Give Me Love escrita por Charlie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey
Eu não sou nova no Nyah, apenas criei uma conta nova porque já estava cansada do jeito que vinha escrevendo. Mas sou nova na categoria Harry Potter, então me dêem um desconto.
Enfim, espero que gostem.



(Música, se quiserem ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=FOjdXSrtUxA)



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 A ruiva encostou a testa na vidraça fria. Sua respiração deveria embaçar o vidro, mas isso não acontecia. Ela dizia a si mesma que aquilo era errado e extremamente proibido. Ela estava a ponto de mandar aquelas regras inúteis para o espaço e fazer alguma coisa. Porém não o fez. Somente suspirou derrotada, jogou seu arco e a aljava na calçada, sentando na mesma e enterrou as mãos nos fios ruivos. Porque para ela, somente ela, amar era proibido? E tudo só piorava porque ela era um anjo e ele um mero mortal.

Rose sabia de tudo isso e acabou cometendo um erro. O erro de se apaixonar por ele. Ela ansiava conhecê-lo ainda melhor, não que ela andasse espionando o garoto. Como ela mesma gostava de pensar: Ela apenas observava. Quando ela percebeu, lágrimas já corriam por seu rosto pálido e ela sentiu o gosto salgado delas nos lábios.

Anjos não deveriam amar, não naquele sentido. Aquilo a destruía por dentro, ela agora precisava dele, por mais que tentasse não admitir. Rose o amava, o desejava, ela o queria junto dela para sempre. Um grito de raiva escapou por seus lábios rosados, ninguém a ouviu. Nunca ninguém a ouvia, ela era um anjo, ninguém podia ouvi-la ou toca-la. Ela se comparava ao nada, todos passavam por ela, muitas vezes por seu corpo e não sentiam nada, apenas seguiam seu caminho.

Dentro do estabelecimento, um garoto loiro mexia com a colher seu café já frio. Não sentia mais vontade de bebe-lo como antes, seus olhos estavam perdidos além da vidraça, acompanhava as pessoas andarem pela calçada com seus olhos frios como gelo. Ele se questionava porque nunca amou alguém, era estranho. Ele não conseguia, ele já havia tentado, tivera várias namoradas procurando saber se sentia algo, mas era apenas atração física.

Ele mal sabia que a razão de seus problemas estava sentada na calçada em frente ao café naquele momento. O cupido estava ali, tentando escolher entre fazer algo ou deixar o garoto de loiro de lado. Ela não conseguia mais parar de pensar nele. A dor a assombrava, seguindo-a para onde quer que fosse.

O garoto bufou irritado, pagou a conta e saiu da pequena cafeteria. O sino soou e Rose se virou imediatamente para a porta, já que ele era o último cliente da noite, pois já passava das dez horas. Um vento forte soprou, esvoaçando os cabelos ruivos da garota, uma parte colou em seu rosto por causa das lágrimas que logo ela tratou de tirar para poder vê-lo melhor.

Ele enfiou as mãos nos bolsos do agasalho de moletom e olhou em volta. Suspirou e começou a seguir o caminho de volta ao apartamento que era um pouco longe dali.

Rose controlou a vontade de segui-lo, precisava continuar fazendo seu trabalho, não podia se dar ao luxo de chorar ainda mais por alguém que não a amaria.

— Scorpius... — Ela chamou seu nome num sussurro, porém ele não a ouviu.

A ruiva limpou as lágrimas com as costas da mão decidida a esquecê-lo e continuar seu trabalho. Não era uma tarefa fácil, mas ela não conseguia nada facilmente, então não seria difícil. Pelo menos era o que ela tentava acreditar. Pegou suas coisas do chão e caminhou pelas ruas de Londres, a procura de um casal para juntar.

Rose estava em uma pracinha vazia, quando encontrou um casal de jovens que não deveriam passar dos dezesseis anos. A garota estava em cima das costas do garoto que segurava suas pernas, os dois riam muito e Rose sorriu com isso, um dia queria viver um momento assim. Preparou a flecha no arco e mirou, acertando em cheio no peito do garoto. Ele soltou a menina e lentamente sua expressão de felicidade foi tomada por confusão. Ele a puxou para perto e sorriu, um sorriso digno de um apaixonado. Rose mirou outra flecha, dessa vez nas costas dela e soltou.

Rose não conseguia vê-la por que a menina estava de costas para ela, mas ela sabia que a garota sorria como uma boba. Ela ficou na ponta dos pés e beijou o garoto que pôs as mãos na cintura dela. O trabalho de Rose estava feito, pelo menos por hora. Ela começou a vagar pelas ruas novamente, que aos poucos iam esvaziando.

Resolveu voltar para seu esconderijo na Terra, que consistia em uma cama com lençóis brancos, alguns móveis e objetos. Se jogou na cama e se encolheu em posição fetal e logo as lágrimas já rolavam novamente. Ela não sabia se os outros anjos já sabiam de seu amor por Scorpius Malfoy, mas ela sabia que se eles descobrissem ela seria banida do céu ou até mesmo morta. Rose não queria isso, na verdade nunca quis, porém agora ela sofria pelo poder do amor. O que ela mesma causava nas pessoas, ela fazia as pessoas se apaixonarem e às vezes, isso machucava.

Ela desejou poder dormir, pelo menos uma vez, para poder esquecer de Scorpius, dos outros anjos, do seu trabalho, de absolutamente tudo. Mas era muito difícil para um anjo dormir, por seu constante trabalho, pela falta de cansaço e a vontade de fazer tal ato.

Rose desistiu, deixaria aquilo a mercê do destino. Não havia mais o que fazer, ela começou a lembrar de todos os momentos que teve como anjo, pois ela não se lembrava de como havia sido sua vida mortal. Ah sim, Rose tinha sido uma humana, tudo que ela sabia era que fora brutalmente assassinada, então ela virou um anjo por ter sido uma pessoa tão boa.

As horas se arrastaram lentamente, o dia seguinte foi pior ainda. Fora uma verdadeira tortura perambular pelas ruas e ver casais rindo, trocando carinhos e de mãos dadas e até tendo que juntar alguns deles. A noite foi caindo e estava um pouco fria, não que Rose se importasse. Ela entrou em uma rua qualquer, uma rua próxima ao apartamento de Scorpius.

Então ela o viu, parou abruptamente e o encarrou. Ele estava flertando com uma garota loira de olhos azuis extremamente bonitos. Rose tragou a saliva e apertou os lábios, tentando controlar a onda de náusea e a vontade insana de chorar. Sem pensar ela pegou uma flecha e mirou nas costas do garoto Malfoy e soltou. Os olhos do garoto ganharam um brilho novo e um sorriso se formou em seus lábios. A ruiva pegou outra flecha e mirou na garota loira e disparou, a menina abriu um sorriso e Rose se deu conta do que havia feito.

Rose começou correr, não queria ficar ali para ver o que aconteceria a seguir. O beijo e depois de alguns dias, juras de amor eterno, pois ela havia usado suas flechas mais poderosas. Correu até não poder mais, rumo ao seu esconderijo, quando chegou lá abriu a porta com tanta força que a mesma bateu na parede e voltou. A garota não ligou para isso, seus olhos tinham um brilho doentio jamais visto antes.

A dor a tinha consumido por completo, ela já não tinha mais forças para conseguir chorar. Revirou gavetas e caixas até encontrar a sua mais nova fonte de felicidade: Um pequeno frasco com um líquido verde. Para os mais íntimos apenas Veneno Divino. Rose havia roubado há cinco anos, apenas para ter. Alguns anjos mais antigos diziam que poderia derrubar até o anjo mais forte e ela sem duvidas não era um anjo forte devido ao seu estado emocional no momento.

Muitos desejam seu cargo, ser cupido era uma verdadeira honra. Ela simplesmente estava fazendo um favor aos outros anjos e a si mesma. Rose sorriu de forma cruel para o pequeno vidrinho, enquanto sentava-se na cama macia e balança o mesmo na frente dos olhos. Levantou, foi até o pequeno rádio e colocou uma música um tanto dramática para tocar, tirou a rolha do frasco lentamente, com medo de que o líquido derramasse e voltou ao seu lugar.

Ela levou o frasco aos lábios e bebeu tudo rapidamente num gole só. Ela soltou o vidro que se quebrou em pequenos pedaços e um riso escapou de seus lábios enquanto se ajeitava melhor sobre a cama. Logo o riso foi substituído por um grito de dor. Era como se estivesse ateado fogo dentro dela, ia subindo de suas pernas para o corpo todo. Ela se contorcia na cama e ofegava, lágrimas grossas manchavam seu belo rosto. Ela não esperava que fosse doer tanto.

Rose se entregou a dor e deixou suas forças se esvaírem lentamente. Seus belos olhos azuis se fecharam para nunca mais se abrirem. O cupido estava morto. Rose estava morta.

Ela só queria um pouco de amor, queria que Scorpius desse um pouco de amor a ela.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu realmente espero que tenham gostado e vale lembrar que a opinião de vocês é importante, então se vocês comentassem seria ótimo.

Charlie.



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