A Caçadora - O Despertar escrita por Ketlenps


Capítulo 9
Capítulo 8 - Le Pain Quotidien


Notas iniciais do capítulo

Olá, Caçadoras ou Criaturas da Noite, tanto faz xD
Mesmo que eu tenha tido poucos reviews no capítulo passado, cá estou eu postando esse. Porque, não importa o tanto de reviews e leitores que eu tiver, vou continuar postando a fic até o fim =)
Bem, como eu adoro postar fotos de como eu imagino os personagens, no final deste capítulo eu coloquei uma foto da Mandy. E falando nela, esse é o primeiro capítulo que o POV não é da Camille. Então, eu espero que vocês gostem e aproveitem para conhecer um pouco da Mandy ^^
Capítulo betado pela Anne.

Enjoy ^^



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Mandy's POV



– Aqui está. - Despejei o cereal na tigela de Kimberly. - Bolinhas redondas de chocolate.

Apressadamente, ela pegou a caixa de leite e jogou em sua tigela rosa, pegou sua pequena colher e enfiou dentro do mesmo, comendo ferozmente.


– Ei, amarre o cabelo, vai cair no seu café. - eu lhe avisei, quando vi seus cabelos soltos quase caindo em sua tigela.

– Me dá uma xuxinha, oras. - ela disse.

Retirei a presilha que prendia meus cabelos e joguei para ela, que pegou rapidamente e amarrou em seus cabelos de qualquer jeito. Pelo menos o suficiente para impedi-los de cair em sua tigela. Sentei-me na mesa, ali na cozinha, juntamente com Kimberly e tia Kelly. O prato de Kelly me chamou a atenção: ela comia apenas frutas e ovos mexidos.

Arqueei uma sobrancelha.

– Na dieta novamente? - perguntei, dando um gole em meu café.

– Só que desta vez é sério. - ela respondeu, tirando uma mexa do cabelo louro escuro e colocando atrás da orelha.

– Essa é a septuagésima vez que você diz isso. - a lembrei.

Tia Kelly nunca conseguiu ficar numa dieta, no máximo duas semanas e - como ela diz - não consegue mais passar fome. A verdade é que ela não precisa de dieta. A questão é que tia Kelly não gosta de suas pernas e bumbum. Ela faz de tudo para diminuir o número de seu jeans.

– Não sei nem para que você entra numa dieta. - eu argumentei. - Você é naturalmente gostosa, tia Kelly.

– Não acho. - ela disse com uma careta. - Você que é.

– Quem dera! - Gargalhei alto. - Quem dera se eu tivesse esse seu bumbum e pernas. As minhas não têm graça.

– Claro que tem. - Tia Kelly contrapôs. - O seu corpo é como o de uma modelo da Victoria Secrets.

Engasguei com o café que eu tomava; eu a encarei.

– Quem dera novamente.

– Espero que se um dia eu tiver filhos eu continuei com o mesmo corpo de antes; como você. Que só ficou mais gostosa depois que ganhou Kimberly.

– Ok, essa conversa está ficando estranha.

Nós duas demos risadas.

Tia Kelly é irmã de meu pai, oito anos mais nova. Kelly já foi casada uma vez, aos vintes e três anos, porém divorciou-se quatro anos mais tarde, por problemas que até hoje eu não sei. Lembro-me de que ela havia dito que nunca mais queria se casar. Eu tinha apenas oitos anos de idade, não entendia nada. Nesse casamento, Kelly não teve filhos, ela nunca teve. Todavia, ela sempre mantém a esperança viva. Não apenas ela. É incrível como a maioria de nós, Santangelos, somos otimistas. Não que eu esteja me gabando.

No entanto, se tia Kelly fosse mãe, ela seria excelente. Ela cuidava de mim e Kimberly como se fôssemos suas filhas. Fora ela que me ajudou no momento em que eu mais precisava: no momento em que eu estava sozinha e grávida onde nem meus pais queriam saber de mim– totalmente abalados.

O telefone na cozinha tocou estridentemente. Levantai-me da cadeira e o atendi, tirando-o do gancho na parede.

– Alô?

– Como está Kim? - A voz do outro lado fez meu coração falhar uma batida.

Suspirei e olhei para Kim, que comia seu cereal de chocolate, sujando toda a boca.

– Ela está bem, mãe. - eu respondi, tia Kelly do outro lado da cozinha ergueu o rosto quando me ouviu dizer a última palavra.

– E Kelly? - A voz de minha mãe estava incrivelmente calma.

– Também. - Respirei fundo. Minha mãe ligando significava coisa ruim; e eu sabia sobre o que ela iria falar. - E a senhora, como vai?

– Estou bem, obrigada por se preocupar.

– O que ela quer? - Tia Kelly perguntou baixinho, do outro lado da cozinha.

Dei de ombros em resposta.

– O que está fazendo? - Quis saber minha mãe, curiosa.

– Antes de você ligar, eu estava tomando café com Kim e Kelly. - disse eu. - E como está o pai?

– Ah, você sabe, trabalhando como sempre. - respondeu. - Eu também, só tive tempo agora para ligar para você, saber como estão as coisas.

– Está tudo bem. - Senti um sorriso fraco surgir em meus lábios. - Estamos ótimas.

– Kelly vai trabalhar hoje? -Perguntou ela.

– Claro, como todos os dias. Hoje ela irá levar a Kim na escola já que irá passar no banco e como o banco é perto da escola...

– E você Mandy? - ela me interrompeu.

– O que tem eu?

– O trabalho? - Eu sabia que era sobre isto que ela iria falar. Há algumas semanas minha mãe começou com isto, começou a pegar em meu pé, não que ela estivesse errada. Ela queria outra coisa minha.

Em resposta ao meu silêncio, minha mãe suspirou do outro lado da linha.

Mandy, você tem dezoito anos, maior de idade; já acabou a escola, não pode mais viver à custa de Kelly.

– Eu sei, mãe...

– Não, parece que você não sabe. - ela já não parecia incrivelmente plácida. - Você precisa procurar um emprego, você precisa dar uma boa vida a sua filha.

– O que está querendo dizer? - Eu sabia o que ela estava querendo, mas perguntei por impulso, minha voz se alterou. - Está dizendo que Kimberly não tem uma boa vida?

Mandy...

– Por que você é sempre assim? - continuei dizendo, a voz saia como um trem bala. Por que faz de tudo para que eu me sinta fraca e incapaz de cuidar da minha própria filha?

– Não faço isso! - ela esbravejou. - Eu só quero o melhor para ela. Mandy você é mãe solteira, não é fácil. Por mais que Kelly esteja ai te ajudando, você não a terá para sempre.

Encostei na parede e joguei a cabeça para trás enquanto fechava os olhos. Minha mãe, Margaret, há algumas semanas, vem fazendo de tudo para que ache um erro no modo de vida de Kimberly, para que ela possa ter a guarda dela. Isto me revolta! Pois há exatos cincos anos e nove meses, ela não queria saber de mim, mas agora faz de tudo para me destruir e fazer com que eu me jogue aos seus pés, lhe implorando ajuda. Pelo menos é o que eu penso.

– Mãe, tá tudo bem? -Ouvi Kim perguntar, mas eu estava tão nervosa que não consegui responder. Imaginar Kim longe de mim era doloroso demais.

–Te dou mais duas semanas, Mandy. - Minha mãe disse, agora com a voz estável.

Minha garganta estava fechada, meus olhos ardiam de ódio, mas eu não iria chorar, era apenas mais uma estúpida briga entre mim e minha mãe. Uma briga que custa a guarda da sua filha, sua imbecil. Lembrei a mim mesma.

– Eu irei arranjar um emprego. - disse, tentando controlar a voz tremula. - Eu vou te mostrar.

Ela desligou.


***



Fechei o portão da garagem e suspirei. Já fazia algum tempo que eu estava procurando um emprego, porém, agora, tive de sair de casa as pressas para sair por Las Vegas à procura de um lugar para trabalhar.

Tudo por culpa da minha mãe. Ela queria Kimberly para ela.


Lembrei–me de uma padaria que não ficava muito longe de casa, uma vez que passei lá, eles estavam precisando de balconistas e garçonetes. Talvez ainda precisem e lá é o primeiro lugar que irei passar.

Caminhei até o Mustang Fastback preto 1967 de tia Kelly e abri a porta do motorista, jogando minha bolsa lá dentro. Havia pedido o carro de tia Kelly emprestado hoje já que ela iria de ônibus ao banco e para levar Kim à escola.

Mandy! -Virei-me para trás e vi Camille passando pelo portão da cerca branca.

Ela estava com uma calça preta e uma blusa branca fina de mangas longas. Eu me lembrei que dia era hoje e automaticamente sorri. Corri até ela, Camille parou de andar e franziu o rosto me encarando, eu pulei nela, jogando meus braços ao redor de seu pescoço.

– Feliz aniversário, Cammie! - disse sorridente e ela retribuiu o abraço.

– Obrigada, Mandy. - ela disse, a voz um tanto desanimada.

Desfiz o abraço e olhei para ela.

– Vinte anos, tá ficando velha.

Ela sorriu balançando a cabeça.

– Nem me diga.

– Agora eu não tenho nada para te dar de presente, mas juro que vou lhe dar algo depois.

– Não precisa, Mandy. - ela interveio.

– Claro que precisa.

Ela caminhou comigo até o Mustang de tia Kelly. Olhou para o carro e arqueou a sobrancelha.

– Vai para onde? - perguntou Camille.

– Arranjar um emprego. - respondi com um suspiro, enquanto me apoiava na porta aberta do carro.

– Sua mãe? - Camille já sabia o porquê. Eu sempre falava com ela sobre minha mãe.

– Sim.

Camille girou o rosto e olhou para a rua aleatoriamente, subitamente, sua feição ficou rígida e curiosa para saber o que havia a feito ficar assim, meus olhos seguiram-se para a rua. Como sempre, não havia muitas pessoas passando por ali, apenas um garoto que andava apressado e eu só pude ver seu perfil. Não muito alto, loiro, cabelos arrepiados e um modo de andar elegante.

– Conhece? - perguntei para Camille, apontando o dedo para o garoto.

Ainda com os olhos nele, ela respondeu com a voz fria:

– Ele tentou me matar.

– O que? - eu arregalei os olhos. - Como assim?

– Na noite passada, eu estava caçando com Katrina quando ele apareceu e quase me matou.- ela explicou, contraindo as sobrancelhas claras. - Só que eu pensei que ele fosse um vampiro.

– E você já disse ao comandante que ele tentou te matar?

– Eu disse ao filho dele e Victor zombou da minha cara. - ela me olhou, fazendo uma careta.- Eu não sei o que esse garoto, o Henry, está fazendo aqui, porque eu não acredito nele nem um pouco e muito menos confio.


***



– Bem, você deu sorte. - A mulher sorriu fraco, tirando uma mecha de seu cabelo grisalho de sua têmpora. - Ainda estamos precisando de balconistas e garçonetes.

Meu sorriso aumentou. Eu estava na padaria Le Pain Quotidien e como eu imaginava eles precisavam de pessoas e eu tive a imensa sorte. Eu não estava muito longe de casa, a Le Pain Quotidien– uma padaria que oferece comida francesa - ainda era no subúrbio de Las Vegas, mas ainda assim não ficava muito longe da Strip.


– Quando você pode começar? - A mulher com rosto em forma oval, arqueou as sobrancelhas, esperando minha resposta.

– Pode ser amanhã?

– Seu turno será das 2h00 até às 10h00. - ela explicou, enquanto ia para trás do balcão, onde na vitrina variedades de doces e pães estavam expostos.

– Está ótimo! - eu comemorei com um grande sorriso.

A mulher, que se apresentara como Sra. Baldochi, o que eu achei estranho, pois a padaria era francesa e seu sobrenome era italiano, sumiu por trás do balcão. O salário, pelo que conversamos, não era lá de ficar se gabando, mas já era o suficiente.

Caminhei até a porta de vidro, como ainda não havia passado do meio dia, havia bastante pessoas na padaria e uma pessoa em particular me chamou a atenção. Enquanto eu ia em direção à porta, vi o loiro que Camille encarara com um olhar feroz. Henry, se não me engano, estava sentando numa das mesas ao lado da porta, que dava a visão da avenida, porém ele não estava sozinho: um homem estava com ele, entretanto eu não pude ver seu rosto, pois ele estava de costas.

Henry levantou os olhos e me viu, só que simplesmente me ignorou e voltou a conversar.

Camille... - A menção do nome igual ao da minha melhor amiga, me fez novamente olhar para Henry quando eu já estava abrindo a porta da Le Pain Quotidien. - Ainda não sei...

Essa foi a última coisa que eu ouvi ao sair da padaria confusa. Há muitas Camilles pelo mundo, ele não poderia estar falando da mulher que ele tentou matar - como Cammie disse para mim.

Ou poderia?



Mandy Santangelo




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Notas finais do capítulo

Ah, gente, a padaria Le Pain Quotidien realmente existe, se vocês forem pesquisar irão ver que há várias delas por diversos países. Mas aqui, eu resolvi fazer que existe apenas uma e a dona é uma italiana ^^
O que me dizem do capítulo? Prometo que logo as cenas de ação irão voltar, pois a fic está prestes a começar a pegar fogo hehe
Comentem, pode ser?
Até!