, Oliver? Não tenho tempo. – Falei tentando sair dali. Ele mexia comigo e eu não sabia fazer nada quanto á isso. O melhor era fugir!

– Tem tempo sim! Chequei sua lista de horários, você tem uma aula vaga agora. – Como ele podia ser tão invasivo? – Quero falar sobre nosso encontro. Jade eu sei que não foi muito bom, só queria te levar pra um local que você gostasse... – Do que ele tava falando?

– Beck! Beck! Cala boca tá? Eu gostei do encontro. – Desviei o olhar. Não queria admitir isso!

– Você gostou? – Ele pareceu alegre, porque ele tava assim? Ficava mais lindo desse jeito. – Então acho que o próximo passo é isso. – Falou me puxando e me agarrando. Beck me beijou calmamente e por mais que eu quisesse continuar com minha pose, ele beijava bem demais. Porque o seu beijo me causava todas essas emoções desconhecidas? Separei-me dele e Beck me olhou atentamente. – Desculpe? – Perguntou e eu estava mais perdida do que tudo. Sorri, não sei por que fiz isso, mas gostei de ter feito. – Quer ser minha namorada? – Meu coração palpitou mais forte, tudo estava acelerado em mim. Beck pareceu decepcionado com minha demora. Acontece que eu não sabia o que responder, ou eu dizia não e continuava a ser infeliz e sem motivo em minha vida, ou eu dava uma chance ao Oliver que me fazia feliz apenas por estar do meu lado respirando. Sorri de novo. Beck me beijou novamente. Nossa! Eu podia fazer isso a tarde toda.

– Não pense que vai ser fácil, Oliver. – Reclamei desgrudando-me de seus lábios.

– Por você vale a pena. – Disse pegando em minha mão.

~~ Flashback Off

O que aconteceu com o “Por você vale a pena”? Tudo acabou quando ele não abriu aquela porta, estava tão cansada de chorar que dormi com Zac ao meu lado.

Zac Smith

Jade tinha acabado de dormir, não aguentava mais vê-la chorar, desgraçado do Beck! Ele fez a minha melhor amiga chorar, idiota! Tentei levantar, mas Jade estava por cima de mim, a suspendi e ela acordou.

– Pra onde vai, Smith? – Perguntou enxugando finalmente as lagrimas.

– Eu ia falar com o Beck, mas isso não parece uma boa ideia, parece? – Perguntei confuso. Jade fez que não com a cabeça. – Você deveria seguir os meus conselhos, deveria juntar todas as coisas dele daqui e mandar de volta pra ele.

– Não quero ver a cara do Oliver. – Reclamou irritada.

– Mas uma hora vai ter que ver e por mais que seja difícil, você vai ter que tentar. – Falei mais pra mim do que pra ela, a Cat ter terminado comigo doía, de um jeito que eu não sabia explicar.

– Tá! – Falou levantando do sofá e subindo as escadas. Voltou minutos depois. – Você vai entregar isso na casa dele, agora! – Mandou como se parecesse melhor.

– Não vou não, to fora de ir lá na casa do Beck ás 2 horas da manhã. – Disse olhando no relógio.

– Vai sim, Smith! – Disse jogando a caixa com os pertences de Beck em mim, ela começou a bater no meu peito, cara que mão pesada. Cai no chão. Ai! Ela mostrou os dentes, consegui fazer ela rir, finalmente, mesmo que tenha sido só um pouco e que isso me cause dor eu estava feliz por essa conquista.

– O que eu vou fazer depois que ir na casa do Beck é malhar, porque se to apanhando de você as coisas não estão boas. – Falei pegando a caixa, ela apenas cruzou os braços irritada. Sai da casa, mas eu sabia que ela não ia ficar bem, voltei e vi algumas lagrimas escorrendo pelo rosto de Jade novamente. – Eu sei que não é fácil, sabe é difícil pra mim também, pensa só. Fiquei um tempão sozinho e quando finalmente encontro alguém que acertei... – Jade franziu a testa. – Eu sei que a Cat não parece ser a pessoa certa pra mim, e ela não é, mas ela parecia ser uma maneira de eu não ficar tão sozinho. Ela era fácil de se conviver, não me daria problemas e eu podia contar com a companhia dela, mas quando tudo estava bem, a ruivinha mais tonta que eu conheço acaba comigo , fazendo com que eu me tornasse mais fraco do que antes, porque se até a garota ruiva e tonta não me quer, quem vai querer? O problema comigo, Jade, é que nunca consigo ficar com uma pessoa por muito tempo, por isso optei por ficar só e quando finalmente tento de novo, olha o que acontece. E ta sendo ainda mais difícil manter a pose de homem aqui, sem poder chorar na sua frente e assim que eu passar por aquela porta é isso que vou fazer, vou chorar e quero que faça o mesmo, porque amanhã você vai dar de cara com o Beck e quando fizer isso, não vai chorar ou ficar fraca em nenhum momento... E Jade, muda logo o status de relacionamento no The Slap que foi ele que te deixou, não tem que ficar se remoendo. – Falei como se não fosse isso que eu iria fazer quando saísse daqui. Sai da casa de Jade e entrei no carro. Mudei o meu status pra solteiro no The Slap. A lembrança da conversa com a Cat ia voltando à medida que eu dirigia até o endereço que Jade me deu.

~~ Flashback On

Estava indo na casa da ruivinha, tinha que esclarecer as coisas e faz tempo que não a vejo. Chegando lá, sua mãe me deixou entrar e fui parar no seu quarto.

– Zac? – Cumprimentou-me tristemente. Eu não sabia que o clima entre a gente tava tão pesado!

– Cat! Precisamos conversar sobre nosso namoro. – Propus.

– Sobre isso mesmo que eu quero falar. Hoje vi um casal se separar... – Sua voz fraquejou. – E não queria que isso acontecesse entre a gente, me desculpe Zac, mas você não é a pessoa que eu amo. – Aquelas palavras me atingiram bem no fundo.

– Você também não é a pessoa que eu amo, Cat. – Desabafei.

– Podíamos voltar a ser amigos e esquecer tudo isso? – Perguntou e fiquei surpreso, nunca pensei que a ruivinha fosse capaz de dizer uma coisa tão madura.

– Não sei se vou conseguir voltar a ser seu amigo de novo Cat, mas podemos tentar. – Falei beijando sua bochecha e saindo de seu quarto.

~~ Flashback Off

Algumas lagrimas caíram, mas fiquei firme, isso não era coisa que homem fazia! Mantenha-se firme Zac! Cheguei finalmente ao RV de Beck, o lugar parecia legal. Deixei uma caixa em sua porta, não sabia o que havia dentro. Parti de novo para o carro, recebi uma ligação.

– Zac? Quero que venha pra cá agora. – Ordenou Jade, ri de canto, ela estava quase melhor, seu gênio mandão já estava de volta, apenas voltei e ajudei minha amiga.